Quando criança, eu não media a importância da mão forte que me segurava ao atravessar a rua. Sentia-me segura, mas não sabia dar nome ao ato corriqueiro incorporado aos hábitos em travessias de ruas. As advertências eram constantes, mas eu nem as achava tão necessárias assim...achava, deixei de achar quando avancei na vida adulta me deparando com as inúmeras travessias impostas pela vida.
Vi, consternada que não tinha mais uma mão forte pra me guiar os passos, uma voz firme a repetir cautelas, um abraço a dar-me ânimo e incentivos. Isto constatado, visto e sabido, mas não apaziguado. Eu estava agora diante da primeira travessia logo após o portal onde se lia: vida adulta. A paisagem era ao mesmo tempo, sedutora e ameaçadora. As sensações retumbavam na mente e no corpo em variados ritmos enérgicos, que me causavam mais medo do que coragem.
Agora não havia mais recuo. Não havia opção de voltar ao tempo de outrora e segurar com força a mão afetuosa que me conduzira até ali. O próximo passo efetivaria que o avanço era inevitável e o curso dos dias transcorreriam de qualquer forma, então, melhor seria que transcorressem desenhados por mim.
Busquei em minhas raízes a história que me moldou. Olhei pro mundo com determinação e respeito. Alinhavei meus passos nos exemplos refletidos pelas boas escolhas vividas e fui avaliando as possibilidades de travessias seguras.
É a soma dos acertos com a subtração dos erros que ordena as operações na matemática da vida!
Boa tardinha de sábado, querida amiga Carminha!
ResponderExcluir"Vi, consternada que não tinha mais uma mão forte pra me guiar os passos, uma voz firme a repetir cautelas, um abraço a dar-me ânimo e incentivos'.
Emocionei-me ao ler sua prosa tão poética quanto é seu coração.
A vida adulta é exigente, mas como seria bom que todos tivéssemos uma amiga mão afável a nos encorajar e incentivar.
Não custa dinheiro e faria o mundo menos perigoso, pela força do amor que afasta o medo, amiga.
Um post para ser distrubuido em folhetos, aos adultos solitários do mundo como consolo na fase da madurez de vida.
Tenha um final de semana abençoado!
Beijinhos tenros de paz e bem
Uma linda noite Calu!
ResponderExcluirFalar de travessia, coragem, é falar do abandono do berço, do conforto e haja coragem, determinação para largar aquela mão e seguir. Muitas vezes sobre uma corda bamba, mas o querer, a determinação faz o equilíbrio e a travessia se apresenta e nos moldamos em cada abismo atravessado. A matemática é exata e a travessia a equação que vamos definindo e acertando as incógnitas.
Um abração e tudo de bom.
Que maravilhja,Cali! Quando temos a mão a nos guiar, nem nos damos conta da importância. Depois, na idade adulta, nós conduzimos outras mãos nas travessias... E é lindo! Mas bom é a mão do nosso amado que não nos guia., mas nos acompanha e segue junto! Adorei te ler! bjs, chica
ResponderExcluirAplausos, Calu, que texto primoroso! Concordo totalmente com tudo o que você falou. Nossa vida é mesmo recheada de travessias, cada uma mais complexa que a outra. Quando crianças o que mais desejamos é entrar na vida adulta, naquele portal mágico de independência, onde tudo de bom acontece, rsrsss. Óbvio que a adultez é boa, mas que é impactante, isso é! De repente temos que prosseguir sem mestres, sem certezas e sem guias. A mão forte que nos ampara já não existe mais e serão intermináveis as escolhas que teremos de fazer sem ninguém para apontar o caminho. Tudo por nossa conta e risco. Mas, por outro lado, se quisermos gozar as delícias-do-jardim-da-vida-adulta, que tanto desejamos quando éramos crianças, precisamos fazer essa travessia com muita coragem e determinação.
ResponderExcluirMais uma vez, parabéns pelo texto.
Bjs, Marli
A vida adulta, por vezes, é dura, Calu
ResponderExcluirCabe a nós procurar travessias seguras o que nem sempre é façil.
Adorei ler o seu reflexivo e tão verdadeiro texto.
Bom domingo e beijinhos
Verena.
Oi Calu, a liberdade requer assumir a responsabilidade por nossas escolhas, não á fácil...Mas acredito que vale à pena ter a oportunidade de decidir e de criar novas possibilidades.
ResponderExcluirBjs
Lindo seu texto, Calu... pois a vida é cheia de travessias, às vezes acertamos, noutras erramos e ao nos tornarmos adultos, ficamos por conta própria e daí sentimos a verdadeira importância e valor da mão que nos conduzia, nos orientava, mas por outro lado, nós passamos a ser essa mão na vida dos filhos, dos netos e assim a vida segue...é bonito todo esse processo, apesar de desafiador, não é mesmo, querida?
ResponderExcluirBeijinhos
Valéria
É, assim, a vida com os passos que tão bem descreveu...
ResponderExcluirImportante é considerar os erros como lições de vida e ensinar a fazê-lo, incentivando os novos.
Gosto de a ler, Calu, sempre assertiva e lúcida.
Dia bons a seu gosto. Beijos.
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Como você, tive mãos fortes que me guiavam e, por vezes, me sentia incomodada. Mas na passagem de me responsabiliazr por minhas travessias, às vezes, desejei ter estas mãos ao meu redor. Faz parte das mudanças de etapas e vou seguindo entre acertos erros.Excelente reflexão, bjs
ResponderExcluirE a vida é mesmo isso... feito de tentativas, erros, sucessos... e circunstâncias que nem sempre nos encaminham para onde desejaríamos ir... mas a imprevisibilidade, é a medida de valor, que torna tanta coisa que nos acontece, tão mais preciosa, no nosso percurso de vida!
ResponderExcluirUm belo e tocante texto, Calu, que muito me sensibilizou... pois no meu caso pessoal, aos doze anos, perdi a minha mão protectora... pelo que viver com responsabilidade, teve de começar bastante mais cedo, do que a minha fase adulta... de protegida, passei a protectora... fase que foi durando até hoje... e agora com a pandemia... está no auge, por força das circunstâncias...
Mas o que mais importa... é que o saldo seja positivo, e uma consciência tranquila em cada dia, seja o corolário máximo da nossa travessia...
Um beijinho grande! Feliz fim de semana!
Ana