Os finais de semana por aqui são bem movimentados pelos filhos, noras e netos causando rebuliço.Olhar os pequenos, preparar o rango, atender aos chamados deles para participarmos das brincadeiras e tudo o mais, fazem as horas voarem. Foi num desses instantes que me lembrei de propor a eles a brincadeira da dança das cadeiras e, rapidinho arrumamos as cadeirinhas deles, a música e a brincadeira começou. Enquanto havia cadeira pros dois tudo corria ao riso solto, mas quando faltou lugar pra um, pronto, o rostinho choroso logo apareceu num biquinho sentido e claro me derretendo o coração.O vencedor Miguel comemorava, a Valentina choramingava inconformada porque uma das cadeiras era a dela e foi retirada.Injustiça!
Pára tudo, acalma, consola, explica.O choro parou, mas sem convencimento, afinal são só dois aninhos pra entender com razão uma frustração, mesmo assim, eu e a mãe dela tentamos explicar o objetivo da brincadeira meio sem sucesso; nisso chegou a Aninha (irmã) e foi logo arrumando as cadeirinhas em fileira pra uma nova brincadeira,a de trenzinho.Grande ideia que os pequenos aderiram correndo no acompanhamento da cantoria que a maquinista comandava: "__ Piuíííí, café com pão, café com pão, café com pão, bota fogo maquinista, bota fogo na caldeira..."
Numa rápida estratégia, a Aninha acabou com a frustração sentida fazendo com que as lágrimas dessem lugar à gostosas risadas e tudo ficou bem porque acabou bem, simplesmente fazendo dum limão uma limonada. A sensibilidade nata de uma criança maior frente ao desconforto dos menores resolveu o "drama" com a mudança da brincadeira , que foi ressignificada ao serem usados os mesmos objetos em outra proposta. Isto é ressignificação( conceito da neurolinguística), a capacidade de escolher o que tem maior importância dentro duma situação, no caso, continuar a brincadeira.
Em caso de chuva, transfira o piquenique para a varanda coberta. Levou um bolo no encontro do cinema? Ligue pra outra amiga(o) ou vá curtir o filme sozinha(o). Acabou a luz? Admire o céu...
¨¨**¨¨
Trem de Ferro
(Manuel Bandeira- excerto)
"Café com pão
Café com pão
Café com pão
Virge Maria que foi isso maquinista?
Agora sim, café com pão
Agora sim, voa fumaça,
Corre, cerca,
Ai seu foguista
Bota fogo na fornalha
Que eu preciso,
Muita força,
Muita força
Muita força
(trem de ferro,trem de ferro)..."
Imagens: pinterest( murphy)
castelo rá-tim-bum
Oi Calu,
ResponderExcluirQue delícia este post. Me fez lembrar minha mãe. Ela mesmo sem maiores conhecimentos, sempre me ensinou conviver com esta palavra.Resignação. E me fez muito bem, hoje sei.Tento aplicá-la também na vida dos meus filhos, Ela tem a força de nos manter calmos, de repensarmos as atitudes,sem deixar que as frustrações nos abatam em diversos acontecimentos e fases da vida. Adorei . bjs
Muito lindo.,Calu!! E é bem assim mesmo...Temos que ser maestros e tocas a música conforme a "banda" segue,rs... Adorei te ler! E com pequenos desvios de "rota" mudamos situações, fizemos novamente festa! beijos,tuuuuuudo de bom,chica
ResponderExcluirQue farra mais gostosa em família hein?
ResponderExcluirA criançada deve amar.
Na vida a gente ganha e perde, e nos jogos podemos vivenciar bem isso, as crianças por vezes demoram para entenderem, burlam as regras para ganhar, choram qdo perdem, e comemoram muito qdo ganham.
bjokas =)
Lindo , Calu! Lindo!!!
ResponderExcluirE confesso que não conhecia essa palavrinha. Ressignificação...interessante, fundamental e vale a prática. Vou tratar de "ressignificar" algumas coisas na minha vida e quem sabe assim, não amargar ou azedar alguns acontecimentos.
Beijos!!!!
Querida Calu, como as crianças são naturalmente sábias... Não conhecia o termo neurolinguístico de "ressignificação" mas faz todo o sentido. E ainda bem que a tarde continuou com alegria. Como é bom ter casa cheia, né?
ResponderExcluirBeijinho, um doce restinho de semana
Ruthia d'O Berço do Mundo
Oi, Calu!
ResponderExcluirNão conhecia essa palavra e o seu significado. Mudar o foco causa menos sofrimento e no nosso dia a dia estamos sempre aprendendo a não dar valor aquilo que pode ser substituído, seja no jogo de cintura para driblar as inúmeras tarefas ou nas mudanças repentinas de estratégias de pequenas e grandes decisões. Valentina também provou que já é uma observadora!
Beijus,
Pôxa, Calu! Esta fase do animismo, onde os objetos pessoais são tão vívidos quanto os amigos, me fez lembrar a Débora, uma aluninha que tive na creche, em 1996.
ResponderExcluirA garota tinha uma mochila de ursinho... certo dia a mãe esqueceu, e ela, tão adaptada, transformou-se. Só ficou na creche quando a mãe voltou com a simbólica e viva mochila (e atrasou-se no trabalho).
Delícia esta energia dos netos; espero tê-los um dia e poder cuidá-los com o mesmo jogo de cintura!
Bjs
Desconhecia completamente esta palavra e o seu significado.
