Por mais que nos assombremos com todos os avanços da tecnologia em múltiplas variedades, ainda é e sempre será o cotidiano milagre da vida que nos surpreenderá a cada acontecimento.Não tenho a data específica de quando foi que nos distanciamos da essência natural que somos, mas isso ocorreu sem sombra de dúvida, mesmo que para uma parcela da humanidade.A parcela que gestou e viveu nos centros urbanos, que foi pouco a pouco distanciando-se duma vivência mais integrada com a natureza em todas as suas nuances.Os modernismos atrativos foram tecendo uma rede espessa que acabou por encobrir muitos dos instintos naturais que temos.Hoje em dia quando sentimos cheiro da terra molhada pelas primeiras chuvas somos tocados por esse sinal ancestral que carregamos mesmo sem nos darmos por ele, como uma consciência que existe lá no fundo adormecida e, que desperta ante um chamado natural.
Fatos absolutamente naturais como o parto normal, foram sendo relegados a uma categoria de primitivismo repudiada pela grande maioria das gestantes e também pela classe médica( salvo exceções).Claro é que as circunstâncias ditam as necessidades e se for preciso não há discussão, faz-se a cesárea e ponto, mas seria interessante não relegar-se as vias normais como absurdas e impossíveis. É verdade que o elo entre a mãe e seu bebê não é medido pelo tipo de parto, mas também é verdade que os momentos que o antecedem liberando os sinais no corpo materno que se prepara para o nascimento são a linguagem de que a vida está novamente acontecendo.Tem acontecido nos últimos anos inúmeros movimentos em prol desse resgate ao curso natural do qual viemos e do qual nos nutrimos como partes condicionantes do ciclo vital.
Em nossas rotinas sufocantes perdemos certas sensibilidades que encolhidas num lugar remoto, mal se deixam antever.Sofremos de baixa frequência sensitiva, principalmente se vivemos em centros urbanos, cercados por toneladas de concreto armado e outros minérios bloqueadores das vozes da natureza.Ficamos surdos e nem nos demos conta, aliás, só percebemos isso quando viajamos para locais de natureza plena ou parcial e lá nos surpreendemos com tudo á nossa volta, com a vida em abundância.Nos tornamos novamente perceptivos, animais com faro e sensibilidade para os sinais da vida pulsante; para a mudança dos ventos, para o movimento do mar, para o alarido dos pássaros, para o uivo dos cães, para o desconforto dos animais e os avisos que nos dão, para a aparição de animais silvestres, para as chegadas e para as partidas...
Estes são pra mim, os milagres cotidianos que a vida sempre nos brinda.
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Nota: a foto me foi gentilmente cedida pela autora, a mamãe da
Laís que chegará em abril próximo.
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Nota: a foto me foi gentilmente cedida pela autora, a mamãe da
Que linda foto, lindo momento! Está pertinho!!! E que todos saibamos ter a percepção preservada, mesmo em tantas modernidades para esperar os justos momentos e neles perceber cada milagre que a vida nos permite! Lindo post, mais um,aliás! bjs,mchica
ResponderExcluirPara a mamãe da Lais, que chegará em abril, mês em que cheguei, que seja ariana, tipo móbile em constante movimento, brinquedo sem pilha, movido pela imaginação, sensível, que sofre por isso mas que vive intensamente
ResponderExcluirQuanto ao que considero uma das mazelas do século: a tal baixa frequência sensitiva, aliada a uma outra mazela o senso de urgência é um limitador, um viver pela metade, um não sentir o ar entrando e saindo dos pulmões e achar isso mágico e agradecer por isso, um não ver uma flor em meio apedra, uma pipa presa num fio, um ver e não ver, não contemplar, não filosofar, poetizar.
Filosofia e poesia, no nada admirável mundo novo, tomou forma de excentricidade, pessoas que vivem e vêem assim são sonhadoras e idealistas e isso tomou forma de defeito.
Tão natural, tão produtivo, tão ao alcance de praticar e provocador de outras tantas práticas o poetar e o filosofar, o ser sensível, sensitivo. Busca-se fórmulas, meios, mecanismos para o alcance de metas, de sucesso,m de compreensão e é em nós, no nosso olhar, ouvir, sentir que reside todas as entradas e saídas.
Oiii Calu, acho uma benção quando uma mulher pode ter um parto normal, infelizmente por conta de uma talacemia eu não pude, nas duas gestações tive que tomar anestesia geral com bolsa de sangue do lado e a família inteira rezando na capela do hospital, o risco de perda minha ou das minhas filhas era grande, nem podia ter engravidado da Manoella minha segunda filha, o risco dobrou, tomei bolsas e bolsas de sangue para controlar a talacemia, graças a Deus sobrevivemos e estamos todas aqui p contar esta história rsrs Bjossss
ResponderExcluirOlá Calu, que excelente artigo! Não posso deixar de estar mais de acordo! Parece cada vez mais haver um distanciamento do essencial! E o essencial passa por não deixar perecer os instintos de que fala e que nos colocam perante as coisas belas da vida! E que maior maravilha e exemplo que o milagre da vida a palpitar na barriguinha desse futura mamã? Uma ternura e uma emoção. Um beijinho. Ailime
ResponderExcluirLinda,chique e rica maneira de narrar o cotidiano da vida! Amei, Calu! A foto excelente e bela! Em mim mora todinho o espírito,as percepções vividas desde a infância. Graças a Deus! Beijos!
ResponderExcluirQue foto bacana pra começo de conversa!
