domingo, 8 de junho de 2014

Com que roupa eu vou...








Quando um dos mais comentados assuntos da semana são as camisas numeradas, as icônicas, as legendadas e outras que ao serem estilizadas dão um ar original ao tema, desfoco dos fatos para me prender no vestuário isolado: a camiseta.Pecinha prática, evolutiva e quase imortal, pra nós, porque para nossas avós, seria impensável que moçoilas distintas se vestissem com tais peças consideradas definitivamente masculinas.

As camisas femininas romanticamente confeccionadas tinham atributos específicos e trabalhosos tanto na costura quanto na preservação.Era preciso um verdadeiro ritual na lavagem das peças para que não se maculasse o tecido e seus atributos. Eram belas, não resta dúvida e, com certeza, muitas delas ainda habitam gavetas cuidadosas nem que seja só pelo valor sentimental que trazem, testemunho duma época, história dos costumes,e como elas outras peças de vestir confirmam detalhes e contam histórias.

Ao termos hoje a nosso dispor uma infinidade de peças práticas para compor nosso vestuário cotidiano não damos a importância merecida a esta conquista marcante: a liberdade de vestir. Registra a história que em 1851, uma americana chamada Amelia Bloomer, tentou popularizar na Inglaterra, a calça comprida como roupa feminina e provocou com isso uma terrível rebelião.A própria Rainha Vitória, mandou dizer que a peça da senhora Bloommer era "atentatória á santidade dos lares britânicos e, suscetível de provocar ao mesmo tempo a emancipação das mulheres e a degradação dos homens."Não completamente, mas com certa precisão, a Rainha foi profética se inserirmos as variações da moda ao seu real patamar na história humana; George Sand( Amandine Aurora) me abaliza nessa reflexão.Tradicionalmente padronizou-se a vestimenta como marca de distinção engessando ditames que iriam ao longo dos séculos esteriotipar modismos e incentivar o vestir-se para ser visto.Qualquer semelhança com os tempos atuais não é mera coincidência.



Um primeiro modelo de calça feminina criado pelo designer Paul Poiret, em 1909. 



 A estilista Coco Chanel, foi uma das primeiras mulheres a usar calças compridas, popularizando a vestimenta.

Com as urgências provocadas pelos conflitos mundiais, o guarda-roupa feminino simplificou-se,as mulheres pegaram pesado no trabalho fora do lar fazendo de peças como a calça e a camisa esporte suas preferidas.Colocar a roupa no centro da discussão pode sugerir certa frivolidade,o que considero um paradigma a mais a ser repensado, afinal a moda é um fenômeno social e compõe prateleiras importantes da historiografia humana.



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Imagens: pinterest
modanapassarela.com

18 comentários:

  1. Calu, nem posso me imaginar vestindo todos aqueles saiões, saiotes, riquififis de antigamente. Gosto de simplicidade.Uma saia, calça, blusas do hjeito que forem,vestidos simples, nada de fricotes. Se depender de mim a moda tá ralada, os estilistas idem, com batatas,rs ...


    beijos,lindo dia! chica

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  2. Nunca me tinha debruçado sobre este tema, tão sèriamente, mas gostei de o fazer agora, pela tua mão.
    Na verdade o vestir, sendo um acto pessoal, é também um acto social.Antes de mais, não devemos escandalizar ninguém com o nosso traje, mas devemos usar o nosso gosto pessoal para nos sentirmos bem na nossa "pele". Tudo passa pelo bom senso.
    Eu gosto muito das blusas do tempo das nossas avós, com rendas e nervuras a enfeitar, mas a verdade é que não são nada práticas para os dias de hoje pois custam a lavar e a passar a ferro. E quem tem de trabalhar fora de casa o dia todo, tem é de simplificar!
    Pessoalmente, gosto mais de ver uma senhora vestir saia, do que calças, mas também me rendi às calças por serem mais aconchegantes no Inverno e "seguras" no verão (he, he, quando o vento sopra)!
    Muito grata pelo teu apoio e carinho, um beijinho da Bombom

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  3. Eu não poderia concordar mais com o desfecho do texto. Roupa e história tem tudo haver! Aliás, eu sempre imaginei que o surgimento da calça deve ter causado um baita reboliço social, não a toa a denominação religiosa da qual sou membro, e surgiu a quase cem anos atrás, até hoje proibi as mulheres o uso da calças, considerando elas vestimentas masculinas... Adorei conhecer um pouco mais da história da moda... Aliás, achei lindo o primeiro modelo de calça, chique e com um ar de poesia no desenho... muito mais charmoso, infinitamente mais charmoso, que as calças jens de hoje, que são praticas, mas não tem lirismo #ProntoCritiquei

