segunda-feira, 8 de abril de 2013

Matrículas abertas para pais




Estamos repletos de urgências cotidianas, daquelas que não são bem urgentes, mas sim, iminentes,com rima e tudo e também com a marca à neon de destaque no mural do dia.Típica anotação de espaço escolar e que está presente em nossas costumeiras listagens.À elas eu acrescento em letras garrafais uma convocação com averbação de lei: 
 "Todos os pais e responsáveis ( salvo sabidas exceções) de crianças e adolescentes nascidos nas últimas duas décadas, deverão matricular-se numa Escola para Pais mais próxima de casa ou do trabalho, no prazo máximo de 15 dias, sendo seu comparecimento e aproveitamento  condicionado ao salário mensal de cada um dos referidos." 

Noves fora,certo exagero meu, ainda assim, haverá um grande contingente de candidatos aos bancos desta escola tão necessária nos tempos atuais.Houve um enorme crescimento educacional nos níveis mais altos da escala instrutiva.Pós-graduação, mestrado e doutoramento são hoje em dia, níveis altamente populosos dentro das diferentes instituições de ensino de todas as áreas.Ótimo!Que assim continue e só aumente cada vez mais, porém, na mesma proporção que muitas pessoas se categorizam profissionalmente, também se incapacitam como pais, formadores/orientadores dos seres humanos sob seus cuidados. 

O afã do prover está disparado na corrida das prioridades cotidianas e como uma cobertura plástica transparente que deixa passar a luz de planos futuros, ao mesmo tempo, camufla as necessidades presentes deixando-as abaixo da linha de percepção e com isto desculpa-se uma malcriação de um filho, uma rispidez de outro, más posturas em casa e na escola, desprezo pelos demais, escárnio de disciplina básica, desvalorização do conhecimento...mas, tudo isso é "desculpável", só não se pode deixá-lo(s) em situação de desconforto frente aos colegas e à turma e para isso trabalha-se como robôs para garantir-se o jeans, o tênis e o que mais há de marca estrangeira, a última geração dos aparelhos tecnológicos, festinhas e prêmios semanais; ao quê mesmo? 

Os filhos precisam de pais ( já disse isso aqui outras vezes), pois, amigos eles encontrarão na vida escolar e social.Pais que saibam colocar limites com firmeza e amor, que façam dele(a) um cidadão com valores e princípios sadios frente à vida e à sociedade, crescendo numa relação de convívio respeitoso para si e para os demais com os quais convive, que lhe deem segurança, conforto, proteção sem fazê-lo crer-se um ser especial diferente e melhor que os demais e sim, mais um ser que poderá fazer uma especial diferença no mundo.

É mais que preciso que alguns pais e mães que se achem perdidos frente aos desafios de educar seus filhos, procurem, dialogar com a escola, com profissionais da área, com outros pais que poderão acrescentar luzes nas direções assertivas e principalmente que percebam que são espelhos na vida dos filhos e filhas sabendo que a orientação oral é fundamental, mas que o exemplo dado é crucial.
***** 
Imagem:charge de Emanuel Chaunu

19 comentários:

  1. Aplaudindo daqui!! falo de cadeira, pois vejo isso pertiiiiiiinho de mim... Falaste tudo e muito bem...Aprender a lidar com os filhos, saber se colocar como pais e EXEMPLO BOM passar! beijos,tudo de bom,chica

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  2. Vai faltar vagas nesta escola...
    Penso que estamos vivemos um mundo desconhecido, está difícil encontrar os valores.
    Uma boa reflexão teu post nos traz.
    Beijo

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  3. Que belo texto, urge que se atente para tudo que aqui você aponta.

    bjs, Compartilhando no face...

