Trago na memória os tempos natalinos da infância. Até novembro tudo seguia na rotina conhecida. Quando dezembro abria seus dias ocorria uma mudança visível nas pessoas, nos dias, nas expectativas.
Lembro da esperada cesta de Natal, cheia de delícias e produtos típicos desta época, encomendada por meu pai em todos os anos. A cada ano havia nela uma novidade diferente e eu quase mergulhava dentro pra ser a primeira a encontrar a surpresa esperada.
Minha mãe e minha avó já tinham em mãos a lista para o preparo da ceia. Era tempo de montar a árvore, o pequeno presépio e por a guirlanda na porta de casa. Eu participava de toda aquela preparação e não queria perder nenhum acontecimento.
Minha mãe, sempre caprichosa, saía ao comércio logo na primeira semana à procura de uma bonita toalha de mesa com motivos natalinos e também panos de prato, toalhas de rosto e tapetinhos de iguais motivos.
A casa ficava vestida para o Natal e nós, de alma vestida, vivenciávamos tudo com animação.
Tempo do Advento. Tempo de congraçamento. Tempo de reunião.
Passadas tantas décadas dessas lembranças, vejo com clareza os sinais da renovação no espírito de cada um de nós. Nos preparávamos para a chegada do Menino Jesus motivados pela tradição, pela fé, pela aura luminosa que envolve o tempo do Advento e, creio que, nunca nos demos conta do quanto éramos renovados em sentimentos e ações.
Renovar-se fazendo um olhar novo, um sentir mais empático, propondo-se a cultivar a Boa Vontade como
ação de todos os dias é vestir-se de corpo e alma com os cuidados necessários para viver com profundidade o milagre do nascimento do Menino-Deus.
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