Quando o dia acorda atravessado, escalo uma montanha.
É meu próprio caminho em direção ao sol.
Mochila nas costas, carrego o principal.
Não levo nem perguntas, nem respostas.
Ponho um ramo de sonhos que vou plantando pelo caminho,
a flauta encantada pra seduzir passarinho,
a estrela companheira que brilha o tempo inteiro
e mantém a trilha iluminada;
um frasco de água benta, uma reza certeira; um arco-íris à prova
de vento, um peito aberto à prova de nada.
Devagarinho, sem pressionar o tempo, chego ao meu destino.
Respiro fundo, abro os braços, canto um hino de sagração ao
mundo - e agradeço - por ter descoberto de repente por onde
se começa um recomeço.
Flora Figueiredo
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