quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Vôos panorâmicos - cartografia pessoal






( Ed Fairburn)



Uma das inovações que mais curti em meu tempo de estudante foi a estratégia dum professor de geografia ao iniciar o estudo de mapas.Toda a turma esperava que fosse mais uma chatice das habituais onde ele apontaria os detalhes no mapa pendurado na parede e nos fizesse acompanhar a ponta da régua indicativa numa ladainha sobre o lugar, o relevo e coisas e tais.Para a surpresa da turma do 2º ginasial, ele nos mandou arrastar as carteiras pro fundo da sala, colocarmos nossas cadeiras em círculo alongado por todo o espaço central, para então estender o mapa no chão, bem no centro do círculo que se formou.Sentado no chão ao lado do mapa nos conduzia pelos desenhos e detalhes de cada recanto em foco, explorando a visão que acada aluno ia descobrindo, pontuando as distâncias, os contornos e o olhar que a cada um correspondia um mesmo ponto.O que era visto, como era visto, se a visão correspondia à realidade do que estava sendo visto...Nem preciso dizer que a participação foi unânime e interessada.

Nos sentíamos como fotógrafos aviadores sobrevoando os espaços geográficos e deles recebendo uma infinidade de informações que precisavam ser analisadas, discutidas, debatidas e conferidas com esmerado compromisso.Essas aulas eram altamente proveitosas e depois disso nunca mais eu olhei um mapa do mesmo jeito alienado de antes,distante e linear.Passei a ter dali em diante um olhar tão admirador pela cartografia que considero uma das manifestações artísticas de vulto e importância irrefutável e, mesmo adulta continuo nutrindo essa reverência por esta arte.Costumo folhear, de quando em vez, os livros que a retratam.Sou tão fã desta arte que quase me perdi do grupo turístico dentro do museu do Vaticano ao chegarmos nos salões dos mapas.Fiquei sem fôlego, respirando devagar com receio de perder os ricos detalhes das peças cartográficas em tapeçaria; creio ter visto Marco Pólo numa caravela(rs).

Os mapas cumprem funções para além das direções, relevos e funções geográficas.São telas reveladoras dos espaços e das gentes que neles viveram ou ainda vivem.São charadas refinadas, provocando devaneios e viagens imaginárias e também possíveis.Ao olhar-se um mapa em postura igual a ensinada pelo meu professor, numa visão quase aérea, podemos descobrir muito mais do que seria revelado pela visão frontal e linear costumeira.Experimentem fazer isso e verão pontos antes invisíveis para o mesmo olhar: o nosso.

Imaginem se fizéssemos tal experiência com um mapa pessoal, não, não é mapa astral, é visual mesmo.Pudéssemos nós sobrevoarmos nosso corpo e estudá-lo como num mapa, detalhá-lo em minúcias e melhor ainda, termos legendas para cada sentimento que se alternariam nas mais variadas cores, nos revelando, nos traduzindo e nos levando a cada dia de estudo a um aprimoramento positivo, a uma tradução mais pura e clara; o autoconhecimento ao vivo e a cores.Poderia esclarecer muitas dúvidas, facilitar muitas questões, favorecer e abrir possibilidades viáveis e reais.Seria um passeio por nosso mundo interior.Tentadora essa idéia, não?


O artista ilustrador, Ed Fairburn, apaixonado por mapas, como eu, criou um série encantadora usando tinta e lápis com sombra para criar rostos femininos expressivos em grande escala sobre mapas de rodovias, ferrovias e rios.O resultado é interessantíssimo e inovador.








" ... O bom é que a verdade chega a nós como um sentido secreto das coisas.Nós terminamos adivinhando, confusos, a perfeição."
( Clarice Lispector)




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Imagens: artefacto/artes





segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Novas experiências - gostos e regalos






( flor da pitangueira)


Fim da tarde de domingo passado, liguei para a netinha que atendeu ao telefone toda apressada para não perder parte do filme que assistia pela milésima vez e muito menos a degustação das pitangas que ela e a irmã devoravam em frente à televisão.
___ Tô comendo pitanga, vovó!

Foram trazidas na volta do fim de semana num hotel-fazenda no interior do estado.As duas se esbaldaram nas brincadeiras, andando de charrete, vendo tirar leite da vaca, colhendo verduras na horta, essas coisas que criança de cidade acha que" dá" em supermercado já tudo embaladinho e, como deleite final foram para o pomar colher pitangas e jabuticabas.As primeiras fizeram mais sucesso.Gosto é gosto.Eu atacaria as jabuticabas, mas elas acharam o máximo aquela frutinha avermelhada parecendo uma abóbora em miniatura( elas que disseram isso).

