terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Correspondência



Desuso, palavra muito usada ultimamente, quase pleonasmo, consegue definir pólos extremos que vão de coisas a atos, práticas, formalidades, etiquetas, moda, gastronomia, aparelhagens, costumes e muitas outras cositas mas.

Com as etiquetas embaralhadas sorteei a que diz: cartas à mão; cartas escritas na caligrafia pessoal, nos dizeres particulares, cartas... Antes , meio mundial de estrita comunicação entre as pessoas com suas especiais variações de assuntos. Umas oficiais, outras de condolências, umas tantas de amor e seus mistérios, comunicavam infinidades, futilidades, utilidades, comunicavam: fosse por escrito em próprio punho ou em letras formais. E, o ponto final desta história todos nós sabemos. Será? 

Tenho descoberto, com muito prazer, que o ponto não foi final parágrafo, mas, simples e de quando em vez, ponto e vírgula. Ora, quem diria! Digo sim, eu, que aqui lhes conto pitorescos e recentes acontecimentos.

Não vou longe, um pulinho pra dois anos atrás.Li, em fonte segura, sobre um cidadão que passaria um mês fora do país e procurava alguém interessado em ocupar seu apartamento pelo período. Ana Martins respondeu ao chamado e assim,  mudou-se para o apartamento de Eduardo Jorge em BH. 

Ambos poetas, trocaram as primeiras mensagens de cunho prático, sobre a casa, os arredores, a vida no condomínio. Mesclavam mensagens virtuais e cartas escritas.Não sabem precisar quando as mensagens ganharam contornos metafísicos, opiniões pessoais e finalmente fizeram-se versos.Sem se aperceber começaram a escrever a quatro mãos. Correspondência vai, correspondência vem e, voilà,
nasceu o livro de poemas, Como se fosse a casa __ uma correspondência, publicado pela Relicário edições, em julho de 2016.

Em seu artigo, o jornalista, Ricardo Viel, conta que os poetas continuam a se corresponder usando das possibilidades que o tempo de antes e de agora oferecem; vai um cartão-postal, vem um livro com bilhete dentro.      __" É curioso: começamos a nos corresponder por causa de uma casa, escrevemos um livro por causa dessa correspondência, e então, passamos a nos corresponder por causa do livro" declara, Ana Martins Marques.

 Achei uma história muito inspiradora. Quantas outras similares devem existir por este mundão afora!Pra começar é só pegar papel e caneta, neh mesmo! Aqui, na família, minha filha, dinda do Miguel (1º netinho), deu início a esse movimento desde que ele alfabetizou-se; ela lhe escreve uma vez ao mês e faz questão de receber resposta via manuscrita e pelos correios.

___Então, animados(as)?? 




15 comentários:

  1. Sempre muito legal te ler...Adorei a história do casal de escritores, Ana e Eduardo..Coisa de filme, muiiiito tri!
    Gosto de cartas e ainda as escrevo nos Natais, nos nivers ,mas cada vez menois vou ao correio...Em POA não temos vida de bairro, não podemos anar nas ruas calmamente...Então pra chegar no Correio, estacionar e tudo mais, já faz pensar e repensar,rs...Vamos ficando práticas e tudo acaba indo pro espaço...

    Mas, como falo pro Neno, acho que as coisas vão tender a voltar...Tomara! mas tuuuuuuuuuuuudo deveria dar uma acalmada mesmo das boas... beijos praianos, tuuuuuuuuuuudo de bom,chica

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  2. Ola, querida amiga Calu!
    Para incentivar o netinho, eu selei uns envelopes e lhe dei de presente para que fosse me escrevendo...
    Amo receber cartas via postal tradicional bem como escrever...
    Você e uma incentivadora do que tem valor ...
    Seja muito feliz e abençoada!
    Bjm de paz e bem

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  3. Que arte sua Calu, para tecer um convite à escrita tão abandonada e pisoteada na atualidade por um processo estranho de escritas como um tipo hieroglífico criado com avanço da internet e sua inclusão. As velhas cartas aqui a criar uma linda historia, que creio terminou em amor. Hoje confesso usar apenas e muito raro no período natalino. Um belo livro este Calu, que aqui belamente apresenta para sua estocada final.
    Gostei de sua arte. E se de repente uma onda viesse e elas voltarem como tudo tem uma volta, como hoje as velhas vitrolas?
    Abraços com carinho.
    Bjs de paz amiga.

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  4. Superlegal o seu texto. Gostava tanto de escrever e receber cartas, aliás, o meu namoro foi a distância e escrevíamos muitíssimo. Aguardávamos o correio com grandes expectativas...
    Hoje quase não escrevemos nada, só mais nos teclados e de maneira high tech... Abreviados e sem “caligrafia” e maiores afetividades...
    Um abraço e boa quarta-feira...

