A cada novo pleito me disciplino na tentativa de uma boa escolha, mas, por mais otimista que possa ser constato que continuo votando no menos pior. Por quê? Porque a soberania dos partidos que temos apresenta o candidato que possa dar continuidade aos seus enormes privilégios, tipo: fundo partidário. Assim, o rabo continua ciclicamente mordendo o cachorro e o povo sendo enganado sistematicamente. É uma rede feita em nós de marinheiro sequenciais e tecida a pelo menos um século. Um baile de máscaras regado a sordidez e vilanias que se perpetua ano a ano. Temos até soberanos estaduais que logo se apresentarão com cetro, coroa e pompa. Uma desalentadora ópera-bufa.
A estas criaturas esvaziadas de princípios morais eu recomendo 3 doses diárias de bons preceitos em forma de poesia pra lhes açucarar a alma.
As coisas que a gente fala
( Ruth Rocha )
"As coisas que a gente fala
saem da boca da gente
e vão voando, voando,
correndo sempre pra frente.
Entrando pelos ouvidos
de quem estiver presente
E a pessoa distraída
Não presta muita atenção.
Então, as palavras entram
e saem pelo outro lado
Sem causar complicação.
Mas, ás vezes as palavras
Vão entrando nas cabeças,
Vão dando voltas e voltas,
Fazendo reviravoltas
e vão dando piruetas.
Quando saem pela boca
saem todas enfeitadas,
engraçadas , diferentes,
com palavras penduradas.
Mas, depende das pessoas
Que repetem as palavras.
Algumas enfeitam pouco.
Algumas enfeitam muito.
Algumas enfeitam tanto,
Que as palavras- que engraçado:
Nem parecem as palavras
Que entraram pelo outro lado.
E depois que elas se espalham,
Por mais que a gente procure,
Por mais que a gente recolha,
Sempre fica uma palavra
Voando como uma folha,
Caindo pelos quintais,
Pousando pelos telhados,
Entrando pelas janelas,
Penduradas nos beirais.
Por isso, quando falamos
temos de tomar cuidado.
Que as coisas que a gente fala
Vão voando, vão voando,
E ficam por todo lado.
E até mesmo modificam
O que era nosso recado[...]"