quinta-feira, 31 de março de 2011

Delícias da Vida


Ontem foi um dia especial. Conheci uma nova amiga, a Glorinha.
Ao descobrirmos que somos quase vizinhas, corremos pra realizar a chamada Desvirtualização( palavra nova que aprendi com ela).

Já vínhamos nos "encontrando" nas trocas comentadas nos blogs e percebendo muitas afinidades.
Daí para a vida real foi um pulo. E que pulo feliz!

Ao redor dum café au chocolat, tagarelamos soltas e próximas como se fôssemos amigas de longa data. Sem freios, reservas ou coisa que o valha, trocamos risos, atenções, confidências, citações e até algumas banalidades femininas que compuseram o clima da ocasião.

Como acredito que coincidências não existem, mas sim conspirações fortuitas do Universo, confirmei minha crença de que almas afins se atraem e juntas aumentam a graça do viver.

Desde que juntei-me aos seguidores de seu blog, tenho nutrido enorme admiração por ela, revelada através de seus escritos. O que  dizer então, da alegria que me toma em poder afirmar que ganhei uma linda e nova amiga saída da tela do computador para uma doce realidade; a da amizade partilhada.

A tarde de ontem marcou uma forte simbologia: a de que podemos ter fé na beleza dos seres humanos.
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Glorinha,
já quero um bis feliz, minha nova amiga!
Ah, e levarei a máquina desta vez, kkkkkk!!!!

Bjinhos pra vc e para todos!
Calu

quarta-feira, 30 de março de 2011

Afinidade


A afinidade não é o mais brilhante, mas o mais sutil, delicado e penetrante dos sentimentos. O mais independente. Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos, a distância, as impossibilidades. Quando há afinidade, qualquer reencontro retoma a relação, o diálogo, a conversa, o afeto, no exato ponto em que foi interrompido.

Afinidade é não haver tempo mediando a vida. É uma vitória do adivinhado sobre o real. Do subjetivo sobre o objetivo. Do permanente sobre o passageiro. Do básico sobre o superficial.

Ter afinidade é muito raro. Mas quando existe não precisa de códigos verbais para se manifestar. Existia antes do conhecimento, irradia durante e permanece depois que as pessoas deixaram de estar juntas. O que você tem dificuldade de expressar a um não afim, sai simples e claro diante de alguém com quem você tem afinidade.

Afinidade é ficar longe pensando parecido a respeito dos mesmo fatos que impressionam,
comovem ou mobilizam. É ficar conversando sem trocar palavra. É receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento.

Afinidade não é sentir contra, nem sentir para, nem sentir por, nem sentir pelo.

Afinidade é sentir, sem ter a necessidade de explicar o que está sentindo. É olhar e perceber.

É mais calar do que falar. Ou quando é falar, jamais explicar, apenas afirmar.

Afinidade é jamais sentir por, quem sente por, confunde com sofrimento. Mas quem sente com, avalia sem se contaminar. Compreende sem ocupar lugar do outro. Aceita para poder questionar. Quem não tem afinidade, questiona por não aceitar. Isso é afinidade.

A afinidade não precisa do amor. Pode existir com ou sem ele. Independente dele. A quilômetros de distância. Na maneira de falar, de escrever, de andar, de respirar.

A afinidade é singular, discreta e independente, porque não precisa do tempo para existir, por prescindir o tempo e ser a ele superior, a afinidade vence a morte, porque cada um de nós traz afinidades ancestrais com a experiência da espécie no inconsciente. Ela se prolonga nas células dos que nascem de nós, para encontrar sintonias futuras nas quais estaremos presentes. Sensível é a afinidade.

Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças, conversar no silêncio, tanto das possibilidades exercidas, quantos das impossibilidades vividas.

Arthur da Távola 
Imagem:net;Anne Guedes

terça-feira, 29 de março de 2011

O SEMEADOR DE ESTRELAS

 Este é mais um pequeno parque que se integra à paisagem urbana recebendo os cuidados dos afazeres diários.
A escultura a tudo assiste parecendo que a qualquer momento se juntará à moça da limpeza.
Cotidiano que a luz do dia movimenta.
Mas quando a noite chega...


traz consigo a fantasia solta na imagem refletida de um semeador de estrelas!
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Esta escultura está localizada em Kaunas, Lituânia.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Segunda é dia de Poesia



A vida é um incêndio: nela

dançamos, salamandras mágicas

Que importa restarem cinzas

se a chama foi bela e alta?

Em meio aos toros que desabam,

cantemos a canção das chamas!


