Ilha, mais que acidente geográfico, que conceito preestabelecido, é lugar simbólico desde sempre.Faz parte do imaginário, povoa sonhos há séculos.Protagonista de inúmeras obras literárias , desliza da ficção ao romance com total familiaridade sem cansar a imagem; uma ilha é sempre território de fantasias.Houve até um antigo seriado da TV americana com este título,mas, seu domínio incontestável é mesmo na literatura mundial, onde espraia mistérios, romances e aventuras nos deslizes da pena autoral ( puro eufemismo).
Quem nunca pensou em mudar-se pra uma ilha paradísica seguindo o exemplo de Gauguin?Ou refazer as trilhas aventurescas de Júlio Verne?Houve até um programa de oferecimento de emprego pra zelador duma ilha, intitulado: O melhor emprego do mundo. Será? Em puro palpite, acho que os primeiros três meses seriam de lua-de-mel depois surgiriam as saudades mais corriqueiras. Claro, há quem se adapte muito bem ao contexto, mas não é regra geral. A planilha dos pesquisadores do Atol de Abrolhos é feita de escalas de revezamento para os grupos que lá vão.
Uma ilha suscita atração, desejos confessáveis ou não, figurando quase como portal místico de prazerosas oportunidades.Nosso país é pródigo nisso, em ilhas tanto marítimas quanto fluviais e lacustres, quero dizer. E só pra apontar as principais do estado já temos uma quantidade de peso. Algumas foram conectadas ao continente, outras permanecem em berço natural ,mantendo distância segura do frenesi da cidade grande.Uma delas, apesar de ligada por ponte, consegue manter-se conservada, pairando destacada no cenário da orla, é a ilha da Boa Viagem, em Niterói.
Pequena e pitoresca, possui uma igrejinha erguida em meados do século XVI em intenção à Nossa Senhora dos Navegantes.Diz a lenda que as tripulações das caravelas lá iam agradecer a segura chegada em terra brasilis e lá voltavam quando da partida para o mar tenebroso.Foi tombada pelo Patrimônio Artístico Brasileiro no ano de 1938.Hoje é aberta pra visitação no primeiro domingo de cada mês.
Embora não esconde nenhum mistério detetivesco, nem tesouros inimagináveis, uma visita ao seus recantos permite novos olhares sobre o já visto.Vou marcar em minha agenda; março tá na porta.
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