segunda-feira, 30 de setembro de 2013

BC - Uma Imagem / 140 caracteres - 22ª edição











Ah, esta minha incorrigível  mania de sonhar acordada nas páginas dum romance.Isto ainda vai me arrumar confusão!


******* 


Minha participação nesta edição da BC proposta pelo escritor e parceiro, Christian Louis, dos escritoslisérgicos.com ( link no selinho referente ao projeto na barra lateral).
Participe conosco!



---------

sábado, 28 de setembro de 2013

No Balanço das Horas











__ Vá caçar o que fazer, menina! Mando comum tanto antigamente como agora.É só vermos algum(a) jovem parado, que a gente arruma logo uma ocupação pro dito cujo, aliás, esta é uma estratégia velhusca em sala de aula dirigida aos pimentinhas do pedaço; acabadas as tarefas e devidamente conferidas e corrigidas: ocupação neles!Cabeça vazia é oficina pro que não presta, diziam os mais velhos, e sabemos que há aí um fundinho de razão.

Desde cedinho somos impelidos a sermos ativos, pró-ativos, diligentes, excelentes, surpreendentes... e crescemos reproduzindo estas expectativas que foram se aderindo á nossa personalidade de mansinho até que se metamorfosearam em nós próprios, já que o mundo à mil e muitos kilômetros por hora nos impele em suas engrenagens "turbinodentadas", levando-nos a pensarmos que se diminuirmos o ritmo acabaremos nos esborrachando no chão- do trabalho/dos afazeres/das responsabilidades/dos horários/dos compromissos/da vida.

Quantas décadas foram precisas para descobrirmos a pegadinha que é esta postura?Quem ainda está longe do centenário, deve continuar com o pé no acelerador, mas pra quem como eu, que já avançou no cinquentenário e redescobriu o refinamento dum ritmo mais aproveitado em seu passar, valoriza cada instante vivido em cada dia e, não é delírio pollyanesco não, é reconhecimento das preciosidades que a vida oferece.De teses à filosofias são inúmeras as indicações/receitas para uma melhor qualidade de vida em todos os âmbitos da existência.

Claro, que pra quem como nós, pobres mortais que temos de ralar pra garantir o pão de cada dia,não é tão fácil chutar o balde, dar uma banana pro patrão e mudar-se prum sítio paradisíaco e virar criador de trutas ( será?).A priori, é difícil, ou não!Enfim,desconfio que mesmo atravessando a chamada fase produtiva ( expressão capitalista) e tudo o que ela venha a representar, porque eu sou altamente produtiva no que quero; mas retomando o rumo dessa prosa, tenho visto e sabido de muitas pessoas que souberam aliar o ócio criativo com estupendas realizações que somaram uma vida mais proveitosa na essência que ela representa.

Mesmo que a gente não compre um veleiro e saia pelos mares do mundo ou um big sítio na Mantiqueira, ainda que na cidade caótica e acelerada procuremos um refúgio num ambiente ou em nós próprios, certamente isso trará um alento novo, saúde ao corpo e ao espírito e uma inigualável sensação de bem-estar.Aconselho que sempre que pudermos sigamos aos ritmos: "lento, lentíssimo e Dorival Caymmi!"

*******


" Na ribeira desse rio
Ou na ribeira daquele
passam meus dias a fio
Nada me impede, me impele,
Me dá calor ou dá frio[...]"

(Na ribeira desse rio,F. Pessoa- trecho)



--------------




Imagem: delightforty.tumblr

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Ao sabor dum cappuccino










Esperando a vez de receber meu cappuccino no balcão, sorri junto com as duas moças próximas a mim, quando uma delas disse:"__ Agora vou passar na banca e comprar dois gibis.Hoje eu só quero ler amenidades;pausa na profundidade."

