clareia o símbolo
repetindo o chamado
para que se viva,
acima de tudo,
o Amor !
Vem aqui o tema da interação proposta pela amiga Chica, em seu chicabrincadepoesia.blogspot,
inspirado na imagem:
Por mais pétreo que seja o chão,
Por mais cinza que haja na cor,
Por mais dura que seja a palavra,
Por mais áspero que seja o toque,
Por mais crua que seja a dor,
ainda assim, creio no Amor,
ainda assim, o chamo,
ainda assim, o reflito,
pois ele é e está em tudo.
Por incrível que pareça, somente hoje tive chance de parar por aqui e fazer essa postagem-registro do lançamento do meu livro: Na voz do vento.
Foi uma tarde especialíssima, cheia de abraços fraternos, elogios carinhosos e muita descontração.
As amigas me prestigiaram grandemente. Eu não me cabia de tanta felicidade por esse encontro memorável.
A querida, Norma, esteve todo o tempo me apoiando fosse na venda, fosse na recepção às pessoas, sim, porque por momentos formava-se fila para a dedicatória enquanto chegavam outras amigas ao lançamento.
Por mais que eu busque adjetivos para descrever o quanto foi maravilhoso esse acontecimento em minha trajetória na escrita, nenhum será fiel o bastante.
Meu muito obrigada!
( Antonio Cícero)
Por uma estranha alquimia
(você e outros elementos)
quase fui feliz um dia.
Não tinha nem fundamento.
Havia só a magia
dos seus aparecimentos
e a música que eu ouvia
e um perfume no vento.
Quase fui feliz um dia.
Lembrar é quase promessa,
é quase, quase alegria.
Quase fui feliz à beça
mas você só me dizia:
"Meu amor, vem cá, sai dessa."
Por mais que dissessem que ela era uma boba em esperar por uma promessa escrita num papel cheio de vincos: carta lida e relida muitas vezes, ainda assim ela se agarrava á música que ecoava daquelas palavras românticas cheias de promessas, cânticos que só ela ouvia. Era feliz em seu mundo particular.
E como o tempo não se detém, avançavam os dias no calendário sem freios.Chegou o fim do ano. Em meio aos burburinhos que a data traz, ela se mantinha fiel em sua espera. Era feliz.
Preparou uma listinha de intenções para o novo ano. Colocou-a ao lado da carta vincada. Nas vésperas, escolheu a roupa da virada.Combinou com as amigas o lugar da comemoração. Nas horas próximas se arrumou, releu a carta, releu a lista e foi em direção á porta da casa.
Ao abri-la um rosto querido e sorridente lhe disse:
_Meu amor, vem cá, sai dessa.
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Uma palavra/um conto_BC da Norma Emiliano.
Palavra-tema: SEMENTE
Julinha guardava na segunda gaveta da mesa de estudo muitas e muitas folhas com seus desenhos. Com seu olhar minucioso desenhava até as nervuras das folhas, o caule rugoso, a dobra na ponta da pétala. Eram tantos registros que a gaveta já estava abarrotada.
Nas aulas das ciências biológicas era a mais atenta. Tudo que dizia respeito ao mundo vegetal era de seu interesse comprovado.
Dia chegou em que o professor pediu um trabalho sobre as espécimes das flores do campo.Pra ela, foi como um brinde ao seu hobby. Fotografou seus desenhos sobre o tema. Fez um painel de celofane em tiras largas e fixou outros tantos desenhos em colunas.
No dia da apresentação estava eufórica. Discorreu com tanta paixão, que ao final da apresentação formou-se um roda de colegas curiosos ao seu redor querendo saber mais sobre as plantas apresentadas, sobre o habitat delas, sobre cultivo e cuidados... as sementes foram plantadas.
Fazer do cuidado, amparo.
Fazer do trato, hábito.
Fazer do hábito, diário.
Fazer do apreço, âmbito.
Compor relevâncias, rotina.
Traçar metas, mover.
