quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Aquilo que faz a diferença


A cada inspiração recolhemos do ar ambiente uma sensação. Aromas, frescor, frio, calor... e cada uma delas ressalta respostas que afloram nossos sentidos, ocupam nossos sabores, destacam nossos saberes, nos impelem e, nos motivam a criar.Queremos dar corpo àquelas sensações felicitantes, e uma das maneiras mais completas de o fazê-lo é cozinhando.Transformando os alimentos, elaborando pratos com sabores marcantes, criando gostosuras que permanecerão no paladar e nas lembranças de quem as provou.
Reunir emoção/criação/ação, produz alimentos que nutrem corpo e alma, comprovadamente. 
E, para confirmar esta alquimia, pedi a opinião de três amigas blogueiras.Culinaristas caprichosas e atentas ao sabor amoroso para cada alimento oferecido.  
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A amiga Gina, do www.nacozinhabrasil.com, escreveu:
" Quando a gente põe o espírito junto à execução do prato, ele tem 90% de chance de ficar bom.Envolve foco e motivação, provar e sentir o aroma, emocionar-se com as lembranças que nos remetem e querer agradar às pessoas que irão prová-lo." 
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A querida amiga Beth Lilás, do supremamãegaia.blogspot.com, nos conta que:
" Quando recebo em minha casa amigos do coração em momentos considerados especiais e mágicos, gosto de fazer algo novo, diferente e que marque aquele encontro.Da última vez fiz um pão enrolado que há tempos não fazia.Coloquei nele não só os ingredientes necessários para que a massa ficasse gostosa e macia,como também, toda minha melhor energia, carinho e vontade que ficasse perfeito. O resultado desta receita rica em energia positiva, veio no sorriso de aprovação de todos comendo com natural prazer; unindo e acolhendo nossa amizade em torno da mesa."
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E fechando estes deliciosos depoimentos, vem a amiga Rute, do publicarparapartilhar.blogspot.com, nos dizendo: 
" Muito antes de ser vegetariana, sempre tive dificuldade em tocar pedaços de carne e peixe crús, já não falo, "vivos".Acho que cozinhar é acima de tudo um ato de amor, por nossa família, por nós, pelos alimentos...inclui respeito e agradecimento. Na minha opinião, fazer da culinária um ato de sofrimento para com os outros animais não faz sentido." 
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Neste secular ato da preparação dos alimentos, junta-se tradição, empenho, dedicação e a magia que vai no coração. No romance de Francisco Azevedo, Arroz de Palma, a tia ensina ao sobrinho a preparar um arroz com lentilhas e assim o orienta:
[...]" lava o arroz em água corrente enquanto recitas: " espiguetas de uma só flor/flor querida de seis estames/fios de minha rica existência/recebo a benção agradecido/prosperidade/fruto de aprendizado e paciência".Retira o arroz do lume e mistura-o com a lentilha reservada.Ao misturar, recita e repete quantas vezes for: saúde e paz/é assim que se faz."
...não pela dificuldade, que é quase nenhuma.Mas pela devoção que o preparar espera!"


 Agradeço muito a carinhosa participação de todas para o compartilhamento desta postagem. Valeu, meninas! 

Imagens: bnk7.tumblr 
tudogostoso.com

domingo, 28 de outubro de 2012

Sou como sou


Sou forma,
e muita cor,
sons tinentes,
vasto amor.
Sou brisa 
e,também 
ventania.
Sou choro,
sou alegria.
Sou uma e 
sou muitas. 
Pel'eriçada
em palavra 
lançada,
esperança
acontecida.
Sou forte,
fraca,
 lamento, 
mágoa,
sou pedra 
lavrada,
sou onda 
batendo,
sou luz 
d'aurora,
sou vontade
rompendo.
Sou doce,
azeda,
sou mel 
e limão,
sou aroma 
bailando
em cada 
emoção.
Sou sonho 
e certeza
sou riso,
céu e chão,
sou todas 
e uma,
sou minha, 
sou tua,
profunda 
tradução. 