Puxei conversa e contei à elas que minhas filhas reclamam disso muitas vezes, porque é tamanho o volume de estudos teóricos que acabam por cansarem a mente e aí vão atrás dum pouco de leveza, de distração...Separei-me delas e fui degustar daquela mistura deliciosa num cantinho da cafeteria acompanhada duma boa e leve leitura.Lembrei que fazia um tempinho que eu não visitava uma banca de jornais.Na meninice isto era um hábito quase diário e muito esperado.Eu lia sempre os quadrinhos da turma da Luluzinha e da Disney, mas o que me encantava mesmo eram as publicações dos contos clássicos em quadrinhos.Uma vez ao mês saíam os exemplares coloridos em encadernação requintada, edição em tamanho grande o que aumentava a proporção das gravuras e das letras deixando a edição em formato de álbum.Eram lindas e eu as colecionava toda feliz; O Gato de Botas, Aladim e a Lâmpada Mágica, A Ilha do Tesouro e tantos outros títulos que abriam um portal para as histórias de outros tempos, de outros mundos encantados e me levavam a viajar embevecida por cada um deles.

Embora fossem destinadas ás crianças e jovens, estas publicações conservavam, na medida adequada, a correta linguagem escrita da língua portuguesa com todos os seus "effes e erres" num respeito perfeito á gramática, o que me faz hoje considerar tal situação como de enorme ajuda na minha aquisição da leitura e da escrita, assim como deve também ter ocorrido com todos os apaixonados por estas publicações.

Hoje, dou enorme valor a tais leituras da meninice e sei que foram( e são) promotoras de avanços na linguagem falada e escrita de crianças e jovens, ainda mais nos dias atuais em que a miniaturização da comunicação oral e escrita está cada vez maior.Certos jovens se comunicam com tamanha economia de palavras que temo que futuras gerações acabem emitindo grunhidos ao invés de palavras. Fora exageros, vê-se isto no mundo virtual e real pra todo lado e até para alguns adultos que quando são convidados a elaborarem descrições ou análises sentem-se incomodados em precisarem expressar-se em mais de 140 caracteres.

Tive um professor na faculdade que me contou sobre um hábito seu praticado a cada vez que era preciso elaborar um artigo e/ou relatório, disse-me ele que em dias precedentes ao trabalho, recolhia-se em sossego e lia Machado de Assis ou Graciliano Ramos ou outro mestre da nossa literatura afim de não perder o contato com as construções memoráveis da língua escrita, suas frases completas, suas palavras bem empregadas e só depois disso sentia-se de novo apto a desenvolver seus trabalhos escritos.

A neurolinguística afirma, e não é de hoje, que nossa mente precisa de desafios para produzir sinapses evolutivas.Ao lermos sempre os códigos linguísticos já apropriados não estamos proporcionando desafios novos, embora estejamos alimentando e beneficiando mente e espírito de todas as maravilhas proporcionadas pela leitura, ainda assim é necessário que se avance mais nesta prática e, aconselham os estudiosos da área que devamos ter em mãos duas leituras em tempo simultâneo: uma de lazer e outra de desafio, que eu entendo como sendo a leitura de clássicos, que irão nos fazer bulir com os neurônios para assimilarmos toda a obra literária.Então, vamos chamar Eça, Machado, Lima, Júlio e tantos outros prum cappuccino?Vai valer a pena! 








****** 


terça-feira, 24 de setembro de 2013

Série do Fractais - Adoce seu dia - comentários inspiradores











Uma pitada doce faz diferença no dia-a-dia.Então, pra conferirmos na prática eu trouxe aqui o comentário da Selma, das coisas que vejo e gosto ( link), feito na minha brincadeira-rimada: São muitos os olhares. 




"...e como a gente procura conter as imagens através do olhar, né? Quando a gente vê pelos olhos do coração, tudo ganha um outro sentido."
(trecho) 




*******




Passear através dos olhares da Selma proporciona belas descobertas.Faça uma visita!







sábado, 21 de setembro de 2013

São muitos os olhares










Aos enganos, dizem
poder os olhos levarem
que só verdadeiro saber
resulta dos muitos olhares.

Penso saber o que vejo
muito do já visto sabido
nada do que antevejo
passa despercebido.

Olho e duvido do visto
Foco e volto ao início
querendo reter a imagem
tentando saber o não visto.

Pouso em fé esperançada
procuro entender o que vejo
dar legenda ao sem sentido
achar o lume perdido.

