segunda-feira, 8 de junho de 2015

Janelas Oportunas - tempo de descobertas








___ Ôba, Pop-Corn! Com esta exclamação, meu neto anunciou sua alegria ao saber que eu iria fazer sessão pipoca pra assistirmos pela milionésima vez o filme Enrolados.Acho uma graça essas espontaneidades em outra língua.Não sou a favor de exageros e muito menos de exigências descabidas às crianças.Cada etapa deve ser respeitada dentro do ritmo de cada um, de preferência.Bem sei o quanto isso é minucioso e complicado, porém não pode ser descartado por nenhum professor(a) e deve permanecer como preocupação constante.Mas, de uns tempos pra cá tem sido incluído ao currículo de algumas escolas, o estudo( apresentação básica) duma língua estrangeira que de forma suave vai familiarizando os pequenos e os maiorezinhos aos ditos e nomeações mais rotineiras na língua em estudo.Meu neto, Miguel, está aprendendo as cores, nomes de bichos e materiais escolares em inglês e, me parece interessado, o que é bastante confortador, afinal ele tem cinco aninhos.O que não significa nenhum empecilho pra novas aprendizagens, ao contrário, esta fase é marco inicial pra avanços, porém sem cobranças indevidas e muito menos obrigações pesadas.Tudo tem de ser lúdico, fantástico e historiado, conduzido com naturalidade e perseverança pelos facilitadores/professores e pelos pais também.
___Potes cheios, todos no sofá.A sessão vai começar.Roda o filme, pessoal!



 A plasticidade cerebral dos pequenos e jovens tem sido campo de estudos extensos.Destaco abaixo um pequeno trecho do livro:O cérebro, guia para o usuário, de John Ratey:

"Todos nós temos testemunhado como é muito fácil para uma criança captar uma segunda língua.Numa família americana que foi transferida para Tóquio por um ano, o filho em idade escolar aprendeu a conversar em japonês enquanto sua mãe ainda se debate para conseguir uma comunicação básica.As crianças expostas a duas línguas desde o nascimento aprendem a falar ambas com fluência.Patrícia Kuhl, pesquisadora linguística da Universidade de Washington, gosta de dizer que todos os bebês nascem " cidadãos do mundo", querendo com isso dizer que eles podem aprender perfeitamente qualquer língua.Não importa onde um bebê está sendo criado: ele ou ela pode distinguir as sutis pistas auditivas típicas de qualquer língua não-nativa e está presumivelmente apto a aprender qualquer linguagem ouvida."


Eu também testemunhei, por vezes, esta afirmação da pesquisadora.Tive, em certa ocasião, em sala no segundo ano do 1º ciclo, uma aluninha brasileira, filha de mãe espanhola, que se comunicava fluentemente nos dois idiomas, o pátrio e o materno.De outra feita, recebi no meio do ano letivo, no quinto ano do 2º ciclo, um aluno alfabetizado e cursado nos estudos em francês, filho de pais brasileiros,também desenvolto nos dois idiomas, o complicador ficou na escrita.Levou uns meses para firmar-se na escrita em português.Tive ótimas notícias dele nas séries mais adiantadas.



" O desenvolvimento do cérebro no feto e no bebê ocorre através de uma série de períodos críticos, " janelas de oportunidade", quando as conexões para uma função são extremamentes receptivas à informação." 
( o mesmo)




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Imagem: pinterest/rosademaio)




terça-feira, 2 de junho de 2015

Driblando os "mas" intrometidos








Ficar olhando os ponteiros do relógio( hoje pouco usados) fazerem suas voltinhas costumeiras pode ser bem reconfortante.Dá-nos a impressão que tudo está conforme o planejado, bonitinho, azeitado.Isso tranquiliza tanto quanto vermos as anotações e marcações da agenda, seja ela física ou eletrônica,  fluírem direitinho a cada dia assinalado.

Muitos dirão que isso tem todos os sintomas dum distúrbio comportamental.Pode até ser,só que estou pra conhecer alguém que não se amue com resvalos em suas expectativas, embora, estejamos carecas de ler, ouvir, saber que o imprevisível mora ao lado e faz-nos visitas inesperadas.Que faz parte do show. Que tudo é aprendizagem.Que isso burila o espírito criativo que temos e nos faz superar obstáculos.Concordo em total anuência, apesar dos sentimentos que nos assombram em momentos desgarrados ao controle, temos sim, de aprender com eles e com perseverança construirmos degrau a degrau o escape desse "mas" bloqueador em meio ao caminho.

Palavras, aforismos, ditados, conhecimentos do tema são aliados importantes para as horas descuidadas, não por nós e, sim, pelo vértice dos acontecimentos.

Essa enxurrada de considerações veio depois de assistir a um vídeo do atleta Derek Redmond, enviado pra mim.Uma prova inconteste de superação realizada por ele na Olimpíada de 92 ao sofrer uma lesão na coxa em meio a prova que disputava, não se dando por vencido, protagonizou um episódio emocionalmente exemplar ao insistir em terminar a prova mesmo sentindo fortes dores.O estádio olímpico se uniu em ovação ao atleta que mancando, seguia resoluto em direção a marcação  final da pista de corrida. Cena marcante e inesquecível.






Pra que a gente estenda a reflexão destaco um trecho do texto de Roberto Shinyashiki em seu livro, Tudo ou Nada, sobre as superações do dia-a-dia, chamado:


Hora da Estréia


Eu vejo tantas pessoas que ficam esperando a hora de começar a viver...Elas sonham com o que a vida pode ser, mas na hora H, não partem para ação.
Existem sempre um "mas" no meio do caminho.
Sempre encontram um defeito na pessoa para não mergulhar na relação...
Sempre aparece um obstáculo no caminho, um desafio a ser superado antes de começarem a viver de verdade: um trabalho por terminar, uma conta a pagar, problemas no casamento, na empresa, com os filhos...
Fazem muitas coisas, mas sem intensidade, sem se expor nem se arriscar para valer.
Por não se darem conta de que o tempo está passando, vão desperdiçando a vida até que um dia percebem que, se ficarem esperando o fim dos obstáculos, sua vida nunca vai começar, pois eles sempre estarão ali, esperando para ser superados. Na verdade, esses obstáculos são uma parte fundamental da vida de verdade.
A compreensão de que não existe felicidade pronta é um dos primeiros passos para a felicidade. Afinal, ser feliz é viver.
Por isso, não adianta ficar esperando o momento e o lugar certo, a situação ideal, a pessoa perfeita para partir para a ação para estrear no palco da vida. O espetáculo não começa somente quando essas condições ideais se concretizam, ele está acontecendo agora.
Há, no entanto, pessoas que nunca conseguirão estrear no palco da vida!
Elas se formam em Jornalismo, mas nunca se tornarão jornalistas.
Elas têm filhos, mas nunca serão pais ou mães.
Elas se casam, mas nunca amarão...
Elas estão sempre se preparando e ensaiando e não querem assumir o risco de ver que sua apresentação não foi aplaudida de pé.
Acabam não vivendo de verdade, pois a beleza da vida se manifesta quando você se lança totalmente à cena, quando você diz sim à vida e abraça todas as suas tristezas e alegrias, obstáculos e superações, virtudes e defeitos.
É assim que nos entregamos ao jogo da vida: aceitando tudo o que ela nos traz mesmo que nos pareça difícil, pesado e triste demais. Porque viver é aprender a fascinante arte de arriscar. É desenvolver a coragem de ir ao encontro dos chamados da vida. 



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