Cada vez mais os pais estão procurando oferecer aos filhos experiências assim, uma autêntica lição de vida natural e simples em contato direto com as origens dos alimentos, manejos e preparos, além de permitir uma aulinha básica de botânica, peraltices e gulodices à solta; as meninas souberam que as duas espécies frutíferas são genuinamente brasileiras,e que cobriam quase toda a extensão da Mata Atlântica quando ainda era considerada"mata", porque hoje em dia, lamentavelmente, está deixando de fazer jus ao nome devido ao criminoso desmatamento de que foi vítima.Os poucos sítios que ainda restam pelas regiões sudeste e sul, enchem os olhos pela exuberância de suas espécies nativas, tanto flora quanto fauna.

Fui procurar saber mais sobre a pitanga lançando mão do tio Google e descobri coisas bárbaras sobre a fruta: possui vitaminas A,C e B2, cálcio, ferro fósforo e propriedades antioxidantes (uau).Seu fruto é popularmente usado como cicatrizante e antienvelhecimento.Diante disso vou ligar pra lá novamente e pedir que deixem umas frutinhas pra mim, ora pitangas!





Pitangueira 

Termina agosto. A pitangueira flora,
A umbela verde cobre-se de alvura.
E, antes que de setembro finde a aurora,
Enrubesce a pitanga, está madura.


Da flor o fruto é de esmeralda agora.

Num topázio depois se transfigura,

E, pouco a pouco, um sol de estio o cora,
Dando a cor dos rubis à carnadura.



A pele é fina. A carne veludosa,

Vermelha como o sangue, perfumosa,

Como se humana a sua carne fosse.


Do fruto, às vezes, roxo como o espargo,

A polpa tem um travo doce amargo,

O sabor da saudade amargo e doce.

( Palmyra Wanderley/in: Caderno de Poesia)



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Imagens: portalsaofrancisco.com




quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Tempos Modernos









Ao pular da cama ao toque do despertador, os olhos mal abertos encontram  a maçaneta da porta do banheiro e na semi-escuridão alcança todos os apetrechos em cima da pia, conduz a higiene pessoal no automático e entra dentro da roupa em minutos, saindo
acelerada do quarto rumo à cozinha.

Se esta descrição lhe trouxe alguma lembrança, não é mera coincidência.Esta rotina pertence a uma entre dez mil mulheres mundo afora e não é prerrogativa das executivas, não, estes passos não se aderem apenas a profissionais de carteirinha, abrange uma população feminina que está além das estatísticas oficiais, mas dentro dos relatos similares das mulheres de ontem e de hoje.

Além da sobrecarga conhecida  e reclamada, ainda temos de conviver com as frustrações diárias impostas pelas contingências da vida moderna.Corremos atrás do relógio, ou na frente, como preferirem, como maratonistas desgovernadas.Passamos grande parte do dia, entrando e saindo de filas, vendo a hora escorrer e os compromissos gritarem em nossos ouvidos que estamos atrasadas. Desculpa, é palavrinha fácil e repetida constantemente e o pior é que acabamos por acreditar que a culpa pelos atrasos é nossa.Nos cobramos mais que ninguém, nos testamos sem piedade, esticamos nosso limite até o quase impossível e ainda nos culpamos pela imprevisibilidade.Pode isso?

Passou da hora de fazer-se uma faxina nas prioridades.Quem já fez, meus aplausos.Quem ainda não, está em tempo.Equaliza a semana, o dia, as horas e seja generosa consigo mesma destacando que mesmo a mulher-maravilha precisa dum ritmo mais suave pra combater os malfeitores e cuidar de seu bem-estar.Outro dia minha dentista me confidenciou que pela primeira vez deixou marido e os dois filhos(grandes) a chamarem insistentemente e não foi correndo atendê-los imediatamente, ao que foi questionada em coro pelos indignados por terem sido ignorados por ela, que muito calmamente lhes respondeu que estava num banho de beleza, se cuidando e que este momento era só seu por direito( Yeah!).

Temos de parar de perseguir a nota dez, um sete ou oito são excelentes e tem peso e consistência do melhor possível. Amem-se, garotas!



"Que nossas agendas ( também as interiores) nos permitam muitas vezes a plenitude do nada sorvido como um gole de champanhe, celebrando tudo."
( Lya Luft)




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Imagem: tumblr/jr



sábado, 15 de novembro de 2014

Herança Afetiva





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De repente, no meio do papo nos demos conta que todas nós estávamos nos queixando das heranças genéticas:" Minha mãe sofria disso, meu pai daquilo", e o elenco de dodóis só aumentava.Uma tinha sempre algo mais dolorido que a outra; pára tudo! Apesar de haver hoje a possibilidade de sabermos mais sobre nossos gens obtendo pré-diagnósticos sobre possíveis doenças hereditárias ( vide Angelina Jolie), o assunto ainda causa controvérsias e dispara questões sobre ética que precisam ser amplamente discutidas.

