quinta-feira, 25 de junho de 2020

Pinceladas




Transborda céu e mar num quadro todo azul chamando naturalmente os olhares. 





Desliza macio o pincel do artista divino fazendo arabescos diáfanos na tela imensa.






"Contemplar o belo é fazer das pequenas coisas um espetáculo aos nossos olhos.É dialogar com amigos, elogiar as pessoas[...]admirar as crianças, ouvir as histórias dos mais velhos."
( Augusto Cury)





Viver a arte da contemplação do belo nutre a existência dos dias, aviva as cores das horas, desperta a gratidão por tais dádivas.




“Serenidade. Encantamento.
A alma é um parque sob o luar.
Passa de leve a onda do vento,
fica a ilusão no seu lugar.
Vem feito flor o pensamento,
como quem vem para sonhar.
Gotas de orvalho.Sentimento.
Névoas tenuíssimas no olhar.
Tombam as horas, lento e lento,
como quem não nos quer deixar.
Êxtase. Vésperas. Advento.
Ouve! O silêncio vai falar!
Mas não falou…Foi-se o momento…
E não me canso de esperar”.


( Henriqueta Lisboa)




sábado, 20 de junho de 2020

A poesia é disciplina da magia



( Google)


Há alguns anos, o escritor moçambicano Mia Couto contou-me uma história de que gosto muito. O meu amigo terminara de escrever “Antes de nascer o mundo” (Companhia das Letras, 2009), romance no qual conta a história de Silvestre, um homem desiludido com a humanidade, que arrasta os dois filhos para uma região isolada porque, diz-lhes, o mundo acabou. 

O livro estava pronto, mas ainda não fora publicado, quando Mia recebeu uma proposta de trabalho, enquanto biólogo, que implicava uma viagem pelo interior do país. Numa aldeia remota encontrou um velho que lhe disse ser cego. Na manhã seguinte, porém, Mia encontrou-o a ler. “Mas você não me disse que era cego?”, perguntou-lhe. E o homem respondeu: “Só não sou cego enquanto leio”.

Na verdade, não tenho a certeza se a ficção adivinha o futuro, ou se, pelo contrário, o constrói. Esta é , aliás, a tese de meu novo romance. O que faça, afinal, é levar a sério a primeira frase de um dos livros mais lidos (e, provavelmente, menos compreendidos) do mundo – a Bíblia. “No princípio era a palavra”, afirma a Bíblia. Ou seja, antes do real, existia a palavra. É a palavra que cria a realidade.

Os magos, ou xamãs, em todas as culturas ao redor do globo, antes e depois da afirmação do cristianismo, acreditam no mesmo. Não por acaso, a poesia começou por ser uma disciplina da magia. A palavra evoca os deuses, dá existência a seres e a objetos. A palavra cria e descria os enredos, desenha a linha do tempo.

O momento que vivemos inquieta porque não conseguimos ver para além da montanha. Sim, sobreviveremos à pandemia. Mas sobreviveremos ao que vem depois?

Talvez a resposta já tenha sido escrita, algures, por algum escritor. Também por isso, nada melhor do que aproveitar os dias de isolamento para ler. Ler, aliás, é a melhor maneira de contrariar o isolamento. Leitores não são ilhas. São universos em expansão.

Trecho do artigo “No princípio era a palavra”, de José Eduardo Agualusa, publicado em 28/03/2020 no Segundo Caderno do jornal O Globo.




terça-feira, 16 de junho de 2020

" Para a memória, o tempo não passa"


Corria o ano da graça de 2010 quando essa fofura toda nasceu, o Miguel, meu primeiro neto. Precioso presente dos céus em nossa família. 
Risonho desde sempre. Atento e amoroso, naturalmente, encheu nossos dias de alegrias viçosas e muito amor.
Hoje completa 10 anos. É um garoto grande e muito amado.



Em 2019 mudou-se pro Canadá ( a família) e, claro, deixou um vazio significativo em meus dias. Sorte que temos as tecnologias pra nos auxiliar a preencher um pouco as saudades compridas.


( Miguel e Rafael)

Por mídias e por fotos vou me consolando da falta que sinto deles.



