sábado, 26 de junho de 2021

Registros artísticos

 Tradições e Artes 

"A natureza é bela quando tem o aspecto de uma obra de arte. A arte, por sua vez, não pode ser chamada de bela senão quando, deixando-nos conscientes de que é Arte, oferece-nos, entretanto, o aspecto da natureza..."( Kant-citado por Suassuna)


Somos natureza nas belezas que provocamos, nos sentimentos que revelamos.

Anita Malfatti _ Festa no Interior



Alberto Guignard- Balões



Festa de São João/ Heitor dos Prazeres



Festa de São João/ Alfredo Volpi-1940




Grande fachada festiva/ Alfredo Volpi-1950




:* Biblioteca Virtual_Estado de São Paulo

(Seleção e organização_ Festas juninas_ Centro Cultural Delfos/ Fundação Edson Queiroz))

segunda-feira, 21 de junho de 2021

" Todos são poetas na praça "


Em meio ao clima que envolve os dias de junho/julho , vamos nos nutrindo das boas memórias trazidas nas festas populares de nosso riquíssimo folclore.

Para cada região desta terra brasileira há inúmeras manifestações da alma do povo festeiro por excelência. Onde quer se ande nos diferentes rincões encontra-se tantas belezas, tantas comemorações a nos fazer mais convictos das nossas raízes multiplicadas em lindas manifestações que nos conferem o emblema.

Ontem, tive a enorme satisfação de participar na live do poeta/cantador Manoel Herculano. Em uma hora de boa conversa, muito riso e pró-esia, visitamos lugares de extrema beleza.

Fazendo a roda girar, trago os entendidos sobre essa arte:   

Na visão de Orlando Tejo, no livro" Zé Limeira, poeta do absurdo", está sintetizado o que vem a ser um cantador: Os cantadores constituem imensa legião de homens que amam, sonham, sofrem e brincam de viver no mundo;pescando estrelas, caçando ilusões, plantando tardes, colhendo auroras, levando sua imagem sutil e profunda, tímida e vigorosa ao povo ávido de poesia que os ouve embevecido. 

Na visão de Luís Câmara Cascudo, que dedicou a maior parte de sua vida ao folclore brasileiro, define assim um cantador: Representantes legítimos de todos os bardos e menestréis da história.

Guilherme Neto, conceitua: são cantores populares, poetas geniais e versejadores do sertão.

Todos são Poetas na Praça

( Manoel Herculano)

Meus senhores e senhoras

Poemas de todas as horas

Podem entrar que a casa é sua

Estamos no olho da rua,

Mas, se a praça é do povo

Vamos voltar lá de novo.

Beber poesia na taça.

Todos são poetas na praça.


Eu vim de lá bem grandinho

Sem essa de dar jeitinho

Entro e saio sem arranhão

Sou ilha e mar, sou Maranhão.

A minha prosa acontece

Quando um verso o outro tece

E transbordam peito e taça.

Todos são poetas na praça[...] 

             

O registro da live está gravado no Instagram do poeta.


quinta-feira, 17 de junho de 2021

Não deixo a saudade assentar



(*)

 E lá vamos pelo meio de junho. Olho no movimento das calçadas procurando ver as crianças fantasiadas de caipira, e nada. Não tem bandeirinhas na frente das escolas. Não tem festa anunciada. Não tem cheiro de canjica no ar.                    Ô saudade arretada!

Mas, não adianta na saudade morar. 

O jeito é improvisar uma mesa modesta, 

Fazer algumas gulodices, comemorar.

 O jeito é dar vida a cada momento, 

 É desafiar as ausências,

 É persistir sem desanimar.

Ouvir aquelas canções que nos trazem as comemorações das datas juninas e dançar, sozinha, cantando desafinado , mas seguindo o ritmo sem perder o rebolado. Fiquei mais inspirada depois de ter lido e ouvido lá na Beth Lilás            ( Me and You.blogspot), uma postagem linda em 1ºde junho sobre a história da valsa Rosa/letra e música, um clássico de todos os tempos do cancioneiro popular. 

O novo conhecimento me despertou ainda mais curiosidade sobre outras histórias por detrás das músicas e até rendeu um livro novo: 

"A onda que se ergueu no mar", Ruy Castro. 

De história em história das canções e da minha própria lista de favoritas, trouxe aqui só a letra, pois sou atrapalhada para postar vídeos( nunca dá certo, rsrsrs)


Embarquem no Táxi Lunar...

