Para olhos treinados atrás de lentes possantes , espetáculos não cessam.Entornos,contornos, colinas, baixadas...o que parece escondido, na verdade, está guardado aos olhos rasteiros. Quem se debruça no espelho da superfície das coisas tem a chave de portais mágicos fora das trilhas costumeiras que, de tanto costume, vicia em pouca visão.
Há quem se contente com a miopia. Há quem se adapte ter na íris um véu de organza grosseira e, nada veja de diferente na sequência das horas. Há, ( ainda bem) quem busque lentes cristalinas e as carregue altaneiras sobre o nariz, aclarando o par de janelas d'alma com persianas longas e versáteis; tanto deixam enxergar o interior, quanto o exterior.
Há quem não se contente em ver apenas o já visto.
" Contemplar o belo é fazer das pequenas coisas um espetáculo aos nossos olhos[...]"
( Augusto Cury)