terça-feira, 29 de novembro de 2011

A Árvore a que Pertenço


Por uma troca de cabos, não pude trazer pra vcs as fotos do meu manacá floridinho.Desde outubro que ele salpica de roxo e branco o fundo do quintal, que fica todo perfumado ao entardecer. As flores nascem num roxinho vivo e brilhante e à medida que vão envelhecendo variam suas tonalidades de lilases até o branco total. 

Assim o arbusto ( que ele ainda o é) apresenta essa mistura linda de cores, representando as fases da vida da planta. Enquanto há flores-bebês, outras já são adolescentes, umas tantas maduras e, algumas velhinhas, mas o conjunto todo é de uma harmonia perfeita que transmite a serenidade e a certeza da beleza existente em cada fase da vida.

O espécime daqui de casa é também conhecido por Manacá-de-Cheiro. Floresce a maior parte do ano , para sorte nossa que podemos desfrutar de sua presença.
A pintora brasileira Tarsila do Amaral, amava essa árvore e a imortalizou numa obra maravilhosa.


Manacá-1927 
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E como flores e poesia são primas-irmãs, transcrevo o poeta Manoel de Barros, em perfeita união delas no poema:
Deus Disse 

Deus disse: Vou ajeitar a você um dom:
Vou pertencer você para uma árvore.
E pertenceu-me.
Escuto o perfume dos rios.
Sei que a voz das águas tem sotaque azul.
Sei botar cílio nos silêncios.
Para encontrar o azul eu uso pássaros.
Só não desejo cair em sensatez.
Não quero a boa razão das coisas.
Quero o feitiço das palavras.

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 È por tudo isso que eu pertenço ao meu Manacá em prosa e verso.

domingo, 27 de novembro de 2011

Presença do Cinza


Acho que sem pensar muito herdamos de nossa infância uma certa antipatia pelo cinza. São constantes as observações sobre um dia chuvoso:__ Hoje está feio. O céu está cinza.
Crescemos com esta visão, na maioria das vezes, e nem nos demos ao trabalho de rever este conceito.Até porque, as demais cores vibrantes são tão óbvias de beleza e encantamento que relegamos o pobre cinza à sua insignificância e lá o deixamos ficar, isolado e de preferência, escondido.

Mas, olhando com bondade, um dia cinzento tem suas belezas também.As nuvens que trazem a cor parecem fundir céus e terra numa gigantesca tela, hora escura, hora clara, mostrando que as nuances feitas dão contornos bonitos aos nossos horizontes e que as formas das coisas podem ser vislumbradas apesar da penumbra.

Preferível se fossem azuis? Sim! Mas é esta possibilidade de mudança que dá graça aos fatos, moldura aos dias, reflexões à mente e acalanto ao espírito.Em dias cinzas que convidam ao recolhimento, podemos, se quisermos, vasculhar o coração com olhos atentos;os mesmos que temos para tentar enxergar além das nuvens, além da garoa fina,e fazer descobertas, remexer guardados, tirar os véus e radiar-se para um dia azul.

Os cinzas nos permitem o recolhimento para estarmos renovados(as) nos azuis, nos amarelos, vermelhos... 
Luz/sombra, claro/escuro, todos matizes importantes no caleidoscópio da vida.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Um Dia Daqueles


Tava de bicho-carpinteiro,
e não era no corpo inteiro.
Era bicho irriquieto, 
comichento, 
que dá num dia 
de pouco vento.
Ao acordar, já sabia
que aquele dia prometia
panos pras mangas,
com todas as garantias.
Vai num pique a toda,
remexendo e revirando, 
o que tava em cima, 
passou pra baixo,
ficou de fora,
o que dentro estava,
mudou a hora, pintou
o sete,desfez a ponta,
raspou a tinta que
descascava, doou
a tela, tingiu a manta,
pregou no canto,
uns bons achados, 
então, por fim
varreu o pó que
havia deixado,
puxou um livro e se
recostou cansada,
tomou o chá na 
página marcada.
Olhou a tarde já
 findando, sorriu
contente pro dia
bem pontilhado
que virou e  sacudiu 
todo o sobrado. (Calu) 
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Imagens: We Heart It

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Olhos Passeadores

Vamos apenas passear. Olhos e coração ditam as palavras que as imagens ofertam.


