O convite feito pela Norma, do "pensando em familia.com" para participar da festa de comemoração pelos 5 anos de existência do blog, foi a de que postássemos abordagens escolhidas sobre o tema que dá nome ao site: Família.
Como é de meu feitio buscar nos contos e fábulas uma ponte para algumas questões cotidianas, fui na fonte, porque afinal, as histórias clássicas servem bem como espelho refletor para muitas delas e, uma das que mais me chama a atenção é a do "Patinho Feio".Em todo o contexto prevalece a ideia do estranho no ninho, do diferente, do excluído, mas também há neste cenário a ideia do desigual, alguém que não se assemelha aos demais, portanto não pode fazer parte do grupo no qual se encontra, mesmo que este grupo seja identificado como uma família, no caso, a dos patos.
Publicada pela primeira vez em 1845, a história mostra com detalhamento a visão cristalizada por séculos e, que confinou o conceito de família a uma série de regras pré-estabelecidas por controles sociais rígidos sem levar em consideração os sentimentos, a afeição.O ser incomum ao meio era afastado, inferiorizado em sua diferença aos demais.Os laços seriam consanguíneos e somente assim, entre seus iguais se daria a nomeação a um grupo familiar.A racionalidade dominante desprezava qualquer outra forma de agrupamento familiar, desconhecendo e até segregando quem tivesse o topete de desobedecer as ditas regras sociais.
Para pertencer a uma família teria de ser semelhante aos membros que a compunham, qualquer outra circunstância era inaceitável gerando desprezo e isolamento social,ou de todo o grupo ou do "patinho feio" em questão. O inaceitável era exilado sem chance de defesa e pior condenado em sua inocência,a sua simples e natural existência.A fantasia da perfeição familiar era levada às últimas consequências, não importando os esforços feitos para sua realização.E assim o eram.
A cultura da semelhança acima de tudo forçava as pessoas mais ousadas a se refugiarem em estereótipos absurdos ou simplesmente a abandonarem suas famílias de origem por não conseguirem se enquadrar conforme mandava o figurino; ditado velhusco, porém, apropriado.Sim, porque era com bases em moldes rígidos, frígidos e vestais que muitas famílias penduravam em seus brasões de lata a rejeição a tudo que não estivesse condizente com o desenho exigido.
Ser/fazer parte duma família extrapola aparência, vai muito além do fazer bonito, do acertar sempre,da perfeição a qualquer custo, esta é uma visão ultrapassada, ainda bem que assim o é, porém, serviu de lição para muitas famílias refletirem sobre a importância de cada pessoa e do grupo familiar como um todo, com suas discrepâncias, suas idiossincrasias e tudo o mais que mistura neste conjunto o amor-maior, o respeito mútuo, o cuidado, o apoio e a união que lhe confere com louvor a nomeação de Família.
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Imagens: tumblr(doga)
agnelo.com
Calu:
ResponderExcluirFAMÍLIA vai muito além dos ligações consanguíneas.
O que vale e importa são os vínculos afetivos e os laços que se estabelecem através do amor.
Todo o resto é mero preconceito.
Bjs.:
Sil
Oi, Calu!
ResponderExcluirPelo menos no Brasil, as famílias ainda são muito preocupadas com a reputação ou com o quê as outras pessoas pensam. Ainda existem pais ausentes que culpam as mães quando um filho sai da linha traçada do que é certo ou errado. A sociedade ainda cobra da família uma conduta "exemplar". As famílias evoluíram muito menos do que a propaganda diz. Se antes as crianças comiam separadas dos adultos e o melhor prato era reservado para o provedor, atualmente as crianças continuam comendo separadas, porém com conforto tecnológico e o melhor lugar do sofá ainda é do provedor (da sala de jantar para a sala de tv foi a única mudança).
Acredito que as mães instintivamente direcionam mais atenção e afeto para aquele filho que não teve muitos benefícios da natureza. Sim, as mães têm uma grande parcela de responsabilidade na construção da auto-estima dos filhos e também é a mãe a grande mentora para que a família permaneça unida.
Beijus,
Calu, que lindo pensares no Patinho Feio. Essa história sempre me comoveu, desde criança ao ouvir e ainda nem sabia que eu era uma delas, estranha ao ninho que pensava ser o meu, penas descoberto (??????) aos 39 anos de forma trágica quase! Mas passou! E aqui, revivi e ao final do teu texto falas exatamente o que acontece.Não tem importância se é verdadeiramente FAMÍLIA!! bjs, linda participação! chica
ResponderExcluirLindo. Obrigada pela sua participação querida. Um belo exemplar.
ResponderExcluirOlá Calú
ResponderExcluirQuantas pessoas são o patinho feio, hoje em dia com mais frequência ainda? Eu tenho casos em minha família, mas que os patinhos feios , são aceitos com muito carinho. Parabéns pelo texto.
Beijos
Maria Luiza (Lulú)
Perfeita sua lembrança ao buscar nas fábulas infantis este conceito tão amplo do que é verdadeiramente família!
ResponderExcluirMeu post de hoje se entrelaça ao seu, pois diz justamente isso, que família é quando aceitamos a individualidade de cada um e isto é a base do elo humano.
Como a Chica, eu também ficava comovida com a história do pobre patinho feio, ainda hoje vemos isto em nossa sociedade.