(Calu) 
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Fui presenteada pela Janice do Blog: assimassim.blogspot,/ com um selinho muito carinhoso, tendo como regra listar sete gostos ou características pessoais. Então vamos à tarefa.


1_ Sou uma eterna aprendiz e gosto disto.
2_ Gosto de gente, de bicho e da natureza ( copiei da Jan, rs)
3_ Gosto de repartir o que aprendo.
4_ Adoro ler e contar histórias.
5_ Sou tolerante até certo ponto.
6_ Adoro ter amigos(as).
7_ Curto muito as interações nos blogs. 

Obrigada, Jan pelo indicação.Daqui a um pouco o selinho estará na barra lateral, viu? Deixarei o convite aberto a todos(as) que quiserem levar o selo para seus blogs.Prefiro não fazer indicações e acabar esquecendo alguém querido(a);olha aí mais uma característica que não constou da lista acima.Fica sendo o 8º ítem, ok?
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E chegou mais um presente.Um novo selo ofertado pela Elisa T. Campos do Blog: pintandohaikai.blogspot/ que trago pra cá toda vaidosa com os carinhos recebidos. 
E para vcs apreciarem,aqui está um haikai, criação da Elisa Campos; 

"Uma flor vagueia 
Na tarde silenciosa
Mar de Primavera."

Obrigada Elisa, pela indicação.Logo este selinho estará fazendo companhia aos outros.Só não farei indicações novas pelo motivo que já expliquei acima, tá?

Uma ótima semana p/ vcs! 
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Imagem: 3bp-macrophotography.tumblr

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Blogagem Coletiva - Escritos Lisérgicos- Lendas Urbanas


Lendas que fascinam

Em menina adorava ouvir meus disquinhos coloridos na vitrola da sala de casa.Era uma coleção de doze discos de histórias infantis variadas.Havia um deles que me desafiava.Trazia na capa um desenho duma floresta sombria com uma figurinha estranha meio escondida atrás do tronco de uma das árvores.A história chamava-se: "O segredo da floresta".

Narrada em ritmo pausado, com fundo musical meio fantasmagórico, ia desenrolando um mistério sobre um ser estranho que assustava os moradores da vila próxima.Eu ficava ali sentada no chão com o ouvido grudado no alto-falante, desligada do mundo e com o coração aos pulos.Minha avó assim que dava pela coisa vinha correndo mudar o disco.Ralhava comigo, pois, sempre que eu ouvia aquela história acabava tendo pesadelos à noite.Ameaçava dar o tal disco eu choramingava pedindo-lhe que não o fizesse.Prometia não ter mais pesadelos e ela acabava concordando.Na verdade, ela estava certa, eu sentia um medo enorme daquela história embora soubesse o desfecho, mas o fascínio que me tomava por aquele enredo era mais forte e eu queria ouvir, ouvir e ouvir novamente sobre "O segredo da floresta". 

Por que estes enredos atraem tanto? Mistérios, assombrações, maldições,crimes insolúveis,o sobrenatural pairando sob o teto da realidade, fascinam, atraem a imaginação e despertam a curiosidade do possível fantasiado de impossível. Mais antigas do que supomos estas lendas sempre povoaram o imaginário de todos os povos.Atualmente ganharam o adjetivo de urbanas, porque a urbe se agigantou e com ela tudo o que era local tornou-se cosmopolita, virou livro, filme, seriado, caso-verdade e o que mais a imaginação dos contadores modernos pode criar.

Sejam urbanas, campestres, medievais ou atuais, as lendas do improvável, mas possível, continuará a disparar pulsações, espantar os olhares, visitar os sonhos de todos nós que não resistimos ao fascínio de um bom e velho mistério. 
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Essa foi minha participação na BC - Lendas Urbanas, promovida pelos blogs: Escritos Lisérgicos     ( Christian V. Louis) e Uma pandora e sua caixa.
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Imagens: educaçãoinfantil.com

domingo, 21 de outubro de 2012

Tradicionalmente


Romperam dois dentinhos de uma vez.Agora Valentina já tem um sorriso acompanhado.Apareceram no dia seguinte ao que fui lá corujar, por isso não saíram na foto do dia.O pai,quem viu primeiro, lhe deu uma camisetinha branca, como manda a tradição: quem descobre o primeiro dentinho do bebê tem que lhe dar uma coisa branca.E lá foi ele correndo cumprir o esperado; esta face tão cultivada, tão significativa em nossas vidas, as tradições. 

