Quando garota eu ficava fascinada pela arte de minha tia na caramelização dos doces que fazia. Todos os aniversários da família contavam com estas iguarias ansiosamente aguardadas por todos os convidados.Um dia antes da festa minha mãe e eu íamos à casa dela ajudar nos preparativos, mas as coberturas de caramelo e de marzipã, estas, só ela manipulava e com total maestria.Eu subia numa cadeira da cozinha ficando a uma distância segura do fogão, mas com uma visão privilegiada dos mergulhos de cada docinho naquelas caldas brilhantes e aromáticas.Eu pedia pra que ela me ensinasse a fazer aquela mágica e ela me respondia que quando eu crescesse mais ela me ensinaria, pois ainda era pequena para mexer no fogão, o que era apoiado por minha mãe e todas as mulheres da família.Claro que é preciso sim, proteger-se as crianças dos perigos domésticos, mas um pouquinho de traquejo na cozinha numa vivência segura com alguns preparos de alimentos estimularia boas incursões ao mundo maravilhoso dos sabores.
Estas lembranças me chegaram carregadas do sabor destes docinhos inesquecíveis ao assistir o filme: "O Tempero da Vida"( produção grega de 2003) que se passa na Turquia e na Grécia, contando a história duma família vivendo os dias turbulentos dos conflitos entre os dois países, que provocaram a deportação de parte de seus integrantes, separando um avô-mentor, conhecedor dos saberes e dos sabores da vida, de seu neto-aprendiz de seus ensinamentos.Com extremo carinho o avô mostra ao neto a magia das misturas e temperos culinários que aguçam os sabores e trazem conhecimentos profundos da vida. Pode acreditar que vale muito a pena assistir esta tocante história.
E, como uma coisa puxa outra, essa corda de temperos e sabores é extensa na literatura e na filmografia mundial.Só para ilustrar lembro do romance: A Senhora das Especiarias, de Chitra Divakaruni, que narra a trajetória de Tilo em seu aprendizado dos segredos e usos das especiarias, e do romance Chocolate, de Joanne Harris, que encantou meio mundo com sua trama de mistérios e sabores. Ambos viraram filmes muito apreciados, como o foi também: A festa de Babette( dinamarquês-1987).Os primeiros aprendizados começam em nossas experiências sensoriais e, vão se aprimorando ao longo de toda a vida. A lista deste tema é bem maior do que posso me lembrar agora.O fato irrefutável conta que, desde sempre a agudez de nossos sentidos sendo provocados por cheiros e sabores marcantes acende sentimentos e lembranças que o tempo não apaga, ficando elas, adormecidas nos cantos da memória afetiva aparecendo vivinhas a cada nova revisitação das sensações.
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Imagem:thepinsource
E, como uma coisa puxa outra, essa corda de temperos e sabores é extensa na literatura e na filmografia mundial.Só para ilustrar lembro do romance: A Senhora das Especiarias, de Chitra Divakaruni, que narra a trajetória de Tilo em seu aprendizado dos segredos e usos das especiarias, e do romance Chocolate, de Joanne Harris, que encantou meio mundo com sua trama de mistérios e sabores. Ambos viraram filmes muito apreciados, como o foi também: A festa de Babette( dinamarquês-1987).Os primeiros aprendizados começam em nossas experiências sensoriais e, vão se aprimorando ao longo de toda a vida. A lista deste tema é bem maior do que posso me lembrar agora.O fato irrefutável conta que, desde sempre a agudez de nossos sentidos sendo provocados por cheiros e sabores marcantes acende sentimentos e lembranças que o tempo não apaga, ficando elas, adormecidas nos cantos da memória afetiva aparecendo vivinhas a cada nova revisitação das sensações.
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Imagem:thepinsource
Imaginei a cena perfeitamente. Naquela antiga cozinha, entre caldas, doces, aromas tu espertinha, querendo mais. Não provar penas, mas aprender.
ResponderExcluirTua fome de saber era daquele tempo já! Linda viagem fizeste ao mundo das lembranças ,sabores, aromas! Como sempre, aplausos pra ti! beijos,chica e lindo dia!
Adorei a sua postagem! A imagem dos temperos é de encher os olhos e aguçar o paladar, acordar o nariz e até os ouvidos - o frigir dos temperos na panela...
ResponderExcluirTambém li senhora das especiarias; achei incrível!
Um dia com cheirinho de cardamomo, eu gosto e você?!
Verdade esse filme é ótimo mesmo, amo temperos e que minha vida seja cheia de condimentos deliciosos, ora picantes ou adocicados..rs
ResponderExcluirOi, amiga!
ResponderExcluirPoxa, taí, um filme que ainda não vi e com um título tão sugestivo!
Essas lembranças afetivas e olfativas são fortíssimas, acho que todos nós as temos guardadas e vez ou outra são reativadas.
Pena que antigamente, os mais velhos não gostavam muito de ensinar às crianças na cozinha, sempre nos mandavam brincar, ficar longe do fogão. Vejo hoje em dia, muitas crianças ajudando as mães a fazerem bolos, docinhos, acho isso uma forma tão bonita de levar a criança a gostar das coisas da casa.
Tô correndo por aqui, mas está tudo nos trinques.
beijos cariocas
Oi Calu
ResponderExcluirQue bela postagem, muito descontraída. Eu adoro cozinhar, tanto que faço panquecas para os meninos com uma mão só. O Fernandinho também adora me ajudar, e eu deixo, é prazeroso para ambos.
bjos.
http://ashistoriasdeumabipolar.blogspot.com.br
Hummm....
