Ando pensando seriamente em arrumar uma bolha daquelas gigantes pra sair à rua. Sempre fui prática ao extremo.Na adolescência tinha um cabelão. Vivia mais preso que solto, mas não me causava transtornos. Aos dezoito resolvi cortar . Cheguei no salão e pedi um corte médio que fosse prático e não precisasse de escova, disse:__ Quero fazer igual cachorro depois do banho, me sacudir e sair. Meta cumprida, cabelo repicado por anos a fio.
Quando a prole foi crescendo e o tempo encurtando, ainda mantive o modelito por bom tempo; aí vieram as férias em família. Sabe como é, num hotel com quatro crianças pra arrumar e atender, pouco sobrava tempo pra mim.Olhando distraída a paisagem num daqueles dias, resolvi que nas próximas férias faria um permanente(rsrssrs).Na época, todo mundo alisando as madeixas e eu as enrolando. Fiz isso por muitos janeiros.Até que maiores, a garotada já meio que se arrumava sózinha, ou quase.
Vida que segue, e eu sempre procurando praticidade no trato diário, quando começaram a surgir novas preocupações com a exposição demasiada ao sol e os perigos do câncer de pele.Juntei, então, ao meu frugal ritual pós-banho o hidratante e o protetor solar.Formamos um conjunto bem afinado dentro da rotina incorporada.
Tempo vai, tempo vem, entrei o ano com as bochechas rosadas, parecendo a Luluzinha(lembram-se?). Diagnóstico: rosácea.Não a virose infantil, mas uma fragilidade subcutânea.Começa o tratamento.Um poderoso protetor, um primer, um ácido, um demaquilante, um sabonete especial e uma agenda toda detalhada pra caber tudo isso, todo dia.De repente minha bancada da pia se enche de produtos, e ela que era quase espartana, vira hollywoodiana. Tô até pensando numa penteadeira à la Sophia Loren...brincadeirinha.
E como se não bastasse, ainda vieram voando as pragas da zika, da dengue e da tal febre e haja repelente por cima de tudo, caramba!
Ô tempos esses! É ou não é caso de pensar-se numa bolha plástica?
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