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  4. Olá Calu,
    O problema é que muitos pais, com a correria do dia a dia, transferem para a escola o papel de educar. Acham que, somente a escola tem essa obrigação, no entanto, não percebem que educar, impor limites e outras coisinhas mais começa em casa e que é uma via de mão dupla. A interação tem que existir. Um completa o outro no sentido da educação. Dizer sim é sempre mais fácil que dizer um não...
    Não sei como será daqui há alguns anos em relação aos professores, pois muitos formandos já não querem exercer essa profissão. Não toleram ver que os valores e os limites já não existem em sala de aula e com isso tem medo de enfrentar, não só os alunos, mas alguns pais que pagam a escola e acham que tem o poder de mandar e desmandar em atitudes tomadas pelos estabelecimentos. Hoje, dependendo da atitude do professor em relação ao aluno, ele pode ser punido. Isso, muitas vezes por coisas banais. Assim fica difícil. Os pais não colocam limites e os professores ficam na saia justa...
    Beijos mil

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  5. Vim aqui me atualizar... Gosto da maneira como você escreve - e descreve! (A propósito, gostei tanto-tanto da sua participação na Antologia Literária!) Obrigada, Calu. Tenha uma ótima semana! Bjs.

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  6. Perfeito Calu.
    Está faltando pais de verdade e que se preocupem com a verdadeira educação e valores familiares.
    Também compartilhando...
    Xeros

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  7. Querida amiga Calu,
    Voltando a ler alguns textos, mas não posso comentar em todos, porém este, primoroso e direto, está um primor, diz tudo aqueles que só pensam em dar de material a seus filhos e esquecem a companhia, o amor e a atenção.
    Nestes dias em que estive convalescendo, percebi mais ainda o quanto a boa educação que dei ao meu filho foi importante, pois ele 'jogou junto' conosco, ajudou-nos com precisão, mesmo à distância, foi pró-ativo e entendeu plenamente os valores que lhe passamos.
    Nas viagens que fazemos ao exterior, principalmente a lugares como os EUA, centro de consumo barato e que atrai milhares de brasileiros ávidos por compras baratas e de marcas, pudemos perceber o quanto os pais estão sem noção e dão mal exemplo aos filhos, pois vi um filho aos berros com a mãe dentro de uma famosa loja de cosméticos, dizendo que ela já havia comprado muito ali e ele quase nada, querendo que ela fosse com ele numa determinada loja de tênis. A briga entre os dois era vergonhosa, uma demostração pura de materialismo, como se fosse duas crianças brigando. Há coisas que nos envergonham mais do que a eles mesmos.
    Sim, os pais precisam urgentemente voltarem à escola e relembrar os bons costumes que seus pais lhes passaram.
    beijos grandes cariocas


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  8. Obrigado pelo puxão de orelha, rsrs acho que preciso desta escola, sou amiga demais e acabo não tendo o respeito necessário em certas situações afff Bjooooss

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  9. Tenho vídeo novo sobre Ponto Cruz - Avesso Perfeito para iniciantes!!! Te convido para ver e se inspirar!

    Acesse: algodaotaodoce.blogspot.com.br ou

    http://www.youtube.com/watch?v=AX-vhxmGwaU


    Doce abraço!

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  10. Olá minha amiga, concordo plenamente com td o que disse! Há uns bons anos atrás qdo ainda lecionava no chamado "ginásio" certa vez dei uma advertência para um garoto que me desrespeitou em sala de aula e a mãe dele foi bater à minha porta para tirar satisfação, percebi na hora que ela não tinha noção de como educar um filho, era do tipo que queria suprir a ausência dela fazendo tds os gostos dele. Naquela época já era difícil, fico imaginando agora! Tenho a impressão de que as coisas pioraram e cada vez mais chego a conclusão de que sim, realmente os pais precisam se matricular na escola novamente e aprender muito, sobretudo de como educar de forma correta os seus filhos!
    Parabéns pelo belo post! :))
    Bjssss
    vieraprendendo.com

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  11. Oi Calu!
    Olha, os quadrinhos acima estão mesmo necessitando de um terceiro, que encontre o meio termo entre um e outro.
    Os meus alunos são pequeninos, porém há relatos preocupantes de colegas, com alunos que não aceitam aprender, não produzem, não fazem educação física.
    Parabéns pelo tema.
    Beijinhos.