Mudar hábitos, reformar.
Expectativas, realizar.
Brincar com as palavras sempre provoca novidades.
A proposta da Chica em seu blog: Sementes diárias, propõe o termo EXPECTATIVAS para formar-se uma frase com 7 palavras.
Haja visto que eu não cumpri o proposto, mas ainda assim, trago minha participação, afinal são tantas expectativas que nutrimos em relação à vida que o termo ganha inúmeras significações.
Os já lidos, os por ler, os preferidos, os clássicos, os leves, os densos, os de poesia, os de prosa... todos meus caros companheiros de horas cheias, de cenas instigantes, de belezas poéticas.
E, neste ritmo marcante, tive por duas vezes esse ano, a grata e gentil surpresa de ser agraciada com 6 exemplares das criações poéticas em prosa e em versos da amiga Rosélia, em publicação solo e em duo com a Fernanda Maria.
Exemplares que agora figuram em destaque na minha estante.
Muito Obrigaaaaada, Rosélia ( entrenós.blogspot.com), por tua gentileza extremada.
Amei os presentes que leio com grande satisfação.
teve cuidados, teve esmeros...
Foi cultivada em terreno fértil,
Foi crescendo com viço e vigor,
Floresceu agora em cores fortes,
estampa seu auge com fulgor.
No crescente movimento das florescências, apresento meu novo livro:
Na voz do Vento.
Uma jornada poética na força dos ventos que sopram memórias, sonhos e promessas.
Uma doce espera
define-se sob o olhar
dos brotos semi-abertos
no compasso a marcar
as horas que se distanciam
do momento anunciado
nos plurais dos casulos
que em perfeito coletivo
belezas enunciam.
Aprendimentos (trecho)
Manoel de Barros
"Chego por vezes de alcançar o sotaque das origens.
Se admirava de como um grilo sozinho, um só pequeno grilo,
podia desmontar os silêncios de uma noite..."
avental amarelo,
aninhando anéis
ampliados ante
antigas arcadas
assim arrumadas.
Amarelo aspecto
autêntica alegria;
acentuada ação,
alegoria alçada,
atitude apetecida.
Lúcia, poetisa do sertão, nos convida para entrarmos na brincadeira dos poetas e junto com ela, trovarmos as inspirações despertadas por imagens dadas.
Até ontem era mirrada
muda curta, apequenada;
qual surpresa no novo dia
brotou forte, vasta florada.
Abriu botões carmesins
encheu seus galhos grossos,
cresceu em altura e graça
enfeitou o rés da murada.
traz Mário Quintana e sua intensa poética para chamar nossas inspirações.
(poema) Deixe-me seguir para o mar
Deixa-me seguir para o mar Tenta esquecer-me... Ser lembrado é como evocar-se um fantasma... Deixa-me ser o que sou, o que sempre fui, um rio que vai fluindo... Em vão, em minhas margens cantarão as horas, me recamarei de estrelas como um manto real, me bordarei de nuvens e de asas, às vezes virão em mim as crianças banhar-se... Um espelho não guarda as coisas refletidas! E o meu destino é seguir... é seguir para o Mar, as imagens perdendo no caminho... Deixa-me fluir, passar, cantar... toda a tristeza dos rios é não poderem parar!
Olharam-se mudos.Há tempos as palavras lhes faltavam.Ninho vazio, filhos distantes, horas lentas, vida em modo tedioso.Eram disciplinados com a rotina que a idade avançada exigia, mas sentiam-se incompletos.Foi quando aquela sirene aguda acendeu neles a consciência daquela situação.
Num relance, Clóvis disse à Mirna:
___ Vamos nos mudar para frente ao mar. A vida é bem mais que isto aqui.
Deixaram-se fluir e seguiram para o mar.
De inspiração em inspiração, vamos brincando de poesia com este projeto motivador que nos convida a querida , Chica, em seu blog: chicabrincadepoesia.blogspot.com
Imagem-tema :
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Nem bem a lua se despedia,
o brilho do nascente já se erguia
trazendo o dia, acordando o céu,
úmido daquele orvalho recente
na luz fria que se findou no dia.
