terça-feira, 27 de junho de 2023

As fotos devolvem os dias vividos


Me lembrei do que havia esquecido.

Ainda bem, nós podemos concluir no ímpeto do momento, mas nem sempre se dá a lembrança agradável que esperávamos tivesse aflorado no suspiro aliviado. Só que neste caso foi, foi agradável sim,

Procurando na galeria por uma foto em particular, dei com essa aí postada e quão bom foi tê-la reencontrado. Apesar d e ser janeiro, o dia estava nublado, mas em nada atrapalhou a vista da Praia da Urca e os nossos passeios pelo Pão de Açúcar. Turistando pelo Rio, eu, filhota, netos e genro, aproveitamos muito todas as belezas e circunstâncias da programação.

Mesmo de volta ao estado do Rio há 30 anos, somente quando a criançada se agita para conhecer pontos turísticos é que nós, adultos, nos mexemos. Porque, convenhamos que não é um passeio muito tranquilo por aqui devido a leva de turistas de todos os lugares, filas imensas e espaços lotados.

Demos certa sorte neste dia, pois não foi de todo desgastante. Conseguimos ir ao Cristo Redentor e ao Pão de Açúcar. Mal sabia eu que minha excursão turística não se acabaria nesse dia. Ao fim do mês de janeiro lá fui eu de novo dar "oi" pros mesmos lugares, dessa vez com o filho , a nora e as crianças.

Posso ter passado 29 anos sem chegar nem perto dos tais pontos, mas o trigésimo selou com medalha minha conquista.

De fato, vejo que não havia esquecido esse dia, somente o deixei guardadinho na caixinha das boas memórias.  





quinta-feira, 22 de junho de 2023

Uma Imagem/um conto-junho 2023



Galinha com seus pintinhos- original pintado com a boca por Rose Mary Orth

Uma Imagem, um conto


A série proposta pela amiga, Norma Emiliano, continua motivando a blogosfera mais chegada. Iniciada em 2021, convida através das imagens do calendário com reproduções feitas por pintores com a boca ou pés, a soltar a criatividade pelos muitos estilos escritos. 


Dona Gema, chamou seus pintinhos ao canto do seu ninho e lhes cacarejou baixinho:

__ Meus pintinhos, vocês bem sabem quanto trabalho tivemos para colher e debulhar os milhos maduros. Viram como eu pedi ajuda para fazer um bolo delicioso. Dona Mimosa disse que não podia, pois estava na hora da sua sesta. Seu Rabicó não quis para de fuçar pela roça. Bilu se espreguiçou todo e me ignorou. Até Joca, passou por mim em disparada dizendo que ia correr atrás de uns coelhos lá na mata...

___ Vimos sim, mamãe, piaram os pintinhos em coro.

___ Pois agora, que fizemos todas as tarefas e um bolo delicioso está assando no forno, eles não ganharão nenhum pedacinho, cacarejou com firmeza, Dona Gema.

Logo, o cheiro do bolo saiu pela janela da cozinha e ocupou todo o quintal. A bicharada se juntou animada esperando a hora do lanche.

Dona Gema, toda importante saiu da cozinha carregando seu lindo e delicioso bolo de milho e foi comê-lo com seus pintinhos bem longe das vistas dos preguiçosos.

(* livre adaptação da fábula: A galinha Ruiva)


quinta-feira, 15 de junho de 2023

Uma visita indesejada


 Me caiu aos olhos por esses dias uma célebre citação do Exupéry, no Pequeno Príncipe:

"Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três, começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz.Às quatro da tarde, então, estarei inquieto e agitado..."

Foi aí que percebi minha completa semelhança com este pensamento citado pelo autor e no meu incipiente  conhecimento dos meandros da psiquê humana, ainda assim, dei um rótulo pra tal empatia: ansiedade.

Até me consolei ao constatar que "a coisa" é corriqueira na nossa espécie ou será em outras espécies também? Não posso afirmar, posso sim, me declarar mimética deste sentimento apontado pelo Pequeno Príncipe e, se ele é príncipe e sofre de tal transtorno que direi eu, simples súdita.

Fui abrindo o filme da memória e carimbei muitas cenas com o rótulo da ansiedade. Muitas vezes, fora da razão e com consequências desagradáveis pra mim, claro, afinal sou a atriz nesse palco, mas bem que poderia ter sido ou ainda ser, apenas uma coadjuvante, só que não funcionou desse modo pra mim e quase em sequência, percebo a cena se repetir mais do que gostaria.

Sou ansiosa, e não me agrada esta característica, mas hoje em dia eu consigo detectá-la em andamento e procuro com toda força de vontade, neutralizá-la. Às vezes dá certo por inteiro, outras não.

Procurar antecipar nossas reações não é tarefa fácil, mas sigo na intenção de conseguir, ao menos, minimizá-las. E, fechando essa mea culpa, completo o parágrafo da citação do Exupéry:

" Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração". 

Taí...a dona ansiedade. 



sexta-feira, 9 de junho de 2023

Carta aberta ao AMOR





Carta aberta ao AMOR

Junho, 2023

Do lugar donde te escrevo, deixo para trás as asperezas acontecidas e limpo as lentes do olhar.  
Ajeito o colo e pouso o aparo da folha na qual te escrevo . Tomo cuidado na caligrafia, pois, a quero floreada para expressar com delicadeza as palavras que te dedico.
Procuro um recosto macio. Reclino-me para ter firmeza nas mãos.
Abro a página em branco e assumo o movimento que vai dos olhos ao papel.
A caneta está pronta e quer logo começar, mas há um embate febril que me faz devanear.
Como melhor te definirei quando me bate a dúvida se você tem definição?
Fico presa nesse limbo, foge-me a linha pensada e já não tenho certeza de como te escrever essa carta.
Foi com intento e motivo que aqui me preparei para dizer-lhe por escrito o quanto te valorizo; o quanto cultivo tua perseverança, tua concreta permanência.
Você sabe como argumentar através da doçura do seu estar. Só você devolve sorrisos esquecidos, cala lamentos doídos, torna gestos em carinhos, acende emoções e desperta as paixões.
Dou-me por vencida ante tua magnitude e declaro-me sua seguidora fiel.
Receba minha eterna admiração.

Com apreço,
Eu