Caindo na gargalhada nos demos conta que encarnávamos as "marias-das-dores" e que abusamos da injustiça ao nos lembrarmos de nossos pais só pelo lado das mazelas genéticas.Ai, meus sais, argh!Corrigindo rapidamente esta visão torta fomos engatando a marcha na conversa e nas lembranças mais que felizes da infância, quando queríamos ser igual aos pais e como os tínhamos como heróis, o que não foge muita da verdade para muitos(as) de nós.Aí alguém chamou a adolescência pra roda e unanimemente concordamos que nessa fase nos esforçamos para sermos diferentes deles, os pais, negando suas maneiras, seus hábitos, para na juventude madura redescobrirmos que não há escapatória: a gente herda pelo menos, 50% das manias de um e de outro; como nossos pais.

Uma ri solto como a mãe, muito espirituosa, outra gosta de ficar junto a natureza sempre que pode, como o pai, uma terceira aprecia vinhos, hábito aprendido em casa, outra ainda, adora fazer reformas em casa, mania do pai;a esta amiga juntei minha lembrança na mesma medida.Meu pai era o reformador.Adorava uma obrinha fosse necessária ou apenas estética.Não passava um ano em que não houvesse uma quebradeira pela casa,rs. Minha mãe até se animava em princípio, mas logo que a poeira subia ela começava a reclamar e a desfilar pela casa de vassoura e esfregão atrás dos pedreiros que fugiam dela apavorados.

Nada como o tempo para nos fazer reviver momentos antes corriqueiros e agora tão significativos, tipo este no que me vejo cortando o bico da bisnaga quentinha e deixando nele derreter a manteiga, como fazia minha mãe ou saboreando a colher de arroz novinho e fumegante como minha avó adorava, ou ainda molhando pedacinhos de pão na beiradinha do prato de sopa de feijão, igualzinho a meu pai.Tudo tão familiar, tão simples e tão particular, tudo isso que me traduz equivalente e também diferente, sou eu, são eles, somos nós: como nossos pais.


***


" A família é o primeiro toque que recebemos no coração.Ele será definitivo. Acompanhará o nosso desenvolvimento humano.Será uma marca indelével."

( Pe. Fábio de Melo)



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*Imagem: pinterest/gorgeous



quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Pela rua escorre a poesia








Ecos resvalam
murmúrios nas pedras rueiras
do piso em ladeira.





Subindo e descendo
o chão encravado
nos limos do tempo.





Quem ouviu, contou
a suspensa poeira
que o salto levantou.




 Em chão de pedras ressoam mínimos e haikais.

"Na rua 
sem resistir
me chamam,
 torno a existir."

( Paulo Leminski)



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Imagens: tumblr (ml40 - ivx )




domingo, 9 de novembro de 2014

Velhos Caminhos





( Petra/ Jordânia)



Acabei de desviar os olhos dum texto sobre o imaginário dos contos de fadas e a sutil formatação que induz no inconsciente das meninas.Não de hoje, já havia atentado pro fato lidando com as expectativas das meninas e das jovens alunas no quesito: desejos de vida. Batalhei resoluta pra desmistificar as imagens incutidas de príncipes encantados, perfeitos, românticos, corajosos e protetores...blá, blá, blá, tomando os devidos cuidados pra não rasgar-lhes completamente o véu da fantasia, afinal um pouco de sonho é necessário, bem o sabemos; o que não convém é que nos deixemos viver num mundo paralelo de extrema magia que um belo dia irá nos expulsar sem dó, puxando nosso tapete e nos mostrando as asperezas do chão.Argh!

Tomando as devidas cautelas, faz um bem danado viajar por mundos mágicos, tirar férias do cotidiano e explorar alamedas ajardinadas, atravessar pontes rebuscadas, subir enormes escadarias e debruçar-se na janela duma alta torre.No meu concedido período de menina-princesa, sonhei com tudo isso, mas, minha preferência eram as longínquas terras das "mil e uma noites", voar num poderoso tapete mágico que me levasse aos confins distantes da Terra, por entre palácios de domos dourados, desertos extensos, oásis exuberantes, este era o primeiro tópico dos meus mais mágicos sonhos.Não perdia nenhum dos filmes do tema, alguns até sabia de cor e mesmo assim revia e revia.Meu livro dos mais belos contos das mil e uma noites não saía de cima da mesinha de cabeceira e foi nele, num de seus contos, que tomei conhecimento do famoso caminho da Rota da Seda.