    Cheros Calu, saudades daqui :)

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  4. Adorei seu post, Calu! Como tudo na vida, a moda vive em ciclos: vai e volta! Bjks e boa semana Tetê

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  5. Realmente Calu, só quando nos deparamos com esta belíssima história sobre a moda, é que nos damos conta da nossa liberdade e conforto. Lembra-se da história das chinesas que mutilavam os pés para que não crescessem?
    Sem dúvida, os guarda-roupas já foram muito mais charmosos, mas essa liberdade de escolha, de estilos é realmente uma conquista!
    Beijo.

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  6. O vestuário diz tudo sobre a evolução da história da humanidade.
    Visto calças desde que me lembro, mesmo quando não era permitido levá-las para a escola, enrolava-as por debaixo da bata branca obrigatória :)
    Não sou muito de modas, gosto de tudo o que é prático e confortável.

    beijinho

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  7. Olá Calu,

    Eu amo moda e falar de moda. Gosto de ver as tendências e o que está circulando no mercado da moda. Contudo, já foi o tempo em que eu me vestia para ser vista, observada e até invejada. Mudamos com o tempo e com a experiência. Hoje, apesar de ainda gostar de algumas peças diferenciadas, me sinto bem mais a vontade com o jeans, camiseta, legging e camisões. Em suma, um olho na moda e outro no meu conforto-rsrs.
    Lembro-me de uma advogada de direito trabalhista que foi impedida de entrar no tribunal, em Brasília, porque foi à audiência de calça comprida (terninho). Ela não deixou por menos e entrou com ação contra a famigerada decisão. Quando comecei a advogar tive o mesmo problema. Vim do interior para Belo Horizonte para inciar a carreira jurídica e tive que comprar, às pressas, roupas adequadas, pois na Justiça Federal, onde eu advogava, era proibido comparecer às audiências de calças compridas, ainda que se estivesse bem vestida.

    Adorei a sua abordagem.

    Beijo.

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  8. Oi, Calu!
    Gosto bastante do jeito básico de Coco Chanel se vestir, mas é uma vestimenta clean para trabalho ou passeios mais comportados. Por outro lado, quando é para ser feminina, prefiro os vestidos longos, túnicas... nada de calças! Me sinto bem com vestidos confortáveis!
    Imagino como devia ser difícil criar algo no passado, já que tinham uma conduta ou um jeito de vestir tradicional. Nesse sentido, não sei se a moda acompanhou a história, ou se a história impôs nova "moda" ao modo de pensar das pessoas. Chanel teve importância porque teve liberdade para criar, somente ela fez rainhas mudarem suas vestimentas e fez roupas que antes eram renegadas à um cômodo da casa ir para outro ou mesmo sair de casa.
    Quando os persas dominaram a civilização da Babilônia, no século VI a.C., as mulheres usavam calças para se protegerem do frio das montanhas. Deve ter sido estranho chegar em um lugar em que os homens usavam saias com franjas :D
    Quando surgiu a máquina de costura, a mulher deixou de usar espartilhos e anterior a isso, as armações de ferro nas saias e debaixo das saias, estavam as ceroulas, que não deixavam de ser calças.
    Pensar que ainda hoje ainda sofremos com proibições no modo de vestir, que o diga os judeus ortodoxos e algumas religiões protestantes que proibem as mulheres de usarem calças ou qualquer vestimenta que evoque a vestimenta masculina.
    Beijus,

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  9. Querida Calu, embora fossem belíssimas e femininas, as peças antigas davam muito trabalho em tudo: produzir, conservar, lavar, vestir. Hoje não há tempo ou paciência para isso. Graças a Deus hoje podemos vestir o que nos apetece... não vivo sem os meus jeans.
    A moda só se torna frívola quando se torna um fim em si mesmo. Ou seja, quando se vive de aparências e só se é alguém se seguirmos as últimas tendências e usarmos sapatos Jimmy Choo. Quando nos julgam pela forma como nos vestimos e não pelo que somos, pelo que fazemos e pensamos.
    Beijinho, uma doce semana
    Ruthia d'O Berço do Mundo