ResponderExcluirFoi muito bem explicado neste seu ternurento e didáctico post. Parabéns!
beijinho
Fê
Oi Calú! Muito bom os finais de semana com a casa cheia pelo burburinho das crianças! E esse mais velha já tem prática de lidar com as frustrações da pequenina! rs...rs...rs... Se saiu muito bem! Bjks Tetê
ResponderExcluirOi Calú! Muito bom os finais de semana com a casa cheia pelo burburinho das crianças! E esse mais velha já tem prática de lidar com as frustrações da pequenina! rs...rs...rs... Se saiu muito bem! Bjks Tetê
ResponderExcluirBoa noite Calu, as crianças são na verdade maravilhosas para resolver estas situações! Não conhecia o termo "ressignificação", mas fiquei deliciada e até comovida como a mana mais velha resolveu brilhantemente a situação!
ResponderExcluirAinda não tenho a felicidade de ter netos, mas este relato remeteu-me a tempos idos em que o meu filho mais velho tinha uma enorme capacidade para resolver situações semelhantes com o irmão que tem menos sete anos!
Completa primorosamente com pensamentos que estão em perfeita sintonia!
E relembrar o Trem de Ferro, foi maravilhoso!
Beijinhos e muito obrigada por mais um momento sublime!
Ailime
Olá Calu!!
ResponderExcluirTem uma participação lá no meu blog para vc participar...fique a vontade!!!
Bjssssssssss
Allê
http://allecoruja.blogspot.com.br/2014/07/tag.html
Olá.Calu
ResponderExcluirque encanto de reflexão...sim, aplausos para amana mais velha que teve a brilhante ideia e resolveu o impasse...
...estamos sendo surpreendidos, dia-a-dia, com adversidades que, muitas vezes, colocam em posição de debate a nossa verdadeira essência humana e até onde iremos... vitimados pelo contexto de existência baseado num sistema de valores e crenças arraigados...por vezes, é necessário ressignificar e perceber uma nova maneira ou um novo sentido àquilo que já estava formatado nesse sistema e quando esse significado se modifica, mudamos também a maneira de agir, em qualquer parte, que causará um efeito nas outras partes, resultando até em uma mudança comportamental,ou , então, podemos aprender a pensar e sentir de outro modo sobre os fatos da vida, ver novos pontos de vista ou levar outros fatores em consideração. e, assim, transformar-se em algo realmente benéfico , num todo...
grandes lembranças e saudades, brincadeira da dança das cadeiras e a de trenzinho e do Trem de Ferro de Manuel Bandeira
Boa noite,Obrigado pelo carinho,belos dias,beijos!
Calu:
ResponderExcluirÉ com simplicidade, que tudo se revolve.
Ou pelo menos, é nessa visão simplista que as crianças são capazes de dar conta das frustrações e lidar com as situações semelhantes, mas com um toque de novidade.
Enquanto os adultos teimam em ser lógicos, as crianças encaixam as peças com total naturalidade.
Simples assim, rsrsrssr.
Bjs.:
Sil
Calu, as crianças estão aqui para nos ensinar. Disso eu não tenho dúvidas.
ResponderExcluirQue lindo!
Aproveito a oportunidade para agradecer teu carinho comigo lá no Bloguinho.
E como tua história, é momento de ressignificação na minha vida.
Sou grata!
Beijinhos
Eita, professora, deve ser bom ser seu(sua) netinho(a)!!!
ResponderExcluirEstas brincadeiras de nosso passado, ainda são tão bem vindas pelos nossos pequeninos! Seria ótimo se pais jovens lessem este seu post para brincarem junto com seus filhos, retirando aos poucos, os aparelhinhos eletrônicos. Quanta brincadeira interessante e que ajuda a criança no seu fortalecimento psíquico e emocional!
Muito bonitinha a Aninha que entrou na brincadeira e mostrou aos irmãos pequeninos uma outra face de brincar e sentir-se feliz. adorei!
um beijinho carioca com carinho.
Ahhhh e neste final de semana, sua casa fica mais cheia. Tá chegando o Rafinha pra entrar na dança das cadeiras em breve. rsss
ResponderExcluirbjs
Olá, querida Calu
ResponderExcluirDesde que aprendi a resignificar a minha vida tudo tomou novas proporções grandiosas de bem estar em mim...
Um post muito bem elaborado e a concatenação de ideias me fez reportar à infância...
A poesia citada foi uma que declamava com alegria... tenho o livro até hoje e me foi doado pelo padrinho de Batismo...
Que belas lembranças vc me traz nesta tardinha de inverno que, apesar do friozinho, tem um solzinho lá fora e me inspiro nele para me aquecer o coração... Um bolerinho leve pra não deixar a temperatura atrapalhar-me em nada... de impedir que eu saboreie a tarde...
Fazer do limão uma deliciosa limonada? Ah! foi o que sempre tive que fazer...
Bjm fraterno de paz e bem
Trouxeste um belo exemplo de ressignificação, o que nos mostra a sensibilidade infantil. É muito bom quando aprendemos a usá-la em nossa vida, pois dá mais suavidade ao cotidiano.
ResponderExcluirbjs
E é bem assim mesmo, Calu
ResponderExcluirTemos que aprender a dançar conforme a música...rs
Gostei de aprender o significado da palavra ressignificação...rs
Um beijinho carinhoso para tí, Calu de
Verena e Bichinhos
Calu que texto delicioso, as crianças são bem mais simples do que nós, suas soluções são tão simples em nada complicam, só nós os adultos, beijos Luconi
ResponderExcluirUma banda cheia de criatividade e amor, tudo de bom esta bagunça.
ResponderExcluirBeijo Lisette.