domingo, 23 de outubro de 2016

Guardadora de memórias







" As memórias e as emoções andam juntas.Emoções intensas fazem lembrar melhor."
( Ivan Izquierdo)


Desconfio que sou uma guardadora de memórias, a exemplo de Pessoa e seus rebanhos.Continuo indo meio à margem de algumas mídias, meio lá, meio cá. Por vezes banhando os pés na marola rasa, por outras pisando na relva familiar. Uso prudência como escudo para receios ao novíssimo, ao espetaculoso e, não tangencio certos costumes.Aprecio, pratico e pronto.

Já tenho um respeitável acervo de fotos dos netos e netas reveladas e devidamente organizada em álbuns tradicionalíssimos, dos quais tenho até ciúme. Bem avarenta, eu. Mas, tenho salvo-conduto, pois se pudessem ver a cara de satisfação cobiçosa do povo grande da família ante as fotos que tenho, me dariam razão pra tal avareza.É um tal de "ohs" suspirados, " veja esta foto linda", "esta eu não conhecia", que meu alerta amarelo pisca enlouquecido e me faz repetir como vitrola pra vinil:

 __ São lindas, mas são minhas. Se quiserem cópia, façam a lista que apronto pra vcs.

Se souberem aproveitar minha generosidade limitada(rs), muito bem, pois é só o que conseguirão neste departamento.Meus álbuns são meu museu particular, guardam  e contam nossas histórias de momentos únicos e felizes.Isso, pra mim é motivo mais que suficiente pra cuidar e resguardar essas memórias queridas.




Velha chácara
A casa era por aqui…
Onde? Procuro-a e não acho.
Ouço uma voz que esqueci:
É a voz deste mesmo riacho.

Ah quanto tempo passou!
(Foram mais de cinqüenta anos.)
Tantos que a morte levou!
(E a vida… nos desenganos…)

A usura fez tábua rasa
Da velha chácara triste:
Não existe mais a casa…

- Mas o menino ainda existe.
Manuel Bandeira





sábado, 15 de outubro de 2016

Doçuras da vida




( Pão de Açúcar-diariodonordeste)




Na cozinha, naquele instante, só meu fiel companheiro Thuran, viu meu amuo diante do pote vazio de açúcar mascavo; e agora, como vou adoçar meu café? Remexi a dispensa e encontrei uma caixinha de sachet do açúcar branco. Pronto , substituição feita, sentei-me placidamente a saborear meu café da manhã, refeição que aprecio bastante. Pra mim, é quase um ritual.Disponho à minha volta os sabores selecionados pra começar o dia.Tudo questão de hábito cultural.Em pequena, fui madrugadora, saltava cedinho da cama e saía pela casa a explorar os cômodos e acordar os dorminhocos.Meus pais acenavam a mão e me dispensavam do quarto, mas minha avó logo me abria seus braços me aninhado e beijando-me as bochechas para em seguida estarmos as duas  na cozinha aprontando nosso café matinal.Vem dela esse meu pequeno e querido ritual.

Pois ainda agora, desfiando as lembranças, retomei os conhecimentos escolares sobre o açúcar um, reconhecidamente, bem histórico do país e, mais que bem-vindo, mapeou os anais com sorrisos e lágrimas.Mas,por agora, olhando os sorrisos trazidos pelas inúmeras combinações deste versátil produto é possível fazer-se centenas de enciclopédias sobre o tal e com os mais diferentes temas acerca dele, haja visto a riqueza culinária que "ele" proporciona em todo o mundo.

Como já viram, este meu pincelar vai de encontro à absolvição do açúcar e de seus feitos, afinal, já existem tantas restrições na vida e, por isso mesmo, assumir umas inocentes transgressões dão sabor aos dias.Sou uma formiguinha assumida.Claro, que bate uma culpinha quando exagero, mas aí compareço mais nos exercícios da hidroginástica e acalmo a consciência.


Para florear o assunto, segue abaixo trechos do artigo: " Com açúcar e afeto brasileiros", da Revista de História da Biblioteca Nacional. 


