segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A VOZ DAS RUAS


È direito de cada um expressar-se. Demonstrar agrado ou desagrado acerca dos fatos, das coisas, da vida.
Quando uma voz se levanta carregada de causas e razões, outras a ela se juntam fazendo ressoar mundo afora as injustiças, as desgraças, os abusos.
Assim foi desde tempos imemoriais, assim tem sido na história das humanidades.Assim será!
" Que o clamor justo das ruas transforme o mundo de cada um num lugar melhor."
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ROSA DOS VENTOS

E do amor gritou-se o escândalo

Do medo criou-se o trágico

No rosto pintou-se o pálido

E não rolou uma lágrima

Nem uma lástima

Pra socorrer

E na gente deu o hábito

De caminhar pelas trevas

De murmurar entre as pregas

De tirar leite das pedras

De ver o tempo correr


Mas, sob o sono dos séculos

Amanheceu o espetáculo

Como uma chuva de pétalas

Como se o céu vendo as penas

Morresse de pena

E chovesse o perdão


E a prudência dos sábios

Nem ousou conter nos lábios

O sorriso e a paixão

Pois transbordando de flores

A calma dos lagos zangou-se

A rosa-dos-ventos danou-se

O leito dos rios fartou-se

E inundou de água doce

A amargura do mar


Numa enchente amazônica

Numa explosão atlântica

E a multidão vendo em pânico

E a multidão vendo atônita

Ainda que tarde

O seu despertar

Música: Rosa dos Ventos__ Chico Buarque

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

UMA BELEZA

Falando ainda de leitura, recebi uns tempos atrás, estas fotos por e-mail; são da Livraria Lello, na cidade do Porto, Portugal. Eleita como a terceira livraria mais bela do mundo pelo jornal The Gardian.
Prédio e acervo fazem deste local espaço único de sabores e saberes.
Espero trazer p/ vcs mais fotos de lá tiradas por mim.







Já me vejo explorando estes corredores.
Sonhar faz bem!!

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

"MINHA BIBLIOTECA"

Ler é uma paixão desenfreada que exerço quase cotidianamente. O universo das histórias me cativa em todas as suas nuances.Num espaço literário me sinto em verdadeiro paraíso e amo contemplar a magnitude das estantes com seus sacramentos livrescos.
Uma das mais belas bibliotecas que já frequentei ( menos do que gostaria) é o Real Gabinete Português de Leitura, no centro do Rio de Janeiro, patrimônio físico e imaterial de nossa história.
Vejam que esplendor!

Fachada






Minha Biblioteca

" Pátria e lar do pensamento,
porto do coração.
Minha loja de sonhos, mercado de emoções
onde faço pelas madrugadas, minha feira
para reabastecer meu espírito de
realidades e ficções e sobreviver.
Aí estão as prateleiras sortidas,
estoques inesgotáveis
de fantasias a experiências
para minha fome
de conhecimentos,
minha sede de descobertas,
minhas ânsias de beleza..."

Trecho da poesia de J.G. de Araújo Jorge



terça-feira, 25 de janeiro de 2011

DESEJOS



" Apesar de nossos apegos atuais,
nossas mágoas, dores, choques,
realizações, perdas, ganhos, alegrias,
o local que almejamos é aquela terra psíquica
habitada pelos velhos,
aquele lugar onde os humanos ainda são
tão perigosos quanto divinos,
onde os animais ainda dançam,
onde o que é derrubado
cresce de novo,
e onde os ramos
das árvores mais velhas
florescem por mais tempo.
A mulher oculta
que preserva o estopim dourado
conhece esse lugar.
Ela conhece.
E você também!