Chuva de flores perfumando o dia. Feche o guarda-chuva e se molhe sem receio!


Nem tudo que parece árido, realmente está. A vida é surpreendente,não é Celina?


Água e transparência, combinação perfeita que reflete o belo! 


E a lua trazendo do Sol o brilho, incandesce o feito dos homens! 
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Imagens: MeMe, Uol,G1

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Ferramenta da Vida


Nestes últimos dias tenho tropeçado em tantas palavras interessantes que longe de me causarem dor, só me tem trazido claridade, entusiasmo e esperança.Portanto, não resistindo a tão boa presença, partilho aqui com vcs, gente querida, mais umas palavrinhas preciosas, que creio, trarão mais brilho aos seus dias.
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A Palavra
[...] A palavra, que ferramenta.
É uma pena que haja tamanha displicência em relação ao seu uso.Poucos se dão conta de que ela é a chave que abre as portas mais emperradas, que ela facilita negociações, encurta caminhos, cria laços, aproxima as pessoas.Tanta gente nasce e morre sem dialogar com a vida.Contam coisas, falam por falar, mas não conversam, não usam a palavra como elemento de troca. Encantam-se pelo som da própria voz e, nessa onda narcísica, qualquer palavra lhes serve.
Mas não.Não serve qualquer uma.
A palavra exata é um pequeno diamante.Embeleza tudo: o convívio, o poema, o amor.
Quando a palavra não tem serventia alguma, o silêncio mantém-se no posto daquele que melhor fala por nós[...]

Martha Medeiros(trecho)
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Os meus dias tem sido acrescido de brilho especial com esta ferramenta, a palavra, que nos aproximou.
Que seus dias sejam de palavras iluminadas.
Calu

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Palavras Necessárias


Em outro dos meus passeios por uma livraria de meus amores, fui escolhida pelo livro que me cativou logo no título:"A Cidade das Palavras", de Alberto Manguel. Como tenho amor por idéias e palavras, fui seduzida num primeiro olhar e não me decepcionei.
Destaco o trecho abaixo em meio aos novos conhecimentos que o autor me proporcionou.

"... a linguagem é um ser vivo, que não reconta, mas representa o nosso passado.A linguagem"força a realidade a se manifestar", ela escava suas profundezas e traz à tona as situações fundamentais da condição humana, sejam elas grandiosas ou mesquinhas.
A linguagem nos dá a ver por que, afinal vivemos juntos.A maioria de nossas funções humanas é singular; não precisamos de ninguém para respirar, andar, comer ou dormir. Mas , precisamos dos outros para falar, para que nos devolvam o que dissemos.
A linguagem , declarou Döblin, é um modo de Amar os outros[...]"
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Autor: Alberto Manguel, in: A cidade das palavras (análise crítica/literatura e sociedade)
Referência: Alfredo Döblin__ médico neurologista e escritor polonês de origem judaica, adquiriu sucesso mundial com seu romance "Berlin Alexanderplatz", de 1929. Emigrou para os EUA em 1940, fugindo da invasão nazi.
Fonte : Wikipédia

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Dois Cafés, s'il vous plait


Senta aí, fique à vontade.Desfrute de seu cafézinho que esse momento faz milagres em nosso dia.
Sabe, eu estava aqui rememorando os preparativos que fazemos quando vamos viajar. Eu, pelo menos, fico quase um mês antes anotando tudo que vou precisar pôr na mala, na necessaire, na sacola de mão,eh, pois mulher não sai de casa sem levar o básico(?), nunca se sabe do que podemos precisar em uma ocasião inesperada.Portanto, o lema é: esteja preparada para tudo!

Super válido para qualquer saidinha de casa, para além ou para ali.E, comprovamos, envaidecidas, que somos prevenidas até os dentes.Só que, muitas vezes esquecemos de agir assim no dia-dia. A capa da rotina encobre o inesperado e nos surpreende sem a bagagem de apoio. Aí,num suspiro profundo, nos descobrimos desorientadas, sem chão.Suprir necessidades do corpo é bem mais fácil do que as da alma. E, essas doem, latejam, não dando chance duma aspirina salvadora.