Tal era a claridade estendida,
tal era o brilho trazido
pelos prados do céu raiado,
que a lua fez-se de rogada:
ficou no esplendor mais um bocado.
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Pela grande janela da sala do prédio art noveau onde funciona a Escola de Belas Artes, filtrava-se a luz intensa daquele dia ensolarado. Os alunos escolhiam uma obra de pintura para reproduzir conforme as orientações da professora.
Rodrigo, escolheu "O quarto" de Van Gogh. Além de ser apreciador da obra do famoso pintor, via naquela obra , em especial, um retrato de sua história da infância passada no sítio da família.Lugar cheio de boas recordações que aquela pintura ressaltava.Até os objetos que ali foram pintados tinham semelhanças com seu antigo quarto.
Pô-se diante do cavalete e munido de seus pincéis e variada paleta, deu início a sua releitura da pintura escolhida.
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Naquele ano já havia sido anunciado que não haveria presente comprado para o Dia das Crianças.A princípio, Dorinha, ficou amuada. Achava uma injustiça aquilo. Onde já se viu, deixar uma criança sem presente justamente no Dia das Crianças? Muito errado, pensava ela.
A semana começou e a rotina seguia como sempre. Ida à escola, tarefas de casa, brincadeiras no quintal. Dorinha concluiu que não haveria mesmo nenhum presente no data aguardada.Véspera do dia 12, pediu a bênção aos pais e à avó e foi dormir. A manhã chegou raiando um lindo sol. Dorinha não queria nem sair da cama, afinal era sábado e podia ficar de preguiça. Deu-se por satisfeita de ter um dia feriado.
Logo ouviu a voz da mãe chamando-a para o café. Levantou-se a contragosto e foi até a cozinha. A mãe estava fazendo suco de acerola do pé no quintal. Pediu-lhe que fosse catar mais algumas. Ao chegar no quintal, Dorinha nem acreditou no que via, havia um balanço no galho forte da mangueira, uma tenda feita dos retalhos de costura da avó, toda enfeitada com pompons, um pequeno palco pintado com figuras de circo e bambolês, piões, ioiôs, corda e bola soltos ao redor.
Seus olhinhos brilharam, seu grito de alegria foi ouvido pela vizinhança e atraiu a criançada da redondeza e logo eram muitas risadas soltas e peraltices para todo lado.
Um Dia das Crianças realmente feliz!
Que NSra Aparecida proteja nossas crianças e também o nosso Brasil!
E nas minhas palavras vou sentindo
A dureza das pedras,
A frescura das fontes,
O perfume das flores.
Digo, e tenho na voz
O mistério das coisas nomeadas.
Nem preciso de as ver.
Tanto as olhei,
Interroguei,
Analisei
E referi, outrora,
Que nos próprios sinais com que as marquei
As reconheço, agora.
Miguel Torga, Diário X ( 1968)
Aconteceu bem ali
por caminhos, veredas
salpicadas no verde maior,
recosto das singelezas
floridas pela ramagem,
vaidosas entre folhagens,
donas daquele chão;
longe das apressadas
gentes sem direção.
Puseram-se a tagarelar
exibindo seus aromas,
atraindo pares de asas
delirantes e afoitas,
embriagadas da magia
da crescente sedução.
Com o riso abafado
deixavam-se sorver
em delírio adocicado.
E por todo lado via-se
faina agitada, alarido
em festivo banquete
pelas iguarias variadas
sorvidas nas floradas.
Tudo assim se deu,
bem ali, aconteceu.
( Eu )
Uma artista inventiva, com domínio da sua arte expressiva que encantou diversos públicos.
Abaixo, vemos detalhes da criatividade dela em seus figurinos.
Na agradável companhia da amiga, Norma, aproveitei bastante.