Em ruídos desarticulados 
ouço vozes, alaridos,
explicando o inexplicável,
dando nexo ao impossível. 

Fio-me no que vejo,
mas também no não visto,
uso das tintas e pincéis
pra desenhar meus rabiscos. 


(Calu) 

****** 






Um alegre fim de semana pra vcs!



quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Romance na livraria





Cantei muitas cantigas de roda quando pequena e agora também, afinal tenho netinhos para ninar e isso é tudo de bom.Quem não se lembra daquela cantiga que dizia:" Quem quer casar com a Dona Baratinha, que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha?" 

Naquela fase de nossa infância, acho que todos nós cantávamos sem atentar para o real significado da letra, porque o que importava era discorrer sobre o repertório que acompanhava a brincadeira de roda.Depois, já grandinhos, vamos despertando para tradições infantis que continham sim, endereçamentos marcados, intenções definidas para uma educação direcionada às expectativas da sociedade da época e, não só a de antes como na de agora, o ritmo não mudou muito para as novas gerações.

Claro é, que nossas meninas não cantarão por muito tempo esta cantiga em especial, porque os objetivos femininos tomaram outros rumos há décadas, e as moçoilas não são mais criadas no único intuito futuro de casarem-se e formarem uma família.Se isto vier a acontecer coroará uma vida mais intensa em vários aspectos, mas se não ocorrer não será o fim do mundo, embora a gente saiba que a esmagadora maioria das jovens guarda ou expõe o desejo de encontrar seu par, sua cara-metade que ainda não apareceu, mas que virá, impávido e galante, num belo e luminoso dia pedir-lhe em casamento e assim selar a página final com: "e foram felizes para sempre."Hã? 

Exageros e fantasias à parte e alguns ajustes diários e pertinentes mantém este sonho ainda de pé, com ressalvas, mas respirando e, é para estas situações em destaque que sublinho aqui uma que me chamou atenção assim que a li na web.Um editor americano ao planejar o famoso pedido de casamento para sua noiva, usou de iluminada criatividade ( ao meu ver), afinal este é um quesito no qual eles se esmeram e dão show, em grande maioria superando as expectativas das noivas apaixonadas, haja visto tais episódios em filmes românticos, seriados e afins.

Pois bem, Paul, nosso romântico de carteirinha, escreveu um livro infantil (yeah), contando a história de um gorila e de uma girafa que se apaixonaram apesar das diferenças aparentes e que resolveram apostar numa relação de compromisso... O apaixonado preparou direitinho a cena esperada pra acontecer numa livraria.Contratou até um fotógrafo para registrar o momento solene que claro, teve o desfecho esperado ao som do melodioso sim, da noiva emocionada.

Me digam aí: o moço arrasou na criatividade e ainda favoreceu a literatura infantil com mais um exemplar bacana. Adorei!!E vcs, sabem d'alguma história original de pedido de casamento?Me contem, tá? 


A Tall Tale 


( capa do livro) 



( o momento do pedido) 


********* 







Imagens e fonte: anossabossa.com

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Série do Fractais - Adoce seu dia - comentários inspiradores











Hoje quem vem dividir uma doçura conosco é a Cristina Pavani, do blog__ Brasil, leste paulista.blogspot  ( link) com seu comentário escrito no post: Uma linda história de amor



"A nossa caminhada parece infinita no início, longíqua na meia-idade e tão efêmera após certas décadas trilhadas.Quando temos mais tempo a olhar para trás que a vislumbrar à frente, passamos a ( ou deveríamos) valorar coisas que nos passavam desapercebidas outrora: uma respiração mais profunda, as dádivas da natureza, um doce de laranjas, miúdos detalhes cotidianos!" 
(trecho) 

-------------



Façam uma visita ao blog da Cristina.Lá, a gente passeia por lindos recantos da região paulista e bate altos papos.



( biomas da região leste-paulista - wikipédia.org)



segunda-feira, 16 de setembro de 2013

BC - Uma Imagem / 140 caracteres - 21ª edição











Daqui do meu casulo tomo distância para perceber melhor o frenesi da metrópole...como é valiosa essa pausa!


