terça-feira, 26 de abril de 2022

Hoje, 26 de abril de 2022


 O dia amanheceu cantando,

todo cidade amanheceu em flor,

passarinhos voaram em bando

para Isabela que já chegou.




Foi assim, mal o sol nasceu lá nas bandas do norte e a pequenina florzinha, Isabela, chegou de surpresa e estreou um dia novinho para toda família.


Foram tantos"Ohw e Ahw", derramados em áudios e vídeos a encherem a página do zap-zap o dia inteiro que lotaram a galeria do celular. Ninguém desgrudava da telinha, muito menos , eu.


Até os olhos sorriam com tamanha felicidade. 

Isabela chegou, fofíssima e cabeluda; amadoca da vovó(rs).


Estou assim, em estado de graça por mais essa preciosa bênção em minha vida.

Viva Belinha!




segunda-feira, 18 de abril de 2022

Canto do rio - poesia todo dia


( Poesia todo dia)


Canto do rio

( Eu)

Aprendi que um rio 

são águas correntes,

nesta fala não me fio,

prendo o olhar e atento 

para o som que faz o rio.

Som de valsas murmurantes,

Som de ímpeto latejante,

Som de pedras cantantes,

Som de margens molhadas;

 Faz sonatas e interlúdios,

 em ópera alucinada

pelo cenário das quedas,

prenúncio de cataratas...


*** 

Isto-II 

 ( Fernando Pessoa)


Entre o sono e o sonho,

Entre mim e o que em mim

É o quem eu me suponho,

Corre um rio sem fim.


Passou por outras margens,

Diversas mais além,

Naquelas várias viagens

Que todo o rio tem.


Chegou onde hoje habito

A casa que hoje sou, 

Passa, se eu me medito;

Se desperto, passou.


E quem me sinto e morre

No que me liga a mim,

Dorme onde o rio corre

__ Esse rio sem fim. 



quarta-feira, 13 de abril de 2022

Um dia como outros


(Casal de zebras_ pintado com boca por:Patrick Botto)


         Uma imagem, um conto de Abril, na série promovida pela amiga,Norma Emiliano_pensandoemfamília.com, através do calendário das pinturas feitas por artistas com pés ou bocas.


Um dia como outro na savana acontecia. O casal cansado sentia o ar carregado das areias que o vento trazia. Parar, porém não era opção. Já tinham percorrido muitas luas e ainda não havia sinal de água.

Sabiam , sem ninguém lhes ter contado, que água em grande quantidade era sinal de vida garantida, de modo que, prosseguiam em marcha lenta, mas prosseguiam. Femina tinha dificuldades cada vez maiores. Mal se equilibrava sobre as patas. O peso da barriga a descompensava. Mesmo assim, prosseguia ao lado de Fernão, de focinho pro alto farejando o menor sinal de umidade.

Aquele dia, o hoje que acontece, deu-se diferente. Viram muitos outros moradores dirigindo-se como em procissão numa mesma direção. Seguiram os indícios dos instintos e , com alívio, chegaram na imensidão azul, clara e fresca que lhes confortou e acolheu.




segunda-feira, 4 de abril de 2022

A simbologia atravessa as eras



 O sábado estava nublado. Havia chovido muito no dia anterior e o ar úmido se alongava pelo dia que corria.

Como os ares externos não convidavam a um passeio pelo parque, chamei meus pequenos para uma tarde na casa da vovó. Entre filminhos, pipoca, pãezinhos com Nuttela, tagarelávamos à solta trazendo os risos a todo instante.

Num recorte de conversa, comentamos sobre o temporal do dia anterior, cheio de ventos, raios e trovões, que abalaram o sono e o sossego, ao que somei meus desejos de que não acontecessem mais temporais assim, dando três toquinhos na madeira da mesa.

Minha neta se espantou do gesto e quis saber o seu por quê. Expliquei como sendo uma simpatia tradicional. Mas, aquela pergunta me deixou com dúvida sobre a resposta que dei.

Lá fui "bisoiar" o motivo. Aprendi algo novo: pois sim, o gesto tem esse sentido , mas a tradição dele nascida, vem de origem ancestral. Em tempos antigos dizia-se que para afirmar o positivo deveriam ser dados três toques no tronco do carvalho, porque ele é uma árvore que simboliza a resistência e a força, pode sobreviver por centenas de anos, resiste às tempestades, aos  raios e, mesmo que seja atingido por um, ele se regenera mais forte e mais alto ainda.

Uma lição linda e tão vital nestes tempos vividos.