Muito linda sua participação nesta BC, faz todo sentido quando lembro de como você sustenta amorosamente os elos de sua grande família.
beijinhos cariocas
Como sempre escrevestes lindamente, Calu
ResponderExcluirMinha mãe também dizia que as mães é que devem zelar pela união da famĺia.
Gostei imenso da sua participação!
Beijos de
Verena e Bichinhos
Olá, querida Calu
ResponderExcluirEu tive que me esforçar tanto para não me olharem como 'a patinha feia' que tive uma desidrose aos 7 aninhos.... suava sangue nas mãos... esfolava a junção do antebraço... mas Deus me libertou e sou tão bonita de ser a patinha feia... nem imagina o quanto, amiga!!!
Deus me reservou e melhor parte: me dar uma família abençoada onde não tive nenhum que me' desse na cara' (foi o que ouvi ao dar carinho na infância deles) e nem um 'maconheiro' (como me disseram, na época também... era o termo mal usado para definir dependente químico)... Por que? Porque eduquei diferente do que recebi ou do que a maioria dos meus familiares faziam... Há 40 anos, eles me condenaram... Hoje me chamam de guerreira... Já imaginou se não tivesse convicção do que fazia, só pra não ser patinha feia? Teria mudado e sido infeliz...
Dou o que recebi do meu pai amado: carinho e prossigo com os netinhos...
É claro que o mérito está em Deus, lógico!!! Sem ELE nada sou ou pude fazer...
Como sempre, suas colocações sobre os temas são bem afetuosas e 'insinuantes'...
Que vc seja abençoada em sua família!!!
Bjm fraterno de festivo
Calu, que bela reflexão! O Patinho feio tinha o topete diferente porisso não era aceito...rss...ainda bem que a mentalidade de hoje está mais evoluida. Não importam as aparencias e nem o sangue na verdade, familia é quem está junto e se ama incondicionalmente. Adorei seu texto! bjs,
ResponderExcluirFamília é nosso bem maior.
ResponderExcluirbjokas =)
Um show sua postagem e participação nesta linda festa deste blog tão útil para nós que pensamos na família como porto seguro, mas que sabemos das corrosões que dilaceram tantas delas por ai. Ser família é bem esta sua busca no Patinho feio.Há que se ter amor incondicional para ter e ser família.
ResponderExcluirParabéns Calu por mais este presente aos nossos olhos e reflexão.
Que a semana esteja a lhe sorrir com carinho.
Meu terno abraço e admiração.
Olá Calu, regressando aos poucos, fiquei deslumbrada com o seu texto sobre este problema de discriminação das pessoas na própria Família!
ResponderExcluirGraças a Deus que essas mentalidades se alteraram bastante e as diferenças são agora aceites pela sociedade de um outra forma!
Aplaudo daqui a clarividência como abordou o tema!
Um beijinho,
Ailime
Ailie
Oi Calu! Linda a sua participação na festa do Pensando em Família! Bjks Tetê
ResponderExcluirMuito Bom o sua participação abordando o tema de uma maneira nova e chamando a todos a refletir !
ResponderExcluirQuantas vezes cobramos dos filhos aquilo que queremos para os seu futuro sem pensar se isto vai ser o que vai fazer eles felizes! Parabéns por abordar o tema Família com tanta propriedade! Um abraço e tudo de bom em tudo e sempre!
Olá,Boa noite,Calu
ResponderExcluirParabéns pela abordagem sobre a familia e também por buscar referência nas fábulas...
... sim, é certo que existiram modelos diferenciados da família antiga mas, na maior parte dos seus modelos, para a caracterização da família importava,sim, a consangüinidade, mas , para pertencer a uma família teria de ser semelhante aos membros que a compunham,pois, cada uma , família, tinha a sua própria justiça, os seus costumes e as suas tradições. Nessa concepção, a figura paterna era o centro da família. Contudo, a nossa realidade hoje é outra e a estrutura familiar também mudou e, agora, é mais abrangente.Sob essa ótica, já não cabem mais antigos preconceitos. Exigem um novo olhar... enfim, o que realmente conta é se existe o amor e o cuidado mútuo, o que pressupõe a colaboração e o respeito mútuo.Ter uma família, antes de qualquer outra coisa, significa sentir-se amado, seguro e ter a satisfação de saber que, após um dia difícil, haverá um local para ir...
Obrigado pelo carinho,belo final de semana,beijos!
Olá Calu,
ResponderExcluirBrilhante a sua participação.
Perfeita a escolha da história do "Patinho Feio" para a abordagem.
Embora em menor grau, ainda existe certa discriminação a um membro da família que foge aos padrões tradicionais, o que gera muito sofrimento a esse membro, bem assim àqueles que são nominados como "ovelha negra" da família. Família é amor, é aceitação das diferenças, é apoio. Todos aqueles que são agrupados em uma família por Deus precisam conviver juntos para aprenderem e evoluírem no amor.
Parabéns!
Beijo.
Coitado de Patinho Feio.
ResponderExcluirCalu, como é antiga esse história!
Não fazia ideia.
Olha, acho que como esse patinho, ainda existe muitas famílias assim, deixando a verdadeira essência da família pra trás.
Um xero