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  5. Achei a ideia maravilhosa, confesso que ando meio saudosista. No natal até falei para minha mãe ao invés de comprar presentes pela internet, mandar um cartão para as crianças ou nem tão crianças assim, mas como seria legal para elas ter essa experiência, pena que ela não concordou, mas confesso que ando sentindo falta desse passado. Com amor Eliane

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  6. Bom dia, amiga Calu.
    Achei interessante a sua postagem.
    Pode deixar que qualquer dia te escreverei uma cartinha...rs
    Lindo e abençoado dia.
    Beijinhos de
    Verena e Bichinhos.

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  7. Parece-me bem interessante e ler faz bem à alma tal como escrever!
    ...
    Termino aqui o nosso passeio pelo LUSO:
    https://crocheteandomomentos.blogspot.pt/2018/01/villa-missi-no-luso.html

    Ovo estrelado só há um mas … experimentar esta sugestão pode ser bem agradável:
    https://ospetiscosdagracinha.blogspot.pt/2018/01/ovo-estrelado-no-forno.html

    Bj e ... sinta-se bem FELIZ!!!

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  8. Que história bonita entre Ana e Eduardo . Será que ela gostou da casa ? eu fico curiosa, mas aí vou ter que ler o livro, não é? rs
    Sabe Calu, depois do whatssapp tudo mudou. As escritas pararam e os telefonemas também. Recebi várias mensagens prontinhas, mas sequer um cartão de Natal. Deve ser porque não enviei também, ( um motivo não poderei explicar ) mas juro, que eu gostaria de ter recebido.
    Cartas ? já escrevi muitas e parei por falta de respostas . Agora fiquei desmotivada, rs
    Lembro que ao aprender escrever cartas, começava assim: escrevo essas mal traçadas linhas ....
    Nem preciso dizer que meus questionamentos sobre essa escrita, fazia minha mãe desanimar entre nossas arengas . Mas eu escrevia.

    bjs

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  9. Gostei muito da história e do seu seguimento. Hoje a forma de comunicação não me satisfaz, é fria, não há palavras embrulhados do sentir. Já escrevi muitas cartas, algumas enviadas e outras para mim mesma. Será que isto é saudosismo??

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  10. Boa tarde Calu,
    Sempre um gosto ler seus escritos que tanto acrescentam ao meu pouco conhecimento.
    Interessante essa historia e como ela é bem reveladora do quão importante é a escrita manual e tudo o que podemos ganhar com esse gesto que caiu em desuso.
    No que me respeita ainda gosto de enviar em datas especiais correspondência para pessoas que me são mais íntimas.
    Um beijinho,
    Ailime

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  11. Uma história adorável, que deu origem a um livro...
    Algo admirável, num mundo, em que cada vez mais se substitui a correspondência escrita... pelas formas de comunicar, através das novas tecnologias...
    Adorei seu post, Calu!
    E porque tardei um pouco, em conseguir passar por aqui, nas últimas semanas, deixo os meus votos de um muito feliz 2018! Com muita saúde, afectos, alegrias,e tudo o mais que deseje ver realizado...
    Tudo de bom! Beijinho
    Ana

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  12. Boa tarde, os tempo mudam, com ele mudam os hábitos e a sabedoria, parte das novas gerações criam um nova maneira de escrever, para mim, e certamente para muito mais pessoas, é difícil de interpretar, nunca fui bom na escrita, mas fico a pensar como será a mesma daqui alguns anos, já se fala que no futuro com as novas tecnologias, a comunicação será por pensamento.
    Continuação de boa semana,
    AG

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  13. Que ideia maravilhosa, Calu. Vou propor a ideia ao meu filho. Lembro-me que eu e a minha melhor amiga trocávamos muitas cartas, quando estávamos na Universidade. Hoje, cada vez escrevemos menos uma à outra e é sempre por computador. E que alegria era receber as palavras escritas por outra pessoa...
    Beijinho
    Ruthia

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  14. Querida Calu eu adoro escrever e pelo Natal faço passar sempre um postal, para que o correio manuscrito nunca acabe, aliás os meus devem estar a chegar, já desde 12/12 /17 comtemplei várias amigas do querido Brasil com um pequeno bombom para selar a nossa amizade,não sei se por aí conseguem controlar a correspondência pois posso mandar o numero de Registo, beijinhos e um forte abraço

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  15. Vai lá em casa amanhã, tomar
    um refresco de pitango com
    bolinhos de arroz.

    Duvido que você não vá gostar.

    Beijos,

    silvioafonso


    ç

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