ResponderExcluirfecho os olhos e me vou pra infância....
sinto os aromas que chegam da cozinha...
vejo meus pais, a disposição da mesa, cadeiras, pia, fogão, armário...
e as panelas no fogo com aquela fumacinha perfumada ....
cheiro de saudade!
beijinhos Calu
OI, Calu
ResponderExcluirLIndo post , os sabores de nossa infância , nunca esquecemos, não é? O cheirinho de bolo assado que minha mãe fazia, não esqueço jamais. Mas, realmente, o pessoal mais velho não nos deixava cozinhar mesmo.. rsrs
1000 bjossss
ResponderExcluirOlá Calu
Voltei no tempo. Lembrei que ajudava a minha mãe fazer doces em calda , de corte, em creme e bananinhas secas cristalizadas. Era uma delícia.
Quando chegou minha vez de dona de casa já sabia fazer bastante comidinhas.
Beijos
Maria Luiza (Lulú)
Dos cheirinhos da infância lembro-me do pau de canela fervendo quando minha mãe fazia aletria no Natal.
ResponderExcluirBeijos , Calu. Aos poucos vou voltando.
Essas lembranças nos levam a viajar né amiga?
ResponderExcluirE como é bom tê-las.. porque nos mostram o quanto nossa vida é gostosa... o quanto de bagagem temos..
Adorei ler.. aliás você sabe que adoro ler seus textos, sempre escritos com tanto carinho..
Um super beijo minha linda.. e uma noite mais que especial viu?
Bom dia,Calu!!!
ResponderExcluirMas que texto mais perfumado e saboroso!!!! Adoro cheiros...rs
Lembro do fascínio pela cozinha da minha avó...é mágico né?!
Adorei" A senhora das Especiarias"!! Gostei tanto da autora que já li outro livro dela "Irmão do meu coração" vale à pena!
Beijos minha linda amiga!!! Tudo de bom pra ti!!
*Teus polígrafos foram de grande ajuda, viu?!!Sou muito grata!!
Faz tempo que queria te dizer isso!rs
Olá querida Calu, fico admirada de ver como vc escreve com sentimento, parece que cada palavra que sai dos seus pensamentos têm vida própria e elas vão se moldando e dando sentido a cada narrativa, é mt lindo de ver, de ler, de ouvir... E realmente os cheiros e sabores mts vezes nos fazem lembrar de algo que nos remete imediatamente a uma situação já vivida. Eu, por exemplo, qdo sinto cheiro de pimenta, lembro demais da época do Natal, da família reunida em torno da mesa, da troca de presentes... e qdo como maria mole ou sinto cheiro de coco imediatamente me vejo criança junto de minha mãe nos preparativos desse doce tão apreciado por ela, que saudade de ser criança, rs. Obrigada por me proporcionar essas lembranças de momentos tão gostosos e inesquecíveis!
ResponderExcluirLindo final de semana pra vc! :))
Bjsss
Vivendo e Aprendendo
Olá!
ResponderExcluirCalu
Belo relato...imagem gostosa.
é verdade...cheiros e sabores aguçam nossos sentidos, mobiliza nossas intenções e desejos, provoca em nós respostas e atitudes. São necessários, valiosos, têm sua razão de ser. É preciso perceber que esse sentido, muitas vezes, nos faz apostar num invisível, num irreal, num futuro. É ele que nos possibilita experimentar sem provar, provar sem experimentar...e lógico, acende sentimentos e lembranças que o tempo não apaga.
Meu carinho
Bom final de semana
Beijos
Calu,
ResponderExcluirAo ler esse post, eu pude sentir saudade do cheiro da despensa da fazenda da minha avó. Não sei definir que cheiro maravilhoso era aquele. Parecia de açúcar cristal, rapadura, ou dos doces que eram feitos no fogão a lenha, nos tachos. Um cheiro que nunca irei esquecer.
Assim, como ficaram marcados esses momentos com suas tias e mãe, eu também tenho vários guardados em meu coração.
Um lindo final de semana. Abraços
Oi Calu!
ResponderExcluirOntem fiz salada de frutas com os aluninhos. Tão fofos se lambuzando: a banana ir ser descascada e voltava com marcas de dentinhos.
Um beijão.
Amei conhecer o seu blog e achei maravilhoso. Me visite:http://algodaotaodoce.blogspot.com.br/
ResponderExcluirSiga-me e pegue o meu selinho!!!
Obrigada.
Beijos Marie.
Oi, Calu! Que postagem deliciosa (literalmente...). A cozinha é palco de grandes encontros e lembranças. Também me lembro dos cheiros e sabores que saíram da cozinha da minha avó, da carne assada da minha tia, do empadão da outra tia que já se foi...há uma que é especialista em compotas e eu achava lindo ver os vidros enfileirados sobre a bancada da cozinha. Já leu Escola de sabores? Se não leu me avise...é um livro maravilhoso, tenho certeza que irá gostar. Um abraço!
ResponderExcluirOi, Calu! A memória afetiva, os sentidos... a mágica que acontece, que leva a gente de volta! Eu me lembro das conversas à mesa, dos cheiros, das vozes... Me lembro do gosto da merenda, da comida feita e servida com carinho na escola... Momentos maravilhosos! Belas lembranças. Tenha uma boa noite! Bjs.
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