Cena Retrô

Um dia comum numa loja de produtos para cabelos, dentro duma pequena galeria da cidade.Estou bonitinha na fila com minha cestinha e o boleto para o pagamento quando o som de uma conversa ao balcão vai  se elevando.Uma jovem mãe de seus 20 e poucos anos e um pequenino tirano de seus 6/7anos que a interpelava aos choramingos de : __ Compra, vai?Vc pode. È só $99,00(correção- são só $99,00), compra, compra...

E a mãe entre um sorriso amarelo para a audiência que já se formara e apelos ao pequeno consumidor, repetia:__ Lucas, vc já ganhou seu presente de Natal.Não tem nem um mês.Não foi isto que combinamos.

O que era logo confrontada já aos gritos pelo filho:__ Você pode.Você não quer é comprar pra mim.

Vai gastar dinheiro com esses negócios(shampoos)pros cabelos e não compra o boneco que eu quero!!!

E ela já sem graça, olhava pra nós clientes, tentando justificar a cena, dizendo que ela e o filho eram amiguinhos e que tudo era combinado em comum acordo entre eles.O que não convenceu nem os ouvintes nem o garoto que prosseguiu naquela cantinela aos berros, se jogando no chão e agarrando-a pelas pernas para que ela saísse da loja em direção à outra de brinquedos.

Chegou minha vez, paguei e saí dali rapidinho lamentando os equívocos acontecidos naquelas duas jovens vidas.Aquela jovem mãe, em outros tempos, poderia até sofrer de falta de informação e preparo na lida com seu filho, mas hoje em dia há tantas boas fontes e profissionais que esclarecem e apoiam os pais nesse sentido.

A meu ver uma das falhas ali vistas reside no olhar desta mãe-amiga, de uma criança desta idade.Como assim? Amiga? Crianças e jovens precisam de Pais, amigos eles encontram em todos os círculos sociais que frequentam.Pais cuidadosos, carinhosos, presentes e firmes, sem exageros, mas objetivos nas questões que se apresentam conduzindo os filhos para uma formação cidadã;que implica entre outras coisas, no respeito mútuo, conhecimento de seus direitos e deveres.

Os filhos precisam sentir a proteção que advém das figuras materna e paterna em consentir ou negar algo, tendo a devida explicação para um e outro caso.Negar simplesmente é oprimir.Consentir sempre é desleixo com o futuro deles(as).

Hoje eu sou também, amiga de meus filhos e filhas adultos, mas enquanto crianças e jovens, fui mãe, ás vezes branda, ás vezes severa, porém, Mãe!