Feliz Ano Novo

 Em meio aos dias que passam, em meio às horas corridas, acontecem as datas, destas que reúnem, aproximam e empolgam as pessoas motivadas pelo que há de bom e de belo no mundo.

Como diz o trecho da canção:"... o ano termina e começa outra vez". 

Que comece com celebrações de Paz e pela Paz em todos os lugares do mundo, para que sigamos vivendo cada dia como um presente que realmente o é, tendo a certeza do dever cumprido e a meta de sermos melhores a cada novo dia.

Hoje é o bem mais precioso que temos, pois é nele que está a chave para dias melhores.

Aos amigos(as) da blogosfera, eu desejo um Ano inaugurado na mais pura alegria, na mais perfeita união com todos os seres amados, na mais plena saúde, na mais completa ventura estendida por todos os dias.

Feliz 2024, para vocês!!!

Uma imagem/Um conto - dezembro_ Então, é Natal

Uma imagem/um conto - Norma Emiliano

 

Figurava na parede da pequena sala da casa de Tomé, um calendário com reproduções de pinturas feitas com a boca ou com os pés, por artistas talentosos que exprimiram suas belas inspirações. Virou o mês de dezembro e exibiu o talento de Domingos Dupé da Silva na obra: Simplicidade na Manjedoura. 

Ao vê-la, Karlinha se encantou e disse sorridente:

__ Papai, esta pintura vai ficar na cabeceira da mesa de Natal e nós vamos ceiar sendo abençoados pela Sagrada Família.

Na noite de 24 de dezembro, Tomé, a esposa e os dois filhos, sentaram-se à mesa pronta para a ceia de Natal. Agradeceram a dádiva da vida, pediram bênçãos ao aniversariante e deram graças diante da refeição posta. Foi uma Noite Feliz!

Desejo a vocês, gente amiga, um Natal iluminado por bênçãos de paz e união juntos aos seus amados!

Feliz Natal para todos(as)!

BC XIV Interação de NATAL-2023/ tema: Você acredita em Anjos?

Você acredita em Anjos? 

 Em meio ás dores que lhe iam n'alma, ainda assim, Lana decidiu não desmoronar.Pela janela do quarto hospitalar buscava  se encorajar diante da paisagem do jardim externo bem cuidado. Flores de muitos tons, arbustos feito bouquets adornavam os arredores onde os pacientes em franca recuperação sentavam-se nos bancos ao redor do lugar.

Rogava em prece silenciosa  para que sua avó logo estivesse ali, entre os demais passeadores daquele jardim, promessa de completa restauração da saúde.Sabia da fragilidade sofrida por sua avó, mas não perdia as esperanças em seu restabelecimento.

Ao fim daquele dia, sua mãe chegou para o turno da noite e Lana se despediu da avó com um "até amanhã, vozita." Ao invés de ir direto para o hall da entrada, resolveu ir ao jardim aproveitar o clima silencioso do entardecer. Sentou-se no banco em frente ao belo flamboyant e de olhos fechados fez a prece que lhe ia ao coração.

Ouviu um pássaro soltando seu trinado. Ouviu uma cigarra cantando alto. Ouviu passos se aproximando.Era um enfermeira que também viera buscar a solitude da natureza. Ela sentou-se ao lado de Lana e lhe perguntou o que fazia ali.A conversa entre as duas fluiu aberta. A moça chorou e viu-se consolada pela meiga profissional que com palavras sinceras , porém cheias de amor e compaixão, lhe fez ver as nuances da situação e o quanto os desígnios de Deus são perfeitos. 

De coração acalmado e alma apaziguada, Lana, abraçou aquele anjo que lhe trouxe a paz que tanto precisava.

Sim, eu acredito em anjos! 

Eu creio nos anjos de Deus. Creio nos anjos do mundo.Creio nos meus anjos pequenos e grandes.

Creio nos meus anjos de quatro patas. Eu Creio...  

