segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

"A gente quer viver pleno direito, a gente quer viver todo respeito"










Até dá para imaginar a expressão do artista niteroiense quando pela manhã abriu a porta do seu ateliê e viu o acontecido.Uma invasão.Roubo mesmo.O lugar todo revirado, molduras espalhadas e algumas quebradas, as poucas tintas que sobraram pintavam o chão e todas as telas, terminadas e em criação,borradas, riscadas, danificadas.Os ladrões ( pensa-se que tenham sido mais de um) levaram todos os pincéis, a maioria das tintas, os trabalhos dos alunos, e até o ar condicionado.O local parecia ter sofrido um terremoto.

Ao registrar queixa na delegacia da cidade ouviu do policial atendente que não havia o que fazer, pois as características dos furtos no ateliê são as mesmas de crimes praticados por moradores de rua e se configuram como uma questão social.

Ora, pipocas, todo delito é uma questão social seja ele de que categoria for.Claro que, diante da onda de violência da qual somos reféns, um ocorrido desta natureza onde o furto não provocou perda de vidas humanas torna-se de menor valor, mas não se finda por aí, afinal perderam-se trabalhos artísticos, criações originais que não poderão ser reproduzidas na íntegra.

Divagando sobre o motivo do roubo, posso até dar uma desculpa aos ladrões que estariam movidos pelo interesse em criar arte eles também e, ao não terem acesso aos materiais necessários foram pegá-los na mão grande, só que tal impulso não desculpa os danos, a fúria destruidora que provocaram ao estragarem obras que estavam destinadas a uma exposição agendada.Eles privaram os autores e o público de interagirem por momentos preciosos de contemplação e beleza.Não há justificativa pra isto e muito menos pra esta sanha devastadora rotulada de protesto na qual vemos alguns chamados manifestantes destruindo patrimônios públicos, serviços coletivos e tais.Não entendo isso como manifestação cidadã e sim como traços de barbárie que rasgam o direito civilizado de opinar, de se posicionar social e politicamente, igualando em proporções os descalabros que são motivadores do inconformismo. 

Os feitos artísticos históricos e atuais são testemunhas do sopro divino que bafejou almas inspiradoras a criarem majestosas belezas e assim perpetuarem uma das faces sublimes do ser humano, que não pode perecer frente a um dia de fúria.




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Imagen: pinterest(debrodan)

17 comentários:

  1. Poxa, que triste!
    Ninguém tem mais sossego!
    Queremos paz!
    Espero que tudo se resolva logo!
    Tenha uma semana especial!
    Bj
    Com carinho

    Femme Digital- Mãe, Esposa, Mulher!

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  2. Bom dia Calu.
    Essa situação me aflora vários sentimentos, raiva, indignação, pena, medo. É um misto!
    Vivemos um mundo de extremos e, se olharmos bem.... vivemos?

    beijinhos

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  3. Calu, ainda que não tenha havido perdas de vidas, houve grande perda pro artista e onde anda a segurança? Onde andam nossos direitos/ Que pelo menos,m haja o RESPEITO e consideração na resolução desse caso, aliás, de mais um caso! Que coisa! bjks,chica

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  4. Calu:
    Crime é crime e ponto final.
    Não importam suas características, se lesou alguém ou algum coisa, não há justificativa.
    O problema é que todos os dias, casos semelhantes ocorrem por todo Brasil, e a impunidade acabou virando marca registrada em nosso País.
    Ninguém se importa, até que seja alvo dos bandidos.
    É como eu digo: Direito, NÃO é sinônimo de justiça....
    Bjs.:
    Sil

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  5. Olá querida Calu!
    Maldita impunidade, maldita mania essa que acontece na sociedade, de querer justificar e amenizar as condutas delituosas sob o pálio de 'questões sociais'. Crime horroroso esse que você narrou, coisa nojenta cometida por gente sem noção, ou melhor, gente perversa que reflete má fé aos quatro ventos. Mas, aos olhos da lei, crime é crime e acabou. Então, na verdade, o problema não é o Direito. É a justiça, o processo, a aplicação do Direito. É bem como dizia Cícero "summum jus, summa injúria". O excesso na aplicação do Direito pode sim, levar à suprema injustiça. E a meu ver, a impunidade é uma das maiores injustiças que a Justiça comete contra as pessoas de bem. Bjs. Marli

