Como no acender de uma luz onde antes havia pouca claridade, senti ressoar nas batidas do coração despertado um assombro a cada degrau que a leitura avançava par e passo com minhas lembranças de uma certa tarde na meninice trazendo nas mãos o livro novo de páginas reluzentes e sedosas onde moravam poemas ilustrados com perfeição; convite sedutor para meus olhos ávidos por belezas estampadas ao alcance das mãos.
Foi meu primeiro livro de poemas, um relicário que trago hoje em memória viva da qual tomei reconhecimento ao ler aquele postado no blog da amiga, Rosélia: flordocampo3. blogspot.
Minha surpresa ao primeiro verso foi intensa, pois, percebi que naturalmente "ele" transcorria na memória. Fiquei tão iluminada por todos os sentimentos que se reapresentaram naqueles breves momentos e não contive a emoção: chorei com um sorriso no lábios.
Grata, amiga Rosélia pela chama afetiva que reavivou em mim!
A Fonte e a Flor
( Vicente de Carvalho)
Deixa-me fonte! Dizia
a flor, tonta de terror.
E a fonte sonora e fria
Cantava, levando a flor.
Deixa-me, deixa-me fonte,
Dizia a flor a chorar:
Eu fui nascida no monte
Não me leves para o mar!
E a fonte rápida e fria
Com um sussurro zombador,
Por sobre a areia corria
Corria, levando a flor
Ai, balanços do meu galho,
Balanços do berço meu.
Ai, claras gotas de orvalho,
Caídas do azul do céu;
Chorava a flor e gemia
Branca, branca de terror
E a fonte sonora e fria
Rolava levando a flor.
Adeus, sombra das ramadas
Cantigas do rouxinol,
Ai, frestas da madrugada,
Doçuras do pôr-do-sol,
Carícias das brisas leves
Que abrem rasgões do luar...
Fonte, fonte, não me leves,
Não me leves para o mar!
As correntezas da vida
E os restos do meu amor
Resvalam numa descida
Como a da fonte e da flor!
Que lindo! Coisa boa um momento assim que a Roselia proporconou...Uma volta ao passado bem doce e terna! beijos,às duas, lindo domingo! chica
ResponderExcluirBoa noite de sábado, querida amiga Carminha
ResponderExcluirBem que me disse no Flor do Campo, quando postei, que nunca se esqueceu do poema.
É uma linda marca na vida dos professores.
Chorar com sorriso nos lábios muitas vezes o fiz nestes últimos anos. É formidável a sensação que jamais vou me esquecer.
Agora, querida, fui eu que me emocionei.
Sinto falta das Gentilezas assim como no início dos blogs há doze anos e a que você fez agora. Tão bonito seu afago em minha alma.
Ah! A introdução do post ficou elegante como lhe é típico e não é fingido, eu que a conheço pessoalmente atesto:é sua marca.
Fiquei emocionada com seu gesto de delicadeza.
Tenha um domingo abençoado!
Beijinhos carinhosos e fraternos
Tem um mimo aqui para você, com todo meu carinho:
Excluirhttps://flordocampo3.blogspot.com/2021/05/ser-jardim.html
🤗💐😘
Bom dia. Gostei bastante da sua publicação! Parabéns😘
ResponderExcluir-
É preciso acreditar, para vencer
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Beijos e um excelente Domingo.
Boa tarde Calu,
ResponderExcluirEste poema é na verdade muito belo e posso imaginar a emoção ao relê-lo no Blogue de Rosélia.
Belíssima a sua introdução falando de todas essas emoções tão ao seu particular jeito.
Um momento que muito aprecei nesta tarde cinzenta de domingo, aqui.
Um grande beijinho e uma semana muito abençoada.
Ailime
💐😘
ExcluirÉ um belo poema, escrito em oito expressivas quadras!
ResponderExcluirRealmente indelével para quem o lê num livro ilustrado e agradável.
Não conhecia o autor, foi um prazer. Boa semana. Beijos
~~~~~~~
Sem dúvida um poema fascinante, encantador, sublime de ler. A for levada pelas águas num vai e vem de amor. Gostei muito. Deixo o meu elogio.
ResponderExcluir.
Um domingo feliz … Abraço.
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Momentos como estes são significativos pois trazem à mente muitos entrelaços de sentimentos e situações vivdas e as lágrimas surgem, trazendo à tona emoções que reavivadas nos apontam que o percurso está embutido em nosso alma basta uma luz acendê-lo. Lindo post. Bjs
ResponderExcluirBelíssima postagem, querida Calu.
ResponderExcluirPosso entender a sua emoção.
Deixo um beijinho carinhoso para vocês duas.
Verena.
O poeta estabelece, no texto, um paralelismo interessante: correntezas são demasias, que tudo podem devastar. Para a flor ser viçosa basta à fonte um leve gotejar.
ResponderExcluirabraço amigo.
Juvenal Nunes
Oi, Calu!
ResponderExcluirUm belo poema, dinâmico e visual! Assim é a vida, levando cada um a cumprir seu destino. Que tortura para a flor! (rs*) Um salve para Vicente de Carvalho que lhe fez gostar de poesia!
Beijus,
Boa tarde, querida Calu,
ResponderExcluirAmei a introdução que você fez, dizendo de suas emoções. Esse poema é uma joia preciosa, uma analogia com a vida, onde cada um de nós tem uma missão a cumprir e que nem sempre conseguimos cumpri-la do jeito que a gente quer. Fico só imaginando a tua emoção ao reler no Blog da Rosélia um poema tão marcante na tua infância.
Bjs
Marli
💐😘
ExcluirOh que beleza de poema! Vicente de Carvalho que para muitos é apenas um bairro longínquo do nosso Rio de Janeiro, mas tão suave em sua poesia antiga e que ainda ressona beleza e doçura.
ResponderExcluirNunca escrevi nada desse poeta, mas esta poesia também ficará em minha memória, li até em voz alta para senti-la melhor. Que surpresas a vida nos proporciona e, como esta, muito boa!
O livro é Relicário de 1888, fui até checar sobre ela. Amei!
um boa tarde para você, querida amiga!
Um poema muito belo e emotivo, que adorei apreciar, numa brilhante analogia com as pressas da vida... tudo passa tão rápido... ainda que alguns dias e acontecimentos, nos pareçam uma eternidade...
ResponderExcluirGrata por esta partilha tão especial, que lhe trouxe boas memórias... e a nós, permitiu-nos conhecer mais um belíssimo momento poético...
Beijinhos para ambas! Tudo de bom! Feliz fim de semana!
Ana
💐😘
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