sexta-feira, 19 de novembro de 2021

A Chave do Saber

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 Quando o engenho humano criou um objeto capaz de, a um simples giro, abrir ou fechar passagens, alçou mais um degrau do progresso criativo da humanidade. Registros constam que chaves e respectivas fechaduras datam do antigo Egito há mais de 4000 anos, sem provocar nenhum alarde exposto no cinema ou na televisão(rs).

Nas asas da velha oralidade correu de Menphis à Tebas a notícia da engenhoca que dava segurança às casas e seus moradores. Daí, para adentrar nos palácios  com seus tesouros inigualáveis, foi um pulo inovador e histórico.

Correram os séculos e a chave foi sendo aprimorada, adornada, elaborada para uma eficiência cada vez maior em seu uso, contudo, em vias paralelas acontecia surpreendente atribuição ao objeto, que creio eu, não tinha afigurado nos propósitos do inventor: como adjetivo das emoções.

Abriu-se um campo farto nominativo para os escritores, poetas, românticos de todas as épocas a utilizarem uma chave figurativa em suas intenções. A chave abria versos para destrancar corações fechados. Abria portais de mundos mágicos. Abria tramas detetivescas. Abria sonhos, histórias, canções, segredos bem guardados. 

Uma porta que contivesse uma fechadura art-noveau era tida como obra de arte podendo até figurar em exposição, o que seria de agrado de alguns apreciadores; noto, atualmente, serem  poucos os que percebem a importância deste invento, até o dia em que esquecem a chave de casa no escritório ou a chave do carro dentro dele, neste caso só o chaveiro salva a situação. 

A chave é tão milenar quantos as pirâmides e, como elas, continua a causar assombros em todas as idades, sim, pois, desde os primeiros conhecimentos na língua e na linguagem é preciso que cada aprendente descubra a " chave da leitura" para abrir as associações na formação das palavras e adentrar no mundo da leitura e da escrita com propriedade.

Como utensílio ou como aporte artístico, antiga ou moderna, a chave atravessa os primórdios da nossa história avançando os séculos reinventada, mas, essencialmente preservada na  originalidade para a qual foi atribuída:  abrir e fechar passagens.


(*)- pinterest/devianart

12 comentários:

  1. De todas as chaves que existem, uma é a mais valiosa. " A chave do coração ".
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    Cordiais saudações … feliz fim-de-semana
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    Pensamentos e Devaneios Poéticos
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  2. Boa noite de serenidade, querida amiga Carminha!
    A chave abria versos para destrancar corações fechados. Abria portais de mundos mágicos. Abria tramas detetivescas. Abria sonhos, histórias, canções, segredos bem guardados.

    Uma chave com seu rosto, descrita acima com suas palavras.
    Mente aberta com a chave da sabedoria divina resulta em bons propósitos.
    A mente da inspiração tece textos e poesias inigualáveis...
    Sem chaves, ficamos tracafiados em nós mesmos e cizudos, sem nos abrimos ao mundo de forma natural.
    É preciso pedir socorro à chave do altruímo e da fraternidade urgentemente, amiga.
    Lindíssimo texto contendo informações preciosas e bem abalizadas.
    Que você seja abençoada por Deus!
    Beijinhos carinhosos e fraternos de paz e bem

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  3. Beleza,Calu!
    Rica em detalhes e história, chegas a chave do saber.
    Essa é uma que não pode faltar, nunca podemos perder .
    É mágica pois abre portas, salões de cultura e nessas salas, sonhos de ser, aprender e aprender pela vida afora.
    E não há chaveiro que faça dela cópia...
    Lindo fds!
    beijos, chica

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  4. De todas as chaves a mais preciosa é do saber.
    Lindo texto, querida Calu.
    Um beijinho carinhoso
    Verena.

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  5. Essa chave é muito valiosa!
    Gostei muito.
    bjsss

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  6. Que legal Calu, ainda não tinha tido curiosidade sobre elas.
    Muito boa sua postagem com as ilustrações de funcionalidade e as dificuldades.
    Uma chave serve para prender e ou soltar.
    Por extensão vem as chaves imaginárias que tanto provocam os poetas e humanos em geral.
    Grato pela partilha desta peça famosa e que tem nos pregado belas peças.
    Um bom e harmonico domingo.
    Abraços com carinho.

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  7. Bom dia Calu,
    Um texto maravilhoso sobre um objeto que tendo funções de segurança não é acarinhado como uma peça milenar.
    Para não falar nas chaves com todos os outros significados e que tão importantes se tornaram na literatura.
    Bem verdade, que muitos só se lembram dela quando a perdem!
    Magnânimo seu texto reflexivo.
    Um beijinho e continuação de boa semana.
    Ailime

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  8. Maravilha, seu texto, querida!!! A gente se acostuma tanto com as chaves, quem nem se lembra da sua imensa importância e valor, de ser algo tão antigo e seja ela em sua forma física, artística, poética, na literatura, seja onde for, ela cabe de forma perfeita!
    Beijinhos e doce tarde
    Valéria

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  9. Que tema interessante e como está bem abordado e desenvolvido!
    Não sabia -- nem imaginava -- que a descoberta da chave fosse tão antiga!
    De facto ela invadiu todas as áreas do conhecimento significando acesso assegurado ou conclusão.
    Fiquei presa â leitura que me deliciou e que agradeço. Os meus melhores momentos de hoje.
    Tenha dias agradáveis e interessante. Abraços grandes, querida amiga.
    ~~~~~~

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  10. Gostei de percorrer a história, por mim desconhecida, deste objeto, que realmente não é valorizado na extensão que nos apresenta. A metáfora usada ilumina a sua beleza e funcionalidade. Muito interessamte. Amei. bjsss

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  11. Boa noite, Calu.
    Fala-se muito em chave, temos chave para tudo nessa vida, mas a "verdadeira" chave, o objeto tecnológico que deu origem e trouxe à tona o conteúdo semântico da palavra "chave", tem sua origem pouco conhecida. Que bom que você nos trouxe esse conhecimento e nos chamou à atenção para esse saber. Obrigada. E parabéns pelo texto super bem escrito!
    Bjs, Marli

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  12. Um objecto a que associamos a pontes com o passado, a segredos por revelar, a possibilidades por desvendar, na sua vertente mais mística...
    Adorei por demais o seu formidável texto, que nos desvendou tal objecto... que nos acompanha desde há tempos imemoriais... em tantas vertentes e significados!...
    Um beijinho grande!
    Ana

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Teu comentário é o fractal que faltava neste mosaico.
Obrigada por tua presença querida!