O que fazer agora? Nada que tenhamos à mão resolverá esta dor.Mas, nem tudo está perdido. Temos uma bagagem emocional maior que supomos e, nessas horas é ela que nos resgata do abismo que julgamos iminente.Mas como?, perguntarão vocês. ___Com posturas assertivas diante do fato, digo eu.Trazendo atitudes do cotidiano que podem ganhar a roupagem ideal para cada situação.Pensem comigo; o coração tá doído? Então utilize o lema ecológico: Reduza, Reutilize, Recicle. Teve uma desilusão? Rechace, Recupere-se, Renasça.
Com criatividade e boa aplicação o uso dos "3 erres" é de larga utilização.Vale a pena experimentar e passar a colocá-los como ítens permanentes da nossa bagagem emocional diuturna.


Em pausas não esperadas, lembre-se : Reaja, Reúna, Retome.
"O corpo reflete aquilo de que está cheio o coração!"
Calu 
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Imagens: sophie-gir, big

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Linhas Rabiscadas


Levante a mão aí,quem nunca rabiscou! Eu acho que serão pouquíssimos os apresentados.Uma tentação irresistível é ficar dando volteios com o lápis ou a caneta naquela pontinha final do caderno. E a última página, então? Essa é terra de ninguém. Enquanto o(a) professor(a) está lá na frente suando regras, os alunos(em sua maioria, né?)estão com um olho nele e outro na garatuja que surgiu no papel.

Uma bolota vira escudo do time.Uma linha, horizonte. Meio círculo, pode ser um sol, um bonequinho e quantas coisinhas mais a imaginação permitir.Mas, sendo justa, não são só os alunos não.Hoje, adultos,quem não tem um risca-rabisca na sua mesa de trabalho,heim?      Ô trocinho bem bolado, este!

Já foi comprovado que rabiscar é altamente positivo para incentivar diversas conexões ao mesmo estímulo.Deve ser por isso, que em todos os seminários, palestras e afins, ganha-se na entrada a famosa pastinha com bloquinho e caneta para anotações.Boa desculpa, não é?Porém, uma das importâncias de tudo isso, está no nosso olhar sobre esta ação tão habitual e inocente com saudosas recordações do tempo de colégio, quando fazíamos de rabiscos, imagens, representações,cenas, figuras e o que mais dali surgisse durante o tempo corrido da aula.Inutilidades? De jeito nenhum.

Estávamos desenvolvendo nossa capacidade de interagir e responder ás múltiplas exigências do momento e nos esforçávamos para dar conta de tudo, até conseguindo,na maioria das vezes.E, sem muita consciência nos preparávamos para as responsabilidades da vida adulta, com leveza, usando da brincadeira e da arte como suportes para deixar a imaginação voar. 


E agora? Quando temos nos dado esta chance novamente? Usarmos da brincadeira e da arte para suavizar a vida. Dar leveza ao que nos pesa. Dar simplicidade ao complicado?
Vivendo o nosso tão conturbado tempo, vejo a tremenda necessidade de voltarmos a rabiscar sonhos, a fazer dum borrão, um desenho animado e ajudar com lápis-de-cor a pintar carneirinhos no céu.
 Precisamos dessas possibilidades para nos recordarmos que somos capazes de criar cenas bonitas, singulares ou plurais, mas sempre traçando um desenho melhor a cada página da vida.
Calu
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Imagens: RevistaSuper, Boysen-Home

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Nosso Mar - Teia Ambiental


Esta é a parte final da enseada da praia de Piratininga, que corresponde ao agrupamento das três praias oceânicas na costa niteroiense.Até aí, nada diferente das formações costeiras desse nosso Brasil litorâneo.
As praias que formam essa baía são muito procuradas pelos banhistas de final de semana, tanto quanto os de veraneio, por se tratarem de praias limpas, fora da baía da Guanabara e tendo pouca urbanização em sua costa.
Era assim. Hoje, já proliferam prédios pra todo lado. Bem verdade que de gabarito baixo, mas deixa uma pergunta no ar: aonde estão sendo jogados os dejetos? E , agravando ainda mais a situação dos últimos cinco anos, tem sido recorrentemente visto filas de navios ancorados perto das três ilhotas a meio mar.Que ali ficam dias, esperando sua entrada no porto do Rio.Enquanto esperam, na certa, lavam seus tanques, seus entulhos e tudo o mais que lhes der na cabeça, no mar limpo, que seguidamente tem trazido ao quebra-mar, lixo e uma espuma esverdeada, gosmenta que suja toda a orla. 

