sábado, 15 de outubro de 2016

Doçuras da vida




( Pão de Açúcar-diariodonordeste)




Na cozinha, naquele instante, só meu fiel companheiro Thuran, viu meu amuo diante do pote vazio de açúcar mascavo; e agora, como vou adoçar meu café? Remexi a dispensa e encontrei uma caixinha de sachet do açúcar branco. Pronto , substituição feita, sentei-me placidamente a saborear meu café da manhã, refeição que aprecio bastante. Pra mim, é quase um ritual.Disponho à minha volta os sabores selecionados pra começar o dia.Tudo questão de hábito cultural.Em pequena, fui madrugadora, saltava cedinho da cama e saía pela casa a explorar os cômodos e acordar os dorminhocos.Meus pais acenavam a mão e me dispensavam do quarto, mas minha avó logo me abria seus braços me aninhado e beijando-me as bochechas para em seguida estarmos as duas  na cozinha aprontando nosso café matinal.Vem dela esse meu pequeno e querido ritual.

Pois ainda agora, desfiando as lembranças, retomei os conhecimentos escolares sobre o açúcar um, reconhecidamente, bem histórico do país e, mais que bem-vindo, mapeou os anais com sorrisos e lágrimas.Mas,por agora, olhando os sorrisos trazidos pelas inúmeras combinações deste versátil produto é possível fazer-se centenas de enciclopédias sobre o tal e com os mais diferentes temas acerca dele, haja visto a riqueza culinária que "ele" proporciona em todo o mundo.

Como já viram, este meu pincelar vai de encontro à absolvição do açúcar e de seus feitos, afinal, já existem tantas restrições na vida e, por isso mesmo, assumir umas inocentes transgressões dão sabor aos dias.Sou uma formiguinha assumida.Claro, que bate uma culpinha quando exagero, mas aí compareço mais nos exercícios da hidroginástica e acalmo a consciência.


Para florear o assunto, segue abaixo trechos do artigo: " Com açúcar e afeto brasileiros", da Revista de História da Biblioteca Nacional. 


A notoriedade que os doces têm na mesa dos portugueses é antiga: vem do século XV, quando Portugal iniciou uma produção de açúcar em larga escala em suas colônias atlânticas. O cardápio de guloseimas ficou ainda maior com o cultivo da cana-de-açúcar no Brasil. Mas tanto aqui quanto na Europa, o começo dessa tradição está profundamente ligado à Igreja.

A princípio, a tarefa era uma responsabilidade das irmãs monjas. No início da Época Moderna, a população feminina dos conventos era, em sua maioria, composta de mulheres que não tinham escolhido o hábito por fé, e sim por imposição social – normalmente, familiar. A feitura de quitutes ajudava a suportar a rigidez do claustro... 


A circulação de tantos religiosos pelo território brasileiro ajudou a sedimentar o gosto pelos doces na Colônia. Um dos fatores que mais contribuíram para isso foi a cultura da cana-de-açúcar, que, trazida da Ilha da Madeira, logo se adaptou ao solo tropical. Aos poucos, as sobremesas foram ganhando contornos brasileiros. A grande variedade de frutas proporcionou uma gama de compotas e cristalizados que Portugal não poderia imaginar. Nas fazendas do Nordeste açucareiro, as iguarias doces se enriqueciam com os frutos da terra, ganhando novos temperos e perfumes pelas mãos habilidosas das cozinheiras. Estes, entretanto, não eram doces religiosos.

( Fabiano Dalla Bona para revista de História.com.br)






14 comentários:

  1. Doce recordações, doce escrita!
    Aproveito para deixar meu abraço a você, que tenho certeza, levou doçura para salas de aula!
    Beijo.

