terça-feira, 25 de maio de 2010

Lugares da Memória

No movimento da vida não apenas nós estamos enrodilhados no contínuo turbilhão dos dias/horas, mas o derredor também,o meio, o ambiente, os espaços-mundos,em frenética modificação de suas características conhecidas.Quem , citadina como eu, já não se espantou ao dobrar uma esquina e dar de encontro com uma nova construção aonde era uma residência bucólica daquela rua, marco existencial de uma família?
Quantas avenidas foram abertas em nome do progresso, arrasando prédios históricos da cidade e de nossa própria história?
Nada contra o progresso, muito pelo contrário,só gosto de focar minha memória nos lugares familiares da infância e me deixar transportar( quando é possível) para flashes da meninice vivida nos recantos da cidade velha. Às vezes são perfumes de um jasmineiro sempre carregadinho por sobre um muro baixo que permitia seu espetáculo visual-olfativo nas manhãs apressadas para o colégio,outras vezes, o cheiro do amendoin torrado no açúcar caramelado pelas mãos hábeis do vendedor da banquinha na saída das aulas. E  o cobiçado kibombom das carrocinhas de muitas esquinas do trajeto dos hábitos semanais?Tentações nos passos marcados nas calçadas mal-conservadas,que aliás é uma constatação que não muda com o tempo, mas deveria; enfim como cheiros, sabores e espaços se misturam nas lembranças de pequenas cotidianeidades , mas com que força forjam as prefências de cada um de nós.

4 comentários:

  1. Boa noite!

    Ai que saudades da goiabeira que havia no quintal lá de casa...
    Eu, pequenina me refugiava em seus galhos e ali sonhava com o futuro, que era somente o dia seguinte ,nos meus olhos de menina.
    bjos
    Laurinha

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  2. Pois é Laurinha, estamos em outro ciclo da vida;naquele que nos é permitido saborear com vagareza as delícias da infância e da juventude,mas sem jamais viver de passado.
    Bjkas e grata pela visita.
    Calu

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  3. Pois é, como temos histórias pra contar de nossa infância... E parecem, por estarem tão distantes, que são as mais belas! Quem sabe lá, o dia em que estivermos de cabelos branquinhos, não lembraremos de histórias lindas de nossa idade mais madura e atual?

    Beijos e um lindo domingo.
    Tais Luso

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  4. Também isso Tais, somo sujeitos históricos traçando nossos fios na grande rede da vida.Um privilégio que desfrutamos.
    Bjkas,linda semana.
    Calu

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