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  10. Boa tarde, Calu, eu sempre fui muito clássica a vestir. E continuo assim. Gosto muito de calças compridas, largas, que combino com blazers e camiseiros ou blusas. Nunca fui muito de seguir a moda. Gosto de combinar um ou outro complemento mais moderno, mas não passa daí. Adoro lenços, écharpes, malas e sapatos.
    Obrigada por sua visita e amável comentário.
    Beijos com amizade
    Lita

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  11. É muito bom podermos vestir o que nos apetece, que bom os tempos mudaram,Gosto muito de calças, mas no Verão opto muito por saias e vestidinhos. Gosto de seguir a moda mas com moderação e acima de tudo dentro do prático e elegante.
    Bjs
    Bjs

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  12. Que postagem ótima, Calu! A história da moda é a história da evolução dos costumes e tudo nele se insere. Acho linda as blusas de babado, detalhes mil, vestidos cheios de fricotes etc e tal. Mas foi uma época, passou. Nada tem a ver mais com a mulher moderna que trabalha, que é esportista, que viaja etc. Porém, há coisas hoje que não estão fora do contexto, mas estão fora da idade e da ocasião que se deve usar. Uma briga entre moda e idade está instalada há muito tempo e não sei o que as criaturas irão pensar da moda atual daqui a 100 anos. Haverá roupa? rss
    Ótimo, ótimo seu texto. Principalmente falando sobre o uso das calças.
    beijos.

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  13. Boa postagem Calu, mais uma historia da opressão sobre as mulheres na historia, muitas vezes exercida por outras mulheres presas aos paradigmas.
    Bela partilha.
    Uma bela semana Calu.
    Meu terno abraço.

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  14. Calu
    Esta é uma temática bastante interessante; é trazer toda uma retrospectiva histórica.
    Considero que com as conquistas femininas as roupas precisaram ter mais leveza e comodidades.
    Eu sou bem versátil no meu vestir, cada momento pede um estilo de roupa, mas não gosto de ter muito trabalho para cuidar. Os complementos me fascinam. bjs

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  15. Calu
    Esta é uma temática bastante interessante; é trazer toda uma retrospectiva histórica.
    Considero que com as conquistas femininas as roupas precisaram ter mais leveza e comodidades.
    Eu sou bem versátil no meu vestir, cada momento pede um estilo de roupa, mas não gosto de ter muito trabalho para cuidar. Os complementos me fascinam. bjs

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  16. Foi mesmo um grande passo que demos neste quesito, pois nada melhor do que estar vestida com praticidade e confortabilidade. Imagina só, aquele espartilho apertado, aquelas saias rodadas, babados no peito, montes de botõezinhos para fechar nas costas e a pressa que temos no dia a dia?!
    Embora eu ache lindo tudo aquilo, super feminino, graciosas vestimentas, mas não consigo imaginar nós mulheres vestidas assim nos dias atuais que exigem tanto da gente.
    Por isso, ainda continuo ligada em alguns itens que considero femininos e sempre na moda, como as écharpes, casaquinhos românticos, saias, botas ... eu gosto dessas coisas e só mesmo uma temperatura amena é que ajuda a colocar por cima do corpo estas coisinhas.
    um beijo carioca

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  17. Calu, digitei meu comentário e ele sumiu (rss). Gosto de moda, de conhecer tendências, de apreciar pessoas bem vestidas. Houve um tempo em que, por força do cargo, eu me trajava como executiva e me sentia muito bem. Agora, aposentada, opto pela simplicidade e pelo conforto. Vivi a época da proibição das calças compridas, no Fórum. Mesmo depois da liberação, ainda não me sentia à vontade se as usasse, já que os juízes não aprovavam. A moda passou por tantas mudanças, ao longo do tempo, e creio que, atualmente, alcançou um patamar muito bom, pois há várias opções e cada um abraça o estilo que melhor lhe convém. Bjs.

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  18. Calu, gostei desta reflexão. Ainda hoje temos uma forte imposição social e religiosa que dita o modo de vestir, principalmente às mulheres.
    Particularmente, prefiro calças. Mas, durante muito tempo, antes de me tornar independente, vi-me oprimida pela proibição de usar "roupas masculinas". A roupa que usamos reflete nossa rebeldia e liberdade, ou nossa submissão à ordem?
    Beijo, menina

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Teu comentário é o fractal que faltava neste mosaico.
Obrigada por tua presença querida!