Posso declarar, com uma quase certeza, que, medindo as probabilidades em fim do ano passado, jamais teríamos sido imaginativos o suficiente para aventarmos tudo que aconteceu neste ano novo. Novo, sim, em quase tudo ao que nos era normal e familiar. Novo, e não positivo, mas, espantoso ante nossos olhos.
E, como diante de tudo que desabou sobre nossos ombros, conseguimos buscar respostas resilientes frente às adversidades, conseguimos ressignificar atitudes, hábitos arraigados, rotinas bem instaladas, lazeres tão queridos e caras convivências.
Eu , ao menos, descobri também como é difícil alimentar a nossa fé. Falo numa fé robusta, enraizada profundamente nas horas dos dias. A gente acredita que a recitação mecânica de orações sejam exercícios de fé profunda; engana-se quem assim crê.
Claro, que por mais superficial que seja uma prática oracional é sempre melhor que nenhuma, mas, não deve ser considerada como suficiente, como um dever espiritual e desta maneira um ritual vazio. A fé robusta é alicerçada nas pequenas horas de cada dia. É aquela que nos move quando a chave se quebra dentro da fechadura, quando aparece um vazamento no meio da noite, quando um planejamento completo se mostra ineficaz...Aí, testamos nossa fé em sua real existência.
Neste ano, o reencontro feito com a fé se alia a outros mais que fizemos e que nos trouxeram alento e redescobertas nutritivas do espírito.