Cantemos a canção da vida,

na própria luz consumida...


Mário Quintana




Segunda é dia de Poesia


LAVRAS  RIMADAS

Saltam do topo da página,
majestosas,
asas em arco circudam,
margeiam
a palma da mão aberta
na folha,
na linha,
no traço.
Parecem presas, mas não,
voejam graciosas par a par,
sem limite
aparente, em livre pensar
dominam os espaços,
permitem, concedem,
o justo sonhar.
Aliadas, se unem e
se partem, em pausas
tracejam destinos,
desfilam lembranças
guardando no tempo
as marcas, andanças
de tesouros vividos,
retalhos em palavras.

Calu

Imagem: Jardim das Borboletas Vintage.Blogspot.com

sexta-feira, 25 de março de 2011

Nutrição Essencial

CARDAPIO DA ALMA

Arroz, feijão, bife, ovo. Isso nós temos no prato, é a fonte de energia que nos faz levantar de manhã e sair para trabalhar. Nossa meta primeira é a sobrevivência do corpo. Mas como anda a dieta da alma?

Outro dia, no meio da tarde, senti uma fome me revirando por dentro. Uma fome que me deixou melancólica. Me dei conta de que estava indo pouco ao cinema, conversando pouco com as pessoas, e senti uma abstinência de viajar que me deixou até meio tonta. Minha geladeira, afortunadamente, está cheia, e ando até um pouco acima do meu peso ideal, mas me senti desnutrida. Você já se sentiu assim também, precisando se alimentar?

Revista, jornal, internet, isso tudo nos informa, nos situa no mundo, mas não sacia. A informação entra dentro da casa da gente em doses cavalares e nos encontra passivos, a gente apenas seleciona o que nos interessa e despreza o resto, e nem levantamos da cadeira neste processo. Para alimentar a alma, é obrigatório sair de casa. Sair à caça. Perseguir.

Se não há silêncio a sua volta, cace o silêncio onde ele se esconde, pegue uma estradinha de terra batida, visite um sítio, uma cachoeira, ou vá para a beira da praia, o litoral é bonito nesta época, tem uma luz diferente, o mar parece maior, há menos gente.

Cace o afeto, procure quem você gosta de verdade, tire férias de rancores e mágoas, abrace forte, sorria, permita que lhe cacem também.

Cace a liberdade que anda tão rara, liberdade de pensamento, de atitudes, vá ao encontro de tudo que não tem regras, patrulha, horários. Cace o amanhã, o novo, o que ainda não foi contaminado por críticas, modismos, conceitos, vá atrás do que é surpreendente, o que se expande na sua frente, o que lhe provoca prazer de olhar, sentir, sorver. Entre numa galeria de arte. Vá assistir a um filme de um diretor que não conhece. Olhe para sua cidade com olhos de estrangeiro, como se você fosse um turista. Abra portas. E páginas.

Arroz, feijão, bife, ovo. Isso me mantém de pé, mas não acaba com meu cansaço diante de uma vida que, se eu me descuido, torna-se repetitiva, monótona, entediante. Mas nada de descuido. Vou me entupir de calorias na alma. Há fartas sugestões no cardápio. Quero engordar no lugar certo. O ritmo dos dias é tão intenso que às vezes a gente esquece de se alimentar direito.

Marta Medeiros.


Imagen:Borboleta Azul. Blogspot.com


quinta-feira, 24 de março de 2011

CADA DIA É UMA PEQUENA VIDA


Cada dia é uma pequena vida...
Nos últimos 18 meses, especialmente, tenho buscado uma compreensão ainda mais profunda de mim mesma e, consequentemente, de cada alma que de mim, de alguma forma, se aproxima...

Nesta jornada, tenho descoberto e confirmado, cada vez com maior lucidez, uma verdade que pode ser ótima (ou não) dependendo da forma como lidamos com ela: cada dia é uma pequena vida!

Cada situação é uma encruzilhada. Cada passo é uma escolha que pode mudar tudo. Talvez seja exatamente por isso que é tão difícil nos mantermos fiéis aos sentimentos que mais desejamos experimentar: alegria, auto-estima, gentileza, amor...

Um passo vacilante... e tudo se modifica. O que era amor pode se transformar em ciúme, egoísmo, raiva, medo. O que era alegria pode se transformar em dúvida, desesperança, tristeza. O que era auto-estima pode se transformar em insegurança, agressividade, dor. O que era gentileza pode se transformar em intolerância, desistência, arrogância.

