quinta-feira, 30 de abril de 2015

Ave Língua Portuguesa








Pela voz do rádio foi anunciada a proposta  do prefeito do Rio para o recesso durante os jogos olímpicos.Cerca de um mês de férias pra garotada grande e pequena curtir o período e permitir que a cidade flua melhor por suas vias.Sei que haverá um certo alarde nisso, tipo: " como assim, trinta dias parados em meio ao ano letivo(?)", se perguntarão muitos.É, de fato terá de ocorrer um reajuste dos dias do calendário, mas não vejo nisso nada de tão trágico assim, afinal, não é preciso voltar-se muito tempo atrás para recordar que tínhamos esse mesmo período de recesso no mês de julho e tudo transcorria na maior normalidade.Todo mundo cumpria o currículo anual, dava conta dos conteúdos programáticos, prestava exames e se dedicava a ser um estudante melhor...hum, acho que é nesta última afirmativa que mora certa incoerência dos dias atuais no cenário educacional.

Não é mais preciso, segundo alguns alienados, que o estudante se esforce, se dedique ou coisa parecida.Com tantas ferramentas tecnológicas, as exigências por excelência nos conhecimentos tornaram-se obsoletas, pra dizer o mínimo.Um absurdo de grande monta, ao meu ver.Claro é que não faço apologia de regras caducas e nem decoreba vazia e, sim, da aquisição consciente e crítica dos conhecimentos condizentes ao crescimento e desenvolvimento intelectual de cada indivíduo.

Por mais que haja acesso a um mundo de informações se o indivíduo não souber processa-las adequadamente só terá um monte mensagens cifradas, verdadeiros hieróglifos modernos.Não me cabe na lógica colocar-se  na conta da tecnologia todo o cabedal de conceitos e conhecimentos instrucionais e muito menos o desprezo por ensinamentos convergentes da formação mais ampla de cada pessoa.Em tudo tem de haver equalização e bom senso, entre o sabido e o por saber, o ponto de convergência e ampliação do conhecimento.Quem anda pra trás é caranguejo; já ouviram essa, não? Só o pessoal do MEC e´que nunca ouviu falar em semelhante dito e toca a despejar medidas e portarias de estarrecer os educadores comprometidos.A última pérola foi a edição dum livro( mais um) de língua portuguesa que não contraria o linguajar errado e considera a correção da norma oral como constrangimento ao falante, desrespeito mesmo.Como assim?

Pois não é que é assim que esses aloprados estão reconfigurando o uso correto da língua portuguesa,como um constrangimento, arghf! É um assombro, melhor, um retrocesso sem precedentes. Pudera, antigamente os linguistas preservavam a norma culta na oralidade e na escrita. Isso realmente nunca aconteceu;e, estes alucinados ainda tem a pachorra de dizer que a norma culta continuará a ser cobrada na forma escrita em exames, concursos e mais o que o valha.Faz-me rir!!Quem fala errado e considera certo irá expressar-se desta forma na escrita também.Um verdadeiro engodo eleitoreiro fantasiado de respeito ás diferenças.Não é nivelando o aprendizado por baixo que se obterá sucesso na educação instrucional.Aí estão países variados que aumentaram o nível de exigência de seus educandos e hoje colhem os viçosos frutos desta semeadura.

Um país de pouca excelência na educação e formação cidadã de seus jovens é um país de subalternos.




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domingo, 26 de abril de 2015

Cores de Abril








Isto dá pano pras mangas, como dizia minha tia-avó, um dito que pode ser adequado a qualquer conceito que ocorra,então, digo eu: "Abril dá panos pras mangas".Um mês tão rico de acontecimentos que fica até difícil acompanhar-se cada data que dele surge.No ambiente escolar a agitação é grande neste mês.Tantas datas significativas se amontoam que é preciso destacar quais as que serão comemoradas e quais as apenas referidas.O plano descrito em projetos para abril tem sempre mais páginas, mais detalhes devidamente associados às disciplinas e ao ritmo dos dias que se seguirão.Pensando nisso, calculo como seria se adotassem o regime curricular que abole as disciplinas rígidas favorecendo os tópicos de estudo a partir de eixos temáticos; em abril caberia um portfólio único.