Se fossem representadas por uma imagem,eu escolheria as espirais, vindas dum ponto quase invisível, alcançando alturas inatingíveis ou como um prisma multifacetado. Tradições, costumes, rituais,cores e formas de um mesmo cenário que são, foram e serão repetidas através dos séculos, confirmando nossa conexão com antigos saberes e nossa fé neles.Sim, porque trata-se de um ato de fé no que foi ensinado, praticado e confirmado por nossos pais, nossos avós, os pais deles... 

Diferente de superstições, as tradições tem uma ligação direta com os rituais.São elos da mesma corrente que evolui e involui conforme as preferências. Há algo de tão forte nesta herança ancestral, que poucas vezes a renegamos.Alguns ajustes até acontecem, mas na essência, são elas, as tradições, que ajudam a contar as nossas histórias.Confirmam nossa cumplicidade às nossas raízes pessoais e sociais.

Cheia de simbologias, elas se incorporam ao nosso fazer e quase nem refletimos sobre isto.Quando sabemos que uma conhecida está grávida, já corremos pra comprar um par de sapatinhos vermelhos pro bebê.Brindamos as datas especiais, com champagne ( ou com um espumante,rsrs).Levamos flores ou gostosuras quando convidados(as) para um almoço ou jantar na casa de amigos. Se somos nós que recebemos, caprichamos nos comes e bebes e na decoração adequada.Gostamos muito de celebrar, e por que não gostaríamos? Celebrar é festejar quem somos, de onde viemos e até para onde vamos. È tradição festejarmos os acontecimentos felizes e ritualizarmos os nem tanto.Compõem nossa humana missão de nos recriarmos todos os dias. 


O cinema cumpre bem o papel de divulgador das tradições através dos tempos.O filme "Chocolate"(2000), homônimo do romance de Joanne Harris, com Juliette Binoche no papel principal como Vianne Rocher, filha de um cientista francês e uma indígena da América latina.A tribo a qual pertencia a mãe de Vianne, tinha por tradição espalhar os benefícios do cacau pelo mundo, mandando suas mulheres nessa missão. 

Tanto quanto agregam, as tradições também podem afastar as pessoas, aí cabe a cada um unir ensinamentos e bom-senso para conseguir um equilíbrio na questão, porém se não houver jeito, a escolha pelo que é benéfico pesa no fiel da balança. 
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Imagem: superscience.com 
cinedica.com

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Por fora bela viola.Por dentro...

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Este filminho é tão conhecido em curta como em longa metragem,e não falo da produção oficial dos estúdios Disney, não.Falo da ficção que imita a vida ou vice-versa. È mais velha que andar pra frente a história do príncipe que virou sapo.Assunto dormido? Isso não acontece mais nos dias atuais? Ledo engano, ou melhor lenda enganosa que se reconta pra todo lado.

Foi assim( Era uma vez), uma jovem dentista, recém -formada e seu príncipe-consorte amável, estável,um sonho de homem. Casaram-se três anos atrás e foram morar noutras e longínquas paragens.Durante o curto noivado, as muitas responsabilidades dos estudos e os preparativos para o casório tomavam os dias dos dois pombinhos.Uma rusguinha aqui e ali perfeitamente compreensível entre dois apaixonados passava como questão normal no relacionamento do casal.

