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Com marolas saltitantes
vinha o mar na manhãzinha
estender toalha rendada
até o chão de pedra fria.
Ali , ele vinha saudar
os donos daquela casa,
risonha vizinha antiga,
em anos de companhia.
Após os agitos matinais,
recuava na força das marés,
para em seguida achegar-se
e descansar bem aos seus pés.
Entretinha-se nessa rotina
de uma feliz convivência,
com seus vizinhos queridos,
a desfrutar uma existência.
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Toda ternura da cena posta
salta em graça e em flores
aos olhos que se admiram
do idílico par de leitores.
Absortos do entorno
envolvidos no mesmo intento,
sorvem das páginas abertas
poéticos versos de alento.
Vêem na obra em poesia
reflexos de seus sentimentos,
enchem-se do ardor emanado
pela magia do momento.
Nos primeiros ares primaveris,
vai a imaginação voando
pelas lembranças; telas
pintadas nos jardins.
São mesmo as palavras escritas provindas de tinta emotiva que nos oferecem o check-in de viagens inesperadas por dentro das memórias do ontem e das feituras do hoje.
O querido, Rubem Alves, escreveu em certa ocasião:
" ... O meu balanço estava amarrado num galho de uma ameixeira. Quando não se sabe ainda , é preciso a colaboração de um amigo que nos empurre. Depois a gente aprende o segredo. Com sucessivos deslocamentos do centro de gravidade do corpo, o balanço voa.
Ah! A alegria de tocar com a ponta do pé uma folha num galho alto! Eu fazia um monte de folhas secas à frente do balanço. A aventura que exigia coragem era pular do balanço quando ele estivesse no alto para cair no monte de folhas secas[...]"
( Rubem Alves, in: O velho que acordou menino, 2015)
Como herança da estação passada
tapeçaria em cores quentes
forra a primavera.
Pendões pespontados
por agulha habilidosa,
dão vida ao bordado.
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Quando há passos em cadência
marcando o ritmo do passeio,
sobressai o amor presente
envolto em suas essências.
No compasso desenhado
pela orla ensolarada,
segue o querido casal
desfrutando cada parada.
O dia se faz mais aberto,
o mar lhes dá sua espuma,
uma brisa sopra suave,
o tempo é linda escuna.
Seus olhares são atraídos
por todas belezas postas,
sorrindo de corpo e alma
caminham na alegria exposta.
O ar movimenta sinais agudos,
O vento assobia e conta baixinho
Que aí vem nova primavera.
Nova, porque é chegada agora,
Porque faz novas as coisas de então.
Novidades novidadeiras anuncia,
Cumplicidade também, de montão.
Combina com orvalho desta noite
para que verta bem de mansinho
na grama, folhas, botões e flores,
acordando o que estava dormindo.
É ela que já se prenuncia,
vem agitando todos os reinos
e preparando olhares novos,
Convidando para os festejos.
Somando-se aos festejos da primavera que se avizinha, acontece também o aniversário da amiga, Norma Emiliano, dia 20 de setembro.
Parabéns, minha amiga! Que em tua vida haja sempre motivos de sorrisos e celebrações!
Feliz Aniversário!