Trecho do livro" A ciranda das Mulheres Sábias"__ Clarissa Estés 


segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

" Roleta - Russa"


Caríssimos(as), transcrevo aqui um trecho do artigo de David Zee, professor de oceanografia da Uerj, publicado no "O Globo" de domingo, no qual ele sàbiamente aponta os meandros implicativos desta catástrofe anunciada há décadas e ignorada pela sequências de podres poderes. Confiram!
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Independente de aceitar ou não a realidade das mudanças climáticas, sem dúvida, a população brasileira sente na pele o medo e a incerteza de que pode ser a próxima vítima desses desastres. Hoje está sendo a Região Serrana, ontem foram Niterói e Angra, alguns anos atrás, a própria cidade do Rio de Janeiro. Quem será a bola da vez no próximo ano? Será que continuaremos a brincar de roleta-russa? È preciso aliar seriedade técnica com vontade política para mudar este cenário de insegurança crescente.
È preciso entender que a intensidade da ameaça depende das características dos eventos climáticos. Por outro lado, a frequência da ocorrência desses eventos também deve ser acompanhada. A ameaça deve ser observada em função dos desdobramentos e efeitos colaterais. Chuva volumosa pode redundar em enchentes e liquefação do solo das encostas; calor excessivo pode provocar incêndios florestais; ventos extremos podem induzir ao empilhamento das águas costeiras sobre as baixadas litorâneas; ressacas podem destruir extensas áreas arenosas e o tamponamento dos rios.
A expansão urbana sobre as áreas naturais promove a perda das funções reguladoras do ciclo das águas. Assim o excesso de água favorece a liquefação do solo com escorregamentos desastrosos. A retirada silenciosa da cobertura vegetal promovida por políticas e legislações equivocadas promove a perda desses serviços ambientais que nos protegem. A impermeabilização do solo urbano despreza sua porosidade, que propiciaria a absorção da água em excesso...
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Vemos atônitos(as), a cada ano a repetição de descasos criminosos dos poderes públicos municipais, estaduais e federais.Até quando??

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

A Magia dum Encontro


Caminhava distraída pensando no que faria após atravessar a rua movimentada.Parei junto as pessoas que como eu esperavam o sinal abrir para os pedestres.Com olhar vago fitei a outra calçada e descobri um rosto familiar. Uma mulher alta de olhos verdes e cabelos castanhos.Ela também me vira e trazia no semblante a mesma ruga interrogativa: de onde a conheço?
Sinal aberto e os grupos se entrecuzam ao meio da rua. Ela se dirige a mim com um sorriso largo e neste instante um flash acontece e quase juntas falamos:
__ Eu te conheço...
___ Claro, respondo,Celeste Aurora!
Caímos numa risada conjunta e aos abraços retomamos a calçada.
Minha linda e alegre amiga de infância, Celeste Aurora. Quantas gratas recordações das brincadeiras na rua Santos Moreira...
Èramos unha e carne e as outras meninas ficavam com ciúmes de nossa amizade, mas nada que impedisse a alegria daqueles dias que permanecem gravados em nossa mais querida memória.
Falávamos ao mesmo tempo sem nos entendermos bem, mas a emoção do encontro dizia tudo por nós.
Foi rápido, foi mágico, marcante tê-la revisto querida amiga de nome poético e alma de criança.
Que teus dias sejam sempre risonhos e que nós possamos algum dia nos encontrarmos de novo.
Seja muito feliz!

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Pensando...



" Não somos ricos pelo que temos,
mas sim pelo que não precisamos ter."

                                                                Emanuel  Kant

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Correção de Rota


"Não se acostume com o que não a  faz feliz,
Revolte-se se for preciso...
Alague seu coração de esperanças,
Mas não deixe que "ele" se afogue nelas!
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente!
Se estiver tudo certo, continue!
Se sentir saudades, mate-as!
Se perder um amor, não se perca!
Se achá-lo, segure-o!
Circunda-te de rosas... ame... ria...
O mais è nada!