No entanto, esta tal normalidade perdeu o título assim que se estabeleceram na nova moradia.O galante príncipe  começou a ficar "verdinho". Proibiu-a de trabalhar, porque o salário dele era suficiente pros dois,justificando que, era mais importante ela estar sempre bonita pra ele e não se stressar com trabalho.Ditava as regras duma boa esposa     ( segundo sua visão torta) e esperava que ela cumprisse todas. Em espaços públicos vigiava o que, ou quem, a esposa estaria olhando e a torturava com acusações e ameaças. O clima de tensão psicológica só aumentou com o tempo.A tirania a que ela era submetida parecia coisa de filme.

Mas como é possível uma coisa destas?__dirão vocês.Por que ela não separou-se logo deste homem?Vergonha? Medo? Fé na mudança? São estas mesmas perguntas que hoje se faz a mãe dela, uma boa colega que encontrei nesta semana e me desabafou essa angústia.Diante das famílias, o casal encenava uma vida perfeita, cheia de carinhos e atenções.Após quase três anos de casamento, ou melhor aprisionamento, a jovem não aguentou mais e ligou pra família contando a verdadeira história e os pais foram buscá-la, mas o terror não acabou ali.O marido ameaça-a sempre que pode e se diz injustiçado. Ela está altamente melindrada e receosa de retomar o ritmo de vida normal.A violência psicológica que sofreu deixou marcas n'alma. A família a cerca de cuidados, mas sabe que só o tempo amenizará as dores.

A desculpa do ciúme mascara comportamentos vis que descambam pro absurdo, estragam relações e mancham vidas.
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Imagem: educacaoinfantil.com

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Sintonia Fina


Um desses aí, já pode ser considerado peça de colecionador.Tô carregando no exagero, afinal num país do tamanho do nosso deve haver muitos rádios antigos espalhados por cantões que as modernas tecnologias não alcançaram ainda, e os tranquilos proprietários deles se dão muito bem com seus aparelhinhos audiofônicos cheios de botõezinhos.O que na minha opinião, é mais fácil de operar.Afinal cada botão traz sua legenda, então é só acionar o que se fizer necessário para uma boa recepção, o tal do "sintonia fina". 

Ô botão útil, esse. Acerta chiados, interferências, espaços mudos e outras dificuldades na comunicação.Pensando bem, seria interessante se nós viéssemos de fábrica com unzinho desses.Poderíamos trazer na memória o acionamento automático para qualquer situação de cacofonia.Eu ajusto o meu botão, vc ajusta o seu e "voilá",passamos a nos entender claramente, sem ruídos externos, sem vazios silenciosos, sem distorções.Seria fantástico!

Para os recém-casados acabaria com atritos desnecessários.Ele levaria a toalha do após banho pra lavanderia, baixaria a tampa do vaso sanitário, não poria os pés em cima da mesa de centro, enquanto ela, deixaria os jornais espalhados pelo sofá aos domingos, mas só aos domingos!Evitaria contar causos bem na hora do jogo, e compreenderia o happy hour das terças, sim, porque o das sextas depende de negociação.Tudo muito bem ajustado na sintonia fina dos dias. 

Já no mundo do trabalho essa benfeitoria seria a fronteira final para os bajuladores de plantão, os ouvidores do rei, os grosseirões de carteirinha, os escaladores da fama e os encostados oficiais.E no trânsito, então?Seria a ante-sala do paraíso.Os motoristas educados e gentis jamais trafegariam por vias proibidas, nunca acima da velocidade permitida, dariam vez, a quem de direito a tem, os pedestres, respeitariam os outros motoristas e as ruas seriam ordeiras. 

Aqui e ali, haveria satisfação garantida duma civilidade acontecida, duma rotina comum, parte integrante do agir de cada dia.Se pensarmos bem, creio que a maioria de nós desenvolveu esse ajuste fino, mas ás vezes se esquece de dar nele uma voltinha curta ou até uma longa, e perceber se a clareza do som está afinada. 
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Imagem: soterópolis.com



segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Nós, Professores(as)