Ambientes Fertilizadores

 Como um microcosmo no macro, cada ínfimo espaço preenchido se torna um ambiente. Importa saber... Importa favorecer as boas emanações daquele ambiente. Fala-se, comenta-se, estuda-se muito a respeito dos diferentes ambientes em todas as escalas da vida e, ainda assim, acontecem ambientes pesados, negativos, contaminados de coisas e ideias lúgubres.

Diferentemente, existem em maior número, ambientes solares, translúcidos, compostos por elementos férteis de interações positivas, fomentos benéficos, ideias construtivas. Quando dois ou mais elementos desses ambientes interagem, geram nutrição entre si, através de si, e para além de si. Geram trocas fermentadas de criações propícias ao crescimento saudável de seus componentes. Geram vida nova!

Quando dispomos livros e plantas, estamos propiciando conversas de altas convergências, permitindo a esse ambiente criações fertilizadoras de bem-estar. É em um ambiente assim que gosto de viver. 

Constatação

        Quando a luz incide sobre uma transparência, revela os detalhes que escapam aos olhos. A luz , sendo natural, ainda ressalta nuances delicadas, muitas vezes escondidas ao primeiro olhar. 

     Os reflexos são extensos. Ganham um espaço não preenchido pelo objeto nos levando a descobertas fantásticas.

     As redes que tecemos ao longo da vida, têm este mesmo poder: o de alongar o espaços /sentimentos e deles extrair um brilho maior do que o já visto primeiramente.

      Redes de amizades, que se duplicaram em virtuais e presenciais, são em sua maioria, verdadeiras obras de artes desenhadas na delicadeza, no apoio, na beleza, na poesia, na troca inspiradora, no estímulo , na companhia.

    Minhas redes, posso afirmar, são exemplos vivenciais de todas estas maravilhas da vida. 

Bc _ Uma Imagem/ Um conto - Outubro

"Crianças na praia", original pintado com a boca por Leandro Arvanitakis

Imagem de calendário pintado com boca ou pés, por artistas pintores. Tema proposto pela amiga, Norma Emiliano na BC_ uma imagem/um conto.

Revisitação

        Mudança de casa causa um verdadeiro rebuliço por dias, por espaços antigos e novos e ainda sobrecarrega a rotina, porém, traz no mesmo pacote, uma tremenda animação, muitas expectativas, bons projetos e a remodelação dos móveis por novos ambientes. É bom! É trabalhoso, mas compensa.

  Em meio a toda movimentação, ia Marta enchendo caixas e esvaziando armários, estantes, prateleiras... Impossível não se surpreender por memórias afetivas que saltavam ante seus olhos ao se destamparem caixas de lembranças, recordações bem guardadas que vinham á luz do dia. 

        Sentada no chão do quarto, separava objetos para doação, para permanência e outros que ficavam no vácuo das dúvidas. Quanto mais procurava, mais coisas esquecidas achava e, foi assim, que lhe caiu ao colo um pequenino álbum de fotografias antigas. Folheando-o, logo legendou cada foto. Eram Natais da sua meninice, aniversários de pouca idade, brincadeiras de quintais e férias na praia.

        Ah, aquelas férias inesquecíveis com os primos. A família alugou uma casa "pé na areia" e os folguedos tomaram conta da meninada que saltava da cama todos os dias bem cedinho para começar logo as brincadeiras à beira-mar. Foram dias mágicos e cheios de gratas lembranças.

12 minutos

Distraidamente, passaram 12 minutos; mente distraída para os ruídos que teimam em invadir os espaços construídos, mente indagativa frente ao envelope pardo repousado na caixa do correio, mente curiosa pelo conteúdo que lá estava.

Foram 12 minutos corridos desde a caixa de correspondências, passando pelo elevador, até o apartamento, onde aliviei as mãos carregadas com as sacolas do hortifruti e os 10 envelopes endereçados a mim. Foram 12 minutos entre um ato e outro, mas, bastou haver a chegança para  atender à curiosidade que me rodeava.