ResponderExcluirMinha cara amiga, pois é desde que saimos da barriga da mamãe que o mundo nos prepara peças, já que a maioria de nós sai hoje através de um rasgo na barriga e somos puxados para fora, assim, abruptamente, fazendo-nos à força, respirar o oxigênio de maneira diferente da que estávamos acostumados naqueles 9 meses. Estes primeiros minutos não podem ser banalizados e desrespeitados, talvez por isso, nossa memória ancestral já começa ali a se perder e depois o mundo de concreto armado à nossa volta que faz com que não consigamos identificar sons ou cheiros. Se pararmos para pensar ou observar o quanto de produtos temos em nossas casas, quase ninguém tem mais o cheiro natural e, diferente dos outros animais, não nos identificamos mais pelo cheiro que os atrai e sim pela aparência, o estereótipo da beleza consagrada nos dias de hoje.
Sobre nascimento natural, a amiga Mari Hart defende esta causa e outras mais em seu interessante blog, dá uma espiada:
http://contosmamaepolvo.blogspot.com.br/
um grande abraço carioca
Calu:
ResponderExcluirQuando engravidei, não tive dúvidas: queria parto normal.
Tive uma gravidez super tranquila e no parto não foi diferente.
Consegui realizá-lo da forma como queria, e sem dor, nem sofrimento.
Sempre prezei me manter próxima a natureza e a tudo de bom que ela nos oferece.
Não perco a chance de ter esse contato, até porque meu marido pratica equitação, o que favorece essa proximidade.
Sei o quanto faz bem ao corpo, mente e espírito ter essa ligação com os milagres diários da vida...
Boa semana.
Bjs.:
Sil
Olá Calu,
ResponderExcluirA foto é de extrema ternura. E abril já está quase aí, abrindo os braços para receber a Laís.
Infelizmente, muitas gestantes rejeitam o parto normal por comodismo ou pelo desconforto do parto e os médicos as direcionam para a cesariana por interesse financeiro.
Manter a conexão com os pequenos milagres da vida é de crucial importância para o nosso equilíbrio e paz de espírito. É verdade que a modernidade, apesar das maravilhas que traz, nos afasta sobremaneira do essencial.
Gostei da expressão 'baixa frequência sensitiva', que definiu perfeitamente o mal que nos assola na atualidade.
Ótima postagem.
Beijo.
Adoraria ter podido fazer um parto normal, mas infelizmente eu era um dos casos em que não era possível. Ainda assim, ser mãe tornou-me plena, uma pessoa melhor, mais ligadas nas pequenas coisas da vida e disposta a me doar (e amar) muito mais do que antes. Sou mãe, como todas as outras mães, independente do tipo de parto que foi feito. E isso é o que importa! ;)
ResponderExcluirEspalhar amor e educar com amor!
Desculpe a demorar em voltar a te visitar, os últimos meses foram cheios.
Linda foto, e lindo texto, como sempre
beijos
Bom dia, minha querida!
ResponderExcluirSaudades da minha barrigona... :-)
Esperei até o último momento esperando por fazer parto normal, mas estava apenas com um dedinho de dilatação, o que me levou à cesariana.
Mas o importante é que fui muito abençoada na cesária, que meu filho nasceu muito bem, saudável - louvado seja o Senhor!
"Em nossas rotinas sufocantes perdemos certas sensibilidades...", essa frase não vai sair da minha cabeça.
Aliás, estou sempre pensando/me preocupando com isso!
Estar aqui é um prazer!
Bjs e um dia abençoado pra você, minha linda!
Bela foto.Momento mágico,único e que só nós mulheres sabemos de verdade seu valor na essência.Tudo muda, a vida muda para sempre.
ResponderExcluirbeijos Querida Calu
Sim Calu, A Vida! Sempre ela, absoluta, soberana…
ResponderExcluirPor mais que o homem tente subverter a ordem natural das coisas com a tecnologia, ela sempre vence e cobra seu preço.
Que linda foto.
Saúde à mamãe e à Laís, seja bem vinda!
Bjs
Ah! VocÊ já assistiu ao filme O Renascimento do Parto? É lindo…
ResponderExcluirVocê pode baixá-lo pela internet.
Bjs
ResponderExcluirOlá, Boa noite, Calu
E abril já está abrindo os braços para receber a Laís...falta pouco!Doce foto!
... o ser humano não se mantém vivo, atuante, sujeito da própria história unicamente pela manutenção da vida física e material, mas incorpora a tal aspecto, de forma indissociável e esta nova compreensão do mundo, ao não incluir as condições subjetivas - proporcionadas, entre outras,pela 'baixa frequência sensitiva',- como condições essenciais para a manutenção da existência humana, se estabelece uma separação de mundos que não são opostos, mas complementares .... nos leva a uma resignação e para o recolher dentro de si mesmo ... e nossa sensibilidade e percepção do mundo à nossa volta são essenciais para o bem viver de forma significativa dentro de um mundo nem sempre hospitaleiro
Obrigado, pelo carinho, bela noite, bela semana, beijos!
Oi Calu,
ResponderExcluirLindo texto, uma abordagem séria e consistente sobre o entorpecimento profundo que sofrem os nossos sentidos nessa corrida do ouro, na luta pela sobrevivência. Contudo, penso que a mágica da vida, do gerar, gestar e parir está além de tudo isso, porque estamos diante do Milagre Essencial, da transcendência, essa estranha força sobre a qual nenhuma tecnologia poderá jamais se sobrepor. "... Eu vi mulher preparando outra pessoa... o tempo parou pra eu olhar para aquela barriga..." É isso amiga, o sopro vital. -- Post maravilhoso, e a barrigona... é uma grande emoção! E que venha a Laís! E que a mamãe tenha um ótimo parto. Bjs Marli
Simplesmente genial o seu texto! Estamos perdendo nossa sensibilidade com esse mundo tecnológico,infelizmente! Alguns mais que outros,é verdade, mas o ser humano precisa " se humanizar novamente"...bjs,
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