Postagem reeditada.O mesmo cenário um ano depois( em 14/10/11).
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Hoje,véspera da data que deveria , ao menos, ser motivo de celebração, a realidade é bem outra. Há muitas décadas que o desalento, o descaso, o sucateamento, o desrespeito e outras atitudes similares marcam o Dia do Professor, como data de escárnio com a profissão e seus atores.
Recebi essa correspondência por e-mail e a compartilho aqui como testemunho de minha total adesão ao seu texto.
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"Nosso Ministro da Educação quer ampliar de 200 para 220 os dias letivos (4 semanas a mais) na Educação Básica. Sr. Ministro da Educação, nós, professores, convidamo-lhe a passar apenas uma semana na sala de aula da Educação Básica, tanto na escola pública, quanto na escola particular, fazendo as ações inerentes a esta profissão (planejamento; correções; acompanhamentos; relatórios; atendimento aos pais; mediação em sala; etc...) para que sinta o quanto o trabalho do professor é INTENSO.
Na época em que o Ministro foi aluno, as férias eram de 3 meses, havia menos alunos por turma, os professores eram respeitados, as famílias mais estruturadas e com mais tempo para os filhos. Hoje o contexto e a demanda são outros, o que justifica uma carga horária mais HUMANA. Sugiro que o Ministro pense em AÇÕES PÚBLICAS que favoreçam verdadeiramente as crianças (lazer, saúde, alimentação, trabalho e moradia digna para os pais, etc...) porque não se aprende e se torna cidadão apenas pela ação da ESCOLA E DO PROFESSOR. 
Será trabalhoso demais SR. MINISTRO? Sugiro, ainda, que o MINISTRO pense em como oferecer boas condições de trabalho e remuneração aos professores que estão a cada dia mais sobrecarregados e com péssima qualidade de vida. Ou a intenção é ACABAR com esta profissão? 

Ainda acrescento que o acréscimo de 20 dias há 16/17 anos atrás em nada melhorou a educação, visto que quando estudei eram 180 dias letivos e se aprendia muito mais do que hoje, pois os professores eram respeitados, os alunos COBRADOS e não havia essa porção de paliativos, como dependência, recuperação paralela e uma porção de medidas para mascarar resultados (não para melhorar o ensino). Hoje o aluno é ensinado a ser irresponsável (não pelo professor, mas pelo sistema!). Mudem as leis. Pensem e repensem na educação e não nos dias letivos... 


Profª. Drª. Fernanda Castro Manhães
Coordenadora Acadêmica
Faculdade Metropolitana São Carlos - FAMESC

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Apesar de tudo,abraço com entusiasmo todos os(as) colegas compromissados com a aprendizagem e formação cidadã de cada aluno(a).E aplaudo carinhosamente meus professores(as), em especial, a minha avó, que foram exemplos em minha vida.
Muito Obrigada professores brasileiros!

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Querida Infância - Ciranda Interativa


Direto do túnel do tempo aberto pelo convite original feito pela querida Beth Lilás, do"Mãe-Gaia.blogspot", chegou esta foto minha aos três anos numa pracinha da cidade, e junto com ela mil lembranças.Umas seguidinhas outras salteadas, todas amarradinhas na linha de minha vida.

Sou filha ù-ni-ca, e isso pesa em muitas circunstâncias. Até os seis anos eu era muito sozinha, cercada de adultos, vivendo num mundinho de brinquedos e brincadeiras que inventava.Fui levada por minha avó ao mundo das histórias e da música.Adorava as duas juntas e ouvia meus disquinhos coloridos todo dia.As coisas começaram a mudar quando entrei para o colégio e aí foi alegria total.Não passava uma semana de joelho inteiro.Era a maior sócia do mercúrio-cromo.Não andava, saltitava, querendo imitar os passos das bailarinas que via na televisão.Ballet clássico mesmo. Sonhava em ser uma daquelas ninfas esvoaçantes e lindas. Só que meu pai escolheu o piano e lá fui eu me esforçar por quatro anos para tocar uma melodia audível.

Ao fim disso, nem piano e nem ballet. Pena! O colégio foi meu espaço criativo em todos os sentidos.Lá fiz muitas amizades, brinquei, tagarelei, e comecei a ver que o mundo ia muito mais além do que o quintal de casa.


