Esperando a vez de receber meu cappuccino no balcão, sorri junto com as duas moças próximas a mim, quando uma delas disse:"__ Agora vou passar na banca e comprar dois gibis.Hoje eu só quero ler amenidades;pausa na profundidade."
Puxei conversa e contei à elas que minhas filhas reclamam disso muitas vezes, porque é tamanho o volume de estudos teóricos que acabam por cansarem a mente e aí vão atrás dum pouco de leveza, de distração...Separei-me delas e fui degustar daquela mistura deliciosa num cantinho da cafeteria acompanhada duma boa e leve leitura.Lembrei que fazia um tempinho que eu não visitava uma banca de jornais.Na meninice isto era um hábito quase diário e muito esperado.Eu lia sempre os quadrinhos da turma da Luluzinha e da Disney, mas o que me encantava mesmo eram as publicações dos contos clássicos em quadrinhos.Uma vez ao mês saíam os exemplares coloridos em encadernação requintada, edição em tamanho grande o que aumentava a proporção das gravuras e das letras deixando a edição em formato de álbum.Eram lindas e eu as colecionava toda feliz; O Gato de Botas, Aladim e a Lâmpada Mágica, A Ilha do Tesouro e tantos outros títulos que abriam um portal para as histórias de outros tempos, de outros mundos encantados e me levavam a viajar embevecida por cada um deles.
Embora fossem destinadas ás crianças e jovens, estas publicações conservavam, na medida adequada, a correta linguagem escrita da língua portuguesa com todos os seus "effes e erres" num respeito perfeito á gramática, o que me faz hoje considerar tal situação como de enorme ajuda na minha aquisição da leitura e da escrita, assim como deve também ter ocorrido com todos os apaixonados por estas publicações.
Embora fossem destinadas ás crianças e jovens, estas publicações conservavam, na medida adequada, a correta linguagem escrita da língua portuguesa com todos os seus "effes e erres" num respeito perfeito á gramática, o que me faz hoje considerar tal situação como de enorme ajuda na minha aquisição da leitura e da escrita, assim como deve também ter ocorrido com todos os apaixonados por estas publicações.
Hoje, dou enorme valor a tais leituras da meninice e sei que foram( e são) promotoras de avanços na linguagem falada e escrita de crianças e jovens, ainda mais nos dias atuais em que a miniaturização da comunicação oral e escrita está cada vez maior.Certos jovens se comunicam com tamanha economia de palavras que temo que futuras gerações acabem emitindo grunhidos ao invés de palavras. Fora exageros, vê-se isto no mundo virtual e real pra todo lado e até para alguns adultos que quando são convidados a elaborarem descrições ou análises sentem-se incomodados em precisarem expressar-se em mais de 140 caracteres.
Tive um professor na faculdade que me contou sobre um hábito seu praticado a cada vez que era preciso elaborar um artigo e/ou relatório, disse-me ele que em dias precedentes ao trabalho, recolhia-se em sossego e lia Machado de Assis ou Graciliano Ramos ou outro mestre da nossa literatura afim de não perder o contato com as construções memoráveis da língua escrita, suas frases completas, suas palavras bem empregadas e só depois disso sentia-se de novo apto a desenvolver seus trabalhos escritos.
A neurolinguística afirma, e não é de hoje, que nossa mente precisa de desafios para produzir sinapses evolutivas.Ao lermos sempre os códigos linguísticos já apropriados não estamos proporcionando desafios novos, embora estejamos alimentando e beneficiando mente e espírito de todas as maravilhas proporcionadas pela leitura, ainda assim é necessário que se avance mais nesta prática e, aconselham os estudiosos da área que devamos ter em mãos duas leituras em tempo simultâneo: uma de lazer e outra de desafio, que eu entendo como sendo a leitura de clássicos, que irão nos fazer bulir com os neurônios para assimilarmos toda a obra literária.Então, vamos chamar Eça, Machado, Lima, Júlio e tantos outros prum cappuccino?Vai valer a pena!
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Pois então, minha cara amiga, hoje eu almoçava com o marido no centro e falávamos justamente disso, do pouco vocabulário que os mais jovens têm hoje em dia, e deve ser justamente por conta da pouca leitura e de apenas focarem em seus trabalhos ou leituras técnicas. A gente pode perceber isso até mesmo ouvindo um ou outro conversando ao lado num restaurante. Havia uma mesa com vários colegas de trabalho, a maioria na faixa de 30 anos e falavam assim, com uma linguagem de clichês como: "Então ... tipo assim ... engessar ... " e o pior mesmo é quando utilizam palavrões pela falta de um vocabulário rico, como o que assisti noutro dia neste RockinRio, um dos cantores de uma banda só falava palavrão em uma frase pequena, ele até se repetia já que não tinha como expressar o que estava sentindo com outras palavras.