Uma atitude, uma escolha... e tudo pode mudar! E isso me faz lembrar da máxima “Orai e vigiai”. Quando a gente ora, pede o que deseja, entra em estado de humildade, receptividade, esperança... Mas um minuto depois, é preciso que entremos em vigília constante.

Somos passionais, motivados por reações. Ainda não aprendemos a ponderar. Reagimos automaticamente a partir de crenças limitantes, de preconceitos e defesas internas. Reagimos: este é o problema.

Precisamos começar a agir. Sempre agir. Cada passo precisa ser uma ação consciente, atenta, lúcida. E para que isso se torne possível, só há uma maneira: treino, prática, repetição... dia após dia até que se torne hábito.

Só podemos destruir um velho hábito que já não nos interessa se no lugar dele construirmos um novo, que revele uma nova direção, um novo caminho. Os sentimentos difíceis continuarão dentro da gente, mas em vez de reagirmos a eles, podemos decidir por uma nova ação.

Em último caso, tenho feito assim: quando ainda não sei qual a nova ação que posso ter diante de um sentimento difícil, opto pelo silêncio. Respiro fundo, entro em contato com o que estou sentindo, reconheço que estou me deixando atingir pelo que está acontecendo e simplesmente espero, em silêncio, até que consiga encontrar, dentro de mim, uma nova maneira de agir diante de velhos sentimentos.

E assim, de vida em vida, um dia de cada vez, pretendo acordar amanhã mais positiva do que fui hoje...

Rosana Braga



quarta-feira, 23 de março de 2011

ALONGAMENTOS


  No meio do alongamento, esticando tudo, eu e as colegas do horário começamos a tagarelar. Depois da bronca da fisio, voltamos a atenção pro exercício, mas a cabeça continuava lá do lado de fora.
Adoro me alongar. Quem não gosta?
Devagar e com ritmo, a gente se espreguiça num esticar contínuo, gostoso, deixando que o movimento nos conduza pra cima e pros lados.
Já reparou que muitos animais só se levantam após uma boa espreguiçada? È o alongamento institivo.

E nessas viagens do pensamento fui me perguntando: além do corpo o que mais eu gosto de alongar?
Ah, amo me alongar num papo ao telefone com minhas filhas que moram fora; pra desespero do pai delas.

Mas, continuo me alongando e nem penso em trocar de marido como na propaganda da OI.
Alongo muito um banho de mar, uma rede na varanda, um papo com as amigas( ao vivo e ao telefone também),um café colonial com tudo que se tem direito e se não der pra ser, um cafézinho passado na hora vai muito bem do mesmo jeito.

Gosto de alongar certas passagens de livros lidos ou em processo de leitura, saboreando, marcando e até reproduzindo trechos aqui pra vocês; de cartões recebidos, cartas antigas, filmes apreciados, músicas inesquecíveis, fotos de viagens que ao estarem arrumadas em álbuns já estão alongadas por excelência.

O alongamento de um passeio de mãos dadas pelo quebra-mar, o silêncio preciso, a risada solta, o abraço apertado, o ombro amigo na hora certa.
E muitos outros necessários alongamentos que agora me escapam, mas que quando vividos completam meu dia de sabores inesquecíveis.

E vcs, gostam de alongamentos?

terça-feira, 22 de março de 2011

ESCUTATÓRIA


Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória.

Todo mundo quer aprender a falar, ninguém quer aprender a ouvir.

Pensei em oferecer um curso de escutatória, mas acho que ninguém vai se matricular.

Escutar é complicado e sutil.

Diz Alberto Caeiro que "não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma".

Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Para se ver, é preciso que a cabeça esteja vazia.

Parafraseio o Alberto Caeiro:

"Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito; é preciso também que haja silêncio dentro da alma".

Daí a dificuldade: a gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor.

Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil de nossa arrogância e vaidade: no fundo, somos os mais bonitos...

Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos estimulado pela revolução de 64.

Contou-me de sua experiência com os índios: reunidos os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo silêncio.

(Os pianistas, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio, [...]. Abrindo vazios de silêncio. Expulsando todas as idéias estranhas.).

Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio.

Falar logo em seguida seria um grande desrespeito, pois o outro falou os seus pensamentos, pensamentos que ele julgava essenciais.

São-me estranhos. É preciso tempo para entender o que o outro falou.

Se eu falar logo a seguir, são duas as possibilidades.

Primeira: "Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade, não ouvi o que você falou. Enquanto você falava, eu pensava nas coisas que iria falar quando você terminasse sua (tola) fala. Falo como se você não tivesse falado".

