___ Ôba, Pop-Corn! Com esta exclamação, meu neto anunciou sua alegria ao saber que eu iria fazer sessão pipoca pra assistirmos pela milionésima vez o filme Enrolados.Acho uma graça essas espontaneidades em outra língua.Não sou a favor de exageros e muito menos de exigências descabidas às crianças.Cada etapa deve ser respeitada dentro do ritmo de cada um, de preferência.Bem sei o quanto isso é minucioso e complicado, porém não pode ser descartado por nenhum professor(a) e deve permanecer como preocupação constante.Mas, de uns tempos pra cá tem sido incluído ao currículo de algumas escolas, o estudo( apresentação básica) duma língua estrangeira que de forma suave vai familiarizando os pequenos e os maiorezinhos aos ditos e nomeações mais rotineiras na língua em estudo.Meu neto, Miguel, está aprendendo as cores, nomes de bichos e materiais escolares em inglês e, me parece interessado, o que é bastante confortador, afinal ele tem cinco aninhos.O que não significa nenhum empecilho pra novas aprendizagens, ao contrário, esta fase é marco inicial pra avanços, porém sem cobranças indevidas e muito menos obrigações pesadas.Tudo tem de ser lúdico, fantástico e historiado, conduzido com naturalidade e perseverança pelos facilitadores/professores e pelos pais também.
___Potes cheios, todos no sofá.A sessão vai começar.Roda o filme, pessoal!
A plasticidade cerebral dos pequenos e jovens tem sido campo de estudos extensos.Destaco abaixo um pequeno trecho do livro:O cérebro, guia para o usuário, de John Ratey:
"Todos nós temos testemunhado como é muito fácil para uma criança captar uma segunda língua.Numa família americana que foi transferida para Tóquio por um ano, o filho em idade escolar aprendeu a conversar em japonês enquanto sua mãe ainda se debate para conseguir uma comunicação básica.As crianças expostas a duas línguas desde o nascimento aprendem a falar ambas com fluência.Patrícia Kuhl, pesquisadora linguística da Universidade de Washington, gosta de dizer que todos os bebês nascem " cidadãos do mundo", querendo com isso dizer que eles podem aprender perfeitamente qualquer língua.Não importa onde um bebê está sendo criado: ele ou ela pode distinguir as sutis pistas auditivas típicas de qualquer língua não-nativa e está presumivelmente apto a aprender qualquer linguagem ouvida."
Eu também testemunhei, por vezes, esta afirmação da pesquisadora.Tive, em certa ocasião, em sala no segundo ano do 1º ciclo, uma aluninha brasileira, filha de mãe espanhola, que se comunicava fluentemente nos dois idiomas, o pátrio e o materno.De outra feita, recebi no meio do ano letivo, no quinto ano do 2º ciclo, um aluno alfabetizado e cursado nos estudos em francês, filho de pais brasileiros,também desenvolto nos dois idiomas, o complicador ficou na escrita.Levou uns meses para firmar-se na escrita em português.Tive ótimas notícias dele nas séries mais adiantadas.
" O desenvolvimento do cérebro no feto e no bebê ocorre através de uma série de períodos críticos, " janelas de oportunidade", quando as conexões para uma função são extremamentes receptivas à informação."
( o mesmo)
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Imagem: pinterest/rosademaio)