Tal informação tomou minha imaginação sobre o que ali acontecia: as caravanas, os camelos carregados de especiarias, tecidos de pura e diáfana seda, pérolas, tapetes, porcelanas,manuscritos, códices raros...tudo muito fantástico e misterioso. Ao perguntar a uma professora se havia mesmo um caminho assim que ia da Ásia para a Europa, ela confirmou a informação e me mandou ler Marco Pólo.Aí, já viu né, minhas viagens literárias ganharam mundos inimagináveis pra mim, até então.

Agora, descubro que a China quer reativar os antigos caminhos desta Rota milenar, reavivando este corredor arenoso entre os continentes.Claro que, os novos interesses não diferem dos antigos, o comércio, as possibilidades de expansão das exportações, mas que a decisão traz uma certa nostalgia histórica, ah, isso traz; a qual também encontramos por aqui, em terras brasilis, com a reativação da Estrada Real, o caminho velho que percorre cidades e espaços cheios de história e belezas imortais.

Como seria esplêndido se as boas e mágicas histórias prevalecessem intactas e vívidas nos corações e mentes dos homens de todas as épocas.



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Imagem:tumblr-travelingmy




quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Livros por todo lado - 9ª edição do BookCrossing Blogueiro







"Sonhar não custa nada, o meu sonho é tão real, mergulhei nessa magia era tudo o que eu queria[...]";
e quero por todos os dias, por todos os tempos, fazer do mundo uma biblioteca.Quando li esta proposta, abracei-a e dela fiz bandeira sempre agitada aos ventos, acenando pra todo lado, despertando interesses e oferecendo a boa companhia da leitura.


* A ficção exercita nossa imaginação. Nós somos moldados a pensar que o que está a nossa volta é estático, que a nossa sociedade é fechada e não incita mudanças. Mas a verdade é que ao longo de toda a história, as pessoas que mudam o mundo, fazem isso ao imaginar como as coisas podem ser diferentes. Tudo o que está a nossa volta: a cadeira em que estamos sentados, o programa de televisão que assistimos, e até o sistema de transporte de uma cidade foi um dia imaginado por alguém. A leitura faz com que a nossa imaginação vá a lugares nunca antes visitados, e nos ajuda a projetar uma nova e melhor forma de viver.
( Neil Gaiman/ escritor britânico)


O frenesi viral disparado pelo BookCrossing Blogueiro nos agrega numa espiral crescente a expandir nossa motivação, embasar nossas proposições e tornar possibilidades em concretas realidades.Muitos(as) de nós já praticam a libertação de seus livros independente da data prevista na campanha,fazendo desta prática um verdadeiro hábito.Nesse ano libertei dois livros além do ofertado na 8ª edição do Bookcrossing e acho que fiz pouco, posso melhorar, e vou.

Ontem libertei o meu exemplar de: O lado bom da vida, Mathew Quick, no ônibus de meu trajeto. A história inspirou o filme que tem sido apreciado em seu estilo meio romântico- meio dramático.




Não reparem a precariedade da foto.Foi difícil acertar o foco com o balanço do ônibus e como podem ver, eu não acertei, mas consegui registrar o momento e mostrar aqui que, lá foi ele trazer boas horas a outros(as) leitores.
Mas, o post não acaba aqui não, tem mais desta semana animada.Num dos grupos que participo, ficou combinadíssimo que faremos uma reedição do bookcrossing em nosso amigo oculto deste ano.O sorteio será semana que vem.Depois conto tudo com detalhes, tá? Agora é preparar o bookcrossing kids e azeitar o movimento que não pode e não vai mais parar.



A maestrina da campanha, a Luma (Link), do Luz de Luma, explica todos os detalhes com clareza.Dê uma passadinha por lá para saber tudo direitinho.





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Trecho da música: Sonhar não custa nada, de Paulinho Mocidade
* __ trecho do artigo de Neil Gaiman, publicado no The Guardian - " Por que o nosso futuro depende de bibliotecas, da leitura e da imaginação."




segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Futuro desenhado








Compasso risca a,
  pausa do passo conjunto
 ao encontro do mar,
as mãos seguras se dão
certezas do caminhar.

Ângulo desenhado,
rumo quieto,passo certo,
mais que perto, lado a lado,
nas veredas conhecidas,
do chão imaginado.
(Eu)


*** 


Colhe o dia, porque és ele


Uns, com os olhos postos no passado
Vêem o que não vêem:outros fitos
Os mesmos olhos no futuro, vêem
o que não pode ver-se.

Por que tão longe ir pôr o que está perto
__ a segurança nossa? Este é o dia,
Esta é a hora, este o momento, isto
é quem somos e é tudo.

Perene flui a interminável hora
Que nos confessa nulos. No mesmo hausto
 Em que vivemos, morremos. Colhe
O dia, porque és ele.
( Ricardo Reis)





Emolduro meu futuro nos desenhos dos netos.


Uma palavra dada, uma só frase formada!
Brincadeira circulada pela Chica.




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