Abri o envelope pardo e de lá saiu um mimo caprichado em imagem e mensagem; uma lembrança gentil, um afago no coração, grata surpresa por iniciativa  da amiga Rosélia (flordocampo3.blogspot.com) que sempre envia abraços carinhosos de muitas maneiras generosas.

Muito obrigada, querida Rosélia!

Ofertar flores realça os afetos.

A arte de perfumar-se

 

De repente me dei conta que meu perfume está no finalzinho do frasco. Um fato que me incomoda. Desde sempre aprecio um perfumizinho. Nada gritante tipo aqueles que anunciam a presença a metros de distância. Não, gosto das colônias, marcantes, mas suaves.

Lembro saudosa de uma fragância que usei por anos a fio. Era Athena, do Boticário. Tinha toque refinado sem exagero. Saiu de linha, snif... Perfume é assunto pessoal, é gosto e, não se discute. Bem se sabe, que cada fragância reage de forma peculiar e sensível a cada pessoa. Escolher somente uma de agrado é tarefa demorada, ainda mais se aquela que mora na memória sensitiva não está mais no mercado.

Minha filha tem me dado bons perfumes e para ser sincera ainda tenho um pequeno frasco com conteúdo do parfum acentuado, mas não o coloco no dia a dia. Gosto dos eau de cologne frutados em bergamota ou laranjeira. 

Há uma arte em perfumar-se, em saber usar o perfume na pele para não intoxicar as pessoas próximas; definir uma fragância que realmente case com seus sentidos, com a personalidade, com estado de espírito, requer uma esmerada pesquisa.

Chega mesmo a ser uma alquimia sutil, quase magia através do olfato que comandará a escolha pela linguagem dos sentidos. 

 

Uma imagem/Um conto - Setembro

Imagem de calendário pintado com a boca ou pés por artistas, na proposta feita pela Norma, em seu blog:pensandoemfamilia.com

Casal de pássaros: cena original pintada com a boca, por Eva Leite

Compromissos

No caminho para casa depois da aula, Janete, ia listando todos os compromissos do dia seguinte e, constatou que a lista tinha tamanho considerável sendo destacado o ítem do dia: aniversário da amiga, Noeli.

Como faria seu tempo esticar para não faltar na comemoração? Uma tarefa quase mágica diante de seus afazeres diurnos divididos entre trabalho e curso noturno. Resolveu dormir para que pudesse aproveitar bem todos os minutos do dia seguinte. Seria um desafio, mas ela estava disposta a realizá-lo.

Chegou agitada, mas, pontual e se debruçou sobre seus afazeres sem nem olhar para os lados, torcendo para que o relógio fosse seu amigo, ao menos, hoje. Em meio às tarefas, foi chamada pela colega que lhe pediu ajuda. Solícita, foi atender. Ao se aproximar da mesa da colega, viu sobre ela um lindo cartão de felicitações. Era uma cena pintada por artistas habilidosos: dois majestosos pássaros coloridos em meio aos galhos de um plátano. Ficou encantada.

A colega, com gentileza, ofereceu-lhe o cartão, dizendo tê-lo comprado por achá-lo muito bonito. Janete, aceitou-o agradecida e, na hora do almoço, comprou um vaso de lindas begônias, pediu que o embrulhassem para presente tendo uma grossa fita branca onde estaria preso o cartão de felicitações.

Satisfeita com o resultado, retornou ao trabalho prevendo a alegria da Noeli, no dia de seu aniversário. 

Saudação à Primavera

Leilão de jardim 

( Cecília Meireles)

Quem me compra um jardim com flores

Borboletas de muitas cores

Lavadeiras e passarinhos,

Ovos verdes e azuis nos ninhos

Quem me compra esse caracol 

Quem me compra um raio de sol

Um lagarto entre o muro e a hera

Uma estátua da primavera

Quem me compra esse formigueiro

E este sapo que é jardineiro

E a cigarra e sua canção

E o grilinho dentro do chão...

