Nós, Escritores

 Quando se deu o primeiro olhar sobre o mundo e no mundo, sobre as coisas que haviam? Quando se deu o primeiro registro sobre o visto? Quando se deu forma aos símbolos desenhados formando significados ao que era visto?

Tudo isto aconteceu em tempo imemoriais e graças aos olhares dos mais inspirados homo-sapiens nos é possível vislumbrar alguns flashs da chamada pré-história. Já eram, ao meu ver, os primeiros esboços da história contada através das imagens. O resto a partir daí, é mesmo história imortalizada.

O ímpeto de registrar o visto, eternizar o momento, poetizar o percebido está na raiz d'alma humana.

A história da humanidade deve aos escritores de todos os tempos a sua existência. E nós, contemporâneos da escrita, devemos a todos os escritores e escritoras o legado da nossa trajetória.

Com habitual frequência, me pego saudando os escritores(as) por toda epopéia da escrita através de todos os tempos. 

Desconfio que meu ensejo de escrever seja uma das sementes ancestrais que permanecerão fertilizando olhares ávidos por contar o que vêem.  

Parabenizo a todos os escritores e escritoras que traduzem o visto e o não visto, provocando o riso, o choro, a reflexão, o sonho e a realidade, também. 

A camélia dançarina

 Botando a cabeça pra funcionar, projeto da nossa querida amiga, Chica, todos os dias 5,15 e 25, em seu blog: chicabrincadepoesia, através de uma imagem dada soltar a inspiração participando da blogagem.

Este vasto trigal doura

a terra até muito além

donde a vista possa alcançar.

O sopro da brisa mexe

 as altas espigas maduras

 e como num baile da roça,

dão volteios no mesmo lugar.

Tudo se move em festa,

tudo parece bailar,

até a rubra camélia

nascida ao rés do trigal,

balança as pétalas viçosas

em alegria inaugural. 

Projeto Inspirações - Um escritor me inspira

Um escritor me inspira

                  Na esteira dos projetos motivadores na blogosfera, a amiga,      Norma Emiliano, ( pensandoemfamilia.com), traz uma proposta inspiradora a incentivar as muitas maneiras de expressão escrita interativa e circundante fundadora de belezas sensíveis. 

          Rubem Alves figura em palco iluminado das minhas melhores preferências. Sou fã de carteirinha.

Ele foi o escolhido para abrir esta nova série-projeto.

"Não quero porto seguro,

Só âncora, vela e mar.

Âncora pra ser meu porto,

Vela pra me levar,

Mar para, no litoral,

As minhas ondas quebrar." 

Rubem Alves 

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Um conto

Desde pequena, Carina, ama o mar. Ama a tal ponto de não entender-se fora dele. Uma humana quase anfíbia de alma. Tanto insistiu com o pai que ele a colocou numa escola de vela. Nos dias de aula, ela acorda iluminada na expectativa de estar em seu elemento.

Sorve as lições do professor, repete insistentemente os movimentos de comando do barco individual até sentir-se segura no leme. Não se descuida dos seus objetivos.Vence cada desafio com determinação e garra.

Sabe que se formará uma atleta de ponta na vela, pois está resoluta ancorada em seus propósitos. 

Sussurros Poéticos

 Chegou o mais novo encantamento multiplicado na poesia sensível dos amigos e amigas da Blogosfera.

O empenho da Gracita, reuniu uma miríade de autores/poetas que enfeitam o      dia-a-dia de seus leitores.

São trinta talentosos escritores a registrar suas inspirações cativantes.

Muito Obrigada, Gracita, por este projeto maravilhoso! 

Como janelas iluminadas,

cada página de um livro,

se abre de par em par,

revela em cada palavra

o sentir, o sonhar de

quem teve olhos atentos

para a poesia encontrar. 

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Recebi este carinhoso mimo da amiga Rosélia.

Muito agradecida, Rô.

BC- botando a cabeça pra funcionar,19

 Dia de entrar na roda; uma volta,volta e meia vamos dar na imagem inspiradora que nos convida a amiga Chica, em seu projeto no blog: chicabrincadepoesia, todos os dias 05,10 e 15 de cada mês, para a cabeça funcionar. 

