domingo, 3 de novembro de 2019

O tempo na palma da mão






Meus pequenos já são garotos grandes, como costumo dizer. Ontem mesmo, eu os ninava, dava-lhes banho, alimentava e curtia brincadeiras bobinhas propostas por eles, tudo pra vê-los felizes, sorridentes e sentindo-se amados.

Ontem mesmo, os observava bebezinhos de dias pra descobrir os traços fisionômicos que os definiam "parecidos", com o pai, com a mãe, com a avó e com quem mais se habilitasse a apontar semelhanças. E tome a brotar palpites na fala dos adultos -babões: com quem mais se parece o bebê?

Ontem mesmo, via seus gostos, o jeito de andar, os brinquedos preferidos, a maneira de dormir... Ontem mesmo, toda atenção se fazia em vê-los crescerem fortes e felizes.

Hoje, outras medidas se mostram. Com hábitos e gostos mais definidos, eles se desenham em suas próprias características mas, deixam ver semelhanças herdadas, bem misturadas, porém, presentes em falas e preferências conhecidas.

Contorna-se o perfil de suas personalidades em formação. Resmungos, amuos, satisfações, ousadias, aprovações. A educação aqui se aprimora. Vai muito além da simples cortesia e dos bons modos; é formação de valores e princípios. A dedicação dos pais se adensa e tem de assim ser. 

Daqui pra adiante haverá a soma de todas heranças recebidas através das gerações que os precederam.

Coloco-me como guardiã dos melhores bens a serem transmitidos pra eles e para os meus outros netos e netas.

Deixo aqui um pequeno trecho que muito aprecio, escrito por Edith Casal, sobre: "A herança emocional dos nossos antepassados." 


"A herança emocional é tão decisiva quanto intransigente e impositora. Estamos enganados quando pensamos que a nossa história começou quando emitimos o nosso primeiro choro. Pensar dessa forma é um erro, porque assim como somos o fruto da união do óvulo e do esperma, também somos um produto dos desejos, fantasias, medos e toda uma constelação de emoções e percepções que se misturaram para dar origem a uma nova vida.

Atualmente falamos muito sobre o conceito de “história familiar”. Quando uma pessoa nasce, ela começa a escrever uma história com suas ações. Se observarmos as histórias de cada membro de uma família, encontraremos semelhanças essenciais e objetivos comuns. Parece que cada indivíduo é um capítulo de uma história maior, que está sendo escrita ao longo de diferentes gerações."

( in:culturacarioca.com.br)





11 comentários:

  1. Olá Calu, que lindo ser guardiã da ancestralidade da família!
    Nós somos porque muitos foram antes de nós e sua força segue conosco.
    Bjs

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  2. Lindo texto compartilhado e tuas palavras sempre muito lindas e tão chegadas do coração. Verdade que ainda ontem fazíamos isso ou aquilo com nossos bebês. Hoje fazemos com nossos netos e amanhã? Não sabemos, mas o danado do tempo voa e esperamos que nossos exemplos e valores deixados fiquem...beijos, chica

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  3. Boa noite de paz de Domingo, querida amiga Calu!
    Muito linda leitura e fui me lendo nos diversos momentos dos meus pequenos grandes miúdos que já me passaram de altura, com bigodinho e só um caçulinha de 8 daqui a um mês... o único que ainda consigo pôr no colo... que salta no meu quando me vê... tenho que aguentar, claro! rs...
    Amiga, tem um parágrafo que pôs que me marcou muito e compactuo totalmente:
    "... também somos um produto dos desejos, fantasias, medos e toda uma constelação de emoções e percepções que se misturaram para dar origem a uma nova vida."
    Vejo nisso muito mais substância do que o outro que mencionou mais acima desse.
    Tenha dias novos felizes e abençoados!
    Que vivamos muito com saúde para vermos os filhos dos nossos netos e ouvirmos os primeiros chorinhos!
    Bjm carinhoso e fratero de paz e bem

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  4. Querida Calú,"o tempo na palma da mão"..que lindo isto. Penso que toda mulher que chega à ser avó tem este sentimento. Foi tanta história e é gratificante ver esta história continuar. Os textos,o teu e da escritora são fantásticos. Sim, "cada indivíduo é um capítulo de uma história maior, que está sendo escrita ao longo de diferentes gerações." Eu vejo como uma árvore! Boa semana amiga! Beijinhos

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  5. Excelente tecto recordando tempos amorosos, ter doces e inolvidáveis
    que, por momentos, desejámos eternos.
    Ternuras infinitas.
    Desejo-lhe dias muito agradáveis.
    O meu abraço grande.
    ~~~~
    Reabri o 'Vivenciar a Vida' com uma homenagem que me é muito cara.
    ~~~~~~

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    1. Jesus! Mas que lapso ortogrático!
      É um texto com ótima mensagem.
      Boa semana, Calu.
      Beijo
      ~~~

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  6. Um belo relato com analise e saudosismo Calu.
    O texto da partilha é bem interessante e profundo.
    Podemos ser como nossos pais,mas é certo que escrevemos e rescrevemos a mesma e assim vamos construindo a historia. E que cada história seja bonita e cheia de sucessos e realizações.
    Um bom e feliz fim de semana Calu.
    Meu abraço com carinho.

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  7. Querida Calu.
    De pequenos a "garotos grandes"
    O tempo passa rápido demais, não é?
    Gostei muito do seu meigo relato.
    Deixo aqui um beijinho carinhoso para tí.
    Fique bem, amiga.
    Verena.

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  8. Desejo que se encontre bem.
    Bom fim de semana.
    Abraços
    ~~~

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  9. Assim passa a vida, rapidinho estão crescidos e as próximas etapas são de definições da personalidade. "Nascemos da barriga da mãe e caímos na barriga da família", transmissões geracionais se unem e o novo ser dará continuidade a cadeia. Que possemos deixar legados para que a família se abra para novas construçõessaudáveis e não sejam mero repetidores do "script" familiar.bjs

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  10. Mamãe já dizia que recordar é viver...
    Belo relato. Boas lembranças.
    Beijos, Calu.

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Teu comentário é o fractal que faltava neste mosaico.
Obrigada por tua presença querida!