A notoriedade que os doces têm na mesa dos portugueses é antiga: vem do século XV, quando Portugal iniciou uma produção de açúcar em larga escala em suas colônias atlânticas. O cardápio de guloseimas ficou ainda maior com o cultivo da cana-de-açúcar no Brasil. Mas tanto aqui quanto na Europa, o começo dessa tradição está profundamente ligado à Igreja.

A princípio, a tarefa era uma responsabilidade das irmãs monjas. No início da Época Moderna, a população feminina dos conventos era, em sua maioria, composta de mulheres que não tinham escolhido o hábito por fé, e sim por imposição social – normalmente, familiar. A feitura de quitutes ajudava a suportar a rigidez do claustro... 


A circulação de tantos religiosos pelo território brasileiro ajudou a sedimentar o gosto pelos doces na Colônia. Um dos fatores que mais contribuíram para isso foi a cultura da cana-de-açúcar, que, trazida da Ilha da Madeira, logo se adaptou ao solo tropical. Aos poucos, as sobremesas foram ganhando contornos brasileiros. A grande variedade de frutas proporcionou uma gama de compotas e cristalizados que Portugal não poderia imaginar. Nas fazendas do Nordeste açucareiro, as iguarias doces se enriqueciam com os frutos da terra, ganhando novos temperos e perfumes pelas mãos habilidosas das cozinheiras. Estes, entretanto, não eram doces religiosos.

( Fabiano Dalla Bona para revista de História.com.br)






domingo, 9 de outubro de 2016

Bonitezas pelas ruas





Admiro as chamadas intervenções artísticas de bom gosto espalhadas por ruas/e mobiliários urbanos.Os painéis pintados no porto-maravilha são impressionantemente impactantes; um marco na região revitalizada do novo boulevard.Umas grandiosas, outras tímidas, mas com a proposta de embelezar os olhares cotidianos e trazer um sorriso ao dia dos passantes, estas manifestações artísticas que ganharam mundo são cada vez mais comuns, ainda bem.

Semana passada me deparei com uma singeleza destas na rua seguinte à minha. Uma árvore centenária( ao que me parece) teve seu tronco enfeitado com tampinhas de garrafa-pet coloridas formando miúdas florezinhas; simples adorno que deixa um recado sobre cuidados e reciclagem. Gostei! Não pude fotografar pra vocês, porque desde a data que mencionei, meu jurássico celular está me boicotando com aviso de "memória cheia"( parece até aquela propaganda...agfh)e, por mais que eu chorosamente apague fotos e vídeos ele não dá sinal de liberação, ai, ai! Não posso tirar mais uma fotinha sequer e nem recorrer a boa e velha máquina, ela também pifou, snif, snif.

Bom, deixando de mimimis, sigo contando o que acho interessante pel'aí e provoco a imaginação dos leitores(as).É um bom exercício, neh!Mas, pra não ficar um relato insípido, fui garimpar outras belezuras pela web e rechear de cor esse post.



"Artista faz instalações de bordados gigantes em Madri para levar mais cor ao cotidiano"
(Vicente Carvalho para: razões para acreditar)


E hoje gostaríamos de apresenta-los a Raquel Rodrigo, uma artista espanhola e cenógrafa que está dando seu toque colorido às ruas da Espanha tornando-as em lindas instalações gigantes de bordados e crochês florais.

A artista, que nasceu em Valência, faz suas peças com fios grossos envoltos em malha para depois fixá-los em arame, ela prepara antes todos os desenhos das instalações e depois os aplica nas locações da cidade de Madrid, para trazer um pouco mais de cor e criatividade às áreas ao redor e com uma inspiração nos pixels. Ou seja, o resultado é fabuloso.
















Floral-cross-stitch-street-installations/ Raquel Rodrigo
(via: razões para acreditar)


E vocês, têm visto coisas belas pelos caminhos de todo dia?





quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Pensando alto









Há dias...há dias... que o descompasso dos fatos se pinta num painel gigantesco a preencher todos os ângulos da nossa visão.Cores fortes, meio sombrias, ocupam os espaços do ver e do sentir.Dias em que a vontade de "Ir" se faz enorme, quase urgente.Evadir-se, caminhar solta, sem amarras, em justa liberdade de apenas ir-se em direção ao nascente, à novas terras, novos rostos, outras gentes.