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  6. Lamentável, Calu
    Que vergonha!
    Te desejo uma linda tarde e uma alegre semana
    Beijinhos de
    Verena e Bichinhos

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  7. Boa tarde Calú
    Insensatos e insanos essas manifestações. Até quando vamos conviver com essas destruições?.
    Sábado passei próximo a rua onde iniciava um protesto contra a realização da çopa do Mundo. Quando cheguei em casa vi pela mídia que o quebra-quebra já havia consumado.
    Infelizmente o grande tela pintada de verde, amarelo, azul e branco está cada vez mais se descolorindo e ficando gris. Riscado e quebrado por vândalos que não respeitam ninguém. Eles não conseguem enxergar e nem sentir mais nada do que é belo e precioso. Repudio. É triste e desolador.

    Beijos.

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  8. Calu, está ai que também não entendo. Sempre me pergunto, num mundo globalizado, repleto de modernidade e informação, o básico - respeito - ainda custa em se sobrepôr a qualquer objetivo de protesto. O que ganham os protestantes devastando o patrimônio e a inspiração alheia? Lamentável. Um abraço!

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  9. Nossa Calu, imagino a dor da artista...se fosse comigo nem sei o que faria!
    Roubo é uma coisa, vandalismo é outra!
    Que coisa mais triste...
    Bjs querida

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  10. A sua reflexão é muito boa a respeito de um fato triste e lamentável!
    Que venham dias melhores, trazendo o verdadeiro respeito e direito justo!...

    Uma Boa Semana, Calu... Um abraço

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  11. Blog encantador,gostei do que vi e li,e desde já lhe dou os parabéns, também agradeço por partilhar o seu saber, se desejar visitar o Peregrino E Servo, ficarei também radiante
    e se desejar seguir faça-o de maneira que possa encontrar o seu blog, porque irei seguir também o seu blog.
    Deixo os meus cumprimentos, e muita paz.
    Sou António Batalha.

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  12. Olá Calu, na verdade a destruição da arte é a destruição do artista, da sua criação, da alma que colocou ao desenvolver na tela a sua inspiração! Nada que pague uma situação destas, sempre lamentável. São valores demasiado elevados para o comum de mortais entender! Beijinhos. Ailime

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  13. Oi, Calu!
    É por esta posição cômoda por parte do poder policial que a bandidagem se alastra... nem as digitais foram tirar!
    E se o atelier fosse de filhos de algum político? Então é necessário morte para a polícia se mexer? É para isso que pagamos tantos impostos? Indignante!

    Beijos inconformados...

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  14. Calu, querida!

    Vendo pelo lado Justiça, é necessário se categorizar roubos, por exemplo.
    Mas eu, particularmente, em minha humilde reflexão e ponto de vista, não consigo, amiga, sinceramente, diferenciar - roubo é roubo.
    Qdo se rouba, rouba-se os, talvez, árduos anos de trabalho que a pessoa dedicou para adquirir aqueles bens, rouba-se a paz que existia até aquele momento, rouba-se todo o zelo que se tinha por tudo aquilo, enfim...

    E se por um lado não exista justificativa para um roubo, por outro lado sempre existe um porquê - de falta de caráter à necessidade extrema!

    É lamentável que as pessoas chegue à esse ponto de declínio em suas vidas!

    E tudo isso só tem uma única explicação: A FALTA DE DEUS NOS CORAÇÕES HUMANOS!
    Bjs e que Deus mto a abençoe!

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  15. Ufa, ta difícil aguentar tanta ladroagem, em todos os níveis sociais!
    O período é momesco, mas há muito carnavalizamos a violência, está é a verdade cruel deste país que tem leis, mas onde não há justiça.
    Um beijo carioca.

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  16. Olá amiga!
    Gostei da sua presença no meu espaço. Ainda não virei com regularidade aos blogs,mas não posso deixar de comentar esta situação de barbárie e que ficará impune.É uma triste realidade esta que vivemos. Grande perda para os artistas e para o público que aprecia obras de arte. Beijos

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Teu comentário é o fractal que faltava neste mosaico.
Obrigada por tua presença querida!