Pausa
O Fractais entrará em Pausa pelos próximos 2 meses.
"Levarei meus olhos a passeio", como dizia Rubem Alves.
Manteremos contato através de outras mídias, pessoal.
ATÉ A VOLTA!
"Podemos ver o infinito num grão de areia e, a eternidade em uma flor!" Willian Blake
Entre flores e livros, acercou-se.
Versos apelavam em alto som,
e ao ouvi-los, rendeu-se ao clamor
transpirado na forma poética.
Não foi capaz de escolher
somente um dentre tantos.
Seguiu o chamado da poesia
E, agora, mora entre suas páginas.
O vazio escondido
Lourenço fixou a leitura no verbete da palavra "abandono", indicada pela professora através da leitura de texto que faziam em aula. Leu, releu desde o começo e registrou na interpretação escrita o significado.Calado e meditativo reconheceu naquele significado a sua realidade.
Do pai, só sabia o nome que herdara e nada mais. A mãe e a avó se desdobravam em atenção e carinho para compensar a ausência paterna e ele escondia a mágoa sentida com a situação.
Em dia da festa do Pais na escola, a mãe fazia questão de comparecer e Lourenço tinha orgulho dela participando nas brincadeiras propostas para os pais presentes. Ela agia como se fosse natural e até se divertia com as atividades. Ele correspondia com afeto e carinho ante toda a escola.
Sentia-se acolhido e apoiado e isto lhe dava consolo, porém a falta paterna era de fato, um vazio instalado.
***
Abre-se a janela e os olhos capturam a paisagem que se mostra. Todas as nuances em cores e mesmo, as opacas tomam forma, dão nome ao visto.
O visto tem suas interferências nos sentidos que o vêem. Seja o visto, novidade, seja costumeiro. O visto faz a diferença, traz convite ou traz afastamento.
Visto conhecido torna-se amortecido.Visto novidadeiro, transforma o mundo conhecido.
E o lado de dentro do que é visto, como se declara? Como se faz perceber através do visto?
Falam os olhos primeiro, vasculham procurando o belo e se o encontram deixam ressoar na alma o contentamento, avisam ao coração para sorrir abertamente, chamam a pele para sentir tudo que faz saltar aos olhos, convidam os demais para juntarem-se ao banquete servido.
Do lado de dentro da paisagem há uma outra percebida, apenas, pela dona da janela aberta.
***
"Todos os dias devíamos ouvir um pouco de música
ler uma boa poesia, ver um quadro bonito e, se possível,
dizer algumas palavras sensatas."
( Goethe)
Baiana Original pintada com a boca por
Gonçalo Borges
Excursão no Carnaval
Era uma exposição muito atraente e colorida. A professora de artes conduzia a turma pelos amplos salões adornados com inúmeras representações da grande festa brasileira conhecida em todo o mundo.As expressões de espanto e encanto estampavam-se nos rostos dos alunos e alunas do curso de artes.Alguns ficavam longos minutos apreciando uma única obra. Eram pinturas e fotografias alternadas pelas paredes do Instituto. Foram cuidadosamente apresentadas com expositores em três línguas, permitindo a compreensão perfeita do fato e do artista que o apresentava.
De volta à sala de aula, a professora conduziu uma enquete sobre o passeio e revelou-se, por quase unanimidade, a preferência pelo quadro da baiana estilizada em cores e detalhes bem brasileiros.
***
contornando coroa rosada,
exalando bela poesia.
Quem pelos caminhos
recebe acenos floridos,
guarda o perfume e a cor
que lhe afagam os sentidos.
São falantes, são vaidosas,
se enfeitam com esmero,
farfalham a roda das saias,
ao passo do vento festeiro.
***
Nesta festa perfumada, se espalham muitas amabilidades e, a anfitriã delicada presenteia com sua arte.
Um par de suplat muito mimoso e útil.
Muito obrigada, amiga, por mais este lindo e delicado presente.
Parabéns pelo aniversário do teu blog: Flor do Campo.
Que haja sempre lindas floradas por lá!
( música de João Donato)
"Atravessei sete montanhas
para chegar no mar
Porque nasci, nasci para bailar.
Abri veredas e cancelas para poder passar,
porque nasci, nasci para bailar.
Danço bolero, danço samba, danço chá-chá-chá
porque nasci, nasci para bailar..."
***
Comigo assim se deu, não foi preciso atravessar
as sete montanhas para ver o mar.
Mas, sim, eu nasci para bailar.
Abri muitas cancelas, outras pude fechar,
atravessei veredas, tropecei em cascalhos,
subi vertentes sem saber onde iam dar.
Mas, sim, eu nasci para bailar.
Dancei bolero,fox, dancei twister,
iê-iê-iê, mas não sei sambar.
E, sim, eu nasci para bailar.
( imagens: pinterest)
A palavra escolhida é Superação!
André estranhou quando, logo que saltou da cama, não encontrou Dentinho ao seu lado. Nem lavou o rosto direito. Saiu em disparada pela escada chamando seu amigo. Foi de cômodo em cômodo. Olhou debaixo da mesa da cozinha e, nada. Saiu ao quintal gritando em voz alta pelo amigo, mas não teve a resposta costumeira, seu latido forte e alegre a lhe indicar a chegança.
Foi ao jardim. Procurou debaixo da enorme icsória, lugar que Dentinho gostava de fuçar, mas a terra não estava mexida. Voltou para dentro da casa insistindo na busca. Com seus chamados, acordou todo mundo e logo havia uma reunião de vozes chamando por Dentinho.
Mais de 30 minutos se passaram e nada de Dentinho aparecer. O menino começou a chorar desconsolado. A mãe tentava lhe acalmar dando possíveis alternativas para o paradeiro do cachorro. Correram dias e nenhuma notícia chegava à casa do André. Triste, abatido, o menino não queria brincar com os amigos e não se animava com nada do que lhe era proposto.
Ao fim daquele mês, conformado com o sumiço de Dentinho, André foi pouco a pouco voltando à sua rotina de interesses.A família já procurava um filhote da mesma raça para dá-lo ao menino, quando recebeu uma ligação de uma senhora perguntando se eles haviam perdido um cachorro; descreveu Dentinho com precisão.Contou que o encontrou vagando nos limites da rodovia. Vendo que era um cão de raça, o recolheu e levou-o a uma veterinária para ser cuidado. Passou o endereço do local para a mãe do André, que entre lágrimas, agradeceu muito, desligou o fone e saiu correndo para contar a feliz novidade ao filho.