O que a imagem inspira...

Não adiantaram os conselhos do tronco-pai, sempre atento aos galhos-adolescentes que floriam aos borbotões se espalhando pelas ramadas, criando novas pontes para a família-arvoredo estender suas cores para além do lugar-raiz.

E assim fizeram. Alongaram suas ramagens, despontaram novos brotos, convidaram novas folhas a cobrir de adornos os galhos criando um telhado naturalmente lindo em generosas floradas a enfeitarem os passos de quem por ali se visse debaixo daquele ipê.

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Dueto Amoroso IV - Gratos Encontros

Benditos os de coração distraído, pois, entre sussurros e sustos,

são pelo amor convidados a voarem de pés no chão.

( Carmen Barros)

 Finda-se o mês de junho e como fechamento memorável acontece a BC: Dueto Amoroso, um projeto da amiga, Rosélia em seu blog: amorazul01.blogspot, com grandes participações.

Gestos de Ternura

( Rosélia)

Num abraço de envolvência,

reiteramos nossa Amizade,

com Amor e toda paciência

no cordão de permanência.

O ombro amigo é lealdade,

casa acolhedora de bondade.

aconchego de grande ternura,

não nos deixa em má lisura. 

Aquece corpo, alma, acalma,

é gestão do coração amante,

dobras de dois sentimentos,

em fusão na tal ebulição.

É sinal de sinceros laços,

início de todos aquecimentos.

Estreitamento das sensações,

a urgência é as emoções.

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Minha participação

Gratos encontros

Ao simples olhar fugaz

de duas almas irmãs,

sela-se a identidade

em estreita comunhão.

Palavras são dispensadas,

quando a empatia se faz,

nos gestos, no abraço,

dizem tudo e até mais.

Doce amizade bendita,

dupla graça a nutrir

duas almas em união

pela vida vão seguir. 

Vista antiga - Botando a cabeça pra funcionar

Botando a cabeça pra funcionar, projeto da Chica, em todos os dias 5,15 e 25 do mês, para uma imagem escolhida  e inspiração livre.

Participe no chicabrincadepoesia, 18.

 

       Minha participação

        Vista antiga

     

  Vista por olhos antigos

plantadores de muitos sonhos

    paredes de muita história,

abrigo de longos anos.

Por mãos habilidosas

ganhou forma e firmeza

por sobre chão de terra

em meio à natureza.

Através da moldura

escavada foi, no lenho,

deu vista ao vasto verde,

abriu-se ao belo desenho.

Pelas frestas da madeira,

trouxe não só o lá visto,

deixou entrar todo perfume

das flores em belo viço.

                                     

A imagem-tema de hoje me remeteu à bela cidade de Assis, patrimônio arquitetônico de uma época. 

Dueto amoroso III - Encanto Florido

        Ao final de mais uma semana, BC: Dueto Amoroso, por iniciativa da       Rosélia ( amorazul01.blogspot) tem nova interação.

...E a vida vai tecendo laços quase impossíveis de romper

tudo que amamos são pedaços vivos do nosso próprio ser.

Manuel Bandeira

Romance à moda antiga

Alameda de lirismo, paz no coração,

amor companheirismo em dedicação.

Romantismo em voga...

Percurso de fantasia, em amorização,

sentimento de alegria, sintonização.

Romantismo sem moda...

Caminho de magias em codificação,

ternuras afetivas em solidificação.

Romantismo revoga?...

Trajeto de carinho na edificação,

casal sem desalinho, ostentação.

Romantismo não acomoda...

Rumo sinuoso na cidade, concessão.

têm cumplicidade, são exceção.

Romantismo incomoda...

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Minha Participação

Encanto florido

 A cotovia testemunhou

o sorriso apaixonado

a bailar nos semblantes

do casal de braço dado.

Iam na florida alameda,

absortos e felizes

trocando juras de amor,

à vista de cada flor.

Não contaram as horas

Flanando pela beleza

numa aura romântica,

em meio à natureza. 