ResponderExcluirSim, é muito necessário que as pessoas leiam mais, mesmo que seja numa breve pausa para um capuccino ou numa espera de médico, ou num ônibus como fiz hoje à tarde voltando da cidade. À propósito, comprei por lá aquela biografia que eu tanto queria daquele senhor das guerras, lembra? Tô amando!
beijinhos cariocas
Olá!Boa noite
ResponderExcluirCalu
texto gostoso de ler, pena que não tenho um cappuccino aqui
...é verdade, as crianças iniciaram um processo na alteração de sua linguagem, que levam à desvalorização da mesma, as gírias, o uso constante de programas de mensagens de texto ou abreviações (somadas as abreviações americanizadas que muitos nem sabem o que significam.) e o perigo desta situação é a estreita vinculação que existe entre o vocabulário e o pensamento, ou seja , sem palavras pode haver um empobrecimento gradual do intelecto .O grande problema é que a incorporação de palavras dificilmente ocorrerá já que outro bom costume está esquecido, o da leitura...por isso , precisamos criar meios e hábitos de leitura, e por isso , concordo plenamente que
devamos ter em mãos e oferecer ,sempre, duas leituras em tempo simultâneo: uma de lazer e outra de desafios, pois sempre entendi, no sentido de recebê-los e encorajá los, que não existe coisa melhor do que ter hábitos das práticas de leitura com as
quais mais se identifiquem...
Agradeço pelo carinho
Belo dia
Beijos
Uma leitura acompanhada de um cappuccino quentinho é tudo de bom, né?
ResponderExcluirEu também me divertia com o Bolinha e a Luluzinha mas como você bem escreveu temos que "bulir" com nossos neurônios..rs
Gostei muito do seu texto
Você escreve muito bem, querida
Linda tarde
Um beijinho carinhoso de
Verena e Bichinhos
Calu,que delicia recordar esses gibis! Eu tb lia Luluzinha,Disney,e me lembro desses classicos.Tinha Peter Pan e lia e relia até cansar!...rsss...a leitura era bem diferente de hoje em dia. Mesmo os gibis eram mais instrutivos ! Tb tenho o hábito de reler romances nacionais, mas faço isso porque gosto e não sabia que fazia bem para os neuronios! Que bom! Texto excelente,gosto de te ler.bjs,
ResponderExcluirVim deixar um beijo praiano e em vez do cappucino, uma água de côco,rs chica
ResponderExcluirOi, Calu! Lembro-me que na adolescência lia os recomendados livros de literatura com um dicionário na mão para compreender as palavras rebuscadas. vejo o quanto esse hábito só me fez evoluir.
ResponderExcluirEmbora tenha escrito em tom de brincadeira, fiquei a pensar que sua teoria sobre os futuros grunhidos da humanidade bem parece fazer sentido...triste isso, não? Ainda é tempo de resgate cultural com leitura de boa qualidade. Um abraço!
Bom dia, Calu!!
ResponderExcluirAh! Minha amiga, não poderia estar mais de acordo!!!!! Como é importante a boa leitura, desde a mais tenra idade!
Também me canso das teorias, mas ultimamente tenho me cansado mais das amenidades!rs Minha mente anda "sedenta"!!
Busco o complexo, o intenso o complemento! O conhecimento é chave que abre as portas! E como precisamos dele!
Beijos!! Tudo de bom pra ti!
Ah! ADOREI A LEITURA, MAS O CAPPUCCINO FIOU EM DÉBITO.
ResponderExcluirAmiga, puxa, obrigada pelo convite: aceito e com a boca cheia d'água o cappuccino, que amo! Acompanhado de biscoitinhos amanteigas, hummmm..., então fica perfeito!
ResponderExcluirPuxa, você me despertou: há quanto tempo não leio um clássico! E é tão prazeroso!
Obrigada pelas sugestões, amiga.
"Um Conto de Natal", é de Charles Dickens, né?
Decidido: já li e vou repetir!!!
Deus abençoe!
Bjs!!!
Karin Filgueira
BLOG: - Meu Doce Lar