Foto de Ronaldo Machado(morador) 

Perguntam-se as pessoas distintas: Onde está a fiscalização dessa atividade?Onde estão as autoridades competentes? E, nesse jogo de Onde está Wally, passam-se os dias, os meses, num entra e sai de navios alternados de semanas entre uns e outros fazendo da nossa região praieira antes tão intocada, agora vítima de descaso permanente.
Isso, sem mencionar os prejuízos para a atividade pesqueira existente aqui na região com uma grande concentração de colônias de pescadores, que vêem, muitas das vezes seu fruto de trabalho arruinado pela quantidade de lixo que vem nos arrastões. 

Foto de Laura Guimarães 

È  lamentável que, em pleno século da conscientização ambiental, ainda ocorram abusos como esses, sem que seja movido um òrgão público em sua defesa. Não tem faltado manifestações dos moradores e pescadores, porém a prefeitura da cidade está muito ocupada, cercando as pracinhas (7) em frente à praia, para revitalizá-las, sendo que a última revitalização ocorreu em 2009, e de lá pra cá tudo está em seu lugar.
Ninguém entende...pra falar o mínimo, sobre essas ações.
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Então, pra dar um toque de lirismo, numa clara esperança de que a natureza seja respeitada, trago Cecília Meireles, nossa poetisa que hoje, dia 07/11, nascia no Rio de Janeiro, fazendo da sua cidade natal, ponte para grande parte de sua obra. 

1901/ 1964 
Mar Absoluto (trecho) 

" O mar é só mar, desprovido de apegos,
matando-se e recuperando-se,
correndo como um touro azul por sua própria sombra,
e arremetendo com bravura contra ninguém,
e sendo depois a pura sombra de si mesmo,
por si mesmo vencido. É o seu grande exercício..."

Imagens: nitnews, escolabrasil.

sábado, 5 de novembro de 2011

Um Pé lá outro Cá



Começou pela manhã, numa inocente caminhada.Pés na areia, cabeça voando, barulho do mar e dos próprios passos.Impossível não divagar num dia claro assim, com um sol assim que convida ao mar, na cadência do pisar.E, caminhando e sonhando, fui lembrando           ( apesar do gerúndio) das muitas identidades que se vão revelando através dos dias, das necessidades, da força da vida que se impõe a toda hora mudando rumos, trocando senhas,abrindo trilhas...e, quem hoje diria, que um dia eu, já quis ser bailarina.Ter umno palco, bailar pelo famoso Lago; mas, nem cheguei a sentir a relva das margens. Um -de-vento maroto, o máximo que me permitiu, foi dar uns volteios pelos bailes da vida. 
Não cheguei a ser um -de-valsa, mas até hoje, dá pro gasto sem fazer muito feio no meio do salão.Fui aprendendo ao pé-da-letra, como se vai adaptando os passos de acordo com o ritmo, descompassando quando preciso, claro, porque ninguém gosta de ter pé pisado


E lá fui eu, pisando devagarinho no chão da cozinha, meio assustada, me fazendo de entendida, mesmo cheia de medo, resisti à vontade de dar no dali. E de fuxico em fuxico, piloto o fogão com certa desenvoltura e até uma pequena ousadia, quando tento por em prática tantas receitas bacanas que aprendo nos blogs de amigas. 


Prudência e equilíbrio são ingredientes básicos que logo comecei a usar aproveitando uns instantinhos de parada, pés pra cima, cabeça nas nuvens. 


Pena que momentos assim, são curtos e logo alguém chama, o telefone toca, a hora marcada chega e pondo os pés no chão, a realidade pega no pé sem dó. 


Acabou a caminhada, nesse devaneio sem  nem cabeça, parecendo centopéia desenhada me encontro novamente com o na cozinha, pois a turma vem faminta da cabeça aos pés.Então deixo nesse pé-de-página, o meu agradecimento à vc, que comigo pôs os pés nas nuvens.
Bjosss! 