Determinação- Uma palavra-um Conto/junho

No fluxo das BCs, acontece a interação mensal, proposta pela Norma Emiliano, pensandoemfamilia.com, pra a criação de um conto livre a partir da palavra-tema:

Surpresa 

Finos raios do sol daquela manhã atravessaram o vidro da janela espalhando-se pelo quarto.Estavam habituados a acordarem Mariana e receberem dela um sorriso sonolento. Naquela manhã, foram surpreendidos com ela já de pé indo abrir a janela de par a par. Debruçou-se no beiral de madeira e o saudou com um aceno.O sol respondeu-lhe em cumprimento aumentando ainda mais a claridade em torno da casa.

O casal de bem-te-vis- cantava sua vigésima toada e nem assim conseguiram da moça, um sorriso aberto.Dia mal começado, noite mal dormida e um receio sentido, embaçava o alvorecer.

Olhando de lado para o notebook, Mariana, sentia-se paralisada, com medo de acessar o resultado. Tinha consciência de seu empenho, mas como ter certeza de ter sido bem avaliada por aquele júri de grandes nomes do ballet mundial?

Muniu-se de coragem, afinal, era preciso saber; abriu o site e foi procurar o resultado: Surpresa!! Ela havia sido aprovada para o curso de intercâmbio no American Ballet Theatre. 

Dueto amoroso II- Mês dos Enamoramentos

Seguindo na roda interativa proposta pela Rosélia, em seu blog: amorazul01.blogspot, neste Mês dos Enamoramentos, mais um dueto embalado nos termos que o Amor suscita em nós.

Na emoção do pôr-do-sol 

No momento de rara beleza amorosa,

no adormecer do dia a nos acalmar,

com flores de laranjeira a adornar,

vivencio uma emoção gostosa.

Nos cabelos, diadema floral enfeita,

um buquê marca nosso sublime dia,

poente na luminosidade irradia,

a luz do dia me faz refeita.

O crepúsculo é efusão de sentir,

sinto tua meiga presença tão forte,

Tu és meu norte, meu suporte,

Não vais me deixar, partir.

O crepúsculo motiva toda sensação,

suplanta a beleza do lindo lugar, 

o mais belo sei nem explicar,

se o pôr-do-sol ou a emoção.

( Rosélia)

Magia ao pôr-do-sol

 Dois corações em sintonia,

 pulsam enamorados no ocaso.

 Palavras  são dispensadas 

ante o sentir, indizível fato.

Correram as horas festivas,

 voaram minutos dourados, 

pelo brilho do sol de outono

a coroar um amor adornado.

E ao findar daquele dia,

marco de doce confiança,

 os dois corações embalados

selaram promessas de aliança.

( Eu)

Caminho das águas

 

 

A espuma lhe chegava

Molhando os passos dados

Fazendo incertos desenhos

 Nas pegadas deixadas

Por seu cantante passar;

Misturando sal em gotas

Às cantigas sobre o mar

Que assim ritmado seguia

Acompanhando de perto

O sorriso despontado

Pelo outono do lugar.

Dueto Amoroso

 

Já lá vai junho em dias de muitas expectativas por suas festas e datas. 

Para celebrar o mês dos enamorados,  Rosélia em seu blog: amor azul01.blogspot.com, nos convida a duetos baseados nas imagens românticas evocando o clima da data.

Dentro de um abraço

( Eu)

Nem a chuva, nem o frio,

 nada que se possa pensar,

 nem o dia indo ao meio,

nem o risco de falhar,

foi capaz de impedir

o encontro que se dava

dentro daquele abraço

grande... intensa euforia

de dois corações plenos

de amor e de alegria. 

💚💙

Encontro

( Rosélia)

Ele veio ao seu encontro bem animado

Era fiel à sua amada, tudo combinado.

Em dias de sol, de chuva, no amor de laço,

Com flores e beijos, lograva todo percalço.

Ela se punha extasiante e coloridamente

Destemida ao seu tão esperado encalço.

Os abraços eram tão apertados, calorosos,

Deixavam-nos em Estado de Poesia, magia.

Tinham alegria nos olhos, sorriso nos lábios,

vestes eram de textura sedosa na lingerie.

