sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Só ando em boa companhia


(*)

Pode olhar o relógio só para confirmar que, são precisamente 10:30h da manhã, já ouve-se a voz segura vinda do corredor  do prédio:

" A deusa da minha rua ,
 tem os olhos onde a lua,
 costuma se embriagar.
Nos seus olhos eu suponho
que o sol num dourado sonho
vem claridade buscar..." 

Em passo curto, de braço dado à forte Eliane, adentra Seu José no studio de Pilates. As molas ficam em pausa e todas nós , sem exceção, nos voltamos sorridentes para o cumprimento costumeiro ao jovem idoso faceiro. 
Para cada uma ,ele faz uma trovinha de improviso. Rimas saem-lhe fáceis da cachola bem antenada.
Capitão de Longo Curso, da reserva, da Marinha Mercante do Brasil, Seu José, com 89 anos se dedica com afinco em todas as séries propostas pelo fisioterapeuta. Um exemplo!

"Quem sabe essa? Quem vai responder?"
___ O que é o que é: anda deitado e dorme em pé?
___ É o pé!!!

E a aula de Pilates transcorre os minutos em meio às gargalhadas e brincadeiras capitaneadas por Seu José, o atleta do lugar. Pessoas de alto astral como ele, espalham leveza à sua volta. 


" Não importa quão devagar vc for, desde que não pare!"
Confúcio


*__ google( nextxadrez)


sábado, 23 de novembro de 2019

A vaidade corrosiva

(By-Tica)

Mais vezes do que transparece, existe uma cegueira não reconhecida para obviedades que gritam sua permanência. Em minha ida semanal ao salão de manicure lustrando o verniz da vaidade, todo ambiente se apresentava como de costume.Muitas clientes. Movimento frenético, zunido dos secadores e conversas em voz alta duelando com a barulheira e, completando o pacote, a TV ligada em programas sem conteúdo relevante.

Como já apontei, foi mais uma ida costumeira ao salão de beleza. Coisa de mulher? Não mesmo, coisa de gente caprichosa, ciosa da aparência, porém , sem exageros, ao menos no meu caso e, não vai aí nenhuma crítica àquelas e aqueles que são mais radicais. Tudo bem se lhe for de gosto.

Minha crítica acirrada vai, não para a vaidade com a aparência e, sim, pára a vaidade no temperamento. Aquela que se entranha feito ferrugem no caráter pessoal e dá gigantismo à arrogância e a sua co-irmã, a soberba . A vaidade que transforma indivíduos em caricaturas de si mesmos ao perderem a linha da razão plausível e só enxergarem seu ego inflado, doentio e esmagador. A vaidade aliada ao poder e dele nutrida que cega qualquer resquício de decência, revestindo seu portador da crença oca em suas teorias como sendo as únicas corretas para todos. 

Ledo engano. Triste concepção que vendo-se alijada ganha contornos monstruosos e vocifera impropérios contra tudo e todos sem o menor arrependimento. Prova cabal do egocentrismo exacerbado, da vaidade doentia, da fome de poder que não se conforma em perder o estrelismo. Mostra-se então, o Abominável espectro de homem. 



(Pinterest)




terça-feira, 19 de novembro de 2019

Manifesto - sou família





Tenho estado incomodada com muitas circunstâncias que pairam sombriamente sobre a nação brasileira. Procuro exaltar somente os bons acontecimentos, sejam eles pessoais ou sociais, porque professo a postura de clarear o bem e ofuscar o mal. Não mudei meu proceder, mas , de quando em vez, me sobeja um mal estar incontrolável diante de fatos nefastos.
Vejo com pesar, de uns quatro anos pra cá, o crescente empenho  da grande mídia em denegrir a imagem da família brasileira. Há um esmero em provocar deboches vis aos valores e princípios decentes. Um quinhão da sociedade brasileira está adoecido, comprazendo-se em desmérito à formação tradicional da família. Por quê, tal esforço? Qual ganho se esconde nestas atitudes tóxicas?  
Tenho como teoria, que a objetividade em destruir a família tradicional se alicerça no intento de desarticular a sociedade e moldar o povo como massa de manobra.Enquanto houver núcleos familiares coesos, com valores e decência, os indivíduos não se tornarão manipuláveis por idéias sinistras.
Por isso a manipulação da grande mídia em tratar como "normal" qualquer tipo de exceção ao modelo familiar tradicional.

