Atração

Atração

Aos passantes daquela rua

em meio ao torvelinho

amestrador dos ponteiros

dono de todas as horas,

chega um feixe diferente,

colorido, surpreendente,

que arrasta os olhares

na direção apontada

pela nesga da claridade

atravessada na tarde

feita de luz e de calma.

Assentadas e elegantes,

exibem-se faiscantes,

altivas na florescência,

as delicadas violetas,

atrizes daquele cenário,

 provocador dos sorrisos

ante olhares  cativados.

Dizem que as flores são todas as palavras que a terra diz! 

(Fernando Pessoa)

Reinas em natural majestade, encantando o mundo.

 

Dia do Escritor

 Apreciar os movimentos do mar atrai a mescla do olhar com o sentir. Creio que não há pessoa que não se encante com o mar, suas vagas, seus mistérios, seu canto e sua indescritível magia... indescritível para olhos velozes, perdidos no correr dos dias, que apreciam tão somente e continuam seu vagar rotineiro. Isto não acontece com olhos- poéticos, desses esmiuçadores, que dançam entre o ver e o olhar embalado no sentir. Olhos sedentos da beleza que os escapa e inconformados buscam capturá-la através do ato da escrita. Ficam assim, detidos no instante percebido deixando-se impregnar pelo bailado da inspiração, que dengosa, hora se aproxima, hora se afasta, mas não se distancia mais que o espaço perfeito para lançar suas graças.

PARABÉNS, a todos os escritores e escritoras da Blogosfera. 

Uma imagem/um conto- julho_ Festa de cores

( Casa do Bosque- original pintado com boca e pé por Stanislaw Kmlecik)

Minha participação na BC da Norma Emiliano( pensandoemfamilia.com), mês de julho.

Festa de cores 

 Quem hoje a descobre numa clareira florida, 

não imagina sua história já há muito vivida...

de fina palha era seu gasto telhado,

 de taipa rasgada, suas paredes,

jardim não possuía, apenas mato verde.

Foi assim que a encontrou, a mulher que ali chegou.

Vinha de muitas andanças em plagas distantes,

 vinha cansada de tudo que era desimportante.

Chegara com desilusões num fio de esperança.

Com condão das mudanças, ali fez morada,

 refez os danos do tempo, pintou o desbotado,

limpou as arestas feias, coloriu o imaginado.

Hoje, quem por ali passa, tem surpresa no olhar,

 se descobre encantado com a beleza do lugar.

 Fica mais iluminado, traz sorriso solto

na roda das maravilhas, dádivas cultivadas

 em sementes de coragem florescida   .

Poesia no jardim

                                          

Não te coube a escolha

da maciez que trazes

nas rodilhas elegantes

vestidas num tecido

 organdi esvoaçante.

Não te coube a escolha

dos tons que trazes

do botão à corola 

 teu real  esplendor.

Não te coube a escolha

do viço, da graça,

beleza encantada,

 divinal fulgor.

Não te coube a escolha

do ato da estréia,

mágica epopéia,

breve existir... 

Exalas o perfume

das horas raras

na tez delicada,

 cálidas cantatas

de um caro porvir .

Borboleta distraída

convidou a flor a voar, 

quando soube do impossível

 quis as asas lhe emprestar.

Azul em desfile

( Icaraí- baía da Guanabara)

Com os olhos passeadores cheios de azuis contemplados lá no blog da Chica: ceuepalavras.blogspot.com, deixei brotar o desejo de por aqui também azular.

Fui caçar céu e mar nas fotos dos arquivos revendo lugares onde os matizes se pronunciam.

( mar Adriático)

( Berdoff- Lux)

                                           ( Rio Ontário- Ottawa)

 

" O meu olhar azul como o céu,

É calmo como a água ao sol.

É assim, azul e calmo,

Porque não interroga

Nem se espanta. 

( Fernando Pessoa)