Fernando Pessoa

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

"Circul-ar"


Na carona da arrumação vamos descobrindo coisas, descartando outras e nos dando conta que muitas destas coisas estão com pouco uso ou até sem nenhum. Isso é desperdício.
Desperdício de afeto próprio. Afinal ao comprarmos ou ganharmos o que quer que seja destinamo-lhe uma finalidade e se não fazemos uso deste atributo, estamos desperdiçando aquilo em questão e nossa importância como usuárias.Esquecemos de usar objetos e ás vezes a nós próprias.
Já é mais que hora de usarmos e aproveitarmos nossos pequenos grandes mimos, desfrutarmos deste mundo vasto mundo em toda benéfica plenitude que se possa traduzir em nossa pessoa, nas pessoas queridas, nas pessoas amigas, nas pessoas próximas e também nas distantes.Usar nossos melhores dons em nossas melhores roupas,sorrisos e gestos. Praticar diáriamente o uso do abraço, do afago, do apoio.
Mesclar no dia-a-dia o melhor de nós mesmos com as boas coisas que possuímos e nos ofertar gentilezas, nos adornar de sutilezas e espalhar tudo aos quatro ventos. Fazer"circular".
Usar, desfrutar, circular,compartilhar, trocar,embelezar...
Nós merecemos!

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

" O Jogo de Jogar Coisas Fora"

Compartilho com vcs um trecho do artigo da revista Bons Fluidos que ilustra bem o tema: Renovação.
È muitas das vezes neste ínicio de ano que nos dispomos a mexer em nossos guardados, dar uma arrumação nos armários, nos cômodos, na vida.
Os presentes ganhos no Natal são os incentivadores inocentes da ação e despertam em nós a sadia vontade de organizar os espaços, desfazer os velhos nós, limpar a poeira, enfeitar os vãos...
Se é saúdavel ao corpo só trará bem ao espírito.
Sem mais demoras, mãos à obra, pessoal!
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Texto • Ivonete Lucírio

Uma poesia de Manuel Bandeira, que virou música pelas mãos de Dorival Caymmi, conta a história de um rei que atirava coisas ao mar e pedia para que as sereias fossem buscá-las. Primeiro, foi um anel, que voltou intacto para seus dedos. Depois, foram grãos de arroz, resgatados um a um pelas sereias. Finalmente, ele jogou sua filha, as sereias se fizeram de rogadas, e a princesa morreu nas ondas. Talvez, o medo que temos de jogar coisas fora seja responsabilidade de um rei como esse morando dentro de nossa cabeça: ele jogava, mas queria a coisa de volta. Por fim, seu medo de colocar algo para fora e depois sentir falta realmente se concretizou.

Mas pense bem: será que você precisa mesmo de tudo o que acumula? Não seria bom se livrar de alguns anéis – desde que ficassem os dedos –, grãos de lembrança e algumas pessoas que não fazem mais parte da sua vida? Muitas vezes, só mantemos algo por não sabermos o que colocar no lugar. “Os objetos são vistos como uma extensão de nossa personalidade”, comenta o antropólogo Arthur Shaker, professor de meditação budista da Casa de Dharma, em São Paulo. “Abrir mão deles seria como abrir mão de si mesma.” Nesse sentido, cada objeto assume uma significação simbólica e, em algumas ocasiões, isso passa a ter mais força do que o objeto em si. Aquela fruteira velha é importante porque foi dela que seus filhos pegaram o alimento que os fez crescer. O mais velho gostava tanto das maçãs; o do meio, das bananas; e a caçula, das peras. Mas você continuará a ser a mãe amada mesmo se livrando da fruteira, pois pode nutrir seus filhos de sentimentos que independem de qualquer objeto. E isso vale para o parceiro, os amigos, a família.

Coisas demais atrapalham

Seja qual for a explicação para juntarmos coisas e sentimentos, a conclusão é que isso é ruim. Certas vezes, ao contrário de conferir identidade, objetos e pensamentos nos soterram em um monte de lixo e deixamos de ver quem realmente somos. No livro Jogue Fora 50 Coisas (ed. Ediouro), a especialista americana em motivação e organização Gail Blanke lembra uma história interessante. Assim que finalizou a estátua de Davi, alguém perguntou ao artista Michelangelo como ele soubera a forma de esculpir com tamanha perfeição essa figura humana. O escultor respondeu: “Davi sempre esteve ali no mármore. Simplesmente retirei tudo o que não era Davi”. Ao abandonar coisas que não têm mais valor ou utilidade, você estará seguindo os passos de Michelangelo. Ou seja, segundo a autora, sua essência realmente dará as caras, a partir do momento em que remover tudo o que você não é. Tanto quanto adquirir coisas, livrar-se delas também é uma questão de estilo. O que fica revela sua marca.