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  2. Boa tarde, querida amiga Calu!
    Também caminho todo dia (pra aliviar consciência, rs?)... a higro eu parei um pouco mas agora é tempo de voltar, pois o calor está se firmando... Oba!
    Sabe, não uso açúcar em nadinha nem no cuco de limão e me comprazo com tal sabor... mas, peraí, condenar-me a prisão perpétua de não comer doces, lá isso 'neca de pitibiriba', rs...
    Uma coisa compensa a outra e minha glicose é bem baixinha, normal...
    Quanto aos doces portugueses, menina, que arraso! Ainda bem que andei muito e gastei todas calorias acumuladas...
    Bjm muito fraterno

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  3. Calu querida, a minha consciência também me aferroa muitas vezes e sinto que durmo pior quando abuso dos doces. Mas será muito difícil prescindir desses doces pecados.
    Beijinhos, uma linda semana
    Ruthia d'O Berço do Mundo

    P.S. Também uso açúcar mascavo no meu café

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  4. A doçura da alma com a de um olhar ... adoçam nossas vidas!!!
    bj

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  5. Calu, a medida que foi escrevendo fui vendo sua avó querida no café da manhã!
    e senti o abraço caloroso, pois não tive avó presente .
    Quanto ao açúcar foi em excesso,diluiu meus dentinhos de leite e alterou minhas células adiposas. Assim penso eu.
    Atualmente consumo moderadamente o açúcar mascavo, e aboli o branco. Mas , me comprazo a certos docinhos da padaria aqui perto de casa. Sem culpa e com prazer!
    Isso me alegra demais!

    beijos - lindo texto repletos de sentimentos

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  6. Como sempre doces palavras! Vim agradecer o carinho e deixo um bjs praiano! chica

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  7. Oi Calu,
    Também tenho meu ritual matinal do café!
    E com açúcar, porque café com adoçante não dá....
    Que bom ter uma recordação assim tão linda da sua avó.
    Bjs

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  8. Linda postagem Calu, uma doçura só rsrsr
    Eu também sou formigona, faço e amo doces.
    Realmente a Hidroginástica nos salva!
    joturquezzamundial
    Beijos.
    Tem sorteio rolando lá no meu blog (livros e boneca).

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  9. Sempre nos proporcionando deleite com suas lembranças associadas à cultura. BJS

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  10. Concordo contigo, Calu querida
    Também sou uma formiguinha...rs
    Doce texto.
    Linda tarde.
    Beijos e o meu carinho
    Verena e Bichinhos

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  11. Olá, Calu, boa noite...sim, é verdade, existem tantas reivindicações relativas à qualidade de vida, tantas restrições na vida que temos que assumir algumas inocentes transgressões, ainda mais que desenvolvemos uma vontade extrema pelos alimentos doces. Apesar de não gostar de nada muito doce pela manhã, não pode faltar em meu café -da manhã- , um pouco de adoçante no café misturado com leite. O Fabiano Dalla Bona me "tirou" uma dúvida cultural histórica-nunca pensei que foi assim-..:"O cardápio de guloseimas ficou ainda maior com o cultivo da cana-de-açúcar no Brasil..." que, trazida da Ilha da Madeira, logo se adaptou ao solo tropical. Aos poucos, as sobremesas foram ganhando contornos brasileiros."...bom final de semana , belos dias,abraços!

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  12. Quanta doçura, eu não dispenso açúcar rs...


    bjokas =)

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  13. Calu, textos muito bons sobre o "amigo açúcar"... Também sou uma formiguinha, mas faço meus balanceamentos, acalmando a consciência e equilibrando as benditas taxas...
    Sua forma de escrever é cativante e cultural, já falei isso há tempos atrás...
    Obrigada pelo carinho no Vida & Plenitude/encontro c a Roselia...
    Um abraço

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  14. Doce és tu querida amiga! Sempre nos mostrando o quanto a vida é bela e doce. E os doces Português. ..ah são tão bons. .Tão bons..Grande beijinho para ti!♡

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Teu comentário é o fractal que faltava neste mosaico.
Obrigada por tua presença querida!