Há três dias para celebrar o livro, ora viva! Um pro nosso achamento, dois de memórias tristes, um pra homenagear nossa casa-maior, o planeta, e outras dedicações mais.Em meio a todas elas se encontra o nascimento da poeta paulista Hilda Hilst, que se viva completaria oitenta e cinco anos;" perseverante no combate à ditadura, protagonizava uma estratégia simbólica que dinamitava a sociedade da época e todo corolário preconceituoso que sustentava esse status desigual." * 

Começando a semana e fechando esse fértil mês, trago um poema desta aguerrida mulher.




É bom que seja assim, Dionisio, que não venhas.
Voz e vento apenas
Das coisas do lá fora

E sozinha supor
Que se estivesses dentro

Essa voz importante e esse vento
Das ramagens de fora

Eu jamais ouviria. Atento
Meu ouvido escutaria
O sumo do teu canto. Que não venhas, Dionísio.
Porque é melhor sonhar tua rudeza
E sorver reconquista a cada noite
Pensando: amanhã sim, virá.
E o tempo de amanhã será riqueza:
A cada noite, eu Ariana, preparando
Aroma e corpo. E o verso a cada noite
Se fazendo de tua sábia ausência.


( Júbilo, Memória, Noviciado-Paixão/ Hilda Hilst)


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Obs:* livre interpretação de trecho do parágrafo sobre a poeta escrito na revista Obvious.


terça-feira, 21 de abril de 2015

Instantes sublinhados









Eu acredito que as boas palavras nunca são desnecessárias.Tenho firme convicção dos efeitos que  produzem n'alma, mesmo que já ouvidas ou sabidas, ainda assim o eco reflexivo é de significativa constatação; se assim não o fosse como explicar-se a longevidade dos ditados populares, que atravessam séculos da herança oral servindo a valorização dos bons preceitos?Todos(as) nós crescemos ouvindo um outro dito carimbado nos ensinamentos familiares e neles fizemos memória.O mesmo acontece com textos/mensagens de otimismo, de positividade.
Deixo então, pra vcs, um bonito trecho da crônica de Luiz Fernando Veríssimo, acompanhando meus votos dum tranquilo e alegre feriadão.



 ..."Não deixe de acreditar no amor, mas certifique-se de estar entregando seu coração para alguém que dê valor aos mesmos sentimentos que você dá, manifeste suas idéias e planos para saber se vocês combinam, e certifique-se de que quando estão juntos, aquele abraço vale mais que qualquer palavra… Esteja aberto a algumas alterações, mas jamais abra mão de tudo, pois se essa pessoa te deixar, então nada irá restar.
Aproveite sua família que é uma grande felicidade, quando menos esperamos iniciam-se períodos difíceis em nossas vidas. Tenha sempre em mente que às vezes tentar salvar um relacionamento, manter um grande amor, pode ter um preço muito alto se esse sentimento não for recíproco, pois em algum outro momento essa pessoa irá te deixar e seu sofrimento será ainda mais intenso, do que teria sido no passado. Pode ser difícil fazer algumas escolhas, mas muitas vezes isso é necessário, existe uma diferença muito grande entre conhecer o caminho e percorrê-lo. Não procure querer conhecer seu futuro antes da hora, nem exagere em seu sofrimento, esperar é dar uma chance a vida para que ela coloque a pessoa certa em seu caminho. A tristeza pode ser intensa, mas jamais será eterna. A felicidade pode demorar a chegar, mas o importante é, que ela venha para ficar e não esteja apenas de passagem."




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sexta-feira, 17 de abril de 2015

BookCrossing Blogueiro/ 10ª edição - Liberte um livro








E cá estamos nós e não estamos sós nesta edição inaugural do BookCrossing/2015, que já está a todo vapor com uma significativa lista de participantes orquestrados pela Luma, no seu blog, casa tradicional do BookCrossing Blogueiro.A cada ano mais e mais pessoas se cativam pela ideia movimentando-se em prol da leitura e, consequentemente de uma nação leitora com bases fundamentadas em conhecimentos e cidadania.

A lista só cresce e aparece aumentando esta corrente positiva e agregadora.Cada mão libertadora alimenta outras, ávidas por fantasias e conhecimentos. Isto pode modificar ações significativamente.Uma leitura pode impactar uma vida; que seja sempre para o melhor, esperamos.