Segunda: "Ouvi o que você falou. Mas isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou".

Em ambos os casos, estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada.

O longo silêncio quer dizer: "Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou". E assim vai a reunião.

Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos.

E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia.

Eu comecei a ouvir.

Fernando Pessoa conhecia a experiência, e se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras, no lugar onde não há palavras.

A música acontece no silêncio. A alma é uma catedral submersa. No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos. Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia, que de tão linda nos faz chorar.

Para mim, Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também.

Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto.
 
Rubem Alves
 

segunda-feira, 21 de março de 2011

Clima Outonal


Por aqui chegou com chuva  fraca, fina, molhadeira...
Dizendo em cada gota que as mudanças estão aí, ao redor, é só olhar e sentir o outono. Este hiato gracioso entre o verão e o inverno. Tempo de pausas, de trocas das águas próprias, de luz translúcida em cores.
Sou outonal por excelência. Vibro no mesmo diapasão da estação e aspiro cada dia ofertado como um precioso presente.
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[...] "Tu és a folha do outono
voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
_ a melhor parte de mim.
Certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o vento
menos que as folhas do chão.[...]"

Canção do Outono_ Cecília Meireles

sexta-feira, 18 de março de 2011

BANZAI

Completa-se hoje essa estranha semana de perplexidades. Dias sequenciais de desalento, tristeza e assombro diante de tanta tragédia. A cada noticiário que via, eu trazia lá no fundo d'alma um esperançazinha tímida de notícias melhores, mas só ouvia o drama de nossos semelhantes.
Um povo de tão rica cultura, de história tão sofrida e de tamanha capacidade de superação, vê-se novamente arrastado pela catástrofe.
E no Japão, como aqui, começava aquele dia rotineiro, de afazeres comuns, onde lá ia um homem apressado para o trabalho, outro indo ao médico, um terceiro às voltas com compras de materiais de construção sem perceber a mulher que passava ao seu lado levando pela mão os dois filhos à escola. A mocinha que aguardava toda contente o namorado universitário que vinha buscá-la na moto nova, dava adeusinho a vizinha na janela espanando a casa...Dia comum. Dia normal.
De repente, num revés da vida; uns minutos daquele dia mudaram tragicamente todo este cenário.Onde havia vida pulsante, já não há nada, só escombros e dor. Mas ainda assim, o povo japonês continua dando exemplos magistrais de civilização, educação e respeito em meio a todo sofrimento.
Estas são algumas das muitas expressões de beleza que este povo cultiva e exporta através de práticas milenares da vivência humana.
E como encantamento não se desfaz, desejo que todos aqueles que sofreram com as catástrofes,de lá e daqui, encontrem apoio, força e condições de fazer do que sobrou de vida uma vida novamente inteira.
Dentre as muitas artes japonesas, existe o haicai, um tipo de poesia onde a tendência é a descrição de uma cena e a inclusão de uma sensação a ela ligada. Para muitos esta expressão é uma prática espiritual.Uma oração.

"Este caminho
Ninguém já o percorre,
Salvo o crepúsculo.

De que árvore florida
Chega? Não sei.
Mas é seu perfume. "

Bashô Matsuo 

Banzai significa em língua portuguesa: "dez mil anos". Exprime o sentido de unidade, coesão e longevidade.
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Banzai para todos(as) vcs!!

quarta-feira, 16 de março de 2011

Próxima Parada

Estação das Perdas



[...]Que a gente cresça e não envelheça simplesmente.. Que tenhamos dores nas costas e alguém que as massageie... Que tenhamos rugas e boas lembranças... Que tenhamos juízo mas mantenhamos o bom humor e um pouco de ousadia... Que sejamos racionais. Mas, lutemos por nossos sonhos... E, principalmente, que não digamos apenas eu te amo. Mas, ajamos de modo que aqueles a quem amamos, sintam-se amados mais do que saibam-se amados. Afinal, o que é o tempo?"


Aila Magalhães

Recomeço


Quando o dia acorda atravessado, escalo uma montanha.

É meu próprio caminho em direção ao sol.

Mochila nas costas, carrego o principal.

Não levo nem perguntas, nem respostas.

Ponho um ramo de sonhos que vou plantando pelo caminho,

a flauta encantada pra seduzir passarinho,

a estrela companheira que brilha o tempo inteiro

e mantém a trilha iluminada;

um frasco de água benta, uma reza certeira; um arco-íris à prova

de vento, um peito aberto à prova de nada.

Devagarinho, sem pressionar o tempo, chego ao meu destino.