******** 



BC do escritor e parceiro, Christian Louis, dos escritoslisérgicos.blogspot.com ( link no selinho da indicativo da barra lateral).Venha participar vc, também!


------------ 



Uma alegre semana pra vcs!

sábado, 14 de setembro de 2013

Uma linda história de amor




Uma colega  professora me recomendou entusiasmada que assistisse a uma belíssima animação em vídeo.Busquei, vi e confirmo o entusiasmo dela.Esta animação é comovente.Toca em nossos mais doces sentires e nos conduz pelas cenas não como meros expectadores, mas como co-participantes. The Lighthouse ( O Farol) conta através duma narrativa simples toda a grandeza que existe nos atos cotidianos de educar com amor e dedicação.Na história entre pai e filho moradores do farol, a vida acontece recheada de singelezas que o autor vai destacando durante o crescimento do filho, suas buscas, descobertas, e a postura orientadora e amorosa do pai,seu primeiro professor na vida.

Educadores...sejam pai/mãe ou professor deveriam ser faróis iluminados na vida das crianças e jovens, seus alunos, preparando-os para o mundo, para o momento em que caminharão sozinhos, porém acompanhados da eterna consciência de cidadãos que serão.O vídeo traz metáforas sutis através do tamanho dos barcos à medida que o menino cresce, a passagem das estações/tempo na vida do pai, as voltas que o mundo dá, os desafios, as dimensões...chegando ao tempo em que o filho passa a ser pai de seu pai, como na vida.

Permitam-se esses minutos de puro deleite e beleza.Assistam e se encantem! 








Este vídeo foi ganhador de 27 prêmios.

*********


Bom fim de semana pra vcs!


quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Irmã- Estrela










O menino saiu do banho e foi sentar-se na muradinha da varanda naquela noite de domingo.Levava na mão uma varinha e um barbante com o que fingia pescar os insetos esvoaçando sobre as florzinhas do pequeno jardim da casa.Chamou a atenção da irmãzinha para que visse o quanto era habilidoso na arte da pescaria, dizendo-lhe que no fim do mês o pai havia prometido levá-lo numa pescaria de verdade, com barco e tudo, mas só iriam os homens, porque poderia ser perigoso em mar aberto para quem não sabia nadar, como ela.Prometeu, para que não ficasse triste, que lhe faria outro lindo desenho nesta semana e pediria à mãe que o pusesse num quadrinho bem bonito.Contou-lhe das travessuras do Pirata que deixaram a mãe irritada, colocando ele de castigo lá fora.Coitado!Falou do violão que estava construindo sozinho para fazer uma surpresa no aniversário do pai e pediu à avó pra preparar no dia aquele bolo que ele ama.Disse que a priminha era muito chorona e que a outra vó lhe deu uma mochila nova...

___ Cauê, entra, o lanche está na mesa__ chamou a mãe.

___ Tô indo mamãe, mas antes você não quer vir dar tchauzinho pra minha irmã?

A mãe correu na direção dele e o encontrou de olhos pregados no céu noturno completamente iluminado pelo luar crescente mais radioso dos últimos meses tendo ao lado resplandecendo brilho, Vésper, estrela-maior.

___ Olhe ela lá, minha irmãzinha!

E acenando sorridente, deu a mão à mãe entrando em casa.


*******



Este conto é baseado em fato real.Cauê tem seis anos e no mês de março passado sua irmãzinha faleceu pós-parto.Hoje, ela é uma brilhante estrela no céu.



( imagem de domingo,09 de setembro)

-----------------







Imagens: pierini/ilustrações
noticias.terra.com

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Só vale quando pesa ? Reais valores na vida









Que viemos sistematicamente sofrendo uma inversão em muitos valores não é novidade para ninguém, porém, cabe aqui definirmos quais valores são estes.Valor designa força de vida em todas as línguas, mas procurando seu significado em dicionário temos referências à: economia, cor, filosofia, pessoal, empresarial, marketing...coerente para as colocações que sabemos ter a palavra nesses tempos e como nos acostumamos com estas designações muitas das vezes nem nos damos conta do quanto o verdadeiro "valor" perdeu com esta multiplicidade, o quanto ficou reduzido, acanhado diante de alguns usos ao longo dos séculos.