Este é o meu leilão! 

 

Já se pode ouvir

no canto da passarada

o anúncio da alegria

pela estação chegada;

Prima por belezas,

Prima por delicadezas,

Primavera afortunada. 

Festejando setembro

Abrir-se, transformar-se, desabrochar;  dar-se a ver, deslumbrar...

Despertar sensações de encantamento ante o apreciar, o conhecer, o admirar. Em palavras definidoras: maravilhar-se pelo milagre do natural florescer, festejado na espera do belo que advém.

Setembro, mês de promessas florescidas no êxtase prometido pela natureza em festa de cores.

Setembro, mês de cenas florescidas no correr das horas distraídas.

Setembro, mês de revelações contidas em belezas e por elas concedidas.

Seja setembro, o mês das esperanças renovadas.

FELIZ SETEMBRO!!

Uma imagem /um conto_ Agosto

Cuidando das flores_ original pintado com boca por Daneiela Caburro

 Uma imagem/um conto/agosto__ BC temática proposta pela Norma Emiliano      ( pensandoemfamilia.com)

Desde menina, ela fora encarregada de cuidar da pequena floreira pendurada do lado de fora da janela do quarto de dormir. E, isto não a aborrecia. Pelo contrário, Lucinha gostava de plantas e flores. Tinha especial carinho pelo mundo floral. Podia-se dizer que ela tinha "dedo verde" e se orgulhava disso. Era comentário corrente nas rodas do cafezinho das tias, este seu dom.

Se percebia uma azaléia tristinha, logo corria para fazer um elixir de soro caseiro e borrifar a doentinha que na maioria das vezes se recuperava lindamente.

Foi com tristeza que recebeu, certo dia a notícia da mudança, apesar dos esforços da mãe em pintar a ocasião como uma grande melhora de vida. Iriam mudar-se para uma casa térrea, ampla, num bairro mais sossegado, mas Lucinha só pensava na floreira que teria de abandonar.

Foi com esforço e tristeza que se despediu de suas floridas amigas. Lá se foi ela chorosa para a nova morada.

Ao chegar, já havia uma grande movimentação com o transporte dos móveis para dentro da casa. Ela se juntou ao trabalho da família. À noite, cansada deitou-se e ferrou em sono profundo.

O sol anunciou a nova manhã com intensa luminosidade. Lucinha pulou da cama para ver o jardim da casa e qual não foi sua surpresa ao se deparar com suas azaléias replantadas lindamente ao redor do quadrado de grama em frente à varanda.

Com o coração sorrindo foi dar-lhes as boas vindas na nova casa.

Na batuta do tempo

 " As coisas mudam no devagar depressa dos tempos"

( Guimarães Rosa) 

Sob a batuta do tempo

afinam-se instrumentos

capazes de ressoar

indizíveis sentimentos. 

Lamenta o violino

em suas notas agudas 

 choro que se queda mudo,

no soluço das noites surdas. 

 Sobre o marfim das teclas

entoa o estribilho marcado

no espaço dos três dedos

deslizando pelo teclado.

Num acorde prolongado

ecoa o trompete potente

dando fio melodioso

ao comando do tempo-regente.

BC comemorativa_ Meu lado espiritual pós-pandemia

 Nos festejos dos 14 anos do Blog_ Idade-Espiritual, da amiga Rosélia, faz-se festa interativa na temática sobre: Meu lado espiritual pós- pandemia. 

Por ser recente e tão dolorida, a lembrança daqueles tempos permanece presente ainda nos dias que correm. Seja em fatos recordados, seja no meio de referências ao tempo suspenso que a humanidade viveu, estamos às voltas com o triste acontecimento.

Estivemos atônitos, assustados, reféns da situação medonha, enclausurados e isolados. Nada pode ser comparado àqueles dias. A dor e o medo ditavam a rotina. E, foi nesse cenário que vi a potência da fé.

