sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Álbum de Família


Este janeiro tem se revelado surpreendente, no bom sentindo e eu fico de dedos cruzados pra garantir que assim continue.Tive uma semana muito corrida, quase não pude passear e visitar os amigos da blogosfera, mas com bom jogo de cintura consegui dar um alôzinho pra maioria e, tirar uns minutos pros velhos hábitos, como o de ler o jornal.Lá ia eu, passando as páginas, lendo daqui e dali quando caí na coluna de notícias sociais da cidade e parei...diante duma foto pequena dum rosto conhecido.Era o primo de meu pai, um tio por afinidade com quem convivi durante minha infância, e de quem perdi contato desde o casamento.Isto lá se vão 39 anos. Percorri devagar aquele rosto que me levou imediatamente ao álbum de família.Vi nele o formato do rosto de meu pai, o nariz marcante do pai dele, tio do meu, irmão da minha avó paterna.Fui longe nas recordações domingueiras, nos aniversários, nos Natais.

Voltei a fita várias vezes, da memória, porque naquele tempo não havia filmadora doméstica, e enquanto ia lá e vinha cá, pensava, como a gente perde de vista muitas das pessoas que fizeram parte de nossa história.Normal, movimentos da vida.Sim, mas além deste fato corriqueiro há também a acomodação dos dias que vão nos envolvendo nas rotinas, nas obrigações que consomem as 12 horas diurnas.Com isso vamos nos desculpando por estes relaxamentos e circulando em nosso eixo cada vez mais concêntrico.Acho que o fato e a foto me tocaram mais porque esse primo é o último representante daquela geração da família de meu pai, um sobrevivente dos ataques cardíacos que levou todos os demais. 

Jornal ao colo, olhar lá no passado, toca o telefone.Antes de contar quem era, quero deixar registrado aqui  pra vcs de que o que conto é verdade.Bom, voltando ao ponto: toca o telefone. Atendo. Não reconheço a voz. Uma mulher me chama pelo nome.Confirmo, sou eu. Ouço doutro lado:__ Oi, sou tua prima, fulana, filha do teu tio- padrinho( não o da foto, mas o irmão de meu pai). Há muito que não nos víamos e perdemos o contato.Pois,ela me achou e estava surpresa por eu não ter Facebook(rsrs), porque a primaiada toda está lá e só faltava eu. Me desculpei por desfalcar o álbum virtual, mas não faria perfil por lá, ainda mais agora que havíamos nos reencontrado no real.Conversamos pra mais de metro e falei da foto do "primo" no jornal. Ela não havia visto e iria procurar a notícia. 

Combinamos um almoço e quando ele acontecer vou confirmar o que acredito: há sintonias extensas, redes intencionais que estão por aí, suspensas, conectadas por energias poderosas; os sentimentos humanos.
********** 
Imagem: freepick

12 comentários:

  1. Lindo reencontro esse, por ora, pelo jornal, mas logo, ao vivo...Que coincidência esse telefonema justo na hora,né? Ligaçoes fortes... LINDO!! beijos praianos,chica

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  2. Calu, que lindo depoimento!Eu não tenho filmes gravados da infância ou adolescência mas eles estão bem seguros em minha memória.
    Isso é uma das coisas que me incomoda, esse jeito que aprendemos a levar a vida e que na verdade nos distancia das pessoas que foram tão importantes na nossa vida e que se continuassem a fazer parte dela provavelmente tornariam nossos dias mais alegres e leves.
    Embora você seja contra, rsrsrs, através do Facebook me reconectei com parentes distantes e inclusive conheci pessoas que não conhecia da família. Mas concordo que nada substitui o contato pessoas, por esse motivo aprendi a valorizar uma mesa de almoço os café com os queridos. E acho fantástico esses momentos de sintonia inesperados! Aproveite seu encontro.
    UM abraço!

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  3. Oi Calu, que surpresa boa a vida reservou...coincidências com o toque de Deus.
    Um sábado abençoado pra você!
    Beijinho
    Lílian -Blog:”Duas Moças Prendadas!”
    (Tá rolando brincadeiras premiadas e sorteios lá no blog, participa!)

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  4. Calu
    Essas redes de sintonia são poderosas demais...
    Nada acontece por acaso, corra atrás!!!!
    bjos
    Laurinha

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  5. Dearest Carmen,

    So sweet story.. thanks so much for sharing your stories.wow, reunion between cousins after long time no contact what a surprise!
    don't worry I don't have either facebook ;)LOL. Just hard to have fb better blog
    kk;)
    I hope my stuffs already arrived..just let me know ok
    love ya

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  6. É um mistério maravilhoso!
    Não tem como explicar, mas existe!
    Estou curiosa pela continuação...

    beijos

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  7. Olá!Boa noite!
    Calu
    Tudo bem?
    Que belo relato.É tão "gostoso" quando do nada sentimos um bem querer sem explicação, e de repente ter esses momentos de sintonia inesperados! Aproveite bem esse encontro.
    Ah..eu uso o facebook para manter contatos com os parentes e, normalmente através deles, para reencontrar outros distantes.
    Obrigado pelo carinho da visita!
    Belo domingo!
    Beijos

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  8. Ah! Calu a sincronicidade. Estamos conectados a as energias circulam. Eu vi o filme viagem, não sei se já foi assistit, ele vai um pouco além do que estamos falando, mas a temática é como passado, presente e futuro se influenciam e na importância das nossas atitudes.

    Pretendo em algum momento comentar sobre ele.
    bjs

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  9. Querida Calu,
    Nossa, é isso mesmo como você tão bem definiu "redes intencionais" acho eu também.
    Pois não é que isso acontece com a gente, vira e mexe tem alguém pensando na gente e a gente nela, tão bom quando nos procuram assim com carinho e vontade de reatar laços.
    Tenho Face, mas não procuro parentes por lá, pelo contrário, acho que parentes devem nos procurar pessoalmente se gostam ou têm vontade de ver ou falar com a gente. O Face é mesmo para o mundo virtual, aliás nada muito intenso por ali, a não ser as reclamações contra políticos, governos, atos que nos dão náuseas e temos que manifestar nossa posição.
    um grande abraço, carioca chuvoso.


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  10. Que coisa, ne? Coincidencias realmente nao existem. E vc tá certa, há essas redes mesmo, Calu... e como!
    Mas sim, o que o tio fazia no jornal???

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    1. O primo(tio) foi entrevistado na data do cinquentenário do 1º hospital de exclusividade ortopédica de Niterói.Ele e meu outro tio(padrinho)foram sócios-fundadores da instituição, ambos médicos.
      Bjos, Nina.
      Calu

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  11. Como acredito, Calu. Tinha uma cunhada que falava, toda vez que lhe telefonava: "Estava pensando em você, queria que me ligasse!" E conforme íamos conversando, mesmo que eu me mostrasse alegre, ela "sabia" quando algo me incomodava.
    Espero que se divirta muito no encontro com a prima.
    Beijo!

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Teu comentário é o fractal que faltava neste mosaico.
Obrigada por tua presença querida!