A ternura inebriante, no envolvente recrie,

Afeto forte no coração dos nubentes ternos.

Céus em vários tons

Há não sei que atração

me arrebata e encanta

nos matizes desfilados

em céus alongados;

firmamento tingido por

uma paleta generosa,

 mesmo ao findar o dia

veste seu manto rosado

 para que a tarde se vá

em meio a um espetáculo.

 

Uma imagem/ Uma trova

As rodas interativas na blogosfera são um marco importante assemelhado às coletâneas de poesias, contos e crônicas motivadoras de lindas inspirações.

Lúcia (poetisadosertão), em seu blog: Brincadeiras de Poetas, convida para a roda inspiradora__ Um tema/Uma trova, a partir da imagem proposta.

 

Sempre às horas da tarde

vinha no alpendre pousar,

debaixo do bouganville,

na sombra,ficava a esperar.

Sua anfitriã, pontual,

já lá o estava aguardando,

com livro aberto na página

para a história continuar.

Assim as horas voavam

pelas tramas da leitura,

que o pássaro e a dama

com prazer, partilhavam.

Minha criança

 Co'um raio de sol

na palma da mão 

acordei criança

e me vi, aceitei 

o acontecido e cantei.

Toquei a luz matutina,

abri os braços no ar,

fui pintar as nuvens,

com espirais no céu, 

pra revoadas saudar.

A cantar para as águas,

fazendo coro com elas,

descobri -me fluídica,

som e voz em dueto

na melodia entoada.

Desenhando jardins

na fina areia molhada,

cantei para as gaivotas,

convidei todas as flores,

para bem-te-vis, ninar. 

 Minha criança feliz,

mudou aquele dia,

afastou todas as sombras,

comandou a euforia,

bordou gentis alegrias.

Uma palavra, um conto/maio2024

                BC: uma palavra, um conto__ iniciativa da amiga, Norma Emiliano                       ( pensandoemfamilia.com)

Tema: SONHO 

Joana nem dava atenção a quem lhe dizia que seu sonho era impossível. Menina da periferia, de família numerosa, cedo teve de deixar as brincadeiras de infância para a ajudar a mãe a cuidar dos irmãos menores. Tinha 9 anos e já somava grande experiência no trato de crianças pequenas. Se desdobrava entre a casa e a escola , deixando esta última sempre em segundo plano. Exigências da vida!

Quando um dos pequenos adoecia, corria à casa da vizinha, dona Cidinha, que sabia diagnosticar o doentinho só de vê-lo. Febre? Dor na garganta? Fosse isso ou não, receitava um de seus famosos xaropes feitos no tacho de ferro, e pronto, o doentinho sarava em poucos dias.

A parceria de Dona Cidinha e Joana, era famosa na vizinhança. Muitas pessoas se acudiam com elas nos momentos de aflição. Enquanto aplicava emplastros, ensinava gargarejos, levava pro banho o febril, Joana ia repetindo baixinho: "quando crescer mais vou estudar pra ser médica e curar essa gente toda". 

Sorriu sem perceber ao trazer à tona essas memórias distantes. Tomou seu desjejum, vestiu-se apressada, pegou a maleta na sala e saiu pro trabalho no posto de saúde que ficava três ruas abaixo de onde morara quando menina. 

 

Chave-mestra

 

A chave 

( Roseana Murray) 

Há que encontrar a chave.

A que abrirá as paredes,

as portas e as janelas,

a que se esconde entre

 as notas da harpa

dos sentimentos,

entre as páginas de um livro,

nos versos de um poema,

entre as camadas do amor,

na água das lágrimas. 

Resiliência 

(Eu)

Disse-me, a poetisa,

para a chave encontrar.

Não me deixar abater,

e com garra, continuar.

Disse-me para buscar

onde a posso imaginar:

num sorriso de criança,

no amor no colo de mãe,

nos braços seguros do pai,

na mão acolhedora dos

que têm o peito cheio

de bem-aventuranças.

A cada chave encontrada

festejo a existência das

pessoas, chaves-mestras

de tantas benevolências.

~~~~~~

*poema do livro: Rotas de fuga, de Roseana Murray