O valor como força de vida, aquilo que realmente mobiliza e enriquece o sentido da vida, que destaca e ilumina as ações assertivas, as posturas íntegras, os merecimentos, foi sendo segredado a uma função monetária que domina letalmente todos as outras designações.É público e notório a face que predomina quando se fala em "valor", a econômica, a que categoriza em preço monetário as coisas do mundo e não só as coisas, como também o próprio mundo, o planeta.

Para muitos, valor se encontra num objeto de marca internacional,nas posses financeiras, no poder pessoal(berço) e, em nossa lógica mercadológica isto é fato, o capital domina e dita as regras em tal proporção que submete à sua tirania a maior parte da população mundial sem piedade aos povos e suas culturas; vide África, penoso exemplo desta vergonhosa realidade.

A mais recente agressão a valores de vida está prestes a acontecer numa cidade romena, onde se encontra em andamento o projeto para a reabertura da maior mina de ouro da Europa.O governo romeno já aprovou o projeto de lei permitindo o reinício das escavações que em seu caminho destruirão quatro grandes colinas, seu vale e rios causando um novo desastre ecológico e outros males que virão nessa esteira, além de comprometimentos penosos para o país.A população tem feito seguidas manifestações contra estas medidas abusivas, mas ainda não tiveram resposta ou sequer proposta de negociação pelas autoridades locais.O ouro, valor considerado supremo, acima do bem estar humano e do equilíbrio ecológico, sobe mais uma vez no pódio das escolhas como vencedor absoluto das consciências daqueles que detém o poder.

Valor e riqueza foram fantasiados com este traje economicista nocivo, e se exibem pomposos debaixo de aplausos vazios, esses, que vemos endeusarem mediocridades, confirmarem descalabros e protegerem atitudes,no mínimo, suspeitas.Que as muitas designações das palavras lhes confiram usos variados e multiplicativos, isto é  enriquecimento da língua, das expressões, mas quando apenas uma delas, a mais árida, fica acima das demais e não desperta nenhuma( ou pouca) estranheza, algo está fora de lugar, fora da ordem(como diz Caetano), que não a mundial que legitima esta visão, mas com certeza, está fora do real valor da vida.





******* 




Imagens: presse.pt
fmanha.com

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Fractais em série - Adoce seu dia - comentários inspiradores










A edição de hoje vem salpicada de doçura da haicaísta, Elisa T. Campos, do blog: pintandohaikai.blogspot.com(link), um espaço repleto de tocantes delicadezas.



"...Quero pensar que tudo não passou de um rascunho e que possamos agora passar tudo a limpo, às claras, sem rasuras e, no início da página a nossa verdadeira bandeira ilustrada."


(trecho do comentário feito pela haicaísta no post: Conhecimento traz mudança).

****** 

Dos galhos nus
ruborizadas explodem
as primeiras suinãs.

Elisa T. Campos


-----------


domingo, 8 de setembro de 2013

BC - Uma Imagem / 140 caracteres - 20ª edição











Se pergunta aonde foi que guardara sua face real que há tempos não via.Era hora do basta! 

********* 


Minha participação na 20ª edição da BC promovida pelo parceiro Christian Louis, dos escritoslisérgicos.blogspot.com ( link no selinho indicativo na side bar).Confira as outras participações e venha participar também.


---------


Um luminoso dia pra vcs! 


sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Vozes Emudecidas









Enquanto eu ouvia abismada a conversa ente minha sogra e a irmã, à mesa do almoço naquele mês de janeiro de 74,aqui no Rio, elas continuavam suas recordações da infância e juventude passadas no casarão do bairro dos Tucuns, em Parnaíba,Piauí.O assunto girava em torno da figura duma das ajudantes da casa que, sabidamente sofria de violência doméstica.As irmãs comentavam sobre as preocupações da mãe delas frente ao sofrimento da mulher naqueles idos de 1920, e seus esforços em protegê-la oferecendo morada e abrigo pra ela e os filhos, ao que a vítima ponderava: 
 ___ "Carece, não, dona Nena.Ele só me rela a mão quando bebe.Fora isso é home bom."