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  12. Olá!
    Calu
    Essa "convocação" SERÁ copiada pela minha filha e colada na minha testa...#brincs + ou -
    Conciliar a vida profissional e pessoal, principalmente quando se tem filhos, não é uma tarefa fácil. Perceber esta realidade é capacitador, porque uma vez que se aceite o problema e perceba que na grande maioria das vezes nós somos responsáveis, podemos começar a concentrar-nos na solução. Por vezes, por razões múltiplas, nem pensamos e nem temos condições de trocar o emprego por um que rendesse mais flexibilidade em nossas vidas. Portanto nada mais coerente , como destacado em seu post, que haja a busca incessante por um processo interativo de educação, entre a família e a escola, ou seja, ambas precisam acompanhar de forma conjunta, facilitando o processo de aprendizagem e ajudando uns aos outros na busca de um objetivo comum, o de educar.Lembrando sempre que não podemos passar de um extremo a outro, e se não darmos limites... eles fazem o que querem, tanto em casa quanto na escola, afetando de forma direta no aprendizado...
    Boa noite
    Beijos

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  13. Certíssimo, Calu. Uma escola que ensine os pais a dizerem NÃO, quando for preciso. Quantos pais, com a desculpa que não têm tempo, nunca vão a uma reunião escolar e depois, quando eles se tornam adolescentes problemáticos, arranjam tempo para ir buscá-los à delegacia?

    Beijos e um bom dia.

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  14. Oi Calu
    Nossa, se já é uma honra desfrutar da sua amizade, agora lendo o seu texto, me sinto honradíssima pelo seu convite a ser professora nessa escola! Tenho um longo caminho a percorrer, mas pelo menos sei a teoria decorada kkkkkkkkk, brincadeiras a parte, eu sempre falo que criar um filho não é uma ciência exata, e dá muito trabalho! É muito mais fácil falar sim do que não, mas eu ainda sou a favor da educação à moda antiga. Parabéns pelo texto! Acho que casou um pouco com o meu, mas é claro que eu não sei escrever essas palavra bonitas como vc, vc é muito mais erudita!
    Bjos.
    http://ashistoriasdeumabipolar.blogspot.com.br/

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  15. Calu, sua convocação deveria ser imperiosa. Tenho observado que, inversamente ao ensino antigo, hoje os pais têm como certo que os filhos estão com a razão. E assim, discutem com professores, outros pais... e por aí vai. Limites são esquecidos. A maior dificuldade está na percepção disso. E de seus efeitos negativos na formação do caráter das crianças, sua responsabilidade. Bjs.

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  16. Deveria ser uma lei, pais voltarem a escola para aprenderem a ensinar a seus filhos, a serem pessoas de bom, respeitar os mais velhos e assim por diante. Tenh escutado muitos pais permitirem seus filhos fazerem o que quiser para " não se incomodar" . Esses pais deveriam ser punidos por deixarem seus filhos tão soltos e sem limites. Uma ótima questão para fórum de liberdade, social, que está tão em moda aqui no Brasil.
    Bjos e tenha uma ótima semana.

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  17. Calu, minha parceira, eu sei que você é / foi educadora e talvez eu nem tenha, "cacife" para divergir contigo acerca deste tema.
    Porém, não como crítico, mas como opinante, e estando em um lugar onde me sinto à vontade de emitir minhas opiniões sem ser julgado de algum modo, somente vou expressar a minha experiência. Claro, uma experiência pessoal, pois como disse, o que escrevo não é lei. É somente a minha visão de mundo.
    Estudei minha vida toda em escolas particulares, das públicas desconheço para opinar.
    O que percebi nestes anos:

    - Na escola particular, tanto alunos quanto pais de alunos, consideram professores seus "meros empregados assalariados" (usando o modo pejorativo que ouvia), que não fazem "mais do que suas obrigações" em serem RESPONSABILIZADOS pelas notas de seus filhos. Ou seja, se um aluno tem nota baixa, a culpa é da "incompetência" do "empregado".

    - Nas instituições que estudei e não citarei nomes, a direção compartilhava da mesma opinião, meio camuflado, porém...