Pois, a estes que aí se põem, eu declaro: sou tradicional, sou conservadora, sou família! 


]

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Memórias doces



" Nana neném, que a cuca vem pegar,
papai foi pra roça
 mamãe foi trabalhar.
Desce gatinho 
de cima do telhado,
pra ver se a criança
dorme um sono sossegado!" 



Claramente estou numa fase alta do meu vovozar. Não que, desde que alcei esse posto, tenha deixado a intensidade amornar, porém, vejo que para além das vivências rotineiras com os netos e netas, alio frequentemente as doces lembranças deles quando pequeninos. Aqui estico o assunto do post anterior e me deixo vagar pelas fotos  e ocasiões muito queridas com todos eles pequeninos em meus braços. Momentos que se fundiam nas lembranças de seus pais em mesma fase da vida, quando os embalava cantando  cantigas de ninar. 

Tendo lido um texto interessante sobre o efeito das canções de ninar, foi-me impossível não revisitar esse tempo tão precioso. 


" SE vasculhar bem suas memórias mais profundas, talvez se lembre que muitas das suas lembranças sonoras mais antigas são canções de ninar, entoadas por vozes familiares, talvez de uma avó, um pai, mas muito provavelmente de uma mãe. A voz materna e as canções de ninar estão aí para nos lembrar que certos sons  são fundamentais para sustentar a arquitetura de nosso ser, chegando até a ter potencial curativo[...]" 
(lunetas.com.br/canções de ninar)  


Será que o universo está me mandando um recado? Será que a família vai aumentar em breve. Será??? 






domingo, 3 de novembro de 2019

O tempo na palma da mão






Meus pequenos já são garotos grandes, como costumo dizer. Ontem mesmo, eu os ninava, dava-lhes banho, alimentava e curtia brincadeiras bobinhas propostas por eles, tudo pra vê-los felizes, sorridentes e sentindo-se amados.

Ontem mesmo, os observava bebezinhos de dias pra descobrir os traços fisionômicos que os definiam "parecidos", com o pai, com a mãe, com a avó e com quem mais se habilitasse a apontar semelhanças. E tome a brotar palpites na fala dos adultos -babões: com quem mais se parece o bebê?

Ontem mesmo, via seus gostos, o jeito de andar, os brinquedos preferidos, a maneira de dormir... Ontem mesmo, toda atenção se fazia em vê-los crescerem fortes e felizes.

Hoje, outras medidas se mostram. Com hábitos e gostos mais definidos, eles se desenham em suas próprias características mas, deixam ver semelhanças herdadas, bem misturadas, porém, presentes em falas e preferências conhecidas.

Contorna-se o perfil de suas personalidades em formação. Resmungos, amuos, satisfações, ousadias, aprovações. A educação aqui se aprimora. Vai muito além da simples cortesia e dos bons modos; é formação de valores e princípios. A dedicação dos pais se adensa e tem de assim ser. 

Daqui pra adiante haverá a soma de todas heranças recebidas através das gerações que os precederam.

Coloco-me como guardiã dos melhores bens a serem transmitidos pra eles e para os meus outros netos e netas.

Deixo aqui um pequeno trecho que muito aprecio, escrito por Edith Casal, sobre: "A herança emocional dos nossos antepassados." 


"A herança emocional é tão decisiva quanto intransigente e impositora. Estamos enganados quando pensamos que a nossa história começou quando emitimos o nosso primeiro choro. Pensar dessa forma é um erro, porque assim como somos o fruto da união do óvulo e do esperma, também somos um produto dos desejos, fantasias, medos e toda uma constelação de emoções e percepções que se misturaram para dar origem a uma nova vida.

Atualmente falamos muito sobre o conceito de “história familiar”. Quando uma pessoa nasce, ela começa a escrever uma história com suas ações. Se observarmos as histórias de cada membro de uma família, encontraremos semelhanças essenciais e objetivos comuns. Parece que cada indivíduo é um capítulo de uma história maior, que está sendo escrita ao longo de diferentes gerações."

( in:culturacarioca.com.br)