Carregar conosco os sonhos e as promessas de descobertas gentis.Sentar-se entre sorrisos e ouvir histórias, conhecer saberes, trocar experiências felizes.Livrar-se da âncora pesada e deixar pra trás todos os pensamentos esmagadores do ser e, apenas, ir-se leve, sem compromisso e sem relógio.Nem por isso, desprezar as boas companhias que fortuitamente enlaçamos ao correr dos dias, isto jamais, amizades são sempre presentes.

A vida dita muitas regras e a gente se adequa, toma a forma do copo feito água, e nem percebe o quanto se disformou. Os dias passam e vai-se perdendo o esfumaçado contorno da nossa silhueta; antes que aconteça, é preciso ir-se por um tempo, curto ou longo, mas do tamanho bastante para o reencontro conosco.Um tempo a sós!



Correr da Vida

" O correr da vida embrulha tudo.
A vida é assim: esquenta e esfria, 
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem..."
Guimarães Rosa



*Imagem: tumblr



segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Saberes e Usos do Alecrim






Semanalmente tenho sempre à mão uma ervinha recomendada pr'um cházinho. Aprendi, devagar e sempre que os benefícios de certas ervas em infusão são quase mágicos.Fui incorporando ao longo da vida os sábios conselhos que recebi de mulheres maravilhosas, guardiãs da sabedoria ancestral. Aplico e recomendo com cuidado, claro, o que me serve pode não servir pra outrem.Mas, na maioria das vezes, o indicado é inofensivo e só traz bons resultados.
Tenho um filho que se liga em receitas inovadoras.Adora inventar na cozinha,quando ele está por casa sai fuxicando minhas ervas e perguntando pra que serve esta ou aquela.Ontem, pegou o alecrim.Cheirou, provou, usou e aprovou.Aí, aproveitei pra fazer propaganda do alecrim pra minha nora que não toma chá de espécie alguma.Desfiei um rosário de motivos pra usar-se o alecrim. Ela me olhava entre sorridente e desconfiada.Não sei se a convenci, mas tentei.
Eu, no entanto, sou fã desta erva maravilhosa, como de outras também. Uso in natura, em óleos e nos florais de quando em vez.Estou sempre ligada nestes benfeitores naturais.

Aqui vão outras indicações:





Óleo essencial de alecrim, também foi comprovado que atua como um anti-oxidante  agindo portanto na  proteção contra os radicais livres. Pesquisado os seus efeitos sobre o nível celular, o óleo essencial de  Rosmarinus officinalis tem sido comprovado ser um benfeitor na protecão das células, ajudando a aumentar a sobrevivência celular. Ele pode fornecer proteção contra patógenos e aumentar a função imunológica. Além disso, a pesquisa também mostrou que pode melhorar o desempenho cognitivo, ajudando o aumento de memória, atenção e humor.
 Que maravilha de óleo essencial que temos na aromaterapia.
Na psicoaromaterapia  óleo essencial de Alecrim é considerado o óleo da transmutação.Um óleo que carrega a mesma frequência da  cor lilás.
Vamos usá-lo sempre quando o objetivo é trabalhar  grandes mudanças da alma. Transformar, renovar...transmutar...pensamentos, conceitos, valores,decisões...enfim... quando chega a hora de mudar de verdade.
Alecrim abre a respiração...até mesmo quando passamos a mão naquele pé de alecrim que quase todo mundo tem no jardim. Como é gostoso!!
Devido seu papel de transmutar, lembre sempre de usá-lo em seu spray ambiental. Ele transmuta as energias negativas devolvendo o que de bom nos pertence. É um defensor de nosso maior patrimônio, o bem estar.
Experimente também o óleo essencial Vibracional de Alecrim exclusividade Vida Bothânica. Com ele você pode alem dos usos tradicionais, usar uma gota em copo d’água e se deliciar com o aroma seu aroma fresco, verde, delicado e intenso ao mesmo tempo. No Sistema vibracional ele carrega a energia da Lua Cheia e pertence ao grupo de ação de Limpeza física e energética...   

( Via: vidabothânica.blogspot.com)


Se houver um fã-clube do alecrim, estarei inscrita como sócia-fundadora.