A Bailarina 
Cecília Meireles 

Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina. 

Não conhece nem dó nem ré
mas, sabe ficar na ponta do pé. 

Não conhece nem mi nem fá
mas, inclina o corpo para cá e para lá. 

Não conhece nem lá nem si 
mas, fecha os olhos e sorri. 

Roda, roda, roda com os bracinhos no ar,
e não fica tonta, nem sai do lugar. 

Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu. 

Esta menina 
tão pequenina
quer ser bailarina. 

Mas depois esquece todas as danças 
e também quer dormir como as outras crianças. 
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Muito Obrigada, Betinha, por ter promovido esta deliciosa viagem ás minhas lembranças queridas. 
:) 
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Imagens: foto tirada por meu pai (1958)
pinterest_ pbcl

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Um oi aos amigos queridos.


Olá pessoal que está sempre por aqui lendo os deliciosos textos da amiga Calu!
Quem vos escreve é a amiga Beth Lilás para dar um recadinho dela, pois, no momento, está sem possibilidades de escrever em seu blog e visitar todos os seus amigos, mas tem se preocupado em dar notícias e não deixar tanta gente bacana sem entender sua ausência.
Calu teve que enfrentar uma mudança repentina em sua rotina diária para o tratamento de saúde de seu marido, além de problemas técnicos com seu computador que continua parado, esperando a vez de ir para o conserto, já que ela está priorizando total atenção neste momento à sua casa e sua família.
Mas, em breve, ela assim espera, voltará ao convívio agradável da blogosfera.
O post abaixo foi escrito em outubro de 2012 e reedito agora para quem não o leu à época.
Obrigada pela atenção!


Brincando de novo



O amor instantaneamente desaba sobre nossa alma, nosso espírito, nosso coração ao primeiro olhar daquela coisinha miúda e linda que aparece nos braços do pai do lado de dentro do berçário.Pronto, está comprovada a existência do "amor-á-primeira-vista", e fica combinado que ele só aumenta, só viceja e nos faz ainda mais completos nessa abençoada convivência com os netos.Parece que se passa uma borracha na evidência do tempo e curtimos com eles muitas brincadeiras como se tivéssemos a mesma idade. Verdade que, depois que a rotina volta, vem com ela alguns "ais" dos ossos mais exigidos, mas nem ligamos muito, um remedinho aqui, uma caminhada ali, bolsinha de gelo e estamos tinindo outra vez para mais uma rodada de pique-esconde.
Vivemos profundamente a vida com cada um dos filhos.Revivemos intensamente e melhor, com todos os netos.

Encontrei nesta passagem do livro que estou lendo" O arroz de Palma", de Francisco Azevedo, uma importante confirmação desses sentimentos que alimentam nossa energia vital: 

"...Sou 8 e 80=88, dois infinitos verticais,boa idade.[...]
Volto para cozinha com ânimo redobrado e a certeza de poder abraçar o mundo sem nenhum esforço. Mente quem diz que velho vive de memórias e jovem vive de esperanças.Eu vivo das duas. Memórias e esperanças temperam os meus atos, dão gosto   ao meu presente.Agora, por exemplo, como qualquer rapazote ambicioso, sonho com um futuro brilhante à minha frente. Não perco tempo conjeturando se futuro distante, se futuro imediato. Futuro, ponto.Com todas as delícias e aflições do não saber. Com toda expectativa, com toda ansiedade daquele que, apesar de medos e dúvidas, espera o melhor.É isto mesmo. Confio, acredito, levo fé[...]" 
***** 
Sinto total empatia com esta gloriosa maneira de olhar a vida!
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Imagem: by Calu

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Lá vai o barquinho - Brinquedos de Buriti / Teia Ambiental

Palmeira Buriti 

 Quando cai chuva cerrada formando enxurrada pequena, meu marido diz logo:" Tá bom pra brincar de barquinho de buriti nessa enxurrada." Entre as histórias da infância, esta é a mais frequente, a dos barquinhos feitos da folhagem seca das folhas do buriti.Ele e os irmãos surrupiavam as faquinhas da cozinha da mãe e iam pro buritizal catar as ramas caídas, selecionar as secas e fazer barquinhos pro campeonato de corrida no ribeirão da cidade onde moravam no nordeste. 