Que esta cena fosse corriqueira naqueles tempos eu até podia culpar o contexto árido e a mentalidade machista que imperava absoluta, embora nada disso se justifique seja em que tempo for, mas que ainda hoje,fatos como este e piores façam parte da cotidianidade extrapola o limite do humano.Não que eu esteja comparando estas atitudes ignóbeis a algum representante do reino animal, porque seria uma ofensa sem par à natureza animal.

Como ela, centenas de outras mulheres, ao longo de séculos, emudecem, submetem-se amedrontadas por uma infinidade de motivos que as levam a um absurdo sacrifício de sua integridade física e moral.Começam a surgir importantes medidas/leis contra esta aberração em alguns estados brasileiros e as estatísticas mostram que o Piauí é o estado com menos ocorrências.Minha sogra, se fosse viva, comemoraria a notícia.Segundo uma reportagem, o trabalho educacional e conscientizador das equipes sociais indo até a população em trabalho de campo permanente é a raiz deste números animadores.Educação comprometida sempre e cada vez mais é o caminho, mesmo não garantindo sucesso absoluto, pois, em se tratando de seres humanos, não há uma certeza acabada. 

A lei Maria da Penha,o botão do pânico, no ES, são algumas das já implantadas e com bons resultados,porém muitas mais são necessárias e urgentes.É profundamente lamentável que ainda hoje precisemos criar mecanismos de proteção para crianças/adolescentes e mulheres que se vêem ameaçadas em suas integridades, em seu direito à vida. 


*****

Lágrimas silenciosas
descem pelas faces
sulcadas por gestos
agressores, avilte
lacerando a carne,
sangram a alma
curvam o corpo
ao rés do chão;
suplicante, decaído,
indefeso ante 
o brutal, chora
sua dor, sua desdita
ignomínia maldita,
vergonha da espécie,
lodo abissal. 


(Calu)


******



Imagem:bjwos22

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Todo o tempo do mundo - BC da Etienne








Esta expressão escolhida como tema pela Etienne (link), nos remete aquele clássico do rock nacional e vai nos dando ideias mil, umas que constam da letra da música, outras próprias e, algumas que a gente nem tinha parado pra pensar nelas.Ô tentação;todo o tempo do mundo!

Foi este o mote que me empurrou pra aposentadoria.Tempo pra mim sempre foi, até então, artigo de alto luxo.Nem queiram saber.Não estou chorando pitangas verdes, não.Pensem só: casa-marido-filhos-mãe-alunos(trabalho)...Ok,ok,não fui a primeira nem serei a última, mas vou contar pra vocês, quando a turma de casa (já grande) tinha um compromisso agendado sem a minha rica presença eu revirava os olhos de satisfação,rsrs.É, porque fui mãe-mãe, mãe-professora,mãe-motorista,etc,etc; ganhar um tempinho diurno era o máximo!Daí, este artigo (tempo) fazer parte dos meus planos de aposentadoria e até certa medida consegui tê-lo.Isto me lembra uma cena real que vivi ao lado duma colega que se aposentou dois anos depois de mim.Havíamos acabado de sair do posto da Caixa numa rua movimentadíssima, ao que ela em altos brados gritou:___ Sou uma mulher chique.Tenho tempo livre!

E eu faço eco.Chique é ter tempo livre e bem empregado no que a gente escolher.Não esquecendo o famoso jargão que rola assim que a gente se aposenta.Conhecem o "jáquê(?): ___Já que vc tá  á- toa, paga isso aqui no banco pra mim(?)/pega a roupa na lavanderia(?)/faz o emplacamento do carro(?)...É pedreira, pessoal,rsrs!Imaginem vocês,  faço um curso há 4 anos e até hoje os filhos ainda me ligam na mesma bat-hora, no mesmo bat-canal perguntando aonde eu estou.Poide,froide?

