sábado, 3 de setembro de 2016

O Paraíso de cada um








Longe de mim, ao menos, tentar  definir o que seja mais próximo da idéia de paraíso, porém, cada um de nós a possui, com toda certeza. Idealizamos esse cenário com todas as nossas melhores tintas e macios pincéis.Adornamos, emolduramos e a guardamos em lugar de destaque, ao alcance dum estalar da mais rasa esperança. Conhecemo-la tão bem que sabemos descrever cada recanto, cada espaço, cada promessa e, depois de termos convocado sua presença, ainda que só na memória-afetiva, tornamos a reconduzi-la ao trono dos planos de vida.

Tenho comigo a impressão de que já variamos bastante de ideais a este respeito.Pra comprovar, façamos uma visitinha aos arquivos da memória risonha nas diferentes fases da vida e nos depararemos com as muitas versões já desejadas.Fomos dando retoques aqui e ali, pinceladas mais fortes, debruns mais suaves, adições novas, descartes e outras modificações, mas não desistimos de manter bem vívido esse local mágico.

Poderia descrever aqui o meu cenário paradisíaco em espaço e situação, mas, creio que o meu ideal não difira muito do da maioria de vocês. Aos 6.1, já me sinto consagradamente segura sobre isso, e me delicio ao ver em meus netinhos mais velhos o surgimento destes gostos ainda bem simples e ao mesmo tempo tão complexos, pra eles.Este lugar sonhado vai desde um colo na hora certa a um picolé saboroso num passeio alegre em família e tais, mas também pode estar num sentimento de alívio e segurança, como revelou minha netinha Valentina ontem, em meio a conversa ao redor da mesa de jantar.

Nós, os adultos falávamos sobre viagens e, em especial, ao Egito, quando virou-se ela pra mim e perguntou:___ Vovó, onde fica o Egito? Respondi, ao que em seguida, ela dispara:
___ Lá tem vacina? Eu digo que não, pros visitantes. E ela arremata:
 __ Vovó, você me leva pra la´?

Taí, mais um paraíso descoberto!





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8 comentários:

  1. Que delícia te ler e que maravilha um paraíso assim tão simples.Basta não ter vacinas,rs Ainda que por lá tenham múmias,rs...Lindas fotos e como ela está enorme e linda!beijos, chica

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  2. Boa tarde Calu,
    Que linda a sua narrativa.
    No que me respeita, os paraísos à medida que o tempo passa vão sofrendo alterações e neste momento vou tentando desfrutar o que aparece no dia a dia e, por perto, há tanta coisa... Até como hoje, dia de muito calor, estar na penumbra da casa imaginando que estou na floresta...
    Os paraísos perfeitos são mesmo esses em família com diálogos maravilhosos como esse que estabeleceu com sua netinha. Adorável!
    Um beijinho e bom fim de semana.
    Ailime

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  3. Olá,Calu, boa tarde...plena verdade, cada um de nós a possui, com toda certeza e concordo muito com você , variamos bastante a este respeito e até por ser muito pessoal , modifica-se muito nas diversas estações da vida.Para a netinha Valentina , basta um lugar onde não há vacinas, plena consagração de um sentimento de alívio e segurança. Enfim, idealizados, adornados, emoldurados , guardados ou não ,reconduzidos, da rasa esperança para o alcance de sua presença> sempre uma condição de comunhão com o pleno merecimento!Que cada um possa ter o Paraíso que mereça! Obrigado pelo carinho,feliz semana,belos dias,beijos!

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  4. Oi Calu,
    é verdade, com o passar dos anos nosso ideal de paraíso vai mudando...
    Que fofura a Valentina! Adorei a historinha.
    Bjs

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  5. AMEI o refletir
    Variamos no querer
    Penso que isso é ótimo
    E amei muito a foto
    É um paraíso a inocência e simplicidade da infância

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  6. Minha versão seria uma biblioteca com chocolate quente.
    Bj e fk c Deus
    Nana
    http://nanaeosamigosvirtuais.blogspot.com

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  7. Olá Calu, este final ficou lindo e ilustra bem suas reflexões sobre este espaço nosso reinventado constantemente.Eu hoje reinvento o meu com pinceladas fortes de uma vida lá da infância, como um resgate de um tempo feliz de idade com toda a experiencia de hoje.
    Linda netinha e bela cronica.
    Uma semana abençoada feliz para voce.
    Meu terno abraço.
    Bju de paz amiga.

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  8. Calu, uma doçura de postagem! Vamos construindo e reconstruindo nossos paraísos, cenários, encaixando pessoas e ideias neles, até que chegamos ao ponto em que podemos simplesmente parar e contemplar. E nesses momentos, quem diria, mais surpresas são reveladas! Como é bom continuar repousando no paraíso dos netos! É o que me alimenta na educação infantil, apesar de cansativa: a visão simples da vida que as crianças tem.
    Abraços!

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