Meu primeiro amor, feliz sou eu em tê-lo como neto.
Deus te abençoa e felicita infinitamente, Guelito. Todas as alegrias são tuas companheiras constantes. 

Feliz aniversário, amado da vovó! 




Foto feita em 2017 no Museu do Amanhã montada em collage.




domingo, 14 de junho de 2020

Recomeços



(by Tica)



Quando a vida bater forte e sua alma sangrar,
Quando esse mundo pesado lhe ferir, lhe esmagar, 
É hora do recomeço.
Recomece a lutar. 

Quando tudo for escuro e nada iluminar, 
Quando tudo for incerto e você só duvidar,
É hora do recomeço
Recomece a acreditar.

Quando a estrada for longa 
 e seu corpo fraquejar
Quando não houver caminho
nem um lugar pra chegar;
É hora do recomeço.
Recomece a caminhar.

Quando o mal for evidente e o  amor se ocultar 
Quando o peito for vazio e o abraço faltar
 É hora do recomeço.
Recomece a amar. 

Quando você cair e ninguém lhe amparar,
Quando a força do que é ruim conseguir lhe derrubar,
É hora do recomeço.
Recomece a levantar.  

E quando a falta de esperança decidir lhe açoitar,
Se tudo que for real for difícil  suportar,
É hora do recomeço.
Recomece a sonhar. 

É preciso de um final pra poder recomeçar.
Como é preciso cair pra poder se levantar.
Nem sempre engatar a ré significa voltar. 


Remarque aquele encontro. Reconquiste um amor.
Reúna quem lhe quer bem. Reconforte um sofredor.
Reanime quem está triste e reaprenda na dor. 


Recomece! Se refaça! Relembre o que foi bom!
Reconstrua cada sonho. Redescubra algum dom.
Reaprenda quando errar. Rebole quando dançar.
E, se um dia, lá na frente, a vida der uma ré
Recupere a sua fé e recomece novamente. 

(Bráulio Bessa)







terça-feira, 9 de junho de 2020

Contando o tempo- aniversário na quarentena



Ontem ainda, essa bonequinha cacheada de 8 aninhos fazia uma farra danada com a pequena amiguinha do primo.

Ana Clara, netinha do coração, chegou lá em casa toda sorridente com seus 4 aninhos de sapequice, empoleirada no cangote do meu filho. Foi amor instantâneo.

Foi a única criança da casa por mais de três anos a partir daquele dia, até a chegada do Miguel em 2010.
Ô saudades compridas!


 Hoje, uma moça linda completando seus dezessete. Uma graça de mocinha. Amorosa, gentil e muito agarrada com os irmãos.
Um presente de Deus em nossa família. 



Parabéns, Aninha, todas as alegrias são tuas companheiras diárias! Deus te abençoa e felicita, sempre!
Somos felizes, princesa! 






Por lá, arraiá quase pronto. Vai ter comes e bebes juninos e a família vai cantar os parabéns pelo vídeo. São os tempos...
Assim que tudo passar iremos comemorar de novo! 

Viva a Aninha!


terça-feira, 2 de junho de 2020

Fluindo com o mar


Deixando fluir...

O fascínio que a imensidão do mar exerce transborda em emoções complexas, nem sempre definidas, mas, o sentir intenso tem o condão de silenciar definições. 

Nunca antes, o marulhar libertou tantos sorrisos guardados! 

Os olhos que hoje te contemplam trazem um brilho inaugural! 

Nada é tão encantador quanto tuas beiradas rendadas por sobre a areia! 

Vejo no preparo do novo repuxo a consistência da esperança! 

Privilégio é ter-se gaivotas em vôo a enfeitar o teto azul! 

Deixaram a tinta branca correr solta na tela azul  e, que belos acabamentos foram feitos! 

Ah, o mar... não cabe em palavras! 



Outras fluições..

" O mar não recompensa os que são por demais ansiosos, ávidos ou impacientes. Escavar tesouros mostra não só impaciência e avidez, mas também falta de fé. Paciência, paciência, paciência é o que nos ensina o mar. Precisamos nos deitar vazios, abertos e sem exigências, como a praia - esperando por um presente do mar.!" 
( Anne M. Lindberg)


" Tudo o que temos de decidir é o que fazer com o tempo que nos é dado!
( Tolkien)