segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Urbi et Orbi








Lá vemos novamente a criançada uniformizada em bando voltando às aulas.Mochilas novas, material estalando de novo, primeira página do caderno ainda branquinha esperando a titulação que ganhará, a qual disciplina pertencerá.Euforia dos maiores, choros dos pequeninos a girar o calendário letivo.Ao se ater em algumas recomendações ressoadas no pátio de entrada, ouve-se muito, por parte dos pais ou responsáveis pela turma grandinha, coisas do tipo: "__ agora vc está em tal ano, nada de brincadeiras fora de hora, preste atenção e acompanhe as aulas, viu!"; ao que a garotada acena afirmativamente com a cabeça como que para sacudir pra fora a ladainha indesejável.

Existem outras, mas uma das mais faladas, bradadas, lembradas palavras que ecoam quase ininterruptamente é atenção.Fique atento(a), tenha atenção, olhe bem, direcione teu foco... sim, todo o pacote é válido, busca promover o bom conhecimento e em alguns casos a segurança, o bem-estar, como foi destacado dias deste num programa matutino em algumas dicas dum especialista em segurança urbana sobre a importância da atenção que deve estar sempre presente a cada passo que dermos nas ruas, seja a pé ou dentro de veículos, o que  na segunda opção deixam de ser passos e passam a ser deslocamentos motorizados.

 Tenha a designação correta ou não, o fato gritante e ensurdecedor é que não devemos, em hipótese nenhuma, sob quaisquer circunstâncias, flanarmos distraidamente pelos logradouros da cidade nos perdendo em vistas apreciadas ou sentarmos em banquinhos convidativos em meio à vegetação urbana ou o que valha.

Cansativo, pra dizer o mínimo, sobre estes tempos instáveis sombreados dum obscurantismo inexplicável, acabrunhador, que nos tolhe, encolhe e cerceia nosso direito de ir, ver e vir, afh! Alerta máximo, sempre à postos na defensiva de nosso inegável direito à vida, o qual deveria estar devidamente protegido e garantido pela pólis civilizada, deveria...Mas, em plena controvérsia do direito estabelecido, seguimos nós, dignos cidadãos e cidadãs reféns da ausência do Estado na manutenção da ordem pública, sendo responsabilizados pelas tragédias impostas na atual dita urbanidade.

Por isto e mais até, cantarolo baixinho que:"É preciso estar atento e forte.Não temos tempo de temer a morte[...] Atenção, para o refrão..."

Carnaval batendo á porta, mil preparativos e tais.Vai cair na folia? Vai fugir da balbúrdia? Seja qual for tua escolha, lembre-se do refrão e... Atenção!




Um bom Carnaval pra vcs!



¨¨**¨¨**¨¨



Imagem: tumblr


16 comentários:

  1. Oi Calu, a situação não está para festança. Com a insegurança em que vivemos, a crise política e a falta de água, acredito que este feriado precisaria ser um momento de reflexão e não de alienação massificada.
    Como faço todos os anos, vou me recolher no Carnaval, renovar as energias e junto com minha família buscar formas de sobreviver a essa crise.
    Bjs e bom feriado

    ResponderExcluir
  2. Oi Calu!
    O início do ano letivo está conturbado por aqui, ... os professores acamparam no Centro Cívico e estão "atentos e fortes"...
    Qto ao carnaval, vou assistir pela televisão e cuidar do meu cachorrão... "... não temos tempo de temer a morte!" :(

    Abração
    Jan

    ResponderExcluir
  3. Calu, sempre lucidas tuas palavras. Adoro essa calma que passas ainda que o tema seja mais forte. Nesses inícios e rein[ícios de ano, letivo ou não, sempre estamos aconselhando e ou ouvindo falar em atenção, cuidado, olho vivo... pena! Tão bom se pudéssemos apenas nos focar , dar atenção às belezas dos caminhos. Mas não é só isso que neles tem! Assim, tens toda razão: cuidado e muiiiiita atenção são precisos!

    Bom Carnaval e todo cuidado é pouco. No ano passado, nele, tranquila, numa praça de brinquedos com as crianças, fomos assaltados com arma aqui em Poa. Assim, olho vivo e faro fino!!! bjs, chica

    ResponderExcluir
  4. Post perfeito para os dias que irão se seguir e até mesmo para os outros, recheados de perigos por tantos lados!
    Pois acredite, vi uma cena tão insólita hoje à tarde ao buscar o marido nas barcas - em S.Francisco, fora da faixa de pedestres, atravessou primeiro o avô, nada velho, talvez uns 65 anos e ficou do outro lado aguardando a esposa, avó também, nada velha, na casa dos seus 50 e poucos, mas que carregava pelas mãos, um bebê que estava recém descobrindo as perninhas e ela, a avó, com a maior calma, atravessou a pista vendo ao longe e chegando perto, os carros que vinham em disparada. Ela não colocou o bebê no colo para atravessar a pista, não atravessou em faixa e um dos carros teve que frear para não atropelá-los. Um casal classe média que já ensina tudo errado ao netinho, quando deveriam procurar a faixa, ensiná-lo a ir por ali que era o lugar certo e seguro.Fiquei atônita vendo isso do outro lado da pista. Minha vontade foi fazer a volta e chamar atenção daquela dupla tan tan. rsss
    Tais chamamentos servem não só para a criançada que começa agora a vida, mas para alguns adultos sem noção e que estão vivos por mero acaso. rsss
    um beijo carioca


    ResponderExcluir
  5. Calu, querida, oiiiiiiiiii... puxa, quanto tempo!
    Como vai vc, comadre? :-)

    Seus textos... sempre tão deliciosos de ler!
    Sabe que o Gabriel foi esse ano para o maternal II e, nova professora, nova escola, no período e tudo o mais anda contrariando ele um pouco. Hj foi o quarto dia de aula e ele ainda está chorando para seguir para a escola, quando a van vem buscá-lo. E a mamãe fica aqui, com o coração pequenininho... :-(
    Mas faz parte da adaptação, não é mesmo?
    Cabe à mim paciência e persistência, e muita oração! rs
    Quanto ao carnaval, não curto, não. Fico em casa quietinha com minha família.

