Num elevador; cena 1:
Carregando um chapéu panamá (confeccionado no Equador) entra atrás dum sorriso, dentro do costume típico em cima do sapato bicolor, o passista do samba. Tipo brejeiro, entre trejeitos reconhecidos puxa conversa, gargalha e areja o ar da pequenina boite-móvel.Todos descem mais leves.
cena 2:
Gesticulando muito e em mesma altura de timbre, entra no elevador um híbrido de celular-humano que trava acalorada discussão com a extensão de ouvido.Ignora os circundantes e não ameniza os impropérios, deixando um pesado constrangimento no ar viciado.Chega o destino.Abre-se a porta da caixa-móvel e ao dar o impulso escapa-lhe das mãos a chave do carro que desliza perfeitamente entre o vão da porta e o poço.Olha desolado pro precipício de alumínio enquanto todos lhe ultrapassam...
cena 3:
Pequenote buliçoso tenta se desvencilhar da mão materna que o traz bem presa.Reclama do calor, pergunta porque esperam, enfia o nariz na bolsa da mãe à procura de algo, bate o pézinho impaciente, sorri e faz beicinho, tudo junto no incômodo que lhe toma.Assim que as portas se abrem, se lança elevador adentro olhando à volta e declara:
___ Isso é um quartinho que sobe e desce, né mãe?
¨¨**¨¨**¨¨
Tão legal observar essas cenas no cotidiano e adorei essa da criança.Muito! bjs, de volta( com vontade de lá estar pra sempre)chica
ResponderExcluirOi Calu!
ResponderExcluir"É um quartinho que sobe e desce", com janelas pra dentro.
Vê malandros, gente sem noção e crianças.
;-)
Abração
Jan
Oi Calu! Como está?
ResponderExcluirBrilhante sua crônica urbana. Captar momentos tão insignificantes e dar-lhes sentido no turbilhão do vai e vem de pessoas desconhecidas é habilidade de um olho atento, observador e crítico. Três cenas que compõe uma infinidade delas, nada e tudo a ver!
Adoro a forma como escreve.
Um abraço e tenha bons dias!
Olá, querida Calu
ResponderExcluirCriança tem o dom de reagir de uma forma bem humorada a diversas situações e nos deixa desarmados face a tudo...
Bjm fraterno
Boite-móvel, caixa-móvel e quartinho que sobe e desce... nomes diferentes para diferentes enfoques. Curioso como em poucas palavras vc consegue sugerir, leveza, peso, descoberta... Adorei a designação "híbrido de celular-humano" para essa espécie que ultimamente prolifera. O final da segunda cena é uma reação (´cósmica? literária?) à atitude de ignorar (e desrespeitar) os demais.
ResponderExcluirGostei muito, Calu!
Oi Calu
ResponderExcluirCenas urbanas magistralmente retratadas pela tua magnifica escritura. “A amizade é fundamental em nossas vidas. Por isso agradeço a Deus pelas pessoas que ocupam um lugar especial em meu coração. Você é uma delas! Obrigada por seu carinho” E para estreitar os laços da nossa amizade estou lhe oferecendo um singelo mimo. Acesse aqui... http://gracitamensagens.blogspot.com.br/2014/01/o-valor-de-uma-amizade.html e pegue o seu. Tenha um lindo final de semana.
Beijos com afeto
Gracita
Calu:
ResponderExcluirTenho pavor de pessoas que não largam o celular e ainda por cima, esquecem as regras da boa educação.
Três cenas que demonstram que no mesmo ambiente a gente pode captar boas energias, se estressar ou mesmo se divertir.
Bjs.:
Sil
Oi, Calu! Espero que esteja ótima!
ResponderExcluirOlha, como no interior quase não há destas caixas, pois aqui quase tudo é térreo ou sobradinho, fiz a analogia à pista de caminhada.
Uns se cumprimentam, pois o próprio ato de estar ali juntos os torna conhecidos. Outros, mais chegados, se sorriem a cada volta em que se cruzam ou ultrapassam. Alguns ficam na maquininha ou fone de ouvido, transparentes a balançar suspensos num móbile.
Abreijos!
Com muito carinho
ResponderExcluire imensa saudades venho
desejar um abençoado e feliz Domingo.
Que a paz e a esperança habite no seu coração.
Com muito carinho deixei um presente
para recordar sempre de mim
que um dia fiz parte de um cantinho no seu
coração.
Dentro do meu coração guardo você com
muito amor.
Beijos com afeto e infinita ternura.
Calu, três cenas corriqueiras que passam sem significado para muitos. A observação atenta lhe possibilitou uma ótima postagem. Creio que a sensação da maioria é parecida, ao presenciar tais ocorrências. Mas o quartinho que sobe e desce foi uma colocação especial, sobre a qual nunca tinha pensado (rss). Bjs.
ResponderExcluirAmiga querida, olá!
ResponderExcluirIndiquei, com carinho, seu blog à tag "Conhecendo a Blogueira".
http://meudocelarbykarinfilgueira.blogspot.com.br/2014/02/tag-conhecendo-blogueira-um-pouco-do.html
Espero que goste!
Bjs em seu coração!
Deus abençoe!
Oi, Calu!
ResponderExcluirA imagem do post é bastante sugestiva! Como pessoas que se encerram em caixas - cada um de nós em sua própria caixa, carregando por aí nossos jeitos e trejeitos, neuroses e alegrias... e quando entramos em uma outra caixa maior, com mais pessoas à bordo, tudo fica mais evidenciado; é a respiração mais pesada, alguém que sempre tosse ou limpa a garganta, puxa uma conversa ou apenas olha para o teto. Outros que vivem à parte, não interagem e mesmo assim querem impor sua presença; é o homem que canta, outro que fala alto no celular e a observadora criança que olha em volta e enxerga o quartinho que enclausura, mas é móvel e sobe e desce...
Viajei na sua crônica e quando entrar no elevador, vou ser mais observadora! :)
Bom fim de semana!!
Beijus,
Parabéns Calu você arrasou com seus mini.
ResponderExcluirAdoro ler e faz tempo que não os faço.
Um olhar perfeito com muita criatividade.
Lindo domingo de paz e alegria e menos calor.
Grato sempre pela atenção e carinho.
Carinhoso abraço amiga.
Bjo de paz.