Desfazer-se do peso morto ainda abre espaço para a introspecção. Ambientes atulhados causam uma superexcitação. “A mente fica o tempo todo sendo arrastada pelo objeto e não descansa nunca”, descreve Arthur. Não é à toa que os mosteiros budistas, ambientes que convidam à meditação, são de decoração espartana. “Assim é possível olhar para dentro de si mesmo”, arremata.

Sem falar que viver tropeçando no que não serve acaba atravancando o fluxo de energia. “Toda casa tem uma energia que chamamos de chi”, explica Franco Guizzetti, consultor de feng shui, de São Paulo. “O chi não circula em ambientes atulhados, cheios de objetos, saturados. A energia fica estagnada”, completa ele. Essa regra vale também para coisas que ficam paradas durante muito tempo. Se não quer se livrar de algo, torne-o útil. É preciso ler os livros comprados, consertar o que está quebrado, tirar o aparelho de jantar de porcelana do armário. Não há razão para manter enfurnados objetos que você julga importantes. É você que faz um momento ser especial para merecê-los.

Por onde começar

O primeiro passo para liberar a área é, sem dúvida, estar disposta a isso. Não adianta separar coisas que, em poucos minutos, voltarão para o lugar de origem. Também não vale a pena sofrer demais. Se achar que ainda não é o momento de doar peças de alguém querido que faleceu, espere o momento certo para isso. Ou comece por outro canto, deixando o próprio guarda-roupa mais arejado. Quem sabe não se anima e vai encontrando energia para aquilo que atulha os sentimentos. “Jogar coisas fora pede coragem e manda uma mensagem para o mundo: quero me renovar”, diz Lana.

Tomada a decisão, vale uma dica prática de Gail Blanke em seu livro Jogue Fora 50 Coisas. Ela sugere pegar três sacos grandes de lixo e etiquetá-los: lixo (propriamente dito), doação e venda. O terceiro talvez não se encaixe bem por aqui, tem mais a ver com o costume americano de fazer bazar na própria casa. Mas, se achar que alguma coisa pode ser vendida, separe os três sacos. Quando algo entrar em algum deles, não pode mais sair. O segredo é passear com eles pelos vários cômodos e fazer com que se encham com tudo o que é inútil. Esse processo não precisa ser feito em um dia só. De repente, sentada no sofá, você enxerga um vaso quebradinho ali no canto da sala que só não foi para o lixo ainda por pura preguiça. Basta destiná-lo a um dos três sacos. Mas também não funciona deixar o acaso agir sozinho. A iniciativa é que leva a um resultado consistente.

“Precisamos nos desapegar do velho, dos automatismos, dos atalhos mentais que usamos por preguiça e que nos impedem de ter um novo olhar sobre tudo”, complementa Lana. “A decisão de pôr mãos à obra e reorganizar o espaço interno e externo tem um efeito transformador. Abre espaço para uma nova disposição, um novo jeito de se posicionar na vida”, diz. É um movimento de renovação não apenas do que está visível, mas, mais importante, do que está por dentro – do seu armário ou de você mesma.
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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Recomeço

" Não importa onde você parou,
em que momento da vida , cansou.
O  que importa é que sempre
é possível e necessário, recomeçar...
Por isso,
Tô relendo minha lida, minha alma, meus amores.
Tô revendo minha vida, minha luta, meus valores.
Refazendo minhas forças, minha fonte, meus favores.
Tô regando minhas folhas, minhas faces, minhas flores.
Tô limpando minha casa, minha cama, meu quartinho,
Estou podando meu jardim,
Estou cuidando bem de mim."

Manoel de Barros