quinta-feira, 6 de junho de 2019

Redesenhos



Ouvi , dias desses, as queixas de uma boa conhecida. Estava insatisfeita com o resultado do corte de cabelo feito num salão. Dizia não saber o porquê daquele resultado, afinal, era de seu costume cortar sempre o mesmo estilo pelas mãos do profissional de sempre. Intrigante!

Por que , às vezes, o que sempre ocorreu no ritmo desejado, desanda sem explicações? Por que, receitas testadas e aprovadas dão errado quando mais precisávamos que cumprissem o roteiro estabelecido?Por que, rotinas azeitadas começam a ranger e apontar ferrugens inéditas?

Será, por quê nos entregamos inconscientemente aos velhos e desgastados hábitos? Será, por quê nos entregamos à comodidade do já sabido e não buscamos possibilidades de inovações? O novo assusta? Creio que assusta, sim.

 Ao ouvirmos uma nota desafinada em nossa sinfonia costumeira acabamos por perdermos totalmente o ritmo, ao que eu grifo o advérbio: totalmente.
Marco pra retirá-lo da frase e da ação. Perdermos o chão é viável mas, não pode ser interminável. É preciso enfrentarmos nossos medos com clareza e, reconhecermos a força interior que nos habita. 

Reinventarmo-nos é ato restaurador e plenamente necessário. Espanar dos ombros o peso das tristezas e redesenhar os dias concretiza em nós a escolha pela vida bela e plena de alegrias que estão por perto esperando que as reconheçamos em cada situação. 

Deixar que novos gostos, novos interesses e novas formas de agir tenham oportunidade de nos surpreender é libertador.





9 comentários:

  1. Que beleza,Calu!

    Sabedoria pura por aqui sempre... Ficamos assustados diante do novo, do que nos espera ali adiante .Até de assumir novos compromissos por vezes nos trancamos...Pena!

    Mas tive que rir quando li a palavra totalmente desafinado na tua frase:
    Ao ouvirmos uma nota desafinada em nossa sinfonia costumeira acabamos por perdermos totalmente o ritmo ;;;

    Sabes o motivo? Logo minhas lembranças voltaram a um Natal onde na nossa celebração em família, Neno tocava na flauta doce a música NOITE FELIZ... Tudo andava bem até que ouvi um "guincho" desafinação total e ele coitadinho, logo me olhou... O que fiz? Ri,ri e ri mais ainda, gargalhando... Foi uma risada geral em plena noite de Natal...

    Fico pensando,como seria bom se em cada situação de novo desafino em nossos dias, pudéssemos sorrir assim,ao invés de nos assustar,não/

    Desculpa o jornal,rs beijos, chica

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  2. Boa noite de paz, querida amiga Calu!
    Lindo demais termos forças de inovar!
    Tive sempre muita dificuldade, mas estou já conseguindo me aventurar um pouco e me tem feito muito bem. Com relação ao sentido literal do corte do cabelo, o da semana passada meu foi bem assim, as pontas não retas, picotadas em diagonal, gostei do resultado embora não tenham ficado certinhas. rs...
    Assim é a vida, nem tudo é certinho, mas têm coisas melhores assim dora dos eixos.
    Sou ainda bem conservadora, mas Deus me proporciona inovações surpreedentes, amiga.
    Tenha dias felizes!
    Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem

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  3. O novo assusta, o que não acontece como esperamos nos aborrece e este lugar homeostático nos paralisa e deixamos de ter novas atitudes que podem arejar nosso cotidiano, nossa vida. Arriscar, ousar, bons verbos para declinarmos mais... bjs

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  4. Olá, Calu, esse teu ótimo texto me levou a pensar exatamente no cabeleireiro! Várias vezes saí depenada! A última não voltei mais.
    O que acontece, é que temos medo do desconhecido: pensei várias vezes, se ela não acertou no corte dessa vez, o que dirá um estranho que nunca cortou meu cabelo!? E pelo medo, continuamos, ou eu continuei. Mas a gente aprende, o bom é ousar, tentar, inovar. Pode dar bem mais certo.
    Gostei muito de ler aqui, coragem para mudarmos é o que precisa!!
    Beijo, um ótimo fim de semana!

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  5. Boa tarde, querida Calu.
    Muito verdadeiro o seu texto.
    Estou aprendendo, pouco a pouco, que se eu não mudo nada muda.
    E vamos que vamos.
    Um beijinho carinhoso para tí.
    Verena.

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  6. O homem é, de facto, um ser de hábitos
    e se estiver com atenção transforma-se num cromo imutável.
    Como diz Fernando Pessoa, é bom de vez em quando, despir
    o vestuário antigo e renovarmo-nos.
    Ainda estou em pausa, mas retribuo os comentários que têm
    a amabilidade de deixar nos meus blogues.
    Ótimo fim de Outono, com felizes festas juninas.
    Abraço amigo.
    ~~~

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  7. Bom dia Calu, vim conhecer seu blog, gostei muito do que li.Já me senti assim, depois que me familiarizei com o novo visual aceitei numa boa, o novo implica em melhoras, demora, mas acontece,

    Tenha um dia feliz e abençoado.
    Bjss!

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  8. Uma bela viagem no ser.
    O permitir-se é muito interessante e importante no processo de romper com hábitos e ideias estereotipadas. Muito boa sua reflexão com sabedoria sem rebuscar.
    Tem uma musica que diz sobre sermos os mesmos como nossos pais(Belchior), que ilustra bem Calu.
    Gostei Calu.
    Carinhoso abraço.

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  9. Que todas as mudanças... nos realizem... e nos enriqueçam...
    Mas corte de cabelo não desejado... já me ocorreu vezes de mais... e tal produziu uma mudança em mim... aprendi a cortar o meu próprio cabelo... ganhei tempo... dinheiro... e uma paz de espírito renovada... e deixei de andar contrariada... esperando que cabelo crescesse de novo... e gostasse outra vez, de ver o que o espelho reflectia... como se costuma dizer... às vezes, há males que vêm por bem... :-))
    E depois é sempre tão bom, ouvir... "O teu cabelo está óptimo! Onde o costumas cortar?" Resposta: "Salão de Moi-Même!... É do melhor, para mim!" :-D
    Beijinhos, Calu!
    Ana

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Teu comentário é o fractal que faltava neste mosaico.
Obrigada por tua presença querida!