    Apareça para um cafezinho, min ha linda. Sds!
    Bjs no coração, fica com Deus e até breve!

    ResponderExcluir
  6. Calu,
    eu sou a rainha da ladainha. rsrsrrs
    Coitado dos meus filhotes!
    Eu brinco carnaval, mas confesso que tenho receio a meio tanta gente e muitos maliciosos.
    Tem que ter muita atenção.
    Nesse época o meu conselho é: fique em casa, viaje.
    Xero

    ResponderExcluir
  7. Oi, Calu!
    A minha mãe já dizia "naquele tempo quando eu era pequenina lá em Minas Gerais" que às vezes dá vontade de desligar tudo, fechar os olhos e imaginar que o mundo se esqueceu de nós. Para onde fugir? Por onde vamos estão regras e olhos medindo o nosso comportamento. A crítica vem para a alegria e para a tristeza. Não dá para simplesmente "ser". Esse era o mundo moderno que nos prometeram? Chego a conclusão, de que fomos colocamos no mundo apenas para aprendermos a ter paciência...
    Beijus,

    ResponderExcluir
  8. Olá, querida Calu
    Meus netinhos voltaram às aulas também... uma maravilha e alegres...
    Vou ficar retirada... como aprecio... com toda diligência, pode deixar...
    Bjm fraternal

    ResponderExcluir
  9. Não vou cair na folia... Não gosto e tenho fobia a tumulto ou multidão. Mas pra quem gosta, bom carnaval!
    Vc falando do primeiro dia de aula, me lembrei aqui de minha infância e de uma coisa que eu odiava, acho que pela timidez, todo primeiro dia, cada um se levantava, dizia o nome e de qual escola vinha....
    Ah, como eu odiava! A voz saía baixinha... e a professora pedia pra repetir...
    Calu, ainda existe esse primeiro dia medonho? rsrsrs
    Beijos, querida!

    ResponderExcluir
  10. Bela introdução para um fechamento fantástico critico de nossas vidas.
    Depois de longos anos hoje entendemos o estar atento e forte e somos tão fracos.
    Ai eu volto lá naquele banquinho de madeira preso junto ao portão de entrada da casa, portão sem cadeado ou ferrolhos, apenas para compor e ai sentados familiares com vizinhos cada um no seu banquinho, a vida fluía lentamente e a mente não vivia nesta elucubração de que lado o bandido vem.
    Perdemos Calu e feio esta paz e liberdade de ser e de ir, já que vir nem sempre é possível e ou garantido, já que inúmeras manifestações nos impedem de voltar. E muitas delas em nome da liberdade, que ironia não amiga?
    Mas enquanto estamos por aqui, alertaremos: meninos cuidado, nao aceite nada de estranhos, cuidado ao atravessar a rua, respeite os mais velhos e venha direto para casa.

    Belo trabalho querida amiga Calu.
    No seu tempo e em tempo no grito pela vida.
    Bju

    ResponderExcluir
  11. Tão úteis e importantes que são esses conselhos familiares!
    Bom Carnaval
    Bjs

    ResponderExcluir
  12. Pura realidade. Não temos paz, mas contra tudo vamos sim prestando atenção nos perigos, mas tantas do belo que nos rodeia e alardeando a ausência da força governamental.
    Bom carnaval, bjs

    ResponderExcluir
  13. Olá Calu, sempre muito interessantes os seus temas e a forma como os apresenta!
    Cada vez mais estamos entregue a nós próprios, embora ainda vamos encontrando lugares onde o sossego vai co(existindo)!
    Mas na verdade é uma pena que em locais tão belos com cidades e natureza esplendorosas a liberdade esteja muitas vezes cingida às paredes da casa!
    Entretanto as crianças vão sendo alertadas e toda vigilância é pouca!
    Grande beijinho e bom Carnaval!
    Ailime

    ResponderExcluir
  14. Oi, Calu, como vai?
    Sinto na pele a falta de estrutura governamental para acolher as crianças. Tive grande dificuldalde essa semana para me adaptar no período da tarde a uma nova escola, com organização e segurança precária, bairro sem infraestrutura, pais descuidados...
    Crianças já desde cedo sentindo o impacto de uma sociedade mal cuidada.
    Um abraço!

    ResponderExcluir
  15. Certamente minha folia neste carnaval vai ser diante dos estudos.......há tanto que aprender ainda no mundo dos concursos! Nada de perder o foco! Mas certamente também passarei um bom tempo assistindo uns filmes bons que quero assistir e nunca tenho tempo. Deixo para viajar em outra época mais tranquila, he he.

    Beijos

    Bia <°))))<
    www.biaviagemambiental.blogspot.com

    ResponderExcluir
  16. Atenção mesmo, Calu. No domingo passado, recebi um carioca que fugiu da confusão do Carnaval. Cada vez mais pessoas se assustam com as proporções que a quadra de folia pode assumir. Posto isto: bom feriado, né?
    Beijinhos, uma doce semana
    Ruthia d'O Berço do Mundo

    ResponderExcluir

Teu comentário é o fractal que faltava neste mosaico.
Obrigada por tua presença querida!