Espécie de palmeira frequentemente encontrada no centro-oeste, norte e nordeste brasileiro sempre ás margens de córregos, rios riachos e ribeirões, é indício seguro de descanso, alimento e água para o sertanejo e para o caboclo. Dos frutos preparam-se doces.Do talo da estirpe, farinha, paçoca e outras variações de alimentos.Saiba mais Aqui. 

Há mais de 200 anos que se fabricam brinquedos da casca do buriti.As crianças vão tentando imitar os artesãos mais experientes e entram nessa brincadeira hoje tão esquecida nos grande centros urbanos: a de criar seus próprios brinquedos e, ter orgulho em vê-los "funcionando". Em muitas cidades deste Brasil continental ainda é possível encontrar-se esse resgate às origens dos brinquedos feitos à mão; artes para serem tocadas sem parcimônia. 



Imagens: site da Folhinha, 2005 


Arte de Ivan Cruz."Brincadeiras."
Site Educação Infantil 
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Bom fim de semana!

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Realizações X Frustrações


Quem de nós não fez planos fantásticos durante a adolescência? As meninas, com toda certeza fizeram.Já é fava contada a nossa precoce maturidade que dava asas aos sonhos mais ousados.Se os diários tivessem alto-falantes fariam grandes estragos se caíssem em mãos e ouvidos alheios, por isso eram guardados a sete-chaves.Funcionavam quase como cartas de intenções, onde somávamos   as ilusões, os desejos, as decepções e as ousadias.

Crescemos, e transformamos as palavras escritas em declarações de intenções alinhavadas nos fatos que são e nos que poderão vir a ser.Justamente sobre isto que acabo de conversar por telefone com uma querida amiga de infância.Estudamos juntas todos os três períodos escolares, até que tomamos caminhos diferentes, mas jamais perdemos o contato, mesmo que pouco.

Relembrando alguns desses planos que compartilhamos naquelas épocas de juventude, rimos um bocado das pretensões juvenis, do olhar cor-de-rosa que tínhamos e de como a vida traçou outros caminhos jamais sonhados por nós. Eu casei e mudei.Ela passou no vestibular e seguiu a carreira acadêmica.E a vida foi acontecendo e os novos planos dando lugar aos antigos que perderam a possibilidade de existir, e aí debruçamos sobre estes; os que deixaram de existir.

Por que foi assim?Por que aquele plano fracassou? E isto foi bom ou ruim? Importa agora? Achamos que uns mais, outros menos, alguns, nenhuma importância, porém é salutar que se faça esse balanço de quando em vez.Foi aí que ela se lembrou duma intenção que tinha como certa e absoluta em sua vida: a de fazer o doutorado em Madri. Enquanto batalhou o ingresso e as exigências por aqui, só encontrava dificuldades e falta de informações.Era início dos anos noventa.Tirou férias e foi pra lá conferir, se informar, saber das possibilidades e exigências do curso.Viajou em agosto, verão na Europa.

Logo na 1ª semana de estada, adoeceu.Sentiu-se bem mal com a secura da cidade e quase precisou ser internada.Imaginem tal situação longe de casa e sozinha. Assim que melhorou, voltou correndo. Desistiu de Madri,mas não do curso.Decidiu-se por Aveiro e tudo deu certo.E, disto tudo concluiu: o que ás vezes nos parecem fracassos, podem ser  adequações que a vida faz em nosso benefício e que só vamos perceber tempos depois.São nessas ocasiões que nos damos conta que: temos de ter cuidado com o que pedimos, ou queremos, porque podemos ser atendidos, o que não significa, satisfeitos.

Parece fábula, mas a vida é feita das histórias de cada um de nós!
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Imagem: weheartit.com/Janice