Reconhecida e vivenciada, minha fé sempre me acompanhou ao longo da vida, mas, naqueles tempos ela alcançou uma dimensão inimaginável pra mim. Nela depositei minhas súplicas esperançadas, orando por mim, pelos meus e pela humanidade, fui fortalecida e amparada na difícil travessia.

Nas tribulações descobrimos a força da fé que nos habita. 

A vida é um presente

Pelos dias radiantes

pelos caminhos tidos,

pelos ares vividos,

pelos amores eternos,

pelo brilho nos olhos,

pelo arrepio na pele,

pelo choro, pelo riso,

pelo consolo existido,

pelo colo, pelos carinhos,

pelas mãos dadas,

pelo abraço amigo,

pela fé na escalada,

pelo ninho cheio,

pelas horas de aflição,

pelas preces, pelo perdão,

por toda emoção sentida,

por toda minha vida,

Gratidão!

 A Vida é um presente! 

Mensagem do Toninho

Pedras Falantes

 " Um pequenino grão de areia

 que era um pobre sonhador

olhando o céu viu uma estrela

imaginou coisas de amor..."

( Herivelto Martins)

Imagino eu, a tamanha inspiração que cada pequeno grão das areias do tempo utilizou para transformar-se em brilho precioso, motivo de admiração e de disputa.

Pra mim, a intenção destes pequeninos grãos milenares não foi outra, se não a de oferecer beleza. 

As pedras de tempos imemoriais são hoje monumentos da memória ancestral do planeta. 

Muitas histórias e lendas envolvem as pedras em todas as suas formas naturais. Acompanham o caminhar da humanidade, testemunham o bom e o mau de cada civilização, mas elas, as pedras, permanecem intactas.

Fontes de estudos, base sedimentar, relevo, valor, estrutura, as pedras são a pele da Terra e se mostram conforme os ventos antigos as esculpiram.

As pedras também são musas. Muitos poetas as cantam em verso e prosa e, todos conhecem a poesia que as pedras inspiraram e inspiram, porém, elas também, fazem poesia. A poesia das pedras nasce espontaneamente ou por modulação humana sendo esculpidas ou montadas gerando obras de arte esplêndidas e eternas.

*** 

" Um monte de pedras deixa de ser um monte de pedras no momento em que um único homem

o contempla, nascendo dentro dele a imagem de uma catedral. 

( Exupéry)

Atração

Atração

Aos passantes daquela rua

em meio ao torvelinho

amestrador dos ponteiros

dono de todas as horas,

chega um feixe diferente,

colorido, surpreendente,

que arrasta os olhares

na direção apontada

pela nesga da claridade

atravessada na tarde

feita de luz e de calma.

Assentadas e elegantes,

exibem-se faiscantes,

altivas na florescência,

as delicadas violetas,

atrizes daquele cenário,

 provocador dos sorrisos

ante olhares  cativados.

Dizem que as flores são todas as palavras que a terra diz! 

(Fernando Pessoa)

Reinas em natural majestade, encantando o mundo.

 

Dia do Escritor

 Apreciar os movimentos do mar atrai a mescla do olhar com o sentir. Creio que não há pessoa que não se encante com o mar, suas vagas, seus mistérios, seu canto e sua indescritível magia... indescritível para olhos velozes, perdidos no correr dos dias, que apreciam tão somente e continuam seu vagar rotineiro. Isto não acontece com olhos- poéticos, desses esmiuçadores, que dançam entre o ver e o olhar embalado no sentir. Olhos sedentos da beleza que os escapa e inconformados buscam capturá-la através do ato da escrita. Ficam assim, detidos no instante percebido deixando-se impregnar pelo bailado da inspiração, que dengosa, hora se aproxima, hora se afasta, mas não se distancia mais que o espaço perfeito para lançar suas graças.

PARABÉNS, a todos os escritores e escritoras da Blogosfera. 

