sábado, 8 de setembro de 2012

Pão & Poesia

Em minha habitual correria, entrei na padaria, fiz meu pedido, esperei o atendente pesá-lo,peguei o pacote e saí rumo à creche para pegar meu neto.Chegamos em casa e, às voltas com a janta, suquinho,e tudo o mais, sempre com um olho no padre e outro na missa, só fui reparar no pacote dos pãezinhos lá pelas tantas, depois que todos se foram e eu pude sentar-me para um lanchinho.Foi aí que dei com esta delicadeza estampada na embalagem de papel: 


"Pão com Poesia para alimentar a alma.Deguste um pouco!"
Achei uma atitude ultra delicada deste empresário que utiliza a embalagem para oferecer agrados além de seu produto; o pão para o corpo e o pão para alma. 


Sobre estes alimentos, o do corpo e o da alma, Rubem Alves tem uma perfeita descrição.

"Há dois tipos de alimentos: os alimentos que alimentam o corpo e os alimentos que alimentam a alma.
Os alimentos que alimentam o corpo, nós os representamos poeticamente pelo pão.Quem fala"pão" fala tudo o que se pode comer:"o pão nosso de cada dia dá-nos hoje...". O pão,comido com moderação, faz bem para o corpo.Em excesso,pode se transformar em peso.Gordura.Obesidade.A comida é coisa da gravidade.
A alma não se alimenta de pão.Ela se alimenta de beleza.A beleza tem o efeito oposto ao do pão:ela nos torna cada vez mais leves.Não é raro que aqueles que dela se alimentam se tornem criaturas aladas e desapareçam no azul do céu, onde moram os deuses, os anjos e os pássaros.A beleza é coisa da leveza[...]"

Rubem Alves, in:Um céu numa flor silvestre (trecho)
Imagens: foto minha/ portalsãofrancisco

17 comentários:

  1. Oi Calu,aqui na minha cidade tem algumas
    padarias q faz muito tempo q tem poemas
    nos saquinhos de pão. Eu adoro comprar
    pão nessas padarias só por isso.
    Bom domingo.
    Cris

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  2. Minha doce Calu, impossível não abrir um baita sorriso com esse post. Tu e Rubem Alves é de fazer o coração de melão dar pulinhos de alegria. Poesia é essencial pra mim e me deixa feliz ver gestos assim, espalhar poesia deve deixar o ar mais encantado, né?!!!

    meu beijo de carinho ;)

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  3. Olha, Calu, pra mim é a novidade mais linda! Essa pessoa tem a alma sensível para se preocupar com o alimento para a alma. Que bom! Grande abraço, amiga! Belo domingo!

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  4. Realmente, muito criativo e tocante! E um pãozinho fresco também é tudo de bom, não é mesmo? rsrsrs
    Beijocas!

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  5. Genial essa idéia.Parece que o pão fica mais leve e bonito,não?Adorei! E o texto do Rubens Alves, divino, como sempre!! beijos,lindo domingo!chica

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  6. Oi Calu,
    deliciei-me com seu "pão com manteiga" literário.
    Magnifica ideia do empresário. Sem dúvida que precisamos alimentar o corpo e a alma.
    Acho que está sendo essa a transformação do meu blog, passar das receitas que alimentam o corpo, para as "receitas" que alimentam a mente.
    Senti sua falta na teia ambiental...
    Beijinhos.
    Rute

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  7. Rubem Alves.... sempre ótimo!

    Eu adoro um pão, mas modero a ingestão.... um pão quentinho, com manteiga e café... hmmmmmmmmmmmm

    Parabéns a esse empresário, ele alimenta o corpo e alma de quem utiliza seu estabelecimento.

    Calu, um ótimo domingo pra vc!

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  8. Oi, minha querida amiga!
    Onde é essa padaria, menina? Que maravilha, né não? Coisas assim, aumentam minha fé nos homens, nessa época em que tantos a querem destruir!
    E Rubem Alves, ah, Rubem Alves! Vai "desaparecer no céu onde moram deuses e anjos"!
    Bjsssssssssssssssss, quérida!
    Deus a abençoa!

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  9. Minha alma está alimentada e feliz! Amei!
    Um grande abraço!
    poesiagalvaneana.blogspot.com

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  10. Pão e Poesia
    Moraes Moreira
    Felicidade é uma cidade pequenina
    é uma casinha é uma colina
    qualquer lugar que se ilumina
    quando a gente quer amar
    Se a vida fosse trabalhar nessa oficina
    fazer menino ou menina, edifício e maracá
    virtude e vício, liberdade e precipício
    fazer pão, fazer comício, fazer gol e namorar
    Se a vida fosse o meu desejo
    dar um beijo em teu sorriso, sem cansaço
    e o portão do paraíso é teu abraço
    quando a fábrica apitar
    Felicidade é uma cidade pequenina
    é uma casinha é uma colina
    qualquer lugar que se ilumina
    quando a gente quer amar
    Numa paisagem entre o pão e a poesia
    entre o quero e o não queria
    entre a terra e o luar
    não é na guerra, nem saudade nem futuro
    é o amor no pé do muro sem ninguém policiar
    E a faculdade de sonhar é uma poesia
    que principia quando eu paro de pensar
    pensar na luta desigual, na força bruta, meu amor
    que te maltrata entre o almoço e o jantar
    Felicidade é uma cidade pequenina
    é uma casinha é uma colina
    qualquer lugar que se ilumina
    quando a gente quer amar
    O lindo espaço entre a fruta e o caroço
    quando explode é um alvoroço
    que distrai o teu olhar
    é a natureza onde eu pareço metade
    da tua mesma vontade
    escondida em outro olhar

    Um presente para você!

    poesiagalvaneana.blogspot.com

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  11. Oi Calu!
    O alimento do corpo sofre influência dos preços, mas o alimento da alma não tem preço...
    Meus parabéns ao "padeiro" e a vc, obrigada pelo carinho da postagem.

    Abração
    Jan

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  12. Oi flor!!!

    Eu acho tao legal essas iniciativas, sabe?

    Beijos

    Selma

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  13. Olá Calu,

    Este empresário tem sensibilidade. Uma iniciativa louvável e super agradável.
    Muito lindas as palavras de Rubem Alves.
    Conheço um Pai Nosso que diz exatamente assim:...O pão nosso de cada dia nos dai hoje, o pão do corpo e da alma..." Afinal, ambos precisam estar devidamente alimentados.

    Beijão e até breve.

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  14. Essa foi nota 10. Gosto quando encontro dessas surpresas.
    Hoje eu me reporto ao fato de que se encontrar belezas nas pequenas coisas, eu me considero uma romântica inabalável.

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  15. Poucas pessoas pensam em agradar os clientes de forma diferenciada. Por isso, quando encontramos iniciativas da natureza, as louvamos. Rubem Alves se manifesta poeticamente sobre tudo, em linguagem simples e prazerosa de se ler. Bjs.

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  16. Ô minha inspirada amiga! Que beleza de post e esta descoberta incrível da padaria em seu bairro. Tomara que isso pegue por aqui também, vou ser uma ferrenha compradora de pães nas tardes azuis.
    beijoquinhas cariocas




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  17. Oi Calu,

    É muito agradável ler os seus post, como também esperançoso esse toque de singeleza numa sacola de pão. Faz lembrar que a vida além do pão a partilhar traz a poesia para nos aproximar. Beijoss carinhosos

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Teu comentário é o fractal que faltava neste mosaico.
Obrigada por tua presença querida!