"... Apenas apanhei na beira-mar

Um táxi pra estação lunar.

Bela  linda criatura, bonita

 nem menina, nem mulher

Tem espelho no seu rosto de neve

Nem menina, nem mulher.

Apenas apanhei na beira-mar

Um táxi pra estação lunar.

Pela sua cabeleira vermelha

 pelos raios desse sol lilás,

Pelo fogo do seu corpo, centelha.

Pelos raios desse sol;

Apenas apanhei na beira-mar

Um táxi pra estação lunar..."

( Zé Ramalho) 

(*) Pinterest-arte naif/Daniel Salvador)



domingo, 13 de junho de 2021

Meus garimpos


(*)

Tenho me empenhado em dobrar as horas do dia. Um espanto, isso! Afinal, temos tido mais tempo do que  esperávamos  nestes últimos 16 longos meses. Não sei responder a isso com uma lógica perfeita. O que constato é, que ainda me falta tempo hábil( de repente, sou inábil).

Mas, voltando ao rumo desta conversa originada pelos meus interesses em leitura e escrita extensivos para o infinito e além(rsrssr); pois sim, vivendo a abençoada multiplicidade dos papéis da vida, ser avó insere outras tantas atuações. Me dedico também a acompanhar os interesses dos netos nesta seara. Uns mais propensos. Outros mais arredios, mas, ninguém fica de fora.

Cada papo em vídeo-chamada vai sendo levado para qual o livro-história da vez. E o assunto rola fácil, fica animado, fica até reflexivo. O mais velho já lê Harry Potter em inglês( um luxo só), os menores já estão ficando mais seletivos e avançando em leituras mais substanciosas.

De quando em quando envio livros novos pra todos os seis, cada exemplar escolhido no interesse de cada um. Amanhã, mesmo, farei nova remessa lá para meus gaúchos. Em janeiro seguiu uma pros meus canadenses, mas quem sai ganhando são os daqui da terrinha, bem mais fáceis de serem  presenteados sempre.

Andei procurando coleções clássicas para os mais velhos. Descobri que muitos exemplares estão esgotados e não foram reeditados, pena! Gostaria que os filhos dos meus filhos lessem histórias que seus pais leram na idade deles. Os clássicos infanto-juvenis são imbatíveis. 

Coleção vagalume



Coleção Para gostar de ler



( Ilustração Victor Nizovtsev-pinterest)

quinta-feira, 10 de junho de 2021

Uma imagem/ Um conto- junho


Uma imagem/Um conto; roda interativa de junho, proposta pela amiga Norma Emiliano(link), tendo como inspiração as pinturas feitas pelos artistas pintores com pés, mãos e boca.



 

Leo estava abismado fitando toda a imensidão multicor tingindo os céus do grande lago. Movia os olhos com vagareza querendo absorver todo o espetáculo daquele amanhecer fantástico. Arrependia-se de ter resmungado mais cedo, quando o avô o acordara no finzinho da madrugada para irem pescar à beira do lago. Sentia na emoção da beleza estendida a sua frente que todo incômodo ao sair das cobertas quentinhas era agora amplamente recompensado. 






quinta-feira, 3 de junho de 2021

Por um dia na praia


(*)

" Alegria é uma fonte da eternidade que emerge do tempo" disse Rubem Alves, e eu acentuo depressa com exclamação sorridente: sim, a alegria é bênção, é emoção querida que requer convite para fazer morada n'alma. 

Ao renovarmos esses convites a cada manhã estaremos nos nutrindo de graça e leveza, permitindo ao corpo e ao espírito um vigor novo, movimento imperceptível aos olhos , mas sabido aos sentimentos; e_moção= mover-se na ação de sentir a alegria.

Deixemos que ela, a alegria, seja a primeira a nos abrir as janelas do dia e saudar o sol, o céu, a natureza vívida circundada em nossas horas, pois, nas maravilhas da Criação nos fortalecemos nas trilhas da vida.

(*) Pare e veja a foto desta praia do sul e transporte-se para lá nesse dia claro, ensolarado, convidativo à alegria do desfrute dadivoso de um lugar assim, de uma beleza assim, de uma paz assim... 

Te convido a  inspirar-se nesse possível dia na praia criando uma frase ou um mini-conto, ou um haicai, enfim, palavras arrumadas a teu gosto e empolgação registrando-as nos comentários deste post para serem apreciadas por todos(as) que aqui passarem.

Que bom revê-los(as)!