Nesta 10ª edição, diversifiquei minha participação.Um liberto, "A Partitura do Adeus", de Pascal Mercier, foi pelo correio para uma querida escritora blogueira a quem muito admiro, a Ana Paula, do ladodeforadocoração.blogspot

 Os outros dois, "Água para elefantes", Sara Gruen e "Contos Fluminenses", Machado de Assis, foram deixados no terminar rodoviário da cidade, em local de intensa circulação de pessoas nas suas idas e vindas correndo atrás das conduções a seus destinos.Torço para que os livros tenham sido encontrados e feito boa companhia nas longas viagens de ônibus.

Ainda me restava em mãos o livro infantil," O Sumiço do Sol", Ricardo Corona, que não me inspirava ser deixado meio sozinho por ali, foi quando avistei um pequeno e promissor leitor, lutando em abrir um pacote de balas enquanto a mãe o apressava para seguirem a plataforma do ônibus que tomariam.Me aproximei, sorri e lhe ofereci o livro.Ele me olhou meio incrédulo, para em seguida entregar o pacote de balas para a mãe e receber sorridente minha oferta, perguntando:_ É pra mim, moça?"
_ Claro,respondi, estava aqui te esperando.Boa leitura pra você, viu!"



Pra saber mais detalhes sobre o movimento visite o luzdeluma,yesparty.blogspot.com





Participe você também desta animada ciranda cultural!






segunda-feira, 13 de abril de 2015

Visões do alto







Há em mim um fascínio,meio inexplicável, por telhados.Gosto da visão das telhas arrumadinhas em ondas harmoniosas; ondulações jeitosas que emolduram as moradias, proteção e adorno adjetivando a construção.O telhado é o limite entre o chão e o céu, não como um impedimento e sim, como um mirante, rampa de observação pros mais ousados que gostam de alturas.

Quando chego numa cidade nova uma das minhas primeiras curiosidades são os telhados das casas, principalmente se forem coloniais, aí, me ponho de nariz pro alto absorta nos detalhes.Conto então, com a ajuda do marido pra não dar de nariz no poste.Até em filmes que tragam cenas dos casarios das  cidades onde acontecem, presto mais atenção a esse detalhe do que ao enredo em si, depois tenho de rever tudo pra me situar na história contada.Adoro conseguir um ponto alto com vista pras cidades que visito e mesmo aqui onde moro, também.Imagino o quão impressionante deva ser a visão duma ave grande como a gaivota, a águia e outras.

Agora já existe um "passeio nas alturas", em Estocolmo, na Suécia, foi criado um tour pelos telhados da cidade.Houve tão boa receptividade que outras cidades entraram na onda e oferecem passeios por arcos pontes, torres e estádios ao redor do mundo. Virou febre ou melhor ânsia de estar nas alturas.

Ainda não aderi à modalidade, mas confesso que estou muito inclinada a andar com os pés no teto e a cabeça nas nuvens.







( Telhados de Sintra) 



( Turistas sobem em telhado de Estocolmo)



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Fonte/Foto: G1.com/ Jonathan Nackstrand)





sexta-feira, 10 de abril de 2015

Uma pausa no turbilhão das horas







Uma pausa na turbilhão das horas

Em meio a devaneios soltos na paisagem, a cenas conhecidas e outras antevistas, em todas as costuras tem o tempo, meticuloso alfaiate, agulhas e linhas extensas a tecer e (re)tecer os panos da vida.


   Não é extraordinário pensar que dos três tempos em que dividimos o tempo- o passado, o presente e o futuro-, o mais difícil, o mais inapreensível, seja o presente? O presente é tão incompreensível como o ponto, pois, se o imaginamos em extensão, não existe; temos que imaginar que o presente aparente viria a ser um pouco aparente viria a ser um pouco o passado e um pouco o futuro. Ou seja, sentimos a passagem do tempo. Quando me refiro à passagem do tempo, falo de uma coisa que todos nós sentimos.Se falo do presente, pelo contrário, estarei falando de uma entidade abstrata. O presente não é um dado imediato da consciência. Sentimo-no deslizar pelo tempo, isto é, podemos pensar que passamos do futuro para o passado, ou do passado para o futuro, mas não há um momento em que possamos dizer ao tempo:"Detém-te!És tão belo...!",Como dizia Goethe. O presente não se detém.
Não poderíamos imaginar um presente puro; seria nulo.O presente contém sempre uma partícula de futuro, e parece que isso é necessário ao tempo.