Mesmo em nossos mais loucos sonhos, acho que nunca mediu-se de fato este condão chamado tempo.Por mais que passemos os dias reclamando da falta dele, se o tivermos em excesso poderemos acabar entediados sem saber bem como empregá-lo, porém, se isso acontecer aí podemos usar da criatividade e bolar mil e umas ações construtivas, solidárias, recreativas...ih, a lista é grande!

Agora, voltando ao tema: se eu tivesse todo o tempo do mundo iria gastá-lo com quem amo, família/amigos...pera aí,eu já faço isso.Se eu tivesse todo o tempo do mundo iria viajar bastante na companhia dos meus queridos...ôpa, isso também.Se eu tivesse todo o tempo do mundo...veja só, eu o tenho.Sou chique, bem(rsrsrs):) 


****** 





terça-feira, 3 de setembro de 2013

Graus de toxicidade









Não é de hoje que venho tentando colocar certa harmonia no meu jardinzinho lateral.Já tive um monte de espécies diferentes plantadas lá. Umas vicejaram outras nem deram uma mudinha e algumas foram literalmente comidas pelo meu labrador crianção.Como sou teimosa, continuo na lida pra fazer daquele espaço um recanto lindo e viçoso.

Semana passada fui numa loja de jardinagem encomendar grama  e bati um longo papo com a dona do lugar.Contei-lhe das minhas tentativas frustradas com o canteirinho lateral e pedi-lhe umas dicas de flores e ramagens que se dessem bem com o sol da tarde. falei ainda que estava pensando em plantar umas hortências, que adoro.Na hora ela me desaconselhou por serem tóxicas para animais domésticos.Fiquei boba!Não fazia ideia desta faceta duma flor tão mimosa.Descartei a ideia imediatamente.Sai da loja, fui continuar meus afazeres pelo comércio enquanto ia matutando o quanto foi fácil mudar de escolha diante duma informação balizada: a espécie era tóxica para animais domésticos; simples assim.

Seria altamente saudável se agíssemos assim com tudo que nos é tóxico.Desde drogas naturais e sintéticas até relações pessoais que intoxicam a vida de quem as tem.Quando acontecem num ambiente de trabalho, incomodam muito, mas são passíveis de neutralidade sem dores, mas quando acontecem em relacionamentos de amizades e/ou familiares, aí complica.

O que a princípio parece apenas uma questão de personalidade forte da outra pessoa, na verdade esconde um egocentrismo ferrenho e ceifador, totalmente tóxico.São nucleares e te consideram orbital.Manejam magistralmente a boa vontade dos outros para verem seus caprichos atendidos e quando não realizam seus intentos são peritos em fazer o outro sentir-se culpado(a) por suas frustrações.Pessoas assim minam a auto-estima do outro, menosprezam atitudes alheias para que as próprias se destaquem, vestem seu escárnio de humor sarcástico e vão infectando tudo e todos ao redor.Os mais dóceis silenciam.Os mais ágeis se afastam.Os mais perspicazes(ah, como eu gostaria de estar neste grupo), denunciam ao autor a sua performance lastimável e dão um belo adeus.

Todos(as) nós já travamos conhecimento com uma destas pessoas e, nem sempre podemos descartar a opção como na escolha duma planta prum jardim, porém podemos atentar para seu comportamento intoxicante e nos proteger contra a maleita tomando atitudes esterilizantes.


****** 


Imagem: pinterest(tumblr22) 



segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Adoce seu dia / comentários inspiradores









Na 2ª edição da série:Adoce seu dia, quem vem pra adoçar nosso dia é o poeta Felisberto Junior, do felisjunior.blogspot.com (link) e do Be Happy.blospot.com, dois espaços especialíssimos. 



"...quando falamos de escolhas, uma palavra forte e nem sempre confortável de fazer(ou ouvir) em qualquer que seja a ocasião em que ela surgir[...] e o ponto é justamente esse descrito, uma escolha não é apenas uma escolha, pois ela implacavelmente resulta em uma incontável série de exclusões.E dizer não, fazer escolhas...sem culpas...é o primeiro passo para uma vida tranquila e feliz."


(trecho do comentário feito pelo autor no post: As escolhas tem suas faces).


****


Façam uma visita ao blog do Felis.Vale a pena!