    - Devido a isto, alguns docentes (com razão) se revoltavam, contanto, muitos não sabiam lidar bem com a situação. Comparação: um dos educadores costumava dizer "se um aluno vai mal na minha Disciplina, ele está com problema. Se TODOS os alunos vão mal, EU estou com problema". Por outro lado, outro educador chamou-nos de FDP (sim, com todas estas letras porque geral tava bagunçando), animais e bando de vagabundos em alto e bom tom. Antes que pergunte, não houve nada. A diretoria desta escola em especial, parecia ser omissa de ambos lados, não queria se comprometer.

    - Diferente do que percebi da idealização que alguns amigos meus que estudavam em escolas públicas faziam (novamente ressalto que desconheço como funcionam), há um abandono grande dentro das escolas privadas. Pode parecer estranho, pois quando pensamos em situações de abandono, nos remetemos à miséria e coisa e tal. Mas posso dizer que existem outros tipos de abandonos e que, estes sim, estão longe dos olhos da sociedade. Havia uma menina da nossa sala que toda manhã desmaiava. A sério, todo dia ela ia para a enfermaria do colégio, chamaram os pais, achavam que estava com uma doença grave, quando ela confidenciou à uma professora que desmaiava DE FOME! Que ela não tomava café da manhã para ir a escola porque não tinha nada, os pais comiam comida pronta e, como era meio frágil e tinha pressão baixa, tombava na metade da segunda aula.

    Portanto, não dá para generalizar e dizer que todos os adolescentes desta geração não passam de mimados, muitos passam por situações de abandono atípicas, como a mencionada, tal como pais que precisam trabalhar período integral, precisam fazer viagens de negócios e deixam com irmãos e irmãs mais velhos, que embora tenham maioridade, também são adolescentes, aí rola bebidas, baseados e tudo o mais que possa imaginar.
    Por este motivo, não sou contra os pais serem amigos. Tudo tem que haver um equilíbrio, eles podem ser amigos sem deixar de ser pais. Certa vez ouvi um vizinho comentando que "na época dele" (esta expressão me dá um tédio zZzzZzz) bastava "um olhar" para que respeitassem seus pais porque sabiam que, do contrário, seriam cortados (sic) de cinta. E ele achava que isto era bom! Que este tipo de violência era certo, porque tinha a mentalidade de que, se pais fossem amigos, perderiam "o respeito".
    Eu sou amigo dos meus pais e esta amizade apenas solidificou o respeito que tenho por eles, e também por minha outra mãe. Um filho de família "desestruturada" que ao menos neste quesito não acabou problemático devido a harmonia.
    Para concluir meu "post", rs (me desculpe, abusei de sua paciência)acredito que o correto é buscar um consenso entre educadores, pais e alunos, portanto, esta escola idealizada deveria ser voltada aos três.
    Um abraço e desculpe qualquer coisa.
    Boa quinta!

    ESCRITOS LISÉRGICOS...

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    1. Vc não me cansou de maneira nenhuma, parceiro.Compreendo bem teu ponto de vista e o respeito.O que procuro ressaltar é que a relação amigável tem parâmetros que devem ser observados diante das situações surgidas e não usada como escudo para pais que não querem se aborrecer.
      Limites previamente combinados e cultivados mediante diálogo aberto e franco, permeado de todo carinho e atenção merecida aos filhos em qualquer idade,sedimentam o bom caráter, trazem segurança e aumentam a confiança entre pais e filhos.
      Este é um assunto que possui mais vertentes que um post pode abranger, mas arrisquei a provocar, ao menos, uma questão a ser pensada.
      Grata por tua preciosa participação.
      Bjos,
      Calu

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  18. Calu, parabéns pelo post! Sempre comentamos isso na escola. Quem está precisando de educação, primeiro, são os pais. Como exigir um bom comportamento e comprometimento do aluno se não há respaldo dos pais nessa tarefa? A charge parece engraçada mas ilustra uma triste realidade.
    Penso que os pais veem como um fracasso pessoal a cobrança sobre os filhos, ou temem que passem por constrangimentos e carências e com isso protegem demais, de uma maneira nada saudável, que não projeta o filho para um futuro em que ele precisará se virar sozinho e terá que lidar com seus erros e frustrações.
    Um abraço!

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Teu comentário é o fractal que faltava neste mosaico.
Obrigada por tua presença querida!