( vilarejo San Casciano dei Bagni no inverno)
Ri sozinha aqui deste lado da telinha quando vi no Face um cartão ilustrado onde um gatinho dizia frontalmente:"__ Confessa, você tem em casa uma sacola de papel cheia de várias outras(rs)." Tenho mesmo e quem não tem? E mais, quem não tem uma pilha de livros por ler? Umas duas ou mais camisas pra pregar botão? Uma roupa precisando de ajuste? Um sapato de estimação precisando conserto? Hiiii, a lista vai longe. A minha é bem comprida.Pra vcs terem uma ideia, comprei uma calça branca há cerca de três meses e ainda não fiz a bainha. Acho que esta vai ficar pro verão de 2017.
Então, no rumo da prosa, volto ao começo, aos livros em compasso de espera.Há uns dois meses resgatei dois, que vou alternando de capítulo em capítulo. É, ando lenta na fluidez da leitura, mas é de propósito. Já corro tanto pra atender todos os compromissos do dia que, de escolha consciente resolvi fazer da hora da leitura um momento especial( como de fato o é), acontecendo tão somente quando tudo está em plena calma, em velocidade de cruzeiro.Daí, ligo um fundo musical, me sento acomodada e desfruto de cada página do escolhido da vez.
Tenho nesses momentos me deliciado em altas doses com a narrativa magistral de Marlena de Blasi, no seu:" Mil dias na Toscana."Cada capítulo sobressai na história de forma tal que poderia compor com facilidade um livro de contos.São partes do todo, mas também um todo em partes.Maravilhoso! É um daqueles livros que tenho pena de vê-lo chegar ao final. Não são muitos os que possuem esta qualidade.A autora nos transporta pra dentro do cenário em convívio literal com os personagens.Uma viagem apaixonante.Embora o tema lembre o filme, Mil dias na Toscana, a narrativa passa longe.Gosto demais do filme.Acho o enredo primoroso, porém não vejo conversa íntima entre um e outro.
Pra deixar aguçada a curiosidade de vcs, aqui vai um trecho pinçado com carinho:
Cena_ colheita de castanhas.
"__ Peguem apenas as mais brilhantes e maiores -diz ele- e deixem as menores para os bichos.Peguem uma a uma e não aos punhados...Não levem o que não vão comer.Lembrem-se de levar o suficiente, não demais.
___ Nunca façam um X -diz ele- ;sempre uma cruz. X é para cancelar...Todos nós precisamos aprender a cancelar, seja um pensamento, uma pessoa ou um fantasma. Mas vamos deixar isso pra um outro dia. Aprender a fazer um bom X é um ritual de passagem que leva algum tempo."
( Mil dias na Toscana)