Imagens: Fave, Janet Hill, Nikko Barber, Renato Silva

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Presenteada

Gente querida,
hoje estou toda convencida.
Recebi dois lindos presentes
de duas lindas amigas,
que derramaram amor
e mel em forma de 
carinho e poesia.
Sou mesmo uma felizarda,
pois, gentilezas recebo
de pessoas amadas! 
Calu
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Esse delicado scrap ganhei de presente da Graça : botoesdemadreperola.blogspot.com  


Obrigada graciosa amiga,que por nome já revela a beleza d'alma. 
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E essas maravilhosas flores recebi em prosa amorosa de Glorinha :cafecomglorinha.blogspot.com 


Na candura da oferta movem-se os sentimentos escritos tão carinhosamente.
Obrigada amiga!

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A Hora do Estalo


De repente, não mais que de repente, a gente tem um estalo. Elétrico, não.Por Favor!O estalo a que me refiro é de consciência, idéia como a do Prof.Pardal, aquele dos quadrinhos  que vivia com seu assistente, o Lampadinha.Pois então, é dessa hora que falo, a Hora do Estalo. Bem diferente da Hora da Estrela e da do Espanto, essa pode ocorrer entre uma chuveirada e uma espreguiçada.No momento menos esperado e talvez nem imaginado, pois naquele segundo anterior estávamos lendo a seleção dos filmes em cartaz e pimba!
Dá-se o estalo: __ Mas, o que é que eu tenho feito nos últimos dias? Nos últimos meses?No último ano?
E a resposta nem tarda, nem falha: __Trabalhado.Trabalhado.Trabalhado!
Nada contra, pelo contrário.Um leãozinho dos médios por dia até agita a rotina.Mas, quando nos damos conta de que temos enfrentado e domesticado uns cinco all day, aí a ficha cai.
Tenho tido disposição pra tudo isso?__ perguntamo-nos. Ás vezes a resposta será sim. Outras, talvez.Porém, o que tenho ouvido em esmagadora maioria é um sonoro Não!
E multidões de trabalhadores seguem arrastando suas correntes pesadas dia após dia sem enxergarem possibilidades de suavização nessa rotina; sai em notícias de toda mídia.Aí, começa o corpo a reclamar, a gritar, a acenar: __Olhe pra mim, ei sou eu, seu pobre corpinho maltratado!!E, lá vem estafa, estafinha, estafão, gripe, gripinha, infecção...e a lista cresce e aparece até tirar-se uma licença do trabalho, não para dar uma viagem curtinha logo ali, mas pra ficar de molho na cama cheio de dores e remédios, ahrgggg!
Alguém já viu esse filme? Eu já, e nos últimos seis anos de minha lida. Até que fiz as contas e vi que estava com 26 anos de dedicação canina á minha atuação profissional e a minha hora do estalo aconteceu, tchan,tchan,tchan,tchan. Ôpa,pensei, pera aí minha gente, a hora é agora, o momento é já, então porque esperar mais.Tá no tempo de ter tempo.E, como isso é chic, gente.Ter tempo é tudo de bom!
Claro que há perdas salariais significativas, mas é preciso escolher, como é preciso saber viver, então escolho a 2ª opção, pois como diz um colega professor:" Se matar de trabalhar, só serve pra vc ser o mais rico do cemitério." 


Pra que esperar o copo transbordar? O melhor é dosar (na medida do possível) todas as atividades, colocando mais vida em nossos dias. E, juntando ação e canção, o Frejat do Barão Vermelho com parceria, adaptou o poema ;"Desejo", de Victor Hugo que resultou num pop muito apropriado chamado: Amor pra Recomeçar.Vejam só!

Eu te desejo

Não parar tão cedo
Pois toda idade tem
Prazer e medo... 
E com os que erram
Feio e bastante
Que você consiga
Ser tolerante...

Quando você ficar triste
Que seja por um dia
E não o ano inteiro
E que você descubra
Que rir é bom
Mas que rir de tudo
É desespero...

Desejo!
Que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor
Prá recomeçar
Prá recomeçar...

Eu te desejo muitos amigos
Mas que em um
Você possa confiar
E que tenha até
Inimigos
Prá você não deixar
De duvidar...

Quando você ficar triste
Que seja por um dia
E não o ano inteiro
E que você descubra
Que rir é bom
Mas que rir de tudo
É desespero...

Desejo!
Que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor
Prá recomeçar
Prá recomeçar...

Eu desejo!
Que você ganhe dinheiro
Pois é preciso
Viver também
E que você diga a ele
Pelo menos uma vez
Quem é mesmo
O dono de quem...

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Essa pra cantar e pensar, viu pessoal?
Bjos.