Jorge Luis Borges,in:"Ensaio: o tempo"

Por tudo o que se sabe e também pelo que não, dou corda no relógio dos tempos antigos ao recordar um dia do outono passado em céu límpido e inspirador com claridades alternadas tipo as de ontem, tipo as de agora, marcos desta estação que considero especial.Nesse tempo me revigoro, animo, motivo sem escalas. Reúno com vagar as belezas de cada dia, as cores e luzes que só no outono são vistas.


Aproveite o convite outonal
e, se lance sem medidas 
ao ritmo que há.
Aprecie os detalhes,
a paisagem, as pessoas,
semblantes desenhados
em idas e vindas.
Toda a vida á tua volta
te convida a sentir;
sinta o vento, o sol friinho,
o ar ameno, a folhagem, 
o firmamento...
Sinta-se parte, sinta-se todo
com o ambiente, a natureza,
 a te acolher, abraçar,
em tons fartos
no outono do lugar.
(Eu)

Pra fechar a pausa com nuances mais poéticas, segue um trecho da Cecília, amante do outono como eu:


..."Tu és folha de outono
voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
- a melhor parte de mim.
E vou por este caminho,
certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o vento
menos que as folhas do chão..."

( Cecília Meireles, in:Canção de Outono)






Fontes: citador.pt
imagem_ tumblr





terça-feira, 7 de abril de 2015

Singulares Desdobramentos






Temos assistido anos a fio, a ascensão e a queda de variadas palavras em seus usos rotineiros.Elas se alternam nos degraus da fama numa velocidade estonteante.Certas duplas que formam expressões são denunciadoras de tempo.Eu sou típica utilizadora de muitas e logo escuto a seguir: "Ninguém usa mais esta expressão" __ Eu uso! Tem umas que me são muito caras, tipo: " Isto não é de meu feitio", e que provocam sobrancelhas erguidas após sua aplicação. Bem, particularidades à parte, há uma enxurrada de modismos e regionalismos, principalmente em nosso país que dariam novos e grossos compêndios sobre a língua portuguesa( dialeto brasileiro).

Usando ontem uma dessas famosas, me veio considerações sobre o que havia eu falado e o que nela se estende no significado.A palavra é...desdobrada! Se fosse um antigo e divertido jogo que houve na TV dos anos 60, o Qual é a Música, eu teria perdido a vez, porque não me lembro agora de nenhuma canção na qual ela se encontre.Se vocês lembrarem, podem apontar, viu!Vamos retomar o tema; olha a tergiversação...então, num primeiro olhar ela tem seu simples significado: decomposição, desagregação, acho que por isso eu a usava bem pouco. Desde que ela passou a agregar em outros sentidos, abrindo, alongando,desenrolando e outros afins, passou a me ser muito mais simpática e a fazer parte da minha lista das dez mais usadas.

Desdobrar me sugere não desfazer, e sim, ramificar, florescer, estender, ecoar, claro é que, para ambas as possíveis projeções: o bem e o mal; qualificações inevitáveis da vida, fazer o quê!Eu mesma digo: "Fazer desdobramentos do que é positivo, do que é correto, do que respeitoso, do que é humanitário, do que é prazeroso, do que é benéfico, do que é solidário,do que é vivificador.

Ao alimentarmos os bons desdobramentos reverberamos em atos e sons os muitos enraizamentos do bem e do bom na vida própria e na dos demais.É ajudar a floração em penca e contribuir para o embelezamento do espírito humano.

Outras utilizações da palavra, acontecem no terreno musical.Os entendidos se referem a desdobramentos de compassos no andamento da música que provocam destaques
 relevantes em sua interpretação,* como fez Elis Regina, seguindo conselhos do famoso bailarino Lennie Dale, em sua apresentação no festival da Canção interpretando "Arrastão." Um sucesso consagrado e para sempre registrado nos altares da música brasileira.








Fonte: Zuza Homem de Melo - A Era dos Festivais
Imagem: tumblr/nlba



sexta-feira, 3 de abril de 2015

Sabores inesquecíveis - Feliz Páscoa









Devo ter chamado a atenção dos frequentadores do lugar, pois fiquei uns minutos admirando as lindas embalagens da Colomba Pascal bem arrumadas numa mesa  na padaria.Fizeram uma apresentação esmerada e de vários tamanhos o que atrai mais interesse devido a praticidade oferecida pela quantidade.Antigamente só havia uma opção e pronto.Assim, fisgada pela originalidade, trouxe a minha Colomba pra casa, mas pelo caminho fui revendo cenas da infância que me certificavam de que aquele pão não era o de minhas lembranças da minha avó paterna, portuguesa de nascimento,  iniciando a semana santa preparando e sovando a massa do pão de especiarias, típico da Páscoa em suas tradições.Na mesa da cozinha repousava em pequenos potes as iguarias dos recheios doces e salgados que fariam o deleite de toda família.Ela preparava vários pães nas duas modalidades, doce e salgada, que se mesclavam em delícias aprovadas por toda família. Por muito tempo eu não associei o nome à iguaria quando minha avó dizia:" Os Folares estão assando"__ julgava ser um apelido que ela dava aos pães e que significava que aquelas tenras delícias estariam logo prontas pra meu deleite e dos primos.Nesse dia a casa recendia ao aroma inconfundível dos saborosos pães de Páscoa.




Descobri recentemente que há uma bela lenda sobre a origem deste pão delicioso. 


A lenda do folar da Páscoa é tão antiga que se desconhece a sua data de origem. Reza a lenda que, numa aldeia portuguesa, vivia uma jovem chamada Mariana que tinha como único desejo na vida o de casar cedo. Tanto rezou a Santa Catarina que a sua vontade se realizou e logo lhe surgiram dois pretendentes: um fidalgo rico e um lavrador pobre, ambos jovens e belos. A jovem voltou a pedir ajuda a Santa Catarina para fazer a escolha certa. Enquanto estava concentrada na sua oração, bateu à porta Amaro, o lavrador pobre, a pedir-lhe uma resposta e marcando-lhe como data limite o Domingo de Ramos. Passado pouco tempo, naquele mesmo dia, apareceu o fidalgo a pedir-lhe também uma decisão. Mariana não sabia o que fazer. 
Chegado o Domingo de Ramos, uma vizinha foi muito aflita avisar Mariana que o fidalgo e o lavrador se tinham encontrado a caminho da sua casa e que, naquele momento, travavam uma luta de morte. Mariana correu até ao lugar onde os dois se defrontavam e foi então que, depois de pedir ajuda a Santa Catarina, Mariana soltou o nome de Amaro, o lavrador pobre. 
Na véspera do Domingo de Páscoa, Mariana andava atormentada, porque lhe tinham dito que o fidalgo apareceria no dia do casamento para matar Amaro. Mariana rezou a Santa Catarina e a imagem da Santa, ao que parece, sorriu-lhe. No dia seguinte, Mariana foi pôr flores no altar da Santa e, quando chegou a casa, verificou que, em cima da mesa, estava um grande bolo com ovos inteiros, rodeado de flores, as mesmas que Mariana tinha posto no altar. Correu para casa de Amaro, mas encontrou-o no caminho e este contou-lhe que também tinha recebido um bolo semelhante. Pensando ter sido ideia do fidalgo, dirigiram-se a sua casa para lhe agradecer, mas este também tinha recebido o mesmo tipo de bolo. Mariana ficou convencida de que tudo tinha sido obra de Santa Catarina. 
Inicialmente chamado de folore, o bolo veio, com o tempo, a ficar conhecido como folar e tornou-se numa tradição que celebra a amizade e a reconciliação. Durante as festividades cristãs da Páscoa, o afilhado costumam levar, no Domingo de Ramos, um ramo de violetas à madrinha de batismo e esta, no Domingo de Páscoa, oferece-lhe em retribuição um folar.   




Uma tranquila e bela Páscoa celebrada com mitas bençãos pra vcs e toda família.
FELIZ PÁSCOA!



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Fonte: infopédia
imagens: cultodamesa.blogspot