Respiro fundo, abro os braços, canto um hino de sagração ao

mundo - e agradeço - por ter descoberto de repente por onde

se começa um recomeço.


Flora Figueiredo

terça-feira, 15 de março de 2011

Tantas Coisas


(...) Meu mundo se resume a palavras que me perfuram, a canções que me comovem, a paixões que já nem me lembro, a perguntas sem respostas, a respostas que não me servem, à constante perseguição do que ainda não sei"... 

Martha Medeiros_Explosões_Coisas da Vida

segunda-feira, 14 de março de 2011

Pare no P de poesia

Todas as coisas têm seu mistério,
e a poesia é o mistério de todas as coisas!
Frederico Garcia Lorca



A poesia é o brinquedo das cismas. Os poetas foram crianças sós e pobres que adoravam se divertir com os próprios devaneios, substituindo com vantagens, para o desenvolvimento de sua criatividade, as programações estandardizadas dos jardins de infância e os discutíveis brinquedos pedagógicos, não obstante o primeiro impacto de sua engenhosidade. Entregue a si mesma, sua imaginação recebe e emite aladas mensagens, através do resplendor mágico que anima de gradações de arco-íris o suceder de seus dias.


(Cyro Martins, em "Nota sobre Mario Quintana")

"Baste o que o tempo traz na sua anilha
Como uma rosa traz Abril no seio.
E que o mar dê o fruto duma ilha
Onde o Amor por fim tenha recreio."
Natália Correia

 

E o poeta sorriu

Eu vi um poeta chorando
que tristeza me fez sentir,
disse-lhe: quero te ver cantando
poeta, aprenda a sorrir...
Pega caneta e papel
e diz tudo que sentes,
o que tanto te faz sofrer.
Deixa ali tuas mágoas
que eu vejo transparecer.
Aceita o meu conselho amigo,
aprenda a sorrir comigo.
Ponho no papel tudo o que sinto.
Conto-lhe dos meus amores,
das minhas decepções,
das alegrias e dissabores,
das minhas realizações.
Ele é sempre meu amigo e,
nunca me contradiz
aceita tudo o que digo
e como eu fico feliz!...

O poeta ouviu meu conselho,
passou para o papel tudo o que sentia.
Eu fui para ele um espelho,
olhei e vi que o poeta sorria...
Noêmia  
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Fui tocada pela borboleta colorida da poesia e juntei-me aqueles(as) que marcadamente aumentaram a beleza da data, salpicando mais um pouco de luminosa sonoridade feita de palavras.
Um lindo e poético dia para todos, meus queridos e queridas!
Calu

sexta-feira, 11 de março de 2011

De Volta

Oi pessoal, cheguei; rosada de frio e roxa de saudades de todos(as) vcs!
Passeei bastante, tirintei muito e me distraí bem.A grande metrópole é aquilo que já nos acostumamos a ver nos filmes.Muito movimento, burburinho de cidade grande e poucas peculiaridades. A 1ª vista é impactante.
Os arranha-céus merecem o nome composto. Todos altíssimos e na maioria modernosos, mas isso tem seu preço, pois faz da cidade um imenso corredor de ventos furiosos a cada esquina.Daí eu ter achado que descobri a sedução da Times Square, não apenas pelas lojas e outdoors elaborados, mas sim , porque lá incide a maior concentração de raios solares da região. Todo mundo corre pra aproveitar e nós tbém seguimos o fluxo.
Os museus valem a pena serem visitados.Amplos e de acervo variado e bem organizado.
Nesta época o inverno ainda não se despediu(constatei desolada),deixando sua marca nas árvores peladas pra todo lado.Valeu a novidade, pois pra mim, viajar é sempre um gosto a mais na vida.
Pensei em pedir uma caroninha no FA1, mas o Obama se desculpou dizendo que o avião já vinha lotado.
Pena, né?


terça-feira, 1 de março de 2011

Feriadão


Meninada, vou ficar um tempinho sem aparecer por aqui, aproveitando o feriadão.
Vamos curtir um friozinho(brrrrr) passeando pela 5ª avenida e adjacências.
Às voltas com os preparativos me tomaram estes últimos dias totalmente, por isso não pude fazer minhas visitinhas à vcs, mas na volta, prometo que nos "veremos" amiúde, pois já estou com saudades dos nossos gostosos encontros.
Descanse, quem assim preferir, se esbalde quem for folião/foliona.
Tenham todos um ótimo feriadão!
Bjinhos, Bjinhos, Bjinhos, até a volta, amorecos!
Calu