Uma imagem/um conto- julho_ Festa de cores

( Casa do Bosque- original pintado com boca e pé por Stanislaw Kmlecik)

Minha participação na BC da Norma Emiliano( pensandoemfamilia.com), mês de julho.

Festa de cores 

 Quem hoje a descobre numa clareira florida, 

não imagina sua história já há muito vivida...

de fina palha era seu gasto telhado,

 de taipa rasgada, suas paredes,

jardim não possuía, apenas mato verde.

Foi assim que a encontrou, a mulher que ali chegou.

Vinha de muitas andanças em plagas distantes,

 vinha cansada de tudo que era desimportante.

Chegara com desilusões num fio de esperança.

Com condão das mudanças, ali fez morada,

 refez os danos do tempo, pintou o desbotado,

limpou as arestas feias, coloriu o imaginado.

Hoje, quem por ali passa, tem surpresa no olhar,

 se descobre encantado com a beleza do lugar.

 Fica mais iluminado, traz sorriso solto

na roda das maravilhas, dádivas cultivadas

 em sementes de coragem florescida   .

Poesia no jardim

                                          

Não te coube a escolha

da maciez que trazes

nas rodilhas elegantes

vestidas num tecido

 organdi esvoaçante.

Não te coube a escolha

dos tons que trazes

do botão à corola 

 teu real  esplendor.

Não te coube a escolha

do viço, da graça,

beleza encantada,

 divinal fulgor.

Não te coube a escolha

do ato da estréia,

mágica epopéia,

breve existir... 

Exalas o perfume

das horas raras

na tez delicada,

 cálidas cantatas

de um caro porvir .

Borboleta distraída

convidou a flor a voar, 

quando soube do impossível

 quis as asas lhe emprestar.

Azul em desfile

( Icaraí- baía da Guanabara)

Com os olhos passeadores cheios de azuis contemplados lá no blog da Chica: ceuepalavras.blogspot.com, deixei brotar o desejo de por aqui também azular.

Fui caçar céu e mar nas fotos dos arquivos revendo lugares onde os matizes se pronunciam.

( mar Adriático)

( Berdoff- Lux)

                                           ( Rio Ontário- Ottawa)

 

" O meu olhar azul como o céu,

É calmo como a água ao sol.

É assim, azul e calmo,

Porque não interroga

Nem se espanta. 

( Fernando Pessoa)

As fotos devolvem os dias vividos

Me lembrei do que havia esquecido.

Ainda bem, nós podemos concluir no ímpeto do momento, mas nem sempre se dá a lembrança agradável que esperávamos tivesse aflorado no suspiro aliviado. Só que neste caso foi, foi agradável sim,

Procurando na galeria por uma foto em particular, dei com essa aí postada e quão bom foi tê-la reencontrado. Apesar d e ser janeiro, o dia estava nublado, mas em nada atrapalhou a vista da Praia da Urca e os nossos passeios pelo Pão de Açúcar. Turistando pelo Rio, eu, filhota, netos e genro, aproveitamos muito todas as belezas e circunstâncias da programação.

Mesmo de volta ao estado do Rio há 30 anos, somente quando a criançada se agita para conhecer pontos turísticos é que nós, adultos, nos mexemos. Porque, convenhamos que não é um passeio muito tranquilo por aqui devido a leva de turistas de todos os lugares, filas imensas e espaços lotados.

Demos certa sorte neste dia, pois não foi de todo desgastante. Conseguimos ir ao Cristo Redentor e ao Pão de Açúcar. Mal sabia eu que minha excursão turística não se acabaria nesse dia. Ao fim do mês de janeiro lá fui eu de novo dar "oi" pros mesmos lugares, dessa vez com o filho , a nora e as crianças.

Posso ter passado 29 anos sem chegar nem perto dos tais pontos, mas o trigésimo selou com medalha minha conquista.

De fato, vejo que não havia esquecido esse dia, somente o deixei guardadinho na caixinha das boas memórias.