sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Flores Desperdiçadas





Soube hoje que uma colega educadora, profissional competente e compromissada, foi demitida.Mais uma entre tantas injustiças que acontecem minuto a minuto neste nosso mundinho mercadológico que arrebanha valores e consciências.Caso de lamento ocasional e ponto final. Impossível!

Primeiro, por tratar-se de uma profissional altamente capacitada, que devotou a vida à causa educacional.Segundo pela maneira como se deu o ato, com desprezo e desrespeito à pessoa e à profissional que é, tendo trabalhado durante 20 anos nesta instituição com empenho,para ao final ouvir secamente do diretor que "o casamento deles" havia acabado.Sim,continuou ele, pois era uma relação igual a de um casamento sem intimidades e havia chegado ao fim, portanto ela deveria deixar o colégio em seguida e vir esvaziar sua sala no sábado que um inspetor escolar a ajudaria nisso.

Fiquei de queixo caído.Trabalhamos juntas por cinco anos. Não somos amigas, mas boas colegas, porém nada disto tem qualquer diferença na situação.Mais uma profissional com capacidade recebeu o carimbo de ultrapassada e descartável. Ela, claro, terá outros convites, pois é conhecida na área educacional da cidade, mas o episódio traumático e injusto, com uma pessoa dedicada, sempre buscando atualizações, que alavancou o nome dum colégio, jamais será apagado.

Qualquer demissão carrega o menosprezo em seu bojo, ainda mais quando é injusta.História elástica no mundo do trabalho que fantasiou o "mercado" dando-lhe caracteres humanos e robotizou as pessoas, principalmente as de cargos de chefia.

Eu , como sou uma manteiga derretida, sofri meses ao ter sido obrigada a participar da dispensa de um professor por absoluta falta de compromisso com a instituição da qual eu era supervisora ( não esta citada agora) e vejam, que nem era eu a protagonista do ato.Só estive ao lado da diretora no momento crucial.Tive meses de insônia e descobri ali, que minha praia era educar as novas gerações e não gerenciar as demais.

Não entendo, como ainda hoje, com exemplos de muitos casos de profissionais com mais de 50 anos, totalmente aptos para o trabalho, ou retornando ao mercado em funções de orientação/ ensino-aprendizagem, justamente na área educacional, aconteça um absurdo desses.
Há algo de podre em algumas mentalidades. 
*** 
Imagem:flickrpatriciojr

11 comentários:

  1. Que coisa isso! E a sensação é triste pois sendo competente ela sente-se injustiçada...Isso é fogo!! Pena!!! beijos,tudo de bom,lindo fds!chica

    ResponderExcluir
  2. Querida Calu, bom dia!
    Injustiça - esta palavra é o que nos indigna diante de situações como desta amiga que perde o emprego de tantos anos em questão de segundos.
    Vemos este ato vil por aí hoje em dia, justamente quando imaginamos que as pessoas estão evoluindo com tanta forma de aprendizado que tem pelas mídias ou no próprio dia a dia. Mas, acho que uma pessoa que está num cargo de chefia tem por obrigação, antes de tudo, humanizar-se, entender melhor a essência das pessoas com quem ele divide seu espaço de trabalho.
    É triste isso, realmente, sinto muito pela sua amiga.
    Mas, sabe, ela com toda esta bagagem destes anos todos no ensino, irá, com certeza e rapidamente, se colocar.
    Já que nada podemos fazer para reparar esta injustiça, façamos então, pensamentos de luz para que ela consiga apagar a dor e achar um ótimo lugar para dedicar seu trabalho que é tão importante para um mundo melhor.
    Viva as Professoras desse nosso Brasil!
    um grande abraço, carioca


    ResponderExcluir
  3. Calu a muitas maças podres infelizmente numa sociedade que não valoriza a cultura,não valoriza o professor e não dá oportunidades para as pessoas porque dizem que elas já estão velhas para produzir...e a Educação esta abismo abaixo...também compartilho com voce o espanto..
    Caluzinha estive afastada do meu bloguinho,mas hoje postei e vim te ver te deixar beijos E te desejo um bom fim de semana com a familia..beijos....titi

    ResponderExcluir
  4. Calu, eu vivi isso na pele, quando fui trabalhar num colégio particular, após seis anos! Sei bem do trauma que isso causa. Por causo disso nunca mais voltei a lecionar, embora eu já estivesse aposentada! Isso também vai passar, há de sair do meu coração e do dela! Abraços, querida!

    ResponderExcluir
  5. A sensação é muito ruim> Descartável e o que é pior sem um motivo justo.
    Esse é mundo atual, onde a insegurança ronda, onde tudo como nos diz Bowen, é líquido....
    Bjs, Solidar´zo-me com sua indignação

    ResponderExcluir
  6. acerte por favor a palavra foi errada : solidarizo-me

    ResponderExcluir
  7. Calu, alguns responsáveis não gostam muito de "gente pensante" e dão logo um jeito de eliminá-los. Infelizmente é assim, essa tal de hierarquia....

    Mas Deus é Pai e ela vai arrumar um lugar melhor e que o valor que merece.

    Beijos e ótimo domingo!

    ResponderExcluir
  8. *Calu, você disse tudo : MENTES PODRES !!!

    *Menina, gostei tanto deste teu texto que irei

    compartilhá-lo no meu Twitter e no meu Facebook !!!

    *Esses dias, comentei com alguns alunos meus em

    sala-de-aula : daqui a poucos anos não existirão mais

    professores !!! (*A gente está cansada de HUMILHAÇÕES,

    INJUSTIÇAS, FALSIDADES, TRAIÇÕES ... !!!).

    *Fico aqui imaginando as lágrimas dessa educadora

    !!! Mas, isso vai passar ! Além do mais, creio mesmo

    que "aqui se faz, aqui mesmo se paga !!! "

    ResponderExcluir
  9. É comum encontrar estes chefes com gravidez real(levam um rei na barriga)e uma mente para opressão e assim a demissão é um simples ato de sua caminhada suja no poder.
    Lamentavel minha amiga.
    Que ela possa encontrar um novo emprego que lhe faça justiça à competencia.
    Carinhoso abraço.
    Beijo.

    ResponderExcluir
  10. Calu

    Já senti isso na pele também. Uma porta se fechou ,mas outra me abriu com toda plenitude. A insegurança e a amargura fazem essas pessoas cometerem muitas injustiças.
    Uma nova luz abrirá com certeza para essa educadora.É só deixar a porta aberta.
    Muita luz para ela.

    Bjs.

    ResponderExcluir
  11. Calu, essa historia me sensibilizou. Há um tempo atrás, ouvi a seguinte frase de uma orientadora educacional: para o dono da escola, ninguém é insubstituível. Na verdade, somos vistos como mero objetos, quando não se serve mais, se joga fora. Mas tenho certeza q essa sua colega ainda será valorizada por quem tem cabeça boa. Muita paz!

    ResponderExcluir

Teu